Assento de matrimónio misterioso
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Assento de matrimónio misterioso
Vejam os confrades que curioso este assento que transcrevo...
"Aos seis de Fevereiro de mil oitocentos e vinte hum em o Oratório do Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Bispo deste Bispado, e em prezença do mesmo Senhor e das testemunhas abaixo asignadas, pellas nove horas da noute se receberão em matrimonio na forma da Santa Igreja, sendo primeiro dispensados pelo dito Excelentíssimo Senhor supra, do segundo grao misto ao terceiro de consanguinidade, o Capitão Joaquim Ignacio Ribeiro, natural da Sé desta cidade, filho de pais incognitos, e Dona Maria das Dores Beralda de São Jozé, natural da mesma Sé, filha legítima do Tenente Coronel Jerónimo Pereira Chrispim e de Dona Anna Florinda da Cruz, e nada mais me disserão. Na mesma ocazião receberão as Bençaos Nupciais, na forma da Santa Igreja; de que para constar fiz este assento."
https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939F-KF98-2?i=61&wc=M5JW-6TR%3A371870001%2C371868902%2C373513201&cc=2177299
[Imagem 62, parte inferior da página direita]
Meus questionamentos:
1 - As testemunhas, cujas assinaturas são apenas parcialmente legíveis, parecem-me ser "Francisco Ignacio de Souza e [apelido ilegível]" e "Manoel Innocencio de [apelido ilegível, talvez Vasconcellos]". Alguém consegue decifrá-las?
2 - Qual era o parentesco entre os noivos que exigiu uma "dispensa do segundo grau misto ao terceiro de consanguinidade"?
3 - Afinal, se os pais do noivo eram mesmo incógnitos, por que foi necessária uma dispensa? Como sabiam que havia consanguinidade entre o noivo e a noiva e até a naturalidade do noivo, se seus pais eram supostamente desconhecidos?
Ficarei agradecido a todos que derem seu parecer neste pequeno mistério genealógico.
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Assento de matrimónio misterioso
P.S.: Ao que tudo indica, as testemunhas são Francisco Inácio de Sousa Queirós, o coronel que emprestou seu nome à "Bernarda de Francisco Inácio", e Manuel Inocêncio de Vasconcelos, que poderá ser parente de Jerônimo Pereira Crispim de Vasconcelos, pai da noiva.
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Assento de matrimónio misterioso
Encontrei o assento de matrimónio dos pais de Maria das Dores Beralda de São José:
"Aos vinte e dois de Outubro de mil setecentos e noventa e quatro, nesta Sé, feitas as denunciações, sem impedimento, e por despacho do Reverendíssimo Doutor Vigário Capitular, em minha presença, e das testemunhas, o Doutor José Arouche de Toledo, e o Capitão José Pinto, pelas quatro horas da tarde, se receberam em matrimónimo na forma do Concílio Tridentino JERÔNIMO PEREIRA CRISPIM DE VASCONCELOS, cabo de esquadra da cavalaria da legião de voluntários reais, filho de MANUEL PEREIRA CRISPIM e de FRANCISCA MARIA DA ENCARNAÇÃO, com dona ANA FLORINDA DA CRUZ, exposta em casa do falecido cirurgião-mor Jerônimo Rodrigues, filha de pais incógnitos, ambos os contraentes naturais e fregueses desta Sé, e logo receberam as bênçãos nupciais e para constar fiz este assento, que assinei com as testemunhas. Gaspar Ribeiro de Matos e Sales. José Arouche de Toledo. José Pinto."
Imagem 511 - Número do Filme: 008162927
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS2Q-G96Z-X?i=510&cat=43915
Quanto aos pais do noivo, persiste o mistério, com uma curiosidade: Toda a descendência do casal Joaquim Inácio Ribeiro e Maria das Dores Beralda de São José adotou os apelidos combinados "Vasconcelos Machado" na geração seguinte.
"Vasconcelos" é do costado materno, pois a mãe de Jerônimo Pereira Crispim de Vasconcelos era Francisca Maria da Encarnação de Vasconcelos, filha de Alexandre Francisco de Vasconcelos e de Gertrudes Maria da Assunção de Siqueira, com ancestralidade bastante documentada na Genealogia Paulistana.
Quanto a "Machado", poderá ser do pai incógnito de Joaquim Inácio Ribeiro?
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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