Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

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Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

#280589 | Monigo | 04 jul 2011 14:06

Quase centenário!!

Otto von Habsburg morre na Baviera 04 julho '11 Texto

Roland Schlager, Epa
A pretensão que mantinha, a sentar-se no trono duma monarquia restaurada, era, no final, mero detalhe exótico de uma vida movimentada que, desde os nove anos de idade viveu entre várias repúblicas e vários exílios. Otto von Habsburg, filho primogénito do último imperador austro-húngaro, morreu hoje aos 98 anos.Otto von Habsburg morre na Baviera
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À nascença, em 1912, era suposto vir a reinar sobre a Áustria, a Hungria, a actual República Checa, a Croácia, a Eslovénia, a Eslováquia, e a Bósnia-Herzegovina. Como todos os rebentos de uma grande casa real, fadados para altos voos, o filho do imperador Carlos I recebeu um nome extenso: Franz Joseph Otto Robert Maria Anton Karl Max Heinrich Sixtus Xavier Felix Renatus Ludwig Gaetan Pius Ignatius. Enquanto durou a monarquia, era abreviadamente designado como arquiduque Otto.


Exilado pelas repúblicas

Depois veio a Primeira Grande Guerra. O império austro-húngaro desmembrou-se e a família real exilou-se. O pequeno Otto tinha sete anos e foi parar à Madeira. Em observância, mesmo assim, da lei republicana, a família acatou a proibição de usar títulos nobiliárquicos: a criança passou a chamar-se simplesmente Otto Habsburg-Lothringen. Quando morreu o ex-imperador, a fracção monárquica quis que fosse Otto a suceder-lhe em caso de restauração monárquica.

Na Áustria a restauração parecia mais longe do que nunca. Na Hungria, a contra-revolução capitaneada pelo almirante Miklos Horthy prometia restaurar a monarquia. Mas Horthy optou por uma receita em que mais tarde viria a inspirar-se Francisco Franco: monarquia sim, mas com o Estado chefiado por um regente sem prazo - ele próprio. Horthy era o “almirante de um país sem mar, e regente de uma monarquia sem rei”. O jovem Otto tinha muito que esperar.


Exilado pelo nazismo

A anexação da Áustria pela Alemanha nazi em 1938 e a aliança da Hungria com a mesma Alemanha davam o golpe de misericórdia às expectativas de uma restauração monárquica. Otto tornou-se um ponto de cristalização das conspirações monárquicas, hostis ao anexionismo nazi. Escolheu primeiro a Bélgica, depois a França, como locais de exílio. O colapso militar da França em Junho de 1940 obrigou-o a procurar novo país de acolhimento. Escolheu Portugal e pôde partir com um visto do cônsul em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes.

Em 1943, preocupado com o avanço do Exército Vermelho sobre a Europa Central, Otto von Habsburg tentou intermediar, a partir de Portugal, contactos secretos entre Horthy e o presidente norte-americano, Franklin Roosevelt.

O objectivo desses contactos era o de obter dos aliados ocidentais o compromisso de abrirem a segunda frente, não em França como veio a suceder, mas precisamente na Europa Central, colocando assim a Hungria na sua esfera de influência. Em contrapartida, o governo húngaro deveria romper a sua aliança com a Alemanha nazi e passar para o lado dos Aliados.

Monárquicos portugueses, como José Saldanha da Gama, participavam activamente no plano e secundavam os esforços de Otto von Habsburg - um capítulo pouco conhecido da história portuguesa na Segunda Guerra Mundial.

Os contactos acabaram por não produzir resultados, porque a Hungria tardava em romper a aliança com a Alemanha e os aliados ocidentais hesitavam em arriscar um passo que podia levá-los a uma imprevisível dinâmica de confronto com a URSS. Em Março de 1944, a Alemanha nazi, alertada para as ambiguidades do governo de Budapeste nesse processo, invadiu a Hungria.


Desistência do trono e mandato parlamentar

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Otto von Habsburg viveu durante vários anos em França e em Espanha. Em 1961, renunciou explicitamente a todas as suas pretensões no caso de uma restauração monárquica na Áustria e declarou-se “um leal cidadão da república”. Anos depois, viria a afirmar que hesitara longamente e acabara por dar esse passo devido a considerações de carácter meramente prático.

Otto von Habsburg foi eleito deputado europeu em 1979, pelo partido da direita bávara CSU. Ocupou o cargo durante vinte anos, até 1999.


http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Otto-von-Habsburg-morre-na-Baviera.rtp&article=457383&visual=3&layout=10&tm=

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RE: Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

#280594 | zamot | 04 jul 2011 14:47 | Em resposta a: #280589

Morreu um grande homem



Morreu ontem, dia 3 de Julho de 2011, o Arquiduque Otto de Habsburgo, com 98 anos de idade.

Com apenas 10 anos de idade assistiu á morte de seu pai, o último imperador do Império Austro-húngaro exilado na ilha da Madeira, após o fim da Primeira Guerra Mundial em Abril de 1922. Formou-se em Louvaina, viveu em toda a Europa, foi deputado independente durante mais de 20 anos pela CDU (União Democrática Cristã) da Baviera na pós-guerra e fundou o movimento europeu Pan-Europa.

Conheceu ao longo da sua longa carreira política todos os grandes líderes do século XX tais como Churchil, Roosevelt, De Gaulle, Franco e Salazar.

Desde o primeiro minuto que se recusou a apertar a mão a Hitler, o que lhe valeu várias tentativas de assassinato. Conhecia a história da Europa como ninguém, e tal como há 60 anos o preocupava o renascer da Alemanha nazi, hoje preocupava-o o crescimento político e militar da ex. URSS.

O meu pai teve o privilégio de trabalhar com ele vários anos aquando do exílio de ambos durante a II Guerra Mundial em Washington, e eu tive o privilégio de o poder acompanhar durante a sua última visita a Portugal, em Janeiro de 2005 em Lisboa.

Nesses 5 dias, tive lições de bondade, humildade, e sabedoria que dificilmente esquecerei, por muitas anos que viva.

A sua memória ficará comigo durante muito tempo.

Que Nosso Senhor acolha a sua boa alma, e que o seu exemplo frutifique através de todos aqueles que tiveram a honra e o prazer de o poder conhecer.

O Arquiduque Otto de Habsburgo, tal como seu pai e sua mãe, deixa atrás de si, um rasto de luz e santidade





Otto Czernin

Cascais, 4 de Julho de 2011

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RE: Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

#280776 | cfpp | 05 jul 2011 21:45 | Em resposta a: #280594

Hoje, na celebração: MISSA IN MEMORIUM ASSINALANDO O CENTENÁRIO DA MORTE DA RAINHA D. MARIA PIA, foi invocado o nome do Arquiduque Otto, juntamente com o de Maria Pia, Rainha

Missa celebrada por S.E.R. D. Carlos de Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa

Com a participação do Coro D. Luís I e Coro do Tribunal de Contas
Vítor Roque Amaro, Maestro
João Vaz, Organista

Celebração aberta a quem desejasse participar.

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RE: Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

#280782 | cfpp | 05 jul 2011 23:10 | Em resposta a: #280776

Ressalva, mas também sem muita certeza : Creio que dever-se-ia ter dito aqui ... evocar o nome... (e não invocar, como ficou escrito).
Talvez algum confrade possa vir em auxílio. É cada vez mais importante, em tempos de des(ACORDO), não descurarmos a nossa língua portuguesa.

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RE: Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

#280836 | cfpp | 06 jul 2011 16:29 | Em resposta a: #280782

....E também,já agora, convém não descurar, a boa educação, com uma assinatura e um obrigada esquecidos.

Maria Carlota

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RE: Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

#280907 | joaopecegueirodias | 07 jul 2011 03:48 | Em resposta a: #280836

Condolências do Instituto Dona Isabel I a Redentora, do Brasil, enviados a filho de Sua Alteza Imperial e Real, o Senhor Otto.

Brésil, le 5 juillet 2011.



À Son Altesse Impériale et Royale

Monseigneur Karl

Chef des Maisons Impériale d´Autriche, Royale de Hongrie et de Bohême, Princière de Habsbourg-Lorraine etc.

Aux bons soins du Révérend Père Paul Habsburg, L.C.

Pöcking - Bavière





Sire,





Nous avons reçu hier la triste nouvelle du décès de Sa Majesté Impériale et Royale Apostolique l´Empereur et Roi Otto. Bien-sûr il a été reçu à la Cour du Ciel par son cher père le Bienheureux Charles, sa Mère la Servante de Dieu Zita et tous les autres saints membres de sa Dynastie.



Notre Institut voudrait présenter ses plus sincères condoléances à toute la Famille Impériale et Royale pour la disparition de Monseigneur Otto. Notre pensée va aussi à ses fidèles sujets autrichiens, hongrois, tchèques, eslovaques, croates etc.



Otto était un peu Brésilien et Portugais, car descendant de Dom Pedro Ier du Brésil et Dom Miguel Ier de Portugal, les deux fils de Dom João VI, le Roi qui a permis la future Independance de notre Pays. Nous sommes fiers de savoir de l´amour du Père de V.A.I.R. pour notre civilisation.



Que le Tout-Puissant et Sa Mère Immaculée, qui n´ont jamais abandonné la glorieuse Domus Austriae, continuent d´être le centre de la vie de tous, particulièrement en ces moments difficiles.



Soyez sûrs de nos fervents prières.



Nous prions Votre Altesse Impériale et Royale d´agréer les assurances de notre considération très respecteuse.





Laila Vils
Président
Bruno Hellmuth
Vice-Président
Luís Severiano Soares Rodrigues
Secrétaire

Alexandre Carneiro de Mendonça
Luís Severiano Soares Rodrigues
Pedro Izidoro do Nascimento
Carlos Roberto Bastos Pereira
Thyago Mathias
Conseillers d´Administration

Otto de Alencar de Sá-Pereira
Doyen du Conseil Consultatif
Francisco Camões de Menezes
Vice-Doyen du Conseil Consultatif

Olga Perlingeiro (n. Comtesse Csàky de Körözsseg et Adórjan – Hongrie)
Lêda Machado
Maria de Lourdes Lamonica
Ana Maria Enout Rebouças
Sebastião Leite Abreu Perlingeiro
Gastão Reis Rodrigues-Pereira
João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho, Baron de Saboia-Bandeira-de-Mello
Gary de Oliveira Bon-Ali
Laerte Lucas Zanetti
Luciano Cavalcanti de Albuquerque
Bruno da Silva Antunes de Cerqueira
Inoã Pierre Carvalho Urbinati
Leonardo Mercher Coutinho de S. e Melo
Flavio Lemos de Alencar
Conseillers Consultatifs de l´Institut



Brasília (District Fédéral) - Roberto Ricardo Mäder Nobre Machado
Curitiba (Parana) - Zelia Maria Nascimento Sell
Fortaleza (Ceara) - Maria Adelaide Flexa Daltro Barreto
Fortaleza (Ceara) - Stelio Maia Ferreira Marinho - Vice-Représentant
Guaramiranga (Ceara) – João Batista da Costa de Holanda
Jaguarari (Bahya) – Rafael de Oliveira Cruz
Maceió (Alagoas) – Eduardo Rolim de Moura Xavier
Montes Claros (Minas Geraes) – Ezequiel Novais Neto
Natal (Rio Grande do Norte) - Francisco Anderson Tavares de Lyra
Niterói (Rio de Janeiro) - Francisco Tomasco de Albuquerque
Pindorama (Sao Paulo) – Dayher Bernardo-da-Silva Gimenez
Ponta Grossa (Parana) – Paulo Roberto Hilgenberg
Recife (Pernambouc) – Quintino Geraldo Diniz de Mello
Salvador (Bahya) - Caio Cesar Tourinho-Marques, Vicomte de Tourinho
São Luís (Maranhao) – Diogo Gualhardo Neves – Représentant
São Luís (Maranhao) - João Dias Rezende Filho, Séminariste – Vice-Représentant
Sumé (Parahyba) - Antonio Aprígio Pereira

New York (EUA) – Daniel William Sullivan
Conseillers Représentants de l´Institut

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RE: Falecimento arquiduque Otto, grande amigo de Portugal

#280908 | joaopecegueirodias | 07 jul 2011 03:49 | Em resposta a: #280907

Correção: Onde se lê enviados lê-se enviadas.

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