Forais desaparecidos

Este tópico está classificado nas salas: Arquivos

Forais desaparecidos

#329717 | hmrb | 24 mai 2013 19:39

Caros confrades

Dediquei-me agora um pouco à pesquisa de informação sobre forais portugueses, especialmente os manuelinos e encontro um facto que me chamou à atenção. Grande parte encontram-se desaparecidos. Existe alguma explicação para o facto? Tenho muita curiosidade em saber o que possa ter acontecido.


Obrigados

Cumprimentos

Hermínia Barata

Resposta

Link directo:

RE: Forais desaparecidos

#329841 | RCCORREIA | 27 mai 2013 13:01 | Em resposta a: #329717

Do site dos amigos da Torre do Tombo

"O arquivo da Casa da Coroa é o núcleo primitivo da Torre do Tombo.
Nos primeiros tempos da nacionalidade a Corte não era fixa e a documentação produzida acompanhava o Rei, funcionando como o que, em termos actuais, se designaria por arquivo corrente. Os documentos mais importantes eram guardados nos arquivos dos mosteiros, sendo os principais o de Santa Cruz de Coimbra e o de Alcobaça. Em finais do século XIV (a abonação mais antiga data de 1378) o Arquivo Real passou a ficar guardado no Castelo de S. Jorge em Lisboa, na torre albarrã, também chamada torre do haver. O Arquivo" Real era, então, destinado, fundamentalmente, à conservação de tudo o que respeitava à fazenda pelo que a sua guarda era confiada a funcionários ligados à administração da fazenda pública. Para além dos diversos documentos de carácter financeiro, ficavam também depositados os tratados com as potências estrangeiras, os livros de chancelaria, os forais, os tombos de demarcações de bens, as sentenças do juiz dos feitos da Coroa, os diplomas de instituição de morgados e capelas, os testamentos. A torre do Castelo passou a chamar-se "do Tombo", por ali se conservar ° chamado "Livro dos Próprios", o antigo Recabedo Regni, pelo que o Arquivo Real ficou a ser conhecido por Torre do Tombo, nome que perdura há mais de 600 anos.

O terramoto de 1755 fez ruir a torre do Castelo onde se mantinha o Arquivo Real, tendo este ficado soterrado, mas livre dos incêndios causadores dos maiores estragos. O que se salvou do Arquivo foi guardado numa barraca de madeira, onde permaneceu até 1757, data em que foi levado para o mosteiro de S. Bento. No final do século XVIII, o guarda-mor João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho mandou elaborar um inventário do Arquivo para "se facilitarem as buscas" e "para que breve e summariamente se conheça o que nelle se acha depositado".

De facto o terramoto foi uma das causas de perca de alguma informação.

Resposta

Link directo:

RE: Forais desaparecidos

#329867 | hmrb | 27 mai 2013 21:35 | Em resposta a: #329841

Caro confrade RCCorreia

Muito obrigado pela sua resposta. No entanto de tudo o que li até agora pareceu-me que em tempos houve uma recolha de forais a fim de serem reformulados, pois havia já uma certa tendência para lhe darem diferente interpretação, e foi isto que me despertou a curiosidade - perceber para onde poderiam ter sido recolhidos e por quem. Por outro lado li várias notícias dando conta que em algumas Câmaras não tinham consigo o seu Foral por este ter desaparecido. Acredito que tenham já sido feitas todas as buscas possíveis e não havendo assim possibilidade alguma de recuperá-los, o que é uma pena.

Vamos esperar que um dia alguém encontre algum em algum lugar inimaginável.

Cumprimentos

Hermínia Barata

Resposta

Link directo:

RE: Forais desaparecidos

#329883 | RCCORREIA | 27 mai 2013 23:20 | Em resposta a: #329867

Cara Hermínia

Além das cópias do arquivo real deveria haver uma outra em cada lugar ao qual fora atribuido.

A diversidade dos lugares em que haveria cópias seria uma boa forma de preservar os documentos (pelo menos em teoria) pois a ocorrer um acidente no local centralizado sempre se poderia reconstruir a informação com base nas cópias.

Claro que se por qualquer motivo depois se recolhessem as cópias para uma nova centralização o risco de perca em caso de novo acidente traria a perca total (caso não se fizessem novas cópias).

Claro que nalguns outros casos poderia haver perca das cópias por motivos variados: roubos, danos por pragas, acidentes, fogos, descuido, etc.

Realmente a sua perda é triste e má para todos.

Cumprimentos,
Rui C Correia

Resposta

Link directo:

RE: Forais desaparecidos

#329896 | Incognitus | 28 mai 2013 13:15 | Em resposta a: #329717

Cara Senhora

Pelo que percebi, interessam-lhe os manuscritos manuelinos que seriam entregues às autoridades locais, não os registos nos livros das chancelarias?

Pouco sei sobre o assunto, mas pelo que me parece, esses forais, foram sendo vítimas das vicissitudes dos tempos: incêndios dos arquivos municipais, roubos, vendas, etc...

Conheço forais em colecções particulares e públicas: Fundação da Casa de Bragança - Vila Viçosa, Palácio Cadaval - Évora, Torre do Tombo, Arquivos e Museus Municipais, Bibliotecas, etc... Também de vez em quando aparecem nos leilões e alfarrabistas.

Convém atender ao facto, de que alguns "Senhores" guardavam os forais dos respectivos senhorios nos seus cartórios.

Na dúvida, deixo esta referência que lhe pode interessar: até dia 6 de Junho na Torre do Tombo exposição «O Foral Novo», , tem alguns exemplares que procura.

Cumps.
José Loureiro

Resposta

Link directo:

RE: Forais desaparecidos

#329897 | RCCORREIA | 28 mai 2013 13:21 | Em resposta a: #329896

Veja também http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4185722

RCC

Resposta

Link directo:

RE: Forais desaparecidos

#329987 | hmrb | 29 mai 2013 20:23 | Em resposta a: #329897

Caro Confrade RCCorreia

Muito obrigado pela sua informação.

Cumprimentos.

Hermínia Barata

Resposta

Link directo:

Mensagens ordenadas por data.
A hora apresentada corresponde ao fuso GMT. Hora actual: 04 mai 2024, 00:53

Enviar nova mensagem

Por favor, faça login ou registe-se para usar esta funcionalidade

Settings / Definiciones / Definições / Définitions / Definizioni / Definitionen