Marquês de Marialva
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Marquês de Marialva
Esta semana uma revista trazia um artigo relativo ao actual Marquês de Marialva, sobrinho do Duque de Lafões.
A Casa de Lafões é a actual representante da Casa de Marialva.
O alegado detentor do título encartou-se no mesmo e usa-o com autorização de quem de direito ?
Casas como as de Lafões ou Fronteira, que dispõem de vários títulos - o Chefe da Casa pode distribuí-los pelos filhos à semelhança do que ocorre em Espanha onde as 2 grandes duquesas de Alba e Medinacelli repartiram alguns títulos pelos diversos filhos ?
Melhores cumprimentos
Bernardo
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Marquês de Marialva
Caro confrade,
O artigo a que se refere, se for o mesmo que li, refere-se ao VIII Marquês de Marialva, tio ( e não sobrinho) do actual Duque de Lafões ( D.Afonso) que agora é também o IX Marquês de Marialva.
D. Diogo de Bragança foi VIII Marquês de Marialva por cedência do título em vida por seu irmão o Duque de Lafões (D. Lopo), com autorização do então Conselho de Nobreza.
O actual Duque é sobrinho de ambos.
Cumprimentos,
José de Castro Canelas
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Caro Confrade
A pessoa em causa não me parece que seja tio do actual duque, mas sim seu filho.
É referenciada como Miguel de Bragança pelo que suponho seja o filho de D.Afonso-Caetano de Bragança.
A paixão pela equitação (que corre na família desde os tempos do célebre marquês de Marialva) foi-lhe madrasta e um acidente de cavalo tornou-o tetraplégico.
No entanto, parece uma pessoa bastante activa e o artigo referia-se à cedência de parte do espólio da família a uma biblioteca, se a memória não me atraiçoa, em Queluz junto ao Palácio Nacional.
Chamou-me a atenção ele ser referido como Marquês de Marialva.
Cumprimentos
Bernardo
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Caro confrade,
Sei muito bem a quem se refere pois sou amigo pessoal dos dois.
O actual Duque de Lafões é o IX marquês de Marialva.
No entanto julgo que cedeu o título a seu filho Miguel que será o X marquês de Marialva.
Certamente essa cedência terá passado pelo INP, de que o primeiro é um dos membros da sua direcção.
A cedência de títulos em Portugal não é semelhante ao que se passa em Espanha, como questiona no seu primeiro post.
Em Espanha os títulos com grandeza devem, por imposição legal, sempre que possível ser distribuídos pelos filhos, que foi o caso da Casa de Alba.
Em Portugal não há qualquer obrigação de cedência de títulos pelos vários filhos. Nalgumas casas, que têm vários títulos há por vezes a tradição de um dos títulos ser atribuído ao primogénito, em vida de seu pai.
Cumprimentos,
J C
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Caro Confrade
Agradeço a sua resposta pronta.
Nunca tinha dado por que em Espanha houvesse imposição legal de que o chefe de uma casa com grandeza devesse, por imposição legal, distribuir os títulos pelos vários filhos.
Tinha a ideia de que isso decorria unicamente da vontade do titular
Pode indicar onde consta essa imposição ?
Quais as regras ?Em que termos se processa ? Há uma idade mínima (porventura a maioridade).
A falecida duquesa de Alba, por ex., só cedeu o título de duquesa de Montoro à filha tinha esta 26 anos.
Sei que a única restrição residia no facto de que o titular não pode dispôr livremente do título pricipal/acessório, i.e. a duqª Alba não podia ceder o seu título ou o de dq. Huéscar a um dos filhos mais novos.
Cumprimentos
Bernardo
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Caro confrade,
Não me lembro onde li, já há uns anos, essa regra. Lembro-me que era em espanhol e referia que os títulos com grandeza (apenas estes) deveriam ser distribuídos pelos vários filhos, pois originariamente, têm origem em casas diferentes, para evitar que perdessem a sua importância e preponderância
. Esta distribuição creio que foi posteriormente alargada também às filhas, depois da perca da primogenitura masculina em Espanha.
Além da Casa de Alba creio que aconteceu o mesmo na Casa Medinaceli que apesar de menos mediáticos que os Alba tem mais importância pois tem origem real.
Cumprimentos,
J C
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Boa Noite,
Tenho andando às voltas com uma pesquisa sobre a minha freguesia, Carnota, com epicentro na localidade de Santana da Carnota, o que torna invulgar a minha localidade/freguesia é gosto particular de grandes famílias para se estabelecerem em quintas e ligações com a nossa zona, a convite da junta de freguesia de Carnota iniciei esta aventura para tentar descobrir, para começar a origem do Toponímo, até porque Carnota é uma palavra que não existe em Português.
Nessa grande resenha está as ligações à proeminente família Falcão Trigoso, com a Quinta da Gataria ou Falcão, Quinta das Antas, com o maior Pombal da Península Ibérica, ostenta na minha opinião ligações a uma ramo da família Antas, nomeadamente Teotônio Lopes de Macedo e Almeida e Carolina Augusta Profirio Machado de Antas da Cunha e Brito, quinta do Pinheiro morgado instituído pelos Telles de Menezes, Quinta do Chafariz, pelo desembargador José de Sousa Pereira, Quinta da Boafaria ou Boa Fúria de Bartholomeu Lobo da Gama, Quinta de Valle da Palha, Francisco Soares de Abreu, Quinta do Garrido, José Ferreira Leal, Quinta de Valle Mulheres, atualmente não pertence à freguesia, outrora sim, ligações aos Condes do Sobral de Monte Agraço, Quinta do Conde de Val de Reys ou da Prata, originou o tomponimo Vale Reis, marqueses de Agenja e Duques de Lafões, Quinta do Álamo, Marqueses de Arronches e Duques de Lafões, Quinta do Leão, Quinta do Mosqueiro, Quinta do Sopo de António Francisco Gomes Ganchas, que mandou edificar o cemitério de Santana da Carnota, onde descansa num jazigo, juntamente com outro jazigo de tão ilustre pessoa, falo de D. Carlos José de Bragança, proprietário da Quinta da Prata, onde constatei a data de nascimento 1904 e não 1905 como vulgarmente encontro em referência à sua pessoa, Quinta de Santa Anna, de João de Mesquita Perestrello, que nada sei apenas que era o proprietário em 1590, sobrinho de D. Isabel de Mesquita, da Quinta da Cabreira, falta-me referências sobre a quinta e os seus proprietários.
O que me deixou curioso e por isso o motivo de interpelar este tópico, D. Carlos José de Bragança, era sobrinho de Caetano Segismundo de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva e de Leonor de Osete y del Alamo, parece que tinha descoberto a pólvora, a razão para a Quinta se chamar Álamo, nasceu 1871, mas em João Maria Baptista e João Justino Baptista de Oliveira, Chorographia Moderna do Reino de Portugal, 1876, Vol. IV, pág. 368 e pág. 369, já existe referência ao nome Álamo, atendendo que a senhora era espanhola e com uma diferença de 5 anos, esmoreceu um pouco a minha teoria.
Não consegui depois de ler as suas palavras sobre a amizade que nutre pelos Duques de Lafões, saber se seria possível colocar-me em posição favorável para falar acerca destas minhas inquietações?
Fico aguardar uma resposta.
Cumprimentos,
Luís Carvalho
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Caro confrade,
Infelizmente não o posso ajudar sobre a origem do nome Álamo da referida Quinta, pois não tenho qualquer informação a não ser que pertence a descendentes da família Lafões.
No entanto creio que terá fortes possibilidades de ter origem na árvore que tem esta denominação - Álamo/Choupo (Populus nigra).
Conheço uma outra Quinta que se chama Álamos porque tinha muitas árvores desta espécie.
Cumprimentos,
JC
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Marquês de Marialva
Caro Luís Carvalho,
Estou a investigar e a escrever sobre a história de uma casa que estou a reabilitar na Vila Alta, em Alenquer, que pertenceu a Bartolomeu Lobo da Gama, e nesse contexto interessei-me pela referência que faz à "Quinta da Boafaria ou Boa Fúria de Bartholomeu Lobo da Gama", dado que estou a fazer sumariamente a sua biografia.
Pergunto-lhe se na sua investigação encontrou algum documento da época que o comprove? Bem sei que Guilherme João Carlos Henriques lhe atribui essa propriedade, identificando-o na mesma passagem como filho do Capitão António Lobo da Gama, que morreu heroicamente numa batalha naval próxima do Forte de Mascate, na India. E Garcia de Lima, no Archivo Histórico de 1886, associa mesmo o nome de “Boa Fúria” a esse episódio ocorrido com o Capitão António Lobo da Gama.
Bartolomeu Lobo da Gama é efetivamente filho de um António Lobo da Gama, natural de Povos, e de uma Margarida Arez de Vasconcelos, natural da Golegã, mas não há, para já, nenhuma evidência documental coeva de que o seu pai tenha sido realmente aquele Capitão que morreu na Índia em 1651 ou 1652, embora o nome coincida e essas datas sejam compatíveis (Margarida Arez de Vasconcelos nasceu em 1605, Bartolomeu Lobo da Gama, seu filho, nasceu entre 1630 e 1635). Mas o nome não é incomum, e na mesma época vivia, pelo menos, um outro António Lobo da Gama na sua Quinta no Carregado.
Há, por outro lado, algumas dúvidas de que a Quinta da Boafaria tenha mesmo pertencido a Bartolomeu Lobo da Gama. Ou pelo menos dúvidas sobre qual quinta lhe pertenceu.
Como se menciona no site da Câmara de Alenquer, “a Quinta da Boafaria (ou Bufuaria) esteve desde o século XVI vinculada à capela de Filipa Sacota e pertenceu, entre os séculos XVIII e XX, à família D’Antas da Cunha e Brito, de Alenquer”, afirmação que, entre outros, é baseada num artigo de José de Campos e Sousa, escrito nos anos 40 do século passado, e neste anúncio da venda do domínio direto da Quinta em 1801.: https://books.google.pt/books?
id=gl9VAAAAYAAJ&pg=PP408&lpg=PP408&dq=%22Quinta+da+Bufaria%22&source=bl&ots=aBfldaYzHK&sig=ACfU3U0hkLop5h5est4tKARcnZhc7U0SEg&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwjOkdeqx9TrAhWryoUKHfM_DvcQ6AEwAHoECAEQAQ#v=onepage&q=%22Quinta%20da%20Bufaria%22&f=false
Tenho, em contrapartida, documentação que comprova que Bartolomeu Lobo da Gama e sua mulher Joana de Abreu de Freitas viviam, pelo menos nos primeiros anos do século XVIII, "na sua quinta chamada da Prata", como se refere numa escritura de 1704, e como se refere também no testamento de Joana de Abreu de Freitas, de 1706. A Quinta da Prata será, creio, a "outra” quinta a que se refere o Padre António Carvalho da Costa na sua Corografia, quando diz que no lugar Boafaria existiam duas Quintas, a do Marquês de Arronches, e outra de Bartolomeu Lobo da Gama, até porque a Quinta da Prata é contígua à da Boafaria.
Agradeço a sua atenção, e agradeço também quaisquer outras informações.
Cumprimentos
Claudio Monteiro
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Marquês de Marialva
Caro Cláudio Monteiro,
Desde já muito grato pelas palavras e pelo o interesse demonstrado, de ressalvar, que em tempos tão díspares, que ainda existe pessoas com a predisposição em dispensar tempo para se dedicar ao estudo da origem, seja familiar, de imóveis ou lugares, de aplaudir pela cultura em geral, decerto a ministra da cultura agradece, como tem agradecido a todos os movimentos culturais que tem silenciado.
Quando escrevi o tópico, estava no início do meu estudo, naquela euforia, com aquela sede infinita em que toda a informação é fulcral, mesmo depois vemos que não é verdade, ou não seria possível, quando se cruza as informações e tiramos uma conclusão que não coincide com a verdade descrita.
Em relação à informação sobre a pessoa que tenciona retratar e a Quinta da Boafaria, informação penso que introduzida pelo Pinho Leal ou até mesmo pelo Guilherme Henriques, no caso do Pinho Leal é conhecido algumas imprecisões no trabalho descrito e não aprofundamento da veracidade dos factos, no caso do Guilherme Henriques, penso que será mais uma forma granjear os amigos poderosos que tinha, de todo não querendo conspurcar o nome e obra do senhor, mas como natural de Santana da Carnota não lhe guardo admiração, contudo, penso que a obra poderia ser mais expressiva, mas também compreendo quem lhe poderia abrir a porta do conhecimento, nunca o faria.
Em resposta à pergunta colocada, não tenho nenhum documento que comprove a associação da Quinta da Boafaria à família Lobo da Gama, apenas as linhas contidas na obra do Pinho Leal e do Guilherme Henriques.
No entanto, esta minha campanha consentiu o prazer em privar com alguns dos herdeiros da quinta da Prata, Álamo e Boafaria, pertencentes outrora à mesma família, o qual me foi oferecido gentilmente a separata do Campos e Sousa sobre a Quinta da Boafaria, que faz um estudo sobre a Quinta desde o vínculo de Filipa Sacota até ao tempo em que estava na família do próprio Campos e Sousa, mas refuta a hipótese romancista do sucedido com Bartolomeu Lobo da Gama ter dado origem ao nome da quinta.
Curiosamente, esta história será completamente descabida? Pelo menos não passou despercebida a algum proprietário, porque uma sobrinha do D. Carlos de Bragança (antigo proprietário da Quinta da Prata) aferiu que na quinta da Boafaria existe um desenho que retrata o episódio da batalha de Cascate ou algo que se assemelha à história contada.
Existe uma grande concentração de títulos na mesma família (Arronches, Agenja, Lafões, Sobral, Viscondes da Asseca, Marialva), com vários troncos e ligações entre si e quando nos foi contado pelos historiadores parece um convívio de famílias nobres, quando no fundo era tudo a mesma família mas denominada pelos títulos vários, daí afirmar que as três quintas pertenceram à mesma família, que aos dias de hoje só a Quinta da Boafaria, vulgarmente chamada pelos locais como a Quinta do Henriques (também nos dada a conhecer com essa designação por João Maria Baptista e João Justino Baptista de Oliveira, Chorographia Moderna do Reino de Portugal, 1876, Vol. IV, pág. 368 e pág. 369), permanece na família.
No que se refere as informações mencionadas, tenho todo o interesse, assim como no artigo do Campos e Sousa que partilhou o link, mas não consigo visualizar, pedia, se não fosse muito incómodo, se me poderia remeter por e-mail as informações que dispõe: lmi8carvalho@gmail.com
Não posso estar mais dois anos esperando por alguém com quem possa trocar informações/ideias ou meros devaneios históricos.
Fico aguardar o contato.
Subscrevo com a maior estima e consideração,
Cumprimentos,
Luís Carvalho
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Marquês de Marialva
Boa tarde
Chamo-me Diogo de Bragança, sou neto de D.Carlos José de Bragança, antigo proprietário da Quinta da Prata, e bisneto de D.José Bernardino de Bragança, antigo proprietário da Quinta do Álamo, onde tive a oportunidade de privar, e ao ler este artigo não quis deixar de prestar os contributos abaixo.
O proprietário mais antigo comprovado em registo da Quinta da Prata sita em Santana da Carnota, é D. Caetano Gaspar de Almeida Noronha Portugal Camões Albuquerque Moniz e Sousa, 8º Marquês de Angeja, 3º Conde de Peniche, Par do Reino, Ministro de Estado Honorário, Administrador do Morgado-de-Vila-Verde, Comendador da Ordem de Cristo, Grâ-Cruz da Ordem de Carlos III de Espanha. Nascido em 1820 e falecido a 01.06.1881.
Na década de 1930, a Quinta da Prata é comprada ao 9º Marquês de Angeja por D. Sofia Ribeiro da Silva, filha do Conde Ribeiro da Silva e conjugue de D. José Bernardino de Bragança, proprietário na altura da Quinta do Álamo, tendo sido dada em vida a dois de seus filhos, D. Carlos José de Bragança e D. Pedro Libânio, que vendeu a sua parte ao irmão.
D. José Bernardino de Bragança e esposa D. Sofia Ribeiro da Silva eram desde a década de 1880 os legítimos proprietários da Quinta do Álamo, contigua à Quinta da Prata e à Quinta Boafaria (“Bufuaria”, “BoaFuria”).
De nome completo D. José Bernardino de Bragança e Ligne de Portugal e Castro Álvares Pereira de Melo, era filho de D. Maria Carlota de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva, a 6ª Marquesa de Arronches, 8ª Condessa de Miranda, 34ª Senhora da Casa de Sousa, que era filha da 3ª Duquesa de Lafões D. Ana Maria. D. José Bernardino de Bragança teve como seu bisavô o 2º Duque de Lafões, o General D. João Carlos de Bragança e como seu tetravô El Rei D. Pedro II.
A respeito da Quinta da Prata, e ao longo da década de 1940, D. Carlos José de Bragança, edificou e completou a matriz dos actuais edifícios. A 300 metros da casa principal localizam-se algumas ruinas com paredes em pedra, sitas numa colina apelidada do lugar do prateiro. Reza a história, de que nessas ruinas trabalhava um ourives, e que na Quinta da Prata se encontram enterradas 2 carroças com diversos objectos de prata, provenientes da era dos tesouros sertorianos do século I a.C e que foram enterrados durante as guerras sertorianas hispânicas, fazendo jus à forte presença de achados numismáticos e de prata em Santana da Carnota, uma das vias utilizadas pelo império romano.
Na década de 1880, a Quinta do Álamo é herdada por D. José Bernardino de Bragança, encontrando-se inscrito numa pedra de um dos edifícios anexos à casa principal as suas insígnias “JB” e o ano de 1886.
Com o falecimento de sua mãe D. Maria Carlota, o título de Duque de Lafões da sua avó materna, e os de Marquês de Arronches e Conde de Miranda, passaram para o filho mais velho D. Caetano Segismundo de Bragança, irmão do então proprietário da Quinta do Álamo. Aos sucessores de D. Caetano, até ao seu bisneto, foram acrescidos os títulos de Marquês de Marialva, Conde de Cavaleiros, Conde de Cantanhede. A Casa de Lafões foi criada pelo Rei D. João V, filho de El Rei D. Pedro II, por decreto de 17 de Fevereiro de 1718, que cria e concede o título de Duque de Lafões ao seu sobrinho D. Pedro Henrique de Bragança, e que sem descendência passou o título ao seu irmão, o general D. João Carlos de Bragança, 2º Duque de Lafões e neto de El Rei D. Pedro II.
A referência na obra de Guilherme Henriques (Carnota) de 1873, de que a Quinta do Álamo em 1707 era pertença do Marquês de Arronches, significa que teria pertencido a D. Henrique Sousa Tavares, 1º Marquês de Arronches, 3º Conde de Miranda e 28º Senhor da Casa de Sousa, falecido em 1706, e cujos títulos passaram para sua neta D. Mariana e para a filha D. Luisa Casimira de Sousa Nassau e Ligne, que vem a casar com D. Miguel de Bragança, filho de El Rei D. Pedro II, e pela continuidade de sucessão os títulos de Marquês de Arronches, Conde de Miranda do Corvo e Senhor da Casa de Sousa passam em 1718 para os filhos de D. Miguel, D. Pedro Henrique primeiro e depois para o 2º Duque de Lafões D. João Carlos.
Por sucessão directa os títulos de Duque de Lafões e Marquês de Arronches passam de D. João Carlos de Bragança para sua filha D. Ana Maria, e por sua vez para primogénita D. Maria Carlota, mas apenas o de Marquesa, e para o seu neto D. Caetano Segismundo o de 4º Duque de Lafões e por morte da mãe passa também para D.Caetano os título de Marquês de Arronches. No entanto, entre as sucessões e heranças, a Quinta do Álamo é herdada pelo irmão, D. José Bernardino de Bragança, de D. Caetano 4º Duque Lafões e 7 Marquês de Arronches.
Na década de 1930, as três Quintas, Álamo, Prata e Boafaria, pertenciam à mesma família, o Álamo a D. José Bernardino de Bragança, a Quinta da Prata a seu filho D. Carlos José de Bragança e a Quinta da Boafaria a sua filha D. Maria Carlota, que vem a casar com Eduardo Correia de Sá.
Em suma, as três quintas contíguas, ficaram em família, por via de D. José irmão do 4º Duque de Lafões D. Caetano. A D. José Bernardino não lhe foram atribuídos títulos nobiliárquicos, mas pela sua notariedade foi dado o seu nome a actual Rua D. José Bernardino de Bragança sita na zona de Marvila.
A suposição de que a origem do nome da Quinta do Álamo possa derivar do apelido da esposa, Leonor Osete y del Alamo, do seu irmão 4º Duque de Lafões D. Caetano, não procede, não só pelo facto de ter nascido em 1871, mas essencialmente por não ter sido, por casamento, co-proprietária da quinta, mas sim seu cunhado D. José Bernardino.
Com o falecimento de D. José Bernardino, a Quinta do Álamo foi herdada pelos restantes filhos, excepto os que receberam as Quintas da BoaFaria e da Prata, dos quais o herdeiro neto com maior destaque é D. Segismundo Caetano da Camara de Bragança, renome nas lides da guitarra no fado, entretanto falecido.
A respeito da Quinta da BoaFuria, não tenho informação relevante que possa esclarecer se alguma vez foi pertença de Lobo Gama em 1700, antes de ter sido adquirida pela família da Casa de Lafões e por sucessão pertença actual dos netos/bisnetos de D. José Bernardino por via da filha de D. Maria Carlota Ana Jacinta Ribeiro da Silva de Bragança Correia de Sá
Poderei promover a partilha do contacto da neta que reside actualmente na Quinta da BoaFuria, e estou disponível para partilhar fotos e informações por mail.
Os meus cumprimentos,
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Marquês de Marialva
Caro Diogo de Bragança,
Muito obrigado pelos seus esclarecimentos.
Entretanto, já encontrei prova documental de que o Capitão-Mor Bartolomeu Lobo da Gama não é filho do Capitão António Lobo da Gama que morreu em Omã, em 1652, mas sim de outro António Lobo da Gama, de Povos, que faleceu antes de 1640, conforme uma procuração passada nesse ano pela sua viúva, Margarida de Arez de Vasconcelos, ao seu segundo marido, cujo sumário se encontra publicado no Index das Escrituras de Lisboa. E não há dúvidas de que Bartolomeu Lobo da Gama era filho de António Lobo da Gama, marido de Margarida de Arez de Vasconcelos, informação que consta do Sumário Matrimonial do mesmo com Joana de Abreu de Freitas, arquivado na ANTT.
Acresce que na ANTT existe também um alvará de uma mercê de um Hábito de Cristo para quem casasse com as filhas do Capitão António Lobo Gama, o que também afasta a sua relação com Bartolomeu Lobo da Gama (https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7432425).
Assim, creio que fica definitivamente comprovado que Guilherme João Carlos Henriques confundiu os dois Antónios Lobo da Gama, por serem homónimos, não havendo assim nada que ligue o Capitão Bartolomeu Lobo da Gama à Quinta da Boafaria, restando apenas a evidência documental de que ele e sua mulher Joana de Abreu de Freitas foram proprietários da Quinta da Prata, pelo menos até à morte desta em 1708, conforme resulta, entre outros, do seu testamento, em que ela é dada como residente naquela quinta.
Claudio Monteiro
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Marquês de Marialva
Caro Diogo de Bragança,
Agradeço desde já o seu valioso contributo e qual espero que possa aceder no envio das fotos e documentos por e-mail, o qual já indiquei na mensagem com o Sr. Cláudio Monteiro, num post mais acima.
De referir que algumas das informações que presta no seu depoimento, através das minhas investigações eu já tinha conseguido atingir, depois contei com um grande contributo da parte do Sr. Salvador Corrêa de Sá, que organizou um jantar em sua casa, tendo o privilégio juntamente com o presidente da junta de freguesia de Carnota, de privar com o Sr. Salvador, as suas irmãs e cunhados, destacando a ajuda que o Sr. Francisco de Vasconcellos me tem dado, com documentos esclarecedores.
Nesse jantar coloquei uma questão, uma mera trivialidade, talvez como neto me possa ajudar, em todas as informações que recolhi sobre o seu avô D. Carlos, é que nasceu em 1905, mas no jazigo em sua memória, que se encontra em Santana da Carnota, está 1904.
Eu nasci em 1988, não tenho memória do seu avô, ao contrário dos meus pais que se lembram muito bem dele, depois conheço o Sr. Manuel (para os demais, era o caseiro da Quinta do Álamo e por fim o motorista do D. Carlos), que antes desta malvada pandemia, sempre que nos encontrávamos perdíamos horas a falar do D. Carlos.
Cheguei a visitar a quinta da Prata, por fora, tenho a ideia que existia um marco com o brasão de Portugal ou dos descobrimentos, tenho esta imagem, se calhar estou enganado, mas desde que passou para a mão dos italianos, o acesso à quinta ficou fechado e já não é possível passar ao pé da fachada principal, que eu penso que fosse daí que se conseguia visualizar o tal marco, por falar nos italianos, a quinta está ao abandono e colocada à venda.
Isto da história é fascinante, quando se trata de famílias grandes existe coincidências engraçadas, como a enumerada pelo Sr. Diogo na caso da Leonor Osete y Álamo, que eu também tenho de corroborar a informação, acrescentando que em 1497 já a zona era conhecida como Álamo, mas existe outra que será coincidência ou veracidade, peço a sua opinião, como enumerou no seu contributo, o 2.º Duque de Lafões era João Carlos de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva, não sei se cometo algum erro falando como 3.ª Duquesa de Lafões, mas a sua mulher Henriqueta Maria Júlia de Lorena e Menezes, era irmã Maria Margarida do Carmo de Lorena e Menezes, que casou com Agostinho Domingos José de Mendonça Rolim de Moura Barreto, 1º Marquês de Loulé, 8º Conde de Vale de Reis (bisneto António de Noronha, 2º Marquês de Agenja), será coincidência que uma das entradas para a quinta fica em Vale Reis? Reforça ainda mais a minha "inquietação", existe a nível do registo territorial uma zona denominada "Quinta de Vale de Reis" a culminar no Padre Luiz Cardoso, Diccionario Geografico, 1747, escreveu "…São filiaes desta Paroquia cinco Igrejas Curatos…o de Santa Anna da Carnota...Jesu Maria Joseph na quinta do conde de Val de Reys; Nossa Senhora da Conceição na quinta da Pipa; S. Bento na quinta da Prata; Nossa Senhora da Piedade na quinta da Gataria…", confuso? Eu sei que também fala na Quinta da Prata, mas temos que atender ao rigor de 1747, decerto uma delas será a da Boafaria.
Agradeço desde já a ajuda prestada, seria bom ouvir o contributo da parte da sua família que ainda reside na quinta da Boafaria, espero que com mais sorte, deixei uma carta na caixa do correio a pedir uma "audiência", não obtive resposta, mas terei todo o gosto em conversar, presencialmente está complicado, que seja por e-mail.
Subscrevo com a maior estima e consideração,
Luís Carvalho
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