Paivas em Belém do Pará (Brasil)

Funchal 7-11-1910

"Querida Alice
Com imensas saudades escrevo-te esta carta do Monte Palace Hotel para contar-te a minha viagem.
Recebi todos os telegramas que tu mandaste, o primeiro chegou às 10.25 minutos da noite e o último às 11.25.
Respondi a todos como pude, mas não sei se chegaram até ahi, porque o aparelho de que me servi era um pouco primitivo.
Utilizei-me de uma das lâmpadas eléctricas da ré do San Miguel que cobria com o meu chapéu e logo depois descobria para responder aos teus signaes.
Não sei se fui visto, diz-me se viste?
Levei no convez até ás 2 horas da manhã.
Como o tempo estava mao o vapor só sahiu às 4 da madrugada.
Chegamos em Santa Maria às 10 horas sahindo às 2 da tarde.
Enjoei um pouco ao sahir de Santa Maria porque o mar estava um tanto agitado.
O dia de Domingo passei explendidamente bem, mas muito triste.
De momento em momento tirava o relogio para ver o que tu estavas fazendo ahi em Ponta Delgada e assim fiquei mais distrahido.
Um malvado d’um sujeito cantou a Maura trez vezes, não contentando-se com uma só vez, naturalmente sabia que eu gostava.
Chegamos às 6 horas no Funchal com um tempo excelente.
Mando-te d’aqui uma colecção de 27 postaes com vistas e costumes da Madeira.
Adeus até Lisboa. Visitas à todos. Dá por mim um abraço apertado na tia Olivia, outro no tio Pimentel e aceita um ainda mais apertado do primo e amigo.
Jayme
N.R. Estou perto de uma ingleza que está fumando e bebendo wisky. – Enjoa a tabaco que é uma peste."

Caros confrades,
Transcrevo aqui uma carta recebida por minha avó paterna, Alice Maria de Paiva Pimentel (1885-1971), escrita por ser primo, Jayme de Paiva, natural de Belém do Pará. A minha avó era filha de Olivia da Silva Paiva, natural de Belém (Pará). Não tenha qualquer informação sobre Jayme de Paiva a não ser esta carta, escrita em 1910, mas suponho que o mesmo seria prima direto de Alice.

Caso haja algum descendente ou parente de Jayme, muito agradecia que me fornecesse informações.
Muito grato,
Melhores cumprimentos
José Manuel Tavares Rebelo.

Resposta

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