Conhecer os colaterais? E mais algumas dúvidas...

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Conhecer os colaterais? E mais algumas dúvidas...

#404550 | MartinsBraz | 23 jun 2018 04:25

Caros,

Reiniciei o estudo da genealogia há poucos meses mas é, de facto, um mundo fascinante. Por razões familiares várias nunca tive contacto com os meus ascendentes (pais falecidos muito cedo e apenas conheci um avó), pelo que o interrogatório normal aos mais velhos na família sobre os avós que se lembrassem nunca foi possível fazer. Por isso iniciei este estudo, com a minha própria certidão de nascimento.

Agora encontro-me na 8.ª geração na linha paterna e na 6.ª geração na linha materna. Quanto ao estudo da linha materna ainda só cheguei aos trisavós. Acho que é o momento de colocar algumas questões e ver se consigo que me ajudem.

1 - é preferível seguir uma linha até ao fim (pelo menos com os paroquiais) e depois fazer outra linha e por aí em diante ou, em alternativa, ir construindo a nossa árvore de forma equilibrada, ou seja, subir geração a geração em todos os ascendentes?

2 - Na minha linha materna tenho o apelido Martins... mas que na geração dos bisavós desaparece, passando ao apelido Rato. Aliás, esse apelido Martins é até o apelido da minha avó. O apelido do meu avô era Gabriel, que a minha mãe (por qualquer razão que desconheço, não me quis passar, preferindo passar o apelido Martins). Chego aos meus bisavós Rato e os seus pais são Rato e Mendes... ou seja, não faço a mínima ideia de como apareceu o Martins algures na minha avó mas desconheço como (não são também os apelidos dos padrinhos do seu baptismo). Esta situação é normal? Alguma justificação "normal" para esta situação?

3 - Do lado paterno, sempre ouvi a história do meu bisavô Francisco que teria um irmão Bartolomeu. Também me recordo, quando era muito criança, de ouvir a minha avó contar a história de uma vez que foi a casa da minha bisavó (sogra) e do vizinho ter gritado (não interessa agora porquê) "Ó Antónia". Dessa história retirei que o meu avó Fernando era filho de Francisco e Antónia e que Francisco tinha um irmão Bartolomeu. Ora, consegui confirmar tudo isto pelos paroquiais. Mas ficam algumas dúvidas:

a) como saber se Bartolomeu e Francisco tinham mais irmãos? Terei de ler todos os paroquiais da freguesia naqueles anos e ver se os trisavós surgem em mais algum assento como pais? E se entretanto o bisavô (que era guarda) teve outro filho (ilegítimo) noutra freguesia? Como descobrir isso?

b) como é que consigo seguir a linha colateral de Bartolomeu? É possível encontrar algum método que me permita saber se ele teve descendência (sei que casou na freguesia de nascimento - Alcafozes, mas morreu em Lisboa e pelo intermédio andou por meio país). Terei de ler todos os paroquiais (daquelas freguesias) para saber se ali aparece algum filho?

c) desconhecia isto, mas ao que parece todas as mulheres da 5.º geração para cima são registadas com o apelido das mães e algumas aparecem depois nos casamentos já com os apelidos dos pais. Isto é uma situação normal nos anos 1860-1900? É que nunca tinha ouvido tal coisa.

Se puderem ajudar o "novato" agradeço.

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#404557 | ppb | 23 jun 2018 14:24 | Em resposta a: #404550

Boa tarde,

Posso partilhar a minha experiência nas pesquisas que tenho feito.

1. Por método segui uma linha até ao fim. Por vezes essa linha não avança mais, passo para outra.
Por vezes surge alguma questão noutra linha que suscita interesse e vou por ali e volto mais tarde a esta.
Julgo que dependerá do que pretende investigar em concreto e das pistas que vão aparecendo.

2. É perfeitamente normal os apelidos em determinada altura mudarem, consoante a importância da família que predomina, o querer elogiar os bisavós, a Casa…
Há muitos casos em que é difícil apanhar porque linha surge determinado apelido, precisamente por questões desse género.

3. Se nenhum participante deste fórum estudou esses ramos, julgo que terá muita leitura a fazer nos paroquiais.

Boas pesquisas!

Pedro Bandola

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#404562 | FilipeFlard | 23 jun 2018 19:25 | Em resposta a: #404550

Caro confrade,

Respondendo de acordo com a minha experiência:

1 - Sigo uma linha até onde posso. Se começa a dar muito trabalho e não sei por onde prosseguir, passo a outra. Depois de algum tempo, volto à linha em que tinha parado de trabalhar. Pode parecer um tanto atécnico, mas é como mais me agrada trabalhar. Sempre descubro algo novo e não estou a trabalhar por meses até conseguir um resultado...

2 - Talvez encontre o apelido aparentemente isolado nas gerações anteriores. Ou não. A razão de alguns apelidos adentrarem na família costuma ser difícil de averiguar. Tenho antepassados em que apelidos simplesmente surgem de uma geração para outra, sem que se possa saber o porquê. Questão de gosto? Homenagem a alguém? Só Deus sabe.

3a - Sim, deverá investigar os assentos de batismo na freguesia para ver se encontra mais filhos de seus trisavós. Se eles tiverem tido filhos em outra freguesia, terá de investigar nesta outra freguesia, mas evidentemente só poderá fazê-lo se souber em qual freguesia procurar. Se está buscando possíveis filhos deles, convém verificar as freguesias de batismo, casamento e óbito dos seus antepassados. As pessoas antigamente não mudavam muito de morada, razão por que quem nasceu na freguesia X, casou na freguesia Y e faleceu na freguesia Z provavelmente terá tido os filhos em X, Y ou Z. Testamentos, escrituras de terras e outros documentos podem conter pistas interessantes. Eis um bom caminho para pesquisar: https://portal.arquivos.pt/

3b - Em princípio, sim. Se souber, porém, os nomes das pessoas, sugiro que informe aqui no fórum. Pode ser que esteja na árvore genealógica de algum confrade, o que facilitará muito o seu trabalho.

3c - Sim, é bastante comum em determinadas regiões de Portugal que homens recebessem o apelido paterno e mulheres recebessem o apelido materno. Algumas mulheres também não recebiam apelido nenhum. Recebiam nomes de devoção como "Maria da Conceição", "Teresa de Jesus", "Quitéria da Assunção" e podiam adotar os apelidos do marido quando se casavam.

Cordiais cumprimentos,

Filipe

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#404603 | MartinsBraz | 25 jun 2018 15:28 | Em resposta a: #404557

A minha dúvida de seguir a linha até ao fim é porque as linhas paternas estão todas (até agora) em dois ou trÊs freguesias de um concelho. Ao seguir até ao fim determinada linha (estava a seguir a linha do apelido paterno), depois terei de voltar atrás a ler os mesmos paroquias para seguir a outra linha.

Acho que vou começar a fazer por geração e aproveito, como bem disse, para ler os paroquiais todos e ver se descubro colaterais, já que não tenho qualquer propósito em concreto. Quer dizer, não iniciei esta pesquisa com qualquer objectivo determinado que não o de procurar alcançar o maior número de antepassados possíveis.

Dos registos de casamento vou conseguido tirar algumas notas como profissões mas a verdade é que até agora é quase tudo jornaleiros. Estou na esperança que apareça algum "lavrador" para ver se vale a pena ir consultar os livros de escrituras. Até ao momento, dado que são todas pessoas de parcas posses, não me parece normal que fizessem escrituras ou testamentos. E penso que não haverá outros registos que me permitam saber mais sobre esses antepassados que não a respectiva ascendência e descendência, o que é pena.

Já dos bisavós, talvez os arquivos do exército tenham alguma referência dado que um dos meus bisavós, supostamente, esteve na Primeira Grande Guerra (o que sempre achei estranho dado que já teria 34 anos nessa altura).

Quanto à mudança dos apelidos, a dificuldade tem advindo do facto de terem apenas um nome próprio e um apelido. e normalmente as mulheres têm o apelido da mãe no nascimento mas depois quando casam, algumas já têm o apelido do pai (após o casamento algumas aparecem no óbito com o apelido de casamento, outras mantém o apelido do pai e ainda algumas mantém o apelido da mãe sempre).

A dificuldade de não haver Casas (estamos a falar de pessoas de muito baixos rendimentos, maioritariamente domésticas e jornaleiros) e a falta de mais apelidos têm causado alguma dificuldade em assumir os riscos inerentes à correcta identificação destes ascendentes. Por vezes, resulta a incerteza de estarmos a falar de mesmo do antepassado e não e outra pessoa que também nasceu pela mesma altura e cujos pais têm o mesmo nome (já mesmo os nomes dos respectivos pais são muito comuns "João", "Maria", José", "António", etc).

Filipe e Pedro, mais uma vez obrigado pela vossa ajuda.

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