Portugueses cativos em Argel

Domingos Costa (meu 4º avô), nascido em Vila do Conde a 21 de Julho de 1781, filho de Ignacio Costa e Antónia Luísa era marinheiro na fragata Cisne (Nossa Senhora do Bom Despacho) quando esta, fazendo parte da esquadra do Estreito, foi atacada e tomada por um corsário argelino em 8 de Maio de 1802.

A esquadra estava bastante debilitada devido a um surto de tifo que obrigou a enviar para Lisboa dois barcos com os doentes. Tal facto levou a que a fragata Cisne andasse só no estreito e tivesse sido alvo de um embuste, pois a fragata argelina surgiu arvorando pavilhão espanhol e só quando já era tarde foi o erro conhecido.

Os sobreviventes são levados para Argel e aí vendidos como escravos onde se juntam a muitos mais portugueses na mesma situação. Só em 1810, depois do príncipe regente D. João (depois D. João VI) ter começado a pagar os resgates começaram os presos a ser transportados para Portugal. D. João nesse ano lançou “Uma subscripção voluntária e caritativa para resgate dos portugueses captivos em Argel” e foi lançado um empréstimo nas praças comerciais de Portugal e Brasil, tendo sido celebrado um tratado em 6 de Julho de 1810 com o Bey de Argel (renovado em 15 de Junho de 1812 por mais dois anos), permitindo assim começar o resgate dos cativos.

Uma primeira leva de 247 presos foi transportada pela fragata Pérola que chegou a Lisboa em 1 de Novembro de 1810. A segunda de 183 cativos chegou a 9 Dezembro de 1811 a bordo do brigue Lebre e a terceira de 185 homens onde se incluía Domingos Costa chegou a Lisboa a bordo da fragata Pérola em 13 de Julho de 1813.

Todos estes dados foram recolhidos no periódico “Correio Brasiliense ou Armazém literário” no Google Books, no livro “Noticia da vida e trabalhos científicos do médico Bernardino António Gomes 1857” no site http://www.joaodorio.com a peça “Escravos brancos do Bey de Argel” e no jornal “Ilustração Vilacondense” nº 27 de Maio de 1912 a peça “Vilacondenses cativos em Argel”.

Preciso agora de confirmar se Domingos Costa fazia realmente parte do núcleo libertado em 1813 pelo que pedia se algum confrade que frequente o AHU poderia ter acesso às Cx 407 (1810/1813 resgate de portugueses cativos), Cx 409 (1813 cativos em Argel), Cx 411 (1780/1832 resgate de cativos diversos). Esta validação (ou através de outro documento que conheçam) é para mim importante para fechar este capítulo e avançar para outra.

Desde já os meus agradecimentos,
J.Correia

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