grafia dos nomes e apelidos

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grafia dos nomes e apelidos

#17760 | JCA | 27 fev 2002 22:55

Caros participantes
Agradecia ajuda dos especialistas, para as seguintes questões:
Quanto á grafia dos apelidos, gostava de saber se existe alguma regra ou norma legal que, concretamente, a defina.Por exemplo, em apelidos estrangeiros será lícito ou obrigatório o seu "aportuguesamento"? e será que o foi no passado? E como se poderá reaver um nome original depois de já ter sido usado "aportuguesado" em gerações anteriores?

Cumprimentos,

José Alvez

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#17762 | artur41 | 27 fev 2002 23:53 | Em resposta a: #17760

Caro José Alvez


Eis um pergunta deveras interessante. Para não irmos mais longe, tomemos, como exemplo, o apelido (agnome) «Camisão»: evoluiu de «Camisson» para «Camison», em Espanha. Em Portugal o primeiro que veio para Portugal, Christoval Gomes «Camisson», teve um filho que utilizou a grafia «Camizão» (António Martins «Camizão»), sua neta usou a grafia, no feminino, «Camizona» (D.Maria Martins «Camizona»); hoje em dia, em Portugal usa-se a grafia «Camisão».
Se quer que lhe diga, ainda não sei bem quando a grafia aportuguesou-se: posso aventar a hipótese da naturalização (pura e simples, ou por causa do casamento com uma portuguesa) de Christoval Gomes «Camisson». Em documentos posteriores à concessão de carta de brasão de armas (14 de Agosto de 1612) aparece como Christovão Gomes «Camizão».
Existem variadíssimos exemplos, gostaria ,também, que outros colegas se pronunciassem.


Com os melhores cumprimentos

Artur Camisão Soares

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#17763 | Johnny | 28 fev 2002 00:34 | Em resposta a: #17760

Caro José,
Não sei se adianta muito, mas posso contar o meu próprio caso, e do meu filho, ele, também John.
Nasci em Portugal, Lisboa, Freguesia da Lapa, em 12.03.1945 (estou quase a fazer anos...-:))
Quando o meu Pai, tentou fazer o meu registo na Consevatória, disseram-lhe logo (de modo taxatixo) que não era possível...!!??
Não poderia ser John, teria que ser um nome português, por ex: João, ou então um nome cuja fonia se assemelhase a John (confesso que de momento não estou a ver nenhuma a não ser Jorge).
Quanto ao apelido Léchaud, chegaram a dizer que "aceitavam" (estes tipos eram humildes) Sousa (parecido com Léchaud!!! antes fosse Chousa...-:))), ou mais incrível ainda, sugeriram ...Alexandre!! (seria melhor Luis de Sousa). O meu Pai, levou três ou quatro meses para conseguir o registo, tal qual está, mas conseguiu. Convenhemos que os tempos eram outros, havia alguma prépotência...e a Lei também a isso obrigava.
Ainda não tinha chegado o tempo das Sandras Vanessas...(sem ofensa para as ditas).
Em relação, ao meu filho, passou-se mais ou menos a mesma coisa (vinte e cinco anos depois).
Não houve problemas em relação ao apelido, mas fizeram questão que se chamasse João etc etc.
Encortando, levei também três meses para registá-lo. Enfim, até chegar esse momento glorioso, apesar de tudo era o nosso primeiro filho, e como não tinha identidade oficial, resolvemos chamá-lo carinhosamente "O Batata"..
Pelo que disse, talvez se chatear esses tipos das Conservatórias, venha a poder reutilizar de novo, algum apelido que tenha sido aportuguesado.
Esqueci-me de contar, que a resoluçaõ dos epísódios relatados, foram largamente facilitados, por o meu Pai e eu próprio termos nacionalidade Suiça. Tivemos que pedir ajuda na Embaixada.
Um grande abraço, e boa sorte,
Johnny

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#17911 | JCA | 02 mar 2002 14:52 | Em resposta a: #17763

Caros Artur Camisão e Johnny

Antes de mais agradeço as vossas respostas. Realmente parece que há uma certa confusão entre os próprios conservadores, uns são mais cultos e racionais outros mais medíocres e escudados na letra da Lei.
No entanto parece-me que não deve haver nenhuma Lei que retire a alguém o "direito" ao nome, e quando digo nome refiro-me, com certeza, ao apelido dos ascendentes directos. No entanto também acho que por uma questão de prepotência ou ignorância, por vezes, eram os próprios conservadores e ajudantes que "aportuguesavam" os nomes sem pedir opinião, não que daí venha qualquer mal ao mundo, no entanto penso que qualquer descendente directo desses a quem foi adaptado o nome, deveriam poder retoma-lo na sua forma original, caso assim o entendessem e fizessem nisso questão de honra, independentemente da "classe"ou proveniência do apelido original.
Já agora levanto outra variante da questão; e se um ascendente, por qualquer motivo, resolveu abolir do nome dos seus filhos um apelido, raíz da família? Será lícito duas ou três gerações após isso, o mesmo ser retomado? Penso que sim, mas gostava de ouvir opiniões avalizadas,

Cumprimentos,

José Alvez

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#18007 | Fernando | 04 mar 2002 17:06 | Em resposta a: #17763

Caro Johnny,

Confesso que não compreendo a lei e a sua falta de lógica (leia-se coerência técnica).
Porque é que não se aceita John alegando que o nome português para o mesmo é João e depois se aceita Elisabete (quando deveria corresponder ao português Isabel) ou Tomás (nome espanhol que deveria corresponder ao nosso Tomé), etc, etc. E já agora conheço outros casos em que as conservatórias teimaram em não aceitar nomes como Lis (alegando que corresponde a diminuitivo), Lino (pois seria diminuitivo de Adelino), etc...

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#18014 | cm | 04 mar 2002 19:36 | Em resposta a: #18007

Meus caros,

Suponho que no caso de Elisabete, já será pedir muito que o associem a Isabel. Isto para já não falar de casos conhecidos de nomes próprios deturpados porque os funcionários não sabiam escrevê-los correctamente - isto ainda não há muitos anos. Claro que deveriam ser excepções, mas existiram.
No nosso tempo fizeram as tais leis cuja lógica deixa muito a desejar, já que a própria constituição fala no direito ao nome - ora isto briga com a imposição de o alterar seja sob que pretexto fôr.
Quanto ao passado, suponho que não haveria estas barbaridades e admito que o aportuguesamento dos apelidos partiria dos próprios, talvez para facilitar a sua integração.
Tenho um exemplo na família - o apelido Prostes que foi a versão portuguesa do holandês Proost. Não disponho de elementos que indiquem a razão da mudança, mas chegaram cá como Proost e pelo menos no sec. XVIII já eram Prostes. Poderia eventualmente tratar-se duma imposição quando pretendessem ocupar algum cargo com alguma notoriedade, mas suponho que nunca à nascença.

Cumprimentos,
Conceição Mascarenhas

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#22525 | joaquimreis | 08 jun 2002 01:13 | Em resposta a: #18014

bem, em primeiro lugar não é muito dificil mudar o nome ou o apelido, basta estar disposto a gastar uma boa centena de euros e dar com o conservador certo. Quanto aos nomes a história é outra: os funcionários do registo civil e mesmo anteriormente os senhores padres, escreviam os nomes de cada um ou os apelidos conforme lhes soava fonéticamente, veja-se o caso de um meu antepassado chamado Pechem (derivará de algum aportuguesamento chinês?) que tinha dois filhos o Manuel Pechão e o António Pechem. Hoje nenhum dos sobrenomes existe, tendo em ambos os casos mudado para Paixão......:)

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#22529 | orgc | 08 jun 2002 01:43 | Em resposta a: #22525

De apelido-Paixão-há uum grande arqueólogo português,de renome internacional e parece-me que é prof.univ.-o Doutor Cavaleiro Paixão.Mais não sei.
Cumprimentos
Rafael Carvalho

Da Guia e Albufeira tenho alguns antepassados.

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#22531 | joaquimreis | 08 jun 2002 01:55 | Em resposta a: #22529

orgc
obrigado pela ajuda. Os seus antepassados da Guia e Albufeira pertencem a que familias?

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RE: grafia dos nomes e apelidos

#22533 | orgc | 08 jun 2002 02:21 | Em resposta a: #22531

Se consultar o tópico-Famílias algarvias(âmbito muito alargado)-terá lá a indicação de algumas.Nessa altura,usava outro nome,como autor.
R.C.

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