Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

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Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313350 | chartri | 09 set 2012 12:26

"Parece que alguém acusou Rui Ramos de "branquear" (?) o salazarismo. Rui Ramos não devia ter dito uma palavra sobre o assunto. Mas disse e começou por aí uma entusiástica "polémica" entre ignorantes, por que o país
surpreendentemente se interessou. O desconhecido atrai a ignorância e os mitos que se estabeleceram sobre a I República e a Ditadura também.
Quarenta anos de oposição acabaram por fazer da República um regime "democrático" e, depois do Vaticano II, a Igreja adquiriu uma sombra de "rosto humano", que lhe deu uma espécie de impunidade política (tanto em
Portugal, de resto, como em Espanha). Ainda por cima, a aliança entre o PS e o bom povo católico, apostólico, romano, em 1974 e 1975, não lhe permitia no dia seguinte ir severamente apurar as responsabilidades sobre a colaboração da Igreja com o "Estado Novo".

AI República nasceu de uma revolução, não de um pronunciamento militar como o "25 de Abril". Ou seja, nasceu da violência e dali em diante viveu da violência. Essa violência, como costuma suceder desde 1789, tomou a
forma de um terrorismo de massa. Até 1917, e com mais brandura, até 1926, grupos republicanos (ligados directamente ou indirectamente ao partido), à mistura com algumas centenas de adeptos da anarquia e da bomba: mataram, prenderam, torturaram, degredaram, espiaram e ameaçaram o cidadão comum.
Milhares de inocentes por discordância ou inadvertência lhes caíram nas mãos. Mas sobretudo a I República, imitando como sempre o radicalismo francês do" petit père Combes", perseguiu a Igreja com uma vulgaridade
sórdida e brutal.

Salazar era um homem da Igreja. Desde a catequese à Universidade de Coimbra seguiu a carreira do leigo obediente, que obedecia quando chegava a hora de mandar. Estranho ao "28 de Maio", quando em 1928 o mandaram
tomar o poder tomou o poder. Com hipocrisia e o máximo de sossego, como convinha aos seus velhos tutores. Excepto pelo ocasional civil que resolveu resistir e uns tantos militares, Portugal não levantou um dedo
contra ele. Entre a Igreja e o Partido Democrático, que trouxera o país numa guerra civil intermitente durante 15 anos, a escolha não punha grandes dúvidas. Fora que Salazar insistiu no carácter estatal da violência (o que não sucedera durante a I República) e poupou quanto pôde métodos radicais (a Legião e a Mocidade nunca se imiscuíram seriamente na política). Ainda por cima, Salazar, seguindo o Vaticano, condenou o nazismo e, tirando meia dúzia de manifestações devidamente organizadas, desprezou por regra e natureza qualquer devaneio populista. Rui Ramos não
precisava de "branquear" (?) - e não "branqueou" - esta ditadura imobilista e clerical (o homem execrava o mais leve cheiro de "modernidade"). Ou de "escurecer" a I República. O "fascismo" passou por Portugal quase sem deixar vestígio". [ Vasco Pulido Valente in Publico 9 de Setembro de 2012]

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RE: Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313358 | Jdas | 09 set 2012 16:22 | Em resposta a: #313350

Embora, não estando de acordo nem com o teor político da mensagem, nem no que nela facciosa e contraditoriamente se diz, penso que não seria descabido para dar vazão a essa necessidade, criar um tópico intitulado:

Política.

Seria, certamente, muito movimentado.

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RE: Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313367 | jmacdonald | 09 set 2012 20:16 | Em resposta a: #313358

Não terá grande vazão para onde vazar, diria.

Mas, polémica passageira, é o que é, que não ficará na história da História. Ramos faz de conta que não sabe do que sabe, e vai de fazer entrar o elefante na loja de porcelanas, só porque sim, Loff põe-se a jeito, Mónica anima-se, Rosas re-anima-se, estes e aqueles juntam-se aos respectivos cortejos... Oh, pânico! O entendimento das gerações futuras sobre a história de Portugal está em perigo de sofrer uma lavagem cerebral! (Com mil repolhos: até o padre Casimiro foi um autor mais imparcial.)

Bom, já eu deslizo. É que também é meu entendimento que este muitíssimo útil fórum tem utilidades bem mais superiores.

A haver tópicos paralelos ao assunto central desta casa, deviam eles estar sob o epíteto "Ciência", onde a discussão fosse elevada aos verdadeiros sentidos da genealogia, séria ciência auxiliar da história.

Talvez não fosse um tópico muito movimentado - mas movimentaria certamente ideias novas.

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RE: Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313410 | Jdas | 10 set 2012 18:11 | Em resposta a: #313367

Para vazar, eu diria mais:
Nem mesmo nenhum dos irmãos filhos da viúva, conseguiriam fazer melhor.

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RE: Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313423 | jmacdonald | 11 set 2012 00:17 | Em resposta a: #313410

Ora, em qualquer lado há boa e má gente. Mas, por via das dúvidas, mande-se chamar os bons primos!

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RE: Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313465 | Jdas | 11 set 2012 16:53 | Em resposta a: #313423

Todos?
Ou só aqueles que forem boa-gente?

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RE: Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313530 | Jdas | 12 set 2012 18:01 | Em resposta a: #313465

Sempre terão que ser todos!
Dado que os que não são boa-gente, são gente boa.

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RE: Uma entusiástica polémica.... Ramos<> Loff e Iª República/Ditadura do Estado Novo

#313531 | jmacdonald | 12 set 2012 18:05 | Em resposta a: #313530

Precisamente!

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