Escrever livro de árvore genealógica
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Escrever livro de árvore genealógica
Coloco este "post" pedindo ajuda a todos os confrades que possam ajudar e que certamente têm muita experiência nesta área, com uma dúvida que certamente será também de muita gente neste forum.
Como escrever um livro da nossa arvore genealógica?
Como começar e de que maneira se faz?
O que deve conter (para além dos dados dos nosso familiares)?
Qual a ordem?
Como se encadeia a informação (qual a sequência)?
Desde já grato,
Paulo
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RE: Escrever livro de árvore genealógica
Caro Paulo Silva
Não existe nada obrigatório e vai depender muito do gosto pessoal do autor. Não é diferente de outros livros.
Para que quer o livro? Responda a isso jáe sabe como começar... Vai publicá-lo ou será apenas para distribuição restrita entre a família? Isso também importa.
Depois precisa obter os dados e organizá-los devidamente.
[Atenção no acautelar de algumas coisas quando se pretende publicar: referências a pessoas vivas, utilização de imagens ou citações que carecem de permissões especiais por exemplo e não podem ser colocadas nos livros livremente]
A ordem usada costuma ser cronológica podendo optar pelo ascendente mais antigo ou pela pessoa mais recente.
Sobre cada pessoa dirá o que souber e/ou achar ser relevante. Os dados fundamentais serão os dos acontecimentos mais importantes da vida de cada um (nascimento, baptismo, casamento, morte, profissão, etc).
Pessoalmente tenho um esquema básico simples que não me importo de partilhar
Indice
1. Introdução - explicação sumária do que se trata no texto, agradecimentos, indicações de metodologia usada, referência a fontes, convenções usadas no texto etc
2. Tratamento dos principais apelidos familiares - geralmente um capítulo/secção por apelido começando pela linha paterna e recuando pelo menos até aos bisavós
Indicação da sua origem familiar
Eventualmente referência a títulos, propriedades, membros ilustres, armas usadas e lugares/casas habitadas
Designação das linhas do mais recente que usou o apelido até ao mais antigo que se documentou a usá-lo
3. Tratamento das famílas ascendentes - ou seja apelidos presentes em gerações anteriores mas já não usados. Aqui a opção do número de gerações dependerá muito dos dados que se têm.
4. Linhas colaterais - as linhas dos primos/tios que partilham os apelidos familiares tratados em 2.
5. Bibliografia e referências
Depois é tempo, paciência e vontade. Partilhe os textos com os seus familiares/amigos para obter opiniões. Antes de publicar peça a alguém para lhe rever o texto. Se depois quiser fazer uma edição comercial terá ainda que arranjar um editor.
E se precisar apoio... peça aqui que alguns lhe darão a mão.
Cumpts,
RCCORREIA
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RE: Escrever livro de árvore genealógica
Esta será uma forma clássica, que pode avaliar online, a incorporar com uma estrutura do estilo da sugerida pelo confrada RCCORREIA.
Atentamente,
nuno de m.
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RE: Escrever livro de árvore genealógica
Muito obrigado aos senhores Correia e Nuno.
Gosto de pedir ajuda e conselhos a quem tem mais experiência do que eu pois recolhemos informação muito importante. Embora tivesse alguma ideia de como fazer a publicação (apenas para a família) mas há certos pontos que não sabia como e se os colocar e com as indicações do senhor Correia irá ajudar muito.
Desde já lhes agradeço toda a atenção, um abraço
Paulo
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RE: Escrever livro de árvore genealógica
Caro Paulo Silva
Os confrades que já lhe responderam disseram, quanto a mim, o suficiente e coisas muito importantes. Contudo, já que pediu ajuda e numa matéria que me agrada especialmente, venho dar a minha "colherada", se me é permitida a expressão. Tenha presente estes aspectos:
1-Âmbito do seu trabalho:
Estabeleça/defina o período que vai abarcar no desenvolvimento do seu livro (se começa por si e se tenciona chegar, por exemplo, aos seus 13ºs avós); se tenciona apresentar, apenas, os troncos principais ou se vai tentar abarcar os colaterais que conseguiu descobrir.
2- É fundamental inserir as fontes (no mínimo as correspondentes aos troncos principais) para que o seu trabalho tenha credibilidade. Por exemplo, e desculpe a ironia, você pode escrever que descende do sujeito A. Se mencionar as fontes onde recolheu a informação, qualquer pessoa que tenha a mais pequena dúvida do que afirma, poderá ir a essa fonte e verificar se o que o Paulo escreveu corresponde à realidade.
3- Tente evitar fazer um livro que se fique pela relação dos nomes dos seus antepassados e as datas. Ninguém se vai interessar em ler, a não ser os próprios!!! Os nomes e as datas são apenas o esqueleto desse corpo que é o seu livro. Encha-o de músculos, nervos e por fim vista-o! Isso consegue-se através de pesquisas várias que passam pelos Registos Notariais, Processos do TSO se os houver, etc, etc,
4-Procure contextualizar os seus ancestrais no tempo e no espaço. Falar de antepassados oriundos do alto alentejo ou das beiras ou de Lisboa, por exemplo, não é a mesma coisa; falar desses mesmos antepassados nos finais do século XIX não é a mesma coisa que falar deles no século XVI, outro exemplo. As profissões de hoje têm uma conotação diferente se situadas no séc.XVII. Exemplos: sapateiros, barbeiros, só para dar uma ideia.
5- Quanto à apresentação, facilite a leitura de quem vai comprar a sua obra (escolha de letra adequada, espaços bem estudados, margens confortáveis, parágrafos abundantes para aliviar a massa escrita, inserção de fotos, gravuras, esquemas), tornando apetecível esse livro.
Não é minha intenção fazer um tratado aqui nem tenho tal capacidade. Isto é, apenas, mais uma achega para o Paulo reflectir.
Desejo-lhe a maior sorte e grande sucesso com o seu trabalho!
Maria
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RE: Escrever livro de árvore genealógica
Cara Maria David
tem algum texto sobra as diferentes profissoes ao longo doa seculos e suas conotações.
obrigado
Manuel
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RE: Escrever livro de árvore genealógica
Caro confrade
Em resposta à sua questão, não tenho nenhum texto ou trabalho específico que trate das diversas profissões e suas conotações ao longo dos tempos. O pouco que aprendi foi aqui no forum, com outros confrades mais experientes que eu e que tiveram a generosidade de partilhar neste espaço as suas opiniões a esse respeito.
Por outro lado, a investigação que tenho feito em processos do TSO tem-me mostrado que havia profissões altamente rentáveis e/ou bem cotadas nos tempos passados e a que hoje não damos o mesmo valor. Os exemplos que dei, do sapateiro e do barbeiro, são prova disso.
O sapateiro não fazia só sapatos. Ele lidava com os curtumes em geral, fazendo desde arreios, malas, vestimentas, chapéus, etc, para além do calçado (sapatos, botas). Os bem situados na vida, com essa profissão, além do ofício em si, negociavam em couro e tratavam das peles, curtindo-as, tingindo-as. Não eram todos os sapateiros mas muitos deles tinham esses negócios paralelos. Em muitas famílias, era frequente encontrarem-se vários membros das mesmas com essa profissão, o que indiciava, à escala de hoje, tratar-se de "empresas" familiares.
O caso dos barbeiros, independentemente do ofício em si de saber tratar de barbas e cabelos, muitas vezes "substituiam-se" aos médicos, em terras que estavam longe de contar com os verdadeiros licenciados em medicina, fazendo determinados tratamentos, como sangrias, arrancar dentes, pequenas cirurgias, etc.
Repito, não sou a pessoa mais indicada para lhe falar deste assunto mas aqui no forun há muitos confrades com outros graus de conhecimento e mais vastos que lhe poderão dar boas informações.
Cumprimentos
Maria
PS: Veja as obras da investigadora Maria José Ferro que, se não me falha a memória, ela tem alguns livros sobre essa matéria:
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RE: Escrever livro de árvore genealógica
Cara Maria,
Muito obrigada pelo seu contributo. Nunca é de mais receber ajudas destas.
Embora o livro não seja para comercializar serão de grande valor as "dicas" que me deu.
Desde já muito obrigada
Paulo
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