O nosso Papa Gayo
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O nosso Papa Gayo
Caros confrades,
Alguèm sabe quais foram as fontes para a obra de Manuel José da Costa Felgueiras Gayo ?
Obrigado.
Boas festas de Natal
M. Cabral
rapoula /arroba/ free /ponto/ fr
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Caro confrade,
Mais do que o nosso "Papá Gayo" Felgueiras Gayo foi de facto, como muitos outros genealogistas da altura, um verdadeiro "Papagaio", transmitindo tudo o que via, ouvia ou lhe faziam chegar.
Um colector e recolector de memórias avulsas, de credibilidade muito variada, que não se deu ao trabalho de questionar.
Para mais, tentando integrar todos os elementos de um só apelido numa árvore comum.
É um "trabalho" que não pode servir de base a quem queira saber a sua ascendência. A não ser que busque algo para ficar bem numa moldura...
Cumprimentos,
A. T.
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Prezado confrade,
Foi um homem de seu tempo e com suas limitações, de fato, é uma obra com inúmeros erros, mas que serve para nos indicar pistas, e não deve servir como fonte única em uma genealogia, mas em muitas vezes ele também acertava, e muitas vezes também, indicava quais fontes usava, portanto, cabe o bom senso e exercício da criticidade, mas que sem dúvida, deixou o seu legado!
Vinícius.
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Prezado confrade Vinicius :
Estamos de acordo no essencial. Parecemos o “Dupont e Dupond”, com excepção da conclusão com que remata a sua mensagem.
Diz o caro confrade:
“Foi um homem de seu tempo e com suas limitações, de fato, é uma obra com inúmeros erros … “
Eu tinha dito:
“… Felgueiras Gayo foi de facto, como muitos outros genealogistas da altura, um verdadeiro "Papagaio", transmitindo tudo o que via, ouvia ou lhe faziam chegar...”
Diz ainda na sua mensagem:
“ … serve para nos indicar pistas, e não deve servir como fonte única em uma genealogia, mas em muitas vezes ele também acertava, e muitas vezes também, indicava quais fontes usava ...”
Eu dissera:
“ …. Um colector e recolector de memórias avulsas, de credibilidade muito variada, que não se deu ao trabalho de questionar… É um "trabalho" que não pode servir de base a quem queira saber a sua ascendência. A não ser que busque algo para ficar bem numa moldura...”
Só não estou de com a sua conclusão. “… sem dúvida, deixou o seu legado!”
A menos, no que não creio, que o confrade estivesse a ser irónico.
Quando ele “acerta” copia o que já fora dito ou escrito antes dele.
Quando “erra” aceita o que lhe disseram.
O ser um homem do “seu tempo” (todos os são) não deve deixar passar em claro os inúmeros erros.
Mais grave ainda, actualmente, em pleno século XXI, tantos e tantos continuam a difundir os inúmeros disparates que deixou escrito.
Culpa dele que os escreveu.
E de quem difundiu a sua “obra”, dando-lhe uma dimensão com que ele nunca sonhou que poderia vir a ter.
Compare com outros genealogistas, nomeadamente com Alão de Morais que viveu mais de 100 anos antes …
Para não falar de tantos outros que por economia de tempo não vou referir, tão gritante foi a diferença de critério e postura.
Cumprimentos,
A. T.
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Eu só pergunto: Qual é a alternativa ao Felgueiras Gayo!!?
Cumprimentos
miguel monteiro
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Secundo a pergunta de Miguel Monteiro, sem qualquer ironia ou acinte e, movido apenas por mera curiosidade, pergunto:
Em termos de fiabilidade e no período que vai do século XVIII até ao início do século XX, quais os melhores genealogistas?
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Obrigado pelas respostas.
Se resumo, notou o que ouvia e tera tambèm usado dados de Alão de Morais. Outras fontes ?
Mas como explicar que conhecia tanta gente de Norte a Sul ? Nobres mas tambèm outras pessoas: padres, comerciantes, barbeiros, medicos, ...
Hà bastantes gralhas e erros no "Gayo" mas guarda a sua importancia para todos.
Verifiquei o que me interessava e de facto tinha erros: Alz em vez de Glz, filhos a menos, lugares aproximativos, falta de datas ... mas globalmente ajuda bastante.
Alguem pensou em re-escrever o Gayo com a correção de todos nos ?
Boas festas de Natal a todos os confrades.
M. Cabral
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Boa tarde!
Fazer um trabalho daqueles, nas condições de então, é um trabalho a todos os títulos notável. Claro que tem erros, e muitos certamente. Mas nesta área de investigação, genealogia, em que não há contraprova, como na Matemática, onde se pudesse fazer análise dimensional ou prova dos 9, ou algo de parecido, é extremamente fácil cometer lapsos - não é Azevedo, é Azeredo, não é 1686, é 1668, não é filho, é neto, e assim sucessivamente. O principal, penso eu, é não forçar as deduções porque nos dá jeito. É, dentro das limitações das fontes, compulsando os textos com boa-fé , estabelecermos umas linhas de descendência, ou costados, verosímeis, mas sempre admitindo o erro, e dando o braço a torcer se algum confrade mais sabedor nos apontar o engano. Não temos que ficar melindrados por outros saberem mais que nós.
Cumprimentos, e Boas Festas reiteradas,
António Caetano
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Prezado confrade tmacedo,
Pois ainda creio que ele deixou seu legado, pois serve para nos darmos muitas pistas, e dos documentos que ele copiou como o senhor mesmo disse.
Concordo que ele errou em não ter um critério no que escreveu, mas se hoje dão essa enorme dimensão ao seu trabalho, o homem não tem culpa, aliás, a própria base de dados desse site aqui, e de outros como Geni e Family Search, são um desserviço muito maior para quem está nessas lides, a culpa é mesmo de quem procura essas "genealogias" espalhadas por aí, "para ficar bem numa moldura".
Cumprimentos, Vinícius.
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Mais uma vez obrigado pelos pontos de vista.
O pergunta fica no ar...
Como F. Gayo, um minhoto, conhecia os pais dum "mestre de meninos" de Sortelha, os avos dum barbeiro e outros mais nos confins da comarca de Castelo-Branco ?
Devia ter fontes mais não sei donde vinham
Cumprimentos para todos
M. Cabral
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Caros confrades Miguel Monteiro, João Pombo, M. Cabral, António Caetano, Vinicius
e todos os demais confrades interessados no tema,
Julgo útil esta reflexão sobre o Gayo. A minha posição extremamente crítica sobre a sua “obra” exige uma explicação que tentarei fazer.
Julgo-a pouco mais do que INÚTIL: aquilo que trouxe de “novidade”, e que a faz ser consultada por tantos, é o seu calcanhar de Aquiles – a ligação dos livros de linhagens medievais ao mundo moderno.
Assim, a busca de uma origem familiar medieval nas casas da pequena nobreza rural, da qual todos nós descendemos, é FALSA. É um arquivo setecentista de falsidades genealógicas.
Foi um produto do seu tempo que deverá ser visto como espelho de mentalidades da época, mas com pouco – ou nenhum – sumo genealógico.
Como sabemos, a genealogia foi-se “democratizando” ao longo dos séculos.
Na Baixa Idade Média só uma pequena elite da nobreza figura nos livros de genealogia – inicialmente uma meia dúzia de linhagens de ricos-homens, depois poucas dezenas de famílias. A maior parte dos escudeiros e membros de linhagens secundárias não constam nelas.
Com o Renascimento, a nobreza destacada do reino – os fidalgos – descendiam daquelas famílias destacadas. E sabiam como. Mas, ainda assim, eram uma pequena elite no seio da nobreza. Basta vermos os que são referidos por Damião de Gois, Xisto Tavares ou D. António de Lima, entre outros, e qual seria o número de todos os membros da nobreza ... Eram uma pequena parte dela.
De quantos cavaleiros das casas de D. João III, do infante D. Luís ou de D. Filipe I, não conhecemos a ascendência ?
Claro que houve sempre quem, por obras realizadas, se foi destacando e foi sendo nobilitado. No caso português, as oportunidades criadas pela expansão africana, atlântica, o comércio e navegação da Índia e a colonização do Brasil, muito contribuíram para isso.
Pelo final do século XVI e durante o século XVII a genealogia sofre uma clara democratização. Não sei se as convulsões com a perda da independência e a sua posterior recuperação, possam ter tido alguma influência, pelo desaparecimento de uns tantos e o aparecimento de outros.
Mas neste período aparecem muitas genealogias de elementos da pequena nobreza, muitas vezes rural. Mas também de famílias endinheiradas da burguesia e comércio, mais ligadas à vida urbana. Muitas delas localizadas no espaço e sem qualquer influência fora dele. Genealogias que se iniciam no elemento da família que iniciou a sua ascensão social. Os seus elementos tinham consciência da família a que pertenciam e os seus contemporâneos sabiam-no.
Começam num Gil Tomé, assim documentado, a quem os seus descendentes acrescentam um Pais, mais distintivo. Ou num Pedro Mendes, a quem os seus descendentes acrescentam um Barbuda, de medieva invocação. E tantos e tantos outros idênticos casos.
Neste período, aqui e acolá, começam a surgir origens fantasiosas de linhagens … que mais tarde ficaram plasmadas nas genealogias de setecentos, em que todo este processo tem a sua consolidação. Em setecentos, passadas alguma gerações, em que a memória das pessoas já não pode alcançar a “verdadeira” origem familiar, passa a poder ser aceite a patranha genealógica idealizada.
Entre o século XVII e o XVIII, o tal Gil Tomé, escudeiro da 1.ª metade do século XV, já acrescentado de Pais de Andrade, “passa a ser“ descendente dos Freires de Andrade, galegos. Pouco importa que fosse filho de Lopo Gil e de Catarina Afonso. Os seus descendentes passam a reivindicar pertencer a tão “ilustre estirpe”.
O tal Pedro Mendes, burguês do início do século XVI, para além do Barbuda já é acrescentado com o fidalgo “de Vasconcelos”.
Como chegamos aqui ?
No século XVIII aparecem as primeiras árvores de costados impressas, mas com espaços em branco, para serem preenchidas por quem o desejasse. Em todas as casas as haveria. Todos as preenchiam, rasuravam, copiavam ou alteravam. Muitas vezes colocando o seu nome e quem teria sido o seu autor original, noutras não. Foi uma moda que se propagou rápidamente. Constitui-se com o tempo uma comunidade de genealogistas e curiosos da história que vão trocando correspondência, árvores genealógicas ou tratados familiares. Disputando o seu saber e conhecimento. De norte a sul do país.
É esta evolução que o Gaio revela. Todo o seu “nobiliário” é a reunião destes processos familiares identitários. Nada acrescenta em termos genealógicos senão a fantasia, ou obsessão, da baixa nobreza do século XVIII se afirmar (por uma falsa via) descender dos ricos-homens referidos no “livro de linhagens do conde D. Pedro”. Livro que tão grande impressão deixou em toda a península e cujas primeiras edições impressas tinham saído entretanto.
O que Felgueiras Gayo fez, fizeram-no tantos outros no seu tempo. O que o distingue dos outros é a manutenção da sua “obra” em bom recato, guardado, e a enorme divulgação que teve quando resolveram editá-la no século XX.
O “Gayo” do nosso tempo é a base de dados do Geneall.
Todos nós, quando vemos uma bolinha azul num João da Cruz Fernandes, torcemos o nariz de dúvida. Sabendo que o João da Cruz Fernandes, certamente descendente de D. Afonso Henriques, não o seria pela via referida. Conscientes do problema, e na impossibilidade material da sua correcção, os administradores do site constituíram uma outra base de dados expurgada desses erros – o “Nós Portugueses”.
Da mesma forma devemos tratar o Gayo que não tem hipótese de correcção.
Nasceu torto e nunca mais se pode endireitar. O “administrador do site”, Felgueiras Gayo, não pode, não quis ou não sabia corrigir os erros das genealogias que foi coleccionando ao longo da vida. Também nunca sonhou que viessem a ter qualquer relevo.
Cabe-nos a nós dar-lhes não mais do que a importância que merecem.
Bom Natal e Feliz Ano para todos,
António Taveira
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Obrigado pela explicação e a vossa opinião muito interessante.
No meu caso, pude verificar e de facto tem alguns erros mas nem por isso.
Posso dizer que deu ajuda. Nada mais.
A genealogia dà muito trabalho de verificação. E fazemos todos erros de boa fé.
Como disse com razão o Gayo é um trabalho do seu tempo. Hoje devemos ter mais rigor.
Com toda amizade.
Manuel Cabral
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Caro António Taveira,
Obrigado pela explicação.
Efetivamente, não deixa de ser estranho que alguém que viveu no séc. XVIII conseguisse tanta informação sem provavelmente se levantar da cadeira. Imagino que na altura os genealogistas não andassem a vasculhar paroquiais ou a inquirir pelo Reino da nobreza das pessoas.
Cumprimentos e bom Natal.
JPL
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Prezado confrade António Taveira,
Muito pertinente sua colocação, é exatamente isso, cabe darmos à obra de Felgueiras Gayo, o valor que ela tem, nada mais!
E se me permite voltar à questão do Gil Tomé, devo-lhe um pedido de desculpas, mas como lhe havia dito, eu afinal nem descendente dele sou, pois justamente caí em uma dessas "fantasias genealógicas", mas nem por ma fé do autor, mais por falta de experiência minha, pois nas nossas primeiras mensagens em 2013 eu estava iniciando minhas pesquisas, havia começado em 2011, e estava sendo levado por essa suposta genealogia.
Votos de um Feliz Natal e Ano Novo!
Cumprimentos, Vinícius.
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Caro confrade:
Alão de Morais:
https://geneall.net/pt/forum/162745/camilo-castelo-branco-menciona-alao-de-morais/#a364978
Genealogias:
https://geneall.net/pt/forum/138079/genealogias-portuguesas/#a147512
https://geneall.net/pt/forum/21109/pero-coelho-trancoso/#a21367
Suponho que esta não está contemplada:
Nobiliário das Famílias da Comarca de Lamego do autor lamacense António Rebelo da Fonseca.
Na História do Bispado e Cidade de Lamego, lê-se que havia dificuldades com a genealogia dos morgados de Balsemão, e, que existiam confusões de nomes e datas nos arquivos das famílias dos nobres. O que leva a presumir que algumas das anomalias atribuidas aos genealogistas procediam da raiz.
Cumprimentos,
Miguel
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Recolocar Gayo no seu devido lugar, bem como as misteriosas fontes subsidiárias que sempre nortearam este preciso site, quer-me parecer, salvo melhor opinião,e salvaguardando as dimensões, exactamente a mesma utopia que explicar á Ortodoxia da Igreja Institucional que os quatros Evangelistas, foram apenas os que sobraram de um expurgo conciliar.
E nem me alargo mais, embora louve, e aprecie, a elegante isenção com que o assunto tem vindo a ser abordado.
Muito obrigado
Manuel Lamas de Mendonça
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