Pedido de ajuda para o confrade António Taveira

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Pedido de ajuda para o confrade António Taveira

#445195 | Faustoaott | 09 jan 2023 18:05

Boa tarde caro confrade

Há alguns anos atrás falou na possibilidade da consulta dos prazos para aceder à genealogia de certos personagens.
Gostaria de saber como o fazer, dado que tenho um antepassado de Tabuaço chamado Baptista Soeiro ou Baptista Soeiro da SIlva, que segundo os registos paroquais mais antigos, casou em 1667, foi proprietario e deixou terras aos seus filhos em testamento. Não sei quem foram os seus projenitores, mas gostaria de saber, uma vez que tenho suspeitas que estes poderá descender dos Baptista Spinolas das ilha da Madeira, no sítio de Porto Cruz.
Desde os meus antecipados agradecimentos.
Baptfausto

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#445220 | tmacedo | 10 jan 2023 12:42 | Em resposta a: #445195

Caro confrade Fausto Baptista,

Terá de perceber quem eram os grandes possuidores de terras nessa freguesia de Tabuaço. o Dicionário Corográfico de Américo Costa ou a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira serão boas ajudas nessa identificação.
Se forem grandes casas particulares os arquivos poderão ser de difícil acesso.
Se forem bens da casa real, do infantado, de ordens militares, de mitras diocesanas, de cabidos ou de mosteiros muitos dos prazos estão nos Arquivos Públicos.
Agora, em Tabuaço, muitas terras nas margens do rio Távora pertenciam ao mosteiro de São Pedro das Águias cujo rico cartório foi totalmente incendiado pela populaça após a extinção das ordens religiosas para evitar ter de vir a pagar foros ao Estado que "nacionalizou" os bens monásticos.

Cumprimentos,
A. T.

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#445222 | Faustoaott | 10 jan 2023 14:09 | Em resposta a: #445220

Muito obrigado pela sua informação.
Cumprimentos.
baptfausto

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#445224 | tmacedo | 10 jan 2023 15:03 | Em resposta a: #445222

Caro confrade,

Se me indicar qual a freguesia daquele concelho também lhe possa dar mais alguma informação.

Esqueci-me de lhe referir que pode ter importância saber quem apresentava o pároco da paróquia. Muitas vezes os apresentadores tinham largos bens na freguesia que emprazavam a terceiros.

Cump.,
A. T.

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#445237 | Faustoaott | 11 jan 2023 16:50 | Em resposta a: #445195

Boa tarde caro António Taveira

A freguesia solicitada é a dos Pinheiros, mas ligada Santa Leocádia, e está na documentação do Etombo, na zona que diz misto. Infelizmente o meu tempo não é muito, por motivos profissionais e recentemente ainda tive um novo contra tempo, a pen drive onde tinha as fotogtrafias da documentação das minhas investigações, avariou e queimou. Vou ter, quando tiver possibilidade de refazer este trabalho.
De qualquer maneira a pessoa referida nas mensagens anteriores, trata-se do meu eneavô por varonia.
Uma vez que sei que investigou sobre a familia Taveira, familia da mãe da minha avó paterna, não sei se terá informações sobre o entoncamento dos antigos senhores da quinta das Nogueiras, no Peso da Régua, (Taveiras de Magalhães, Pintos de Azevedo), ramo dos senhores da casa do Vallado em Vilarinho de Freires, (Taveiras, Carneiros, Sequieras, Carvalhães), com os primeiros Taveiras,
Quero-lhe referir que António é o meu sobrenome e Taveira é um dos meus quatro apelidos.
Agradecendo desde já noticias suas.
Com os meus melhores cumprimentos.
Fausto Baptista

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#445238 | tmacedo | 11 jan 2023 17:46 | Em resposta a: #445237

Boa tarde caro confrade Fausto Baptista,

Se conseguiu chegar ao seu 9.º avô por varonia foi mais longe do que eu ...
O mais longe que consegui chegar foi ao meu 8.º avô por varonia, João Vilela, "o velho", pai do meu 7.º avô, João Vilela, "o novo" ou "o menino Acúrsio", saborosa alcunha retirada da Eneida de Virgílio.

Sei que no século XIX havia uma família Baptista em Santa Leocádia mas não conheço as suas origens. Santa Leocádia e Pinheiros, na margem direita do rio Tedo, a uma certa distância do couto de S. Pedro das Águias, separadas pela antiga vila de Barcos, não teriam tanta dependência daquele antigo couto monástico. Julgo que a casa de Marialva tinha lá bens.

Sobre Taveiras julgo já ter trocado impressões consigo sobre o ramo de Fontes que descendem de Fernão Taveira (o mais novo dos 3 irmãos Taveira de Vila Real), nascido por 1470. Julgo até ter referido que os nobiliários estão errados na sua descendência.
A casa de Fontes descende de uma filha legitimada - Brites Taveira - de Pedro Taveira, filho mais velho daquele Fernão Taveira. Daquela Brites foi filho outro Pedro Taveira casado em Penaguião com Leonor de Magalhães.

Quanto à ligação daqueles 3 irmãos à linhagem medieval da família, tratada no chamado "Nobiliário do conde D. Pedro", é assunto que tratarei em futura publicação a editar.

Cumprimentos,
António Taveira

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#445241 | Faustoaott | 11 jan 2023 18:57 | Em resposta a: #445195

Boa tarde

Os meus sinceros agradecimentos pela sua informação.
Os meus Baptistas, saíram de Tabuaço no inicio do século dezoito, tendo vindo um dos netos do meu eneavô, o meu heptavô, casar em Armamar, no ano de 1731. Deveria ter passado a viver aí, tal como os seus descendentes e meus antepassados, pois até ao meu bisavô, inclusive, eram todos naturais de Armamar. O meu bisavô que teve como padrinho de batismo o Visconde de Valmor, veio para a cidade do Porto, onde casou e passou a viver, e onde eu sou natural.
Contudo deverá existir mais documentação sobre esta gente de Tabuaço, uma vez que, para além de eu ter lido, nos documentos que referi do Etombo, que o meu eneavô teria deixado terras em testamento aos seus filhos, também li, que que a sua nora, minha octavó, teria deixado em testamento terras a uma neta filha de uma filha.
Tenho dificuldade em encontrar essa documentação.
Se tiver alguma ideia onde poderei obtê-la fico grato
Os meus respeitosos cumprimentos.
Fausto Baptista

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#445251 | tmacedo | 12 jan 2023 12:00 | Em resposta a: #445241

Caro confrade,

Vou estar atento ao seu caso, até porque a vila de Barcos, onde existiram Araújos (ligados a Rebelos, Correias e Pintos) do meu tronco, desde final do século XVI, e onde viveram meus antepassados, é "tema" que tenho permanentemente debaixo de olho.

É possível que na documentação da Casa do Infantado, no ANTT, que sucedeu nos bens dos Marqueses de Castelo Rodrigo, possa existir referência a bens em Santa Leocádia.

O seu antepassado, Baptista Soeiro, foi provávelmente o patriarca da família Baptista dessa freguesia que depois se espalhou pelas terras circunvizinhas, nomeadamente em Santo Adrião e Marmelal, até aos nossos dias.

Cumprimentos,
A. T.

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#445252 | Faustoaott | 12 jan 2023 12:26 | Em resposta a: #445251

Caro confrade

É exatamente dessa gente de Santo Adrião e depois do Marmelal que vêm os meus projenitores por via varonil.
A esposa de Batista Soeiro, minha eneavó chamava-se Maria de Araújo.
Existe no Etombo o registo do casamento dos dois, mas não indica quem eram os pais.
Maia uma vez obrigado pela sua ajuda.
Cumprimentos.
Fausto Baptista

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#445311 | tmacedo | 15 jan 2023 14:48 | Em resposta a: #445252

Caro confrade Fausto Baptista,

A menção a Maria de Araújo como mulher do seu antepassado Baptista Soeiro fez-me ir ver o assento de casamento. Como lhe referi, tenho antepassados que viveram em Barcos no final de XVII e início de XVIII, de apelido Araújo, aparentados com os "Correia de Araújo Pinto Rebelo" daquela vila.

Os seus antepassados, naquele assento de casamento, são ditos moradores em Santa Leocádia, à época lugar da paróquia de Pinheiros. A igreja desta paróquia, naquela altura, era a medieval igreja de Sabroso, situada num alto, longe de qualquer povoação - a mais próxima era a vila de Barcos a cerca de 2 km. Foram testemunhas daquele casamento Manuel Rebelo e João Correia Pinto, de Barcos, daquela família que referi anteriormente. Seria Maria de Araújo aparentada com eles ?

Há referências a um António Soeiro, de Santa Leocádia, testemunha na mesma altura em que casa seu Baptista Soeiro. Seriam certamente familiares próximos. Irmãos ? Pai e filho ? Certamente que uma análise aprofundada dos paroquiais dar-nos-á mais informação.

É possível que o seu Baptista Soeiro seja familiar de um Fernão Soeiro (criado de Henrique da Mota, escrivão da câmara real), cerca de 4 gerações posterior, que, conjuntamente com Francisco Cabral, morador em Barcos, foi procurador de Simão Lopes para renunciar no ofício de escrivão dos orfãos de Barcos em 08.02.1544.
Infelizmente não sei onde param as notas que tirei há cerca de 35 anos dos paroquiais de Barcos. Como sabe ainda não estão on line.

Cumprimentos,
A. T.

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#445315 | Faustoaott | 15 jan 2023 16:38 | Em resposta a: #445311

Boa tarde caro António Taveira

Muito obrigado pela sua informação.

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#445318 | Faustoaott | 15 jan 2023 17:42 | Em resposta a: #445315

Caro confrade

Pelo que tenho lido, a família Soeiro era uma das mais importantes de Tabuaço da freguesia de Sendim, vizinha de Santa Leocádia.

https://geneall.net/pt/forum/2820/figueiredos-soares-soeiros-serao-todos-parentes/

#9254 | JCA | 17 Set 2001 13:05 | Em resposta a: #7729
Caro vasco Jácome
Conforme referi a fonte que vou citar é a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 28, pág.268, referente a Sendim, freguesia do Concelho de tabuaço:
"O Padre D.Joaquim de Azevedo, escrevendo em meados do Séc. XVIII, diz desta freguesia ...As famílias (fidalgas) dos Soeiros e Regos têm provisão para se fazer eleição de justiça em Sendim sem ambas serem chamadas.Os Soeiros foram padroeiros da Igreja; ainda têm banco para se sentarem na capela mor e sepultura.Destes é herdeira a viscondessa de Anadia por seu avô, e tem casas em Sendim e muitas fazendas. ..."

Então porquê alterar o apelido para Baptista. Batista ou Bautista.

Talvez por existir alguma relação com a família, Baptista Spinola da ilha da Madeira.

Explico:

Um individuo de apelido, Rego, que viveu no século VI, (apelido de outra das famílias importantes de Tabuaço) veio fugido de Viana do Castelo, para Tabuaço, onde viveu e constitui familia. Maia tarde imigrou para os Açores, onde uma de suas filhas de apelido Rego Figueiredo (Figueiredo apelido de outra das famílias importantes de Tabuaço), casou com um Baptista Spínola, da ilha da madeira, tendo os filhos do sexo masculino usado o apelido Rego de Figueiredo, e as filhas Baptista. Esse Baptista Spinola, foi viver para Cabo Verde, onde foi Juiz.
Presumivelmente, os varões teriam o apelido de sua mãe, para herdar os bens que esta teria deixado. presumivelmente em Tabuaço.
Ora Baptista era usado muitos vezes como nome próprio e outras vezes como apelido na família Spínola em Itália e até na ilha da Madeira.
Também sei que a família Azeredo, dos capitães-mores de Baião e de Barcos, que eram familiares tinham consortes de apelido Araújo, sendo que um deles com antepassados Teixeira (apelido que se ligou aos Baptistas da madeira por matrimónios), teve como nome próprio Baptista.
Este último era natural de Santa Leocádia, não de Tabuaçp, mas de Baião.
Também é facto, que os meus antepassado, depois de terem passado de Tabuaço a Armamar, passaram da freguesia de Santo Adrião para a freguesia de Vila Seca (lugar do Marmelal). Nessa passagem, o sobrenome passou de Baptista a Cardoso Baptista. A minha antepassada Cardoso, tinha como padrinho de Baptismo, o filho do Capitão-mor de Barcos da época, que sucedeu a seu pai como senhor da casa de Barcos e seu irmão, que morreu novo e sem sucessão o teve como padrinho o sargento-mor de Barcos.
Também li que Cristovão Colombo, o descobridor da América teria como mãe uma Spínola.
A família Baptista que existe no Brasil tem um Brasão de armas, que representam os Silvas, os duques/reis de Borgonha, antepassados dos Spínolas. sendo que a representação dos duques/reis de Borgonha, também está representada, no brasão do túmulo de Cristovão Colombo em Sevilha.
Daí as minhas suspeitas que existem ligações à ilha da Madeira, mas pelo para já não passam de meras conjeturas.
Mais mais vez obrigado pela sua ajuda.
Os meus respeitosos cumprimentos.
Fausto Baptista

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#445320 | Faustoaott | 15 jan 2023 18:30 | Em resposta a: #445318

boa tarde caro confrade

Faltou inserit o seguinte lihK:

https://www.freguesias.pt/portal/apresentacao_freguesia.php?cod=181913.

Mais uma vez os meus agradecimentos.

Fausto Baptista

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#445332 | Faustoaott | 16 jan 2023 15:34 | Em resposta a: #445195

Faltou inserit o seguinte lihK:

https://spinolahistory.wordpress.com/category/os-genoveses-spinola-na-ilha-da-madeira/

Desculpe as gralhas, mas tenho problemas visuais.

Mais uma vez os meus agradecimentos.

Fausto Baptista

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#445333 | Faustoaott | 16 jan 2023 15:46 | Em resposta a: #445195

Quero fazer algumas correções.

Em primeiro lugar os Azeredos não foram capitães-mores de Baião, mas senhores da casa da Lage,em Baião.

Curiosamente parentes dos meus Pintos de Azevedo, ligados aos meus Taveiras de Magalhães do outro ramo,que foram capitães-mores de Barqueiros, parentes dos capitães-mores de mesão-frio, familiares do senhores da casa da Lage, mas do ramo da mãe da minha avó paterna.

As semhoras Araújo, era dee facto só uma senhora antepassada dos senhores de Barcos de Baião.

Segundo o geneall, também era aprentada com Correias e Pintos.

https://geneall.net/pt/nome/30387/henrique-de-azeredo-e-vasconcelos.

Mais uma vez os meus agradecimentos.
Cumprimentos.
Fausto Baptista.

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#445334 | Faustoaott | 16 jan 2023 15:48 | Em resposta a: #445195

Correção onde afirmei Correias queria dizer Rebelos.

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#445335 | Faustoaott | 16 jan 2023 16:05 | Em resposta a: #445195

Envio a História de Sendim descrita pela junta de freguesia



Administrativamente, a vila de Sendim está integrada na Região do Alto-Douro, Distrito de Viseu, Concelho e Comarca de Tabuaço. Eclesiasticamente rege-se pelas leis episcopais da Diocese de Lamego. Orago é Santa Maria. Porém, em 1320, a padroeira era Nossa Senhora do Pranto; título, que em 1700 ainda conservava.
A Freguesia tem como Sede, Sendim: e os lugares de Aldeia, Paço, Percota, Guedieiros, Bouções, Corte Nova e Cabris. Comporta ainda no seu termo as quintas do Cristelo, Bom Jardim, S. Martinho, Ribeira, Sobral, Fábrica, Carvalha, Cabrida, Valbom, Telheiros, Casal e a Quinta do rio Távora.

Os censos de 2001, conferem à Freguesia 867 habitantes (405 homens e 462 mulheres), distribuídos por 641 fogos.

O padre Manuel Gonçalves da Costa, na História de Lamego, p. 80, diz o Seguinte: Santa Maria de Sendim, gozava do título de concelho e vila de el-rei, administrada por dois juizes ordinários e mais oficiais da câmara, alcaide e capitão-moro Contava em fins do século XVII, cerca de 80 vizinhos. Sendim, que no século XIV se denominava de (Sandim), albergava em 1758, uma população de 919 moradores, repartidos por 312 fogos; sendo 847 pessoas, maiores; 59, menores; e 13 clérigos. No ano de 1836, o número de fogos aumentava ligeiramente e fixava-se em 316.

O espaço geográfico da freguesia é de 22 Km2 e tem como povoações limítrofes: a Norte: Granginha, a sensivelmente 8Km. A Sul: Vilar, aproximadamente à mesma distância. A Este: Riodades, também a 8 Km. A Oeste: Arcos, a 4 Km. A Nordeste: Paredes da Beira, a 15 Km. A Noroeste: fixam-se as freguesias de Chavães e Paradela, rondando os 5 e os 6 Km, respectivamente. A Sudeste: encontra-se Escurquela, a 10 Km. E finalmente, a Sudoeste: situa-se Cabaços, a 8 Km.

A vila de Sendim, dista 15 Km da Sede do concelho e actualmente está bem servida de vias rodoviárias, com ligações a Norte: Tabuaço, Pinhão, Régua, etc. A Sul: Moimenta da Beira, Lamego, Viseu etc.



Nobreza e Soberania (Famílias Importantes)



A vila de Sendim foi outrora berço de aristocratas, fidalgos e soberanos, com potenciais ligações ao poder vigente da época.

Das muitas famílias que tiveram morada na freguesia, existe um lote delas que merece o nosso destaque. Não sendo nossa intenção menosprezar outras que de uma forma ou de outra contribuíram para dignificar a terra.

Entre as mais conceituadas, contam-se as famílias Gouveia Couraça, Mendonça Corte Real, Castilho Monteiro, Guedes (?), Sarmento, Mendonça de Azevedo, Vasconcelos, Macedo Pinto, Soeiro e Rego.

Os Rêgos, foram em tempos senhores de casa opulenta no lugar de Paço; provavelmente a que se encontra em frente ao solar dos Gouveia Couraça. Edifício que pelas características da fachada principal sugerem-nos também uma ligação aos Serviços Eclesiástico, como Residência Paroquial ou então servindo de aposentos nas passagens ou visitas Episcopais, podendo advir daí o nome de Paço (Cimo de Paço).

A Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura, na pa 95, refere-se aos Regos nos seguintes termos. Apelido de origem portuguesa, figurando em documentos do século Xv. Sob a forma Regos, i. é no plural, já se encontra nas Inquirições de 1258. Em L. L. - 4, encontramos que descendem de D. Egas Mendes de Gundar, que casou com Da Maria Veegas. D. Egas Mendes, era filho de D. Mem de Gundar, natural das Astúrias, que veio para Portugal com D. Henrique, jaz em Telões, e foi casado na Galiza com Da Goda. No reinado de D. Sancho II e de D. Afonso III, viveu um tal Lourenço Rego, senhor da Quinta de Rossas, que teve uma filha que casou com Vasco de Freitas, irmão de João de Freitas, e foram pais de Gil de Freitas e de Martim Vasques de Freitas.

As armas antigas dos Regos, são: cor verde, banda ondada de prata, carregada de três vieiras de oiro perfiladas de azul, postas no sentido da banda. Timbre: Uma vieira de oiro entre dois penachos de verde.

Cartas de brasão em 1513, 1529, 1530, 1536 e 1542. Entretanto surgiu nova heráldica nas armas dos Regos; as chamadas armas modernas, que são: de verde, banda ondada de água, de sua cor carregada de três vieiras de oiro, postas no sentido da banda. Timbre: uma das vieiras entre duas plumas de verde picadas de oiro. Cartas de brasão, que vão de 1542 a 1800.

Bibliogr. M. Sampaio. Dicionário Corográfico de Portugal.



Notas e Lendas (Fragmentos da História)

A interpretação deste título diz-nos que estamos perante uma simbiose de temas; uns verdadeiramente reais, outros, meramente fictícios, encontrados dispersos ora nas descrições um pouco duvidosas de alguns autores, ora no vocabulário já gasto e corrompido dos alfarrabistas do povo.

A primeira nota negativa e que muito nos entristece, é o facto de não haver uma explicação verdadeira e correcta sobre as famílias a quem pertenceram os quatro brasões existentes na freguesia, onde apenas um, parece não levantar grandes dúvidas quanto aos seus nobres signatários. Referimo-nos ao escudo honorífico da ilustre família "Gouveia" que encima o pórtico do palacete, hoje pertença do senhor Embaixador José Manuel Cornélio da Silva, na calçada de S. Miguel em Paço.

No lado oposto da rua, sobre o portal de casa solarenga, supostamente antiga residência da prestigiada família "Rego", existe uma insígnia figurada numa concha, que uns dizem relacionarse com o Paço Episcopal, outros contestam a ideia e ponderam a hipótese de serem as armas dos Regos simplificadas, já que as verdadeiras são molduradas com conchas, mas em estilo totalmente diferente. Lamentamos não poder esclarecer esse imbróglio, como aliás acontece com o brasão que está em Sendim, na antiga casa dos Santos, que se diz ser também noutros tempos, casa da Câmara e aposento de nobres fidalgos da família perseguida dos Távoras; e ainda o brasão que moldura o pórtico da casa da família dos Cabrais, em Guedieiros, com as armas que serviram de patente à nobre família que antigamente lá residiu e agora ninguém sabe dizer com clareza a quem pertenceram. Com certeza que os especialistas em heráldica têm a chave que dissipa todas as dúvidas.

Mudando de assunto: Sabem porventura que pelos fins da primeira metade do século XX, aquando da segunda guerra mundial, com os nossos soldados de prevenção, foi criado em Portugal um Corpo Civil de intervenção e defesa do território, designado de Legião Portuguesa e que o Zé-Povo apelidou de «feijão verde», por serem verdes as suas fardas. Na altura, muitos rapazes da freguesia correram a alistar-se nesse exército civil, de modo que foi fundada uma secção ou um pelotão em Sendim e era-lhes ministrada instrução periodicamente no largo do Mercado. O Comandante concelhio era então o senhor Dr. Moutinho de Tabuaço. Acrescentemos ainda a essas tristes recordações da guerra, os horrores da fome que se passou em Portugal: Todos os produtos de primeira necessidade sofreram racionamento e só por meio de senhas o povo tinha um escasso acesso a alguns bens alimentares.



Figuras Públicas

Aqui incluiremos algumas figuras públicas preponderantes ligados às sociedades civil e religiosa, que no desempenho responsável e digno da sua missão, contribuíram para o enriquecimento histórico de um povo, cujos valores essenciais se perderam ao longo dos caminhos milenários do tempo.

A divulgação das personalidades e documentação que se segue, é fruto de uma pesquisa aturada aos arquivos da Junta de Freguesia de Sendim, cujo Presidente amavelmente nos recebeu e nos concedeu acessibilidade aos mesmos.

Desse modo, foi possível consultarmos elementos que julgamos de algum interesse do conhecimento público, que distam do princípio do século XVIII, como por exemplo, nomes de autarcas, regedores, reitores, outros saterdotes vinculados à Colegiada, juizes e mordomos da confraria do Santíssimo Sacramento, bem como outros documentos importantes.



Presidentes de Junta

Só nos foi possível recolher dados da Autarquia local, a partir do ano 1837, quando a presidência fora confiada ao cidadão "Manoel" José de "Souza". Em 1838, foi empossado, José Guedes Sarmento loureiro. Em 1839, tomou o cargo, António Coelho de Magalhães. Em 1840, foi a vez de António Ferreira Serrano, se tornar Presidente da Junta. Em 1841, subiu à Presidência o padre José dos Santos. No ano seguinte (1842), o padre (beneficiado) António Joaquim de "Souza" ocupava o cadeirão de Presidente. Aqui, verificou-se um prolongamento de mandato e só em 1846, o padre Kristóvão de Na sra do Patrocínio tomou a rédea do poder para, em 1848, a deixar nas mãos de outro eclesiástico, o padre Francisco Dâmaso Cardoso. Só em 1851, o padre João do Nascimento de Jesus, tomou o seu lugar.

Uma densidade nublosa ofuscou a luz que iluminava o nosso conhecimento deixando-nos num profundo obscurantismo que nos impede de relatar o que se passara no longo período que medeia os anos de 1851 e 1879, ano em que o cidadão "Manoel" António David é nomeado Presidente. Porém, no ano seguinte, era substituído por Marcelino Pereira. Em 1882, Luís da Silva Cardoso, toma a presidência; para em 1884, a entregar ao senhor António Soeiro da Silva. Em 1885, Egmídio do Carmo é o novo Presidente da Autarquia. No entanto, viria a perder o cargo no ano seguinte (1886) para Aurélio Coelho de Carvalho, que após um ano de exercício, em 1887, também este senhor, o veio a perder em favor de padre Joaquim Pereira de Morais.

E mais uma vez perdemos o rasto aos Presidentes da Junta, fazendo aqui um interregno de, dez anos; para, em 1895, depararmos com Alexandre Abreu dos Reis de "Souza" sentado na cadeira do Poder. Mais vinte e um anos se seguiram sem sabermos nem darmos a saber o paradeiro dos presidentes da Junta; a falta de meios impede-nos de fazer chegar ao leitor todos os nomes dos servidores da Autarquia que então passaram pela chefia da Junta da Paróquia da Freguesia de Sendim; só em 1916, voltamos ao seu contacto, quando Manuel Gonçalves Rego fora investido no cargo. Em 1926, era o senhor João dos Santos Trindade quem exercia essas funções. A partir daí, entre outros, passaram pela Junta de Freguesia, António Júlio de Matos, José Tojal Monteiro, José Augusto da Silva, Manuel Cravo, José Soeiro Santana, José João Monteiro Patrício, sendo actualmente o dito cargo preenchido por o senhor professor Rafael Pereira Santana.

D. TEDON E D. RAUZENDO (Os Távoras)
* textos de Ilídio Coelho extraídos do Livro de sua autoria, Notas Monográficas da Paróquia de Santa Maria de Sendim

Diz-nos a lenda que por volta do ano 991, era de César, quando D. Afonso V e Bermudo 'li, reis leoneses, travavam violentas lutas cóntra os Momos na região Duriense, dois nobres fidalgos, D. Tedon e D. Rauzendo, vieram em seu auxílio e aos quais, Frei Bernardo de Brito, da Ordem de Cister, atribui a reconquista de vasto território a sul da corrente do rio Douro entre o Tedo e o Távora até Sendim; (Cabris) onde permaneceram algum tempo após a tomada de Paredes da Beira na margem oposta do rio.

Filhos de D. Ermigio Ramirez e de Da Dórdida Ozores, netos do Infante D. Alboazar Ramirez (o cid) e de Da Helena Godes e bisnetos por abastardia de D. Ramiro li de leão e da célebre moira Zahara, da estirpe da "Maia", que foi notável na reconquista do litoral do Douro ao Mondego. Os bravos cavaleiros desceram pela província do Minho para conquistar lamego, trazendo na bagagem uma imagem da Senhora da Oliveira de Guimarães, pela grande devoção que ambos tinham à Virgem. Dotados de enorme astúeia e de temível espírito guerreiro, os dois paladinos Cristãos viriam a tomar inúmeras praças aos Mouros. Era nos densos bosques de lugares recônditos e agrestes, protegidos por íngremes falésias rochosas onde a cavalaria inimiga não pousava pata, que os seus pequenos exércitos se refugiavam e de lá partiam em busca de novas conquistas.

Segundo o mesmo autor, o rei mouro Alboácem que à data governava lamego, tinha uma filha de nome Ardinga, ou Ardínia, que exaltada pelos nobres feitos de D. Tedon, tomou-se de amores por ele e ao tomar conhecimento do seu paradeiro, a donzela, acompanhada de uma colaça, deixou o alcácer paterno a coberto da noite e rumou ao seu encontro. Após três dias de jornada por montes e vales, as duas fugitivas alcançaram o eremitério onde o abade Gelásio recebeu a jovem princesa sarracena, comunicando-lhe: Se era o cavaleiro que ela perguntava, ele estava ausente, não prevendo o seu regresso. Ardínia ouviu desgostos a o velho ermitão e decidiu esperar pelo seu amado, propondo-se abjurar naquele momento da sua religião e professar o Cristianismo, pedindo ao eremita que a baptizasse. Ao ser-lhe ministrado o Sacramento de baptismo, a esbelta dama solta um olhar compassivo ao Céu e rejubila de alegria. Uma felicidade efémera; porque seu pai, Vali e senhor da cidade de lamego, ao ter conhecimento da fuga da bela princesa, por si renegada, lança-se em sua perseguição e ao .encontrá-Ia degolou-a e atirou-a ao rio (Távora).

Ao chegar o cavaleiro, foi-lhe contado o trágico acontecimento pelo abade; Amargurado pela triste notícia, D. Tedon, fez voto de celibato e ordenou a sepultura da princesa mártir, no local onde ele e seu irmão mandaram edificar o primeiro mosteiro de S. Pedro das Águias sobre as ruínas da pequena ermida.
Frei Bernardo de Brito, assegura que existia um documento guardado no mosteiro cujo texto era o seguinte: "Pater venit abscondit iIIam, et dominus Thedon, cum id scivisset per Paulum Rodiriei, propter iIIam non quize casare... Ilfe mutavit monasterim de uno loco in alio".

Mas não se queda em pressupostos ou conjecturas hipotéticas a maneira como o cronista assume e romance de D. Thedon com Ardínia, parecendo determinado a incutir no espírito do leitor a veracidade de factos, por ventura criados pela sua imaginação. Diz em certa altura: "Votado ao isolamento, onde rebofam as águas do rio, vemos o «Penedo da Moira» evocando a morte da bela princesa, havendo quem afirme ver os seus trajes estendidos no dito penedo". Não consta em documento algum o tempo de vida do cavaleiro após a morte de Ardínia, todavia, a lenda diz-nos que D. Thedon veio a perecer em combate junto à margem do rio Tedo, que em sua memória, viria a receber o nome do nobre cavaleiro.
A tomada de Paredes da Beira, viria a merecer do controverso cronista da Ordem de Cister especial relevo, referindo com ênfase uma sangrenta batalha travada nas margens do Távora, numa radiosa manhã de S. João.

Foi desta forma que o Frei Bernardo viu... descreveu a tomada de Paredes da Beira. "Os habitantes daquela praça mourisca, tomavam banho e procediam à prática de rituais religiosos, quando foram surpreendidos e consequentemente dizimados por um pequeno exército comandado por D. Thedon que seguia a caminho da conquista de Paredes. O suposto loca! onde se deu a carnificina é ainda nos nossos tempos conhecido por «Vale de Mil» ou «Vale dos Mil» por ali serem mortos milhares de Sarracenos em combate".

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#446463 | tmacedo | 11 mar 2023 22:28 | Em resposta a: #445318

Caro confrade Fausto Baptista,

Não sou informado, desde há anos, das respostas às mensagens que me são enviadas, razão pela qual ficou sem resposta minha.

O seu Baptista Soeiro deu origem a uma geração que passou a assinar Baptista, da mesma forma que um mais recuado Soeiro (de nome próprio) deu origem a uma família que passou a ser conhecida pelo apelido Soeiro que usava aquele Baptista.

Neste caso a verdade está mesmo ao virar da esquina e bater da porta.
Terá de procurar nos paroquiais de Barcos os ascendentes de Baptista Soeiro. Já ajudei um bocadinho que é o que consigo fazer. Agora tem de se aplicar no leitura daqueles paroquiais que, estou certo, lhe trarão a informação que busca.

O mais antigo será certamente o Fernão Soeiro, criado de Henrique da Mota (escrivão da câmara real), que testemunha a renúncia de Simão Lopes à escrivaninha dos orfãos em 08.02.1544.

Este Fernão Soeiro seria, muito provávelmente, atendendo ao patronímico e à cronologia, pai de um João Fernandes Soeiro, morador em Barcos com sua mulher, Filipa de Matos. Ele falecido em 1572 e ela em 1577. Estes, foram pais de um Gonçalo Soeiro (solteiro em 26.05.1558) casado cerca de 1560 com Leonor Pinto. Com geração. É esta certamente a família do seu Baptista Soeiro que será 3 gerações posterior.

Cumprimentos,
A. T.

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Um Baptista filho de Isabel Soeiro nascido em 1577 em Barcos

#446577 | tmacedo | 18 mar 2023 07:08 | Em resposta a: #445195

Caro confrade Fausto Baptista,

Recentemente tenho revisto alguns assentos dos paroquiais de Barcos, completando a consulta que fizera há mais de 30 anos.

Confirmo algumas deduções de que lhe dera nota.
Para além de Gonçalo Soeiro, que já referi, João Fernandes Soeiro e s.m. tiveram uma filha, Isabel Soeiro (casada com Agostinho de Matos) que teve filhos nascidos na década de 70 do século XVI.
Destes filhos, para o tema que lhe interessa, é relevante o baptizado em Barcos de um BAPTISTA, filho de Agostinho de Matos e de s.m. (não nomeada neste assento mas que sabemos, por outros registos, ser Isabel Soeiro) em 13.01.1577 apadrinhado por Belchior Pestana e por um filho de Gonçalo Soeiro (cujo nome parece ser Francisco).

Dada a invulgaridade daquele nome próprio (Baptista), invulgaridade essa que, na minha opinião, leva à transformação desse nome em apelido na descendência do seu antepassado Baptista Soeiro, este outro Baptista mais antigo, naquela família, revela uma associação que estará na origem do nome próprio que veio a ser dado àquele seu antepassado,

Cumprimentos,
A. T.

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#446580 | Faustoaott | 18 mar 2023 15:45 | Em resposta a: #445195

Muito obrigado pela sua ajuda.
Os meus respeitosos cumprimentos.
Fausto Baptista.

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#446583 | Faustoaott | 18 mar 2023 19:56 | Em resposta a: #445195

Uma questão.
Esses registos paroquiais irão ser copiados para o Etombo?
Onde os posso encontrar?
Continuarão em Barcos?
Agradecendo desde já as suas respostas.
Os meus sinceros agradecimentos e cumprimentos.
Fausto Baptista.

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#446585 | tmacedo | 18 mar 2023 20:15 | Em resposta a: #446583

Caro confrade,

Os paroquiais de Barcos estão no Arquivo Diocesano de Lamego. Teóricamente serão colocados na net um dia, através da Family Search, com link no etombo.

O problema é que essa colocação está muito atrasada e começaram por ordem alfabética do concelho.
As freguesias do concelho de Armamar serão das primeiras (julgo já estarem disponíveis) as do concelho de Tabuaço, a este ritmo, só lá para as calendas gregas ...

Cumprimentos,
A.T.

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#446587 | Faustoaott | 18 mar 2023 21:55 | Em resposta a: #445195

Mais uma vez muito obrigado pela sua atenção e disponibilidade.
Cumprimentos.
Fausto Baptista

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#446594 | Faustoaott | 19 mar 2023 12:23 | Em resposta a: #445195

Caro confrade António Taveira

O que me intriga é saber como é que o nome Baptista, Bautista ou Batista apareceu em Barcos e em Tabuaço.
Em primeiro lugar parece ser um nome de origem Italiana. Depois aparecem os Micer Baptista Spinola e o Micer Leão ou Eliano Baptista Spinola na Ilha a madeira a povoar a ilha com os seus descendentes. Só mais tarde deverá ter aparecido os Baptista em Barcos e em Tabuaço.
Por outro lado os filhos do meu Baptista Soeiro, tiverm como nomes próprios Domingos, João, Maria e Isabel, nomes que constam segundo aqui o geneall e outros sites de genalogia que tenho visitado como o Family Search, como descendentes próximos dos referidos Micers. Será coincidencia?
É evidente que terei de seguir a sua sugestão de investigação, mas chegará?
Nos antepassados do Baptista que me indicou, filho de Agostinho de Matos e de Isabel Soeiro, poderá estar também a resposta. Será que conseguirei obtê-la?
Desculpe esta minha intervençãp.
Mais uma vez os meus agradecimentos pela sua ajuda.
Com os meus respeitosos cumprimentos.
Fausto Baptista

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#446619 | tmacedo | 20 mar 2023 08:33 | Em resposta a: #446594

Caro confrade Fausto Baptista,

Como se terá apercebido, não creio minimamente que haja qualquer ligação familiar entre o seu Baptista Soeiro, do século XVII, de Santa Leocádia, e qualquer mercador, com origem na península itálica, que usasse aquele mesmo nome próprio que tenha ido para a Madeira no século XV.

Permita-me que lhe dê um exemplo. Tenho um bisavô nascido em 1875 que recebeu no baptismo o nome Adolfo. Este nome próprio não é usado por portugueses senão na 2.a metade daquele século. Será que, por essa razão, devo procurar a ascendência daquele meu bisavô na Europa central ou do Norte ? Ou eventuais parentescos com os muitos Adolfos que por lá existiram em épocas recuadas ?

O uso de nomes próprios é uma questão cultural, antes de ser familiar. Em cada cultura (país, região ou sociedade) esse uso vai-se alterando. Abandonando progressivamente alguns nomes e começando a usar outros à medida da dinâmica de cada sociedade. É assim que não encontra Manueis na Idade Média. Nem Tortosendos no Renascimento. Ou que os nomes dos três reis magos, Baltasar, Belchior e Gaspar começam a aparecer no início do século XVI. Como Sebastião. Ou por modas importadas de fora. O Duarte começou com o nosso rei desse nome, por via da mâe, D. Filipa de Lencastre. E, depois, incorporado no “corpus” de apelidos nacionais por moda e prestigio. Será que todos os Duartes do século XVI têm alguma relação familiar com o rei D. Duarte ? Claro que não.

Voltemos ao Baptista. Não sei quando aquele nome começou a ser usado. Certamente que o foi para distinguir do Evangelista, numa época em que só se recebia um nome próprio. Em vez de João se o neófito recebesse o nome de Baptista estava clarificado o santo da invocação. Não sei se foi assim que tudo começou. Mas, talvez.

Em Portugal, no século XV aquele nome próprio parece ser usado, talvez exclusivamente, por membros da comunidade italiana. Mas ao longo do século XVI a situação vai-se alterando. Fruto do aculturamento, de apadrinhamentos ou de natural evolução, em meados de XVI a maior parte dos Baptistas já usam apelidos portugueses. Se virmos na chancelaria de D. Filipe II, em que são referidos contemporâneos do Baptista (nascido em 1577, filho de Agostinho de Matos e de s.m. Isabel Soeiro) temos 12 Baptistas : Baptista de Abranches Afonso, Baptista Barrocas, Baptista Fangueiro da Fonseca, Baptista Lopes de Frazão, Baptista Pereira de Parada, Baptista Ramires Montes, Baptista Ribeiro, Baptista de Sá da Mesquita, Baptista de Sampaio, Baptista Soares de Albergaria e Baptista de Sousa e Castro. Algum deles relacionável com italianos ? Não sei, mas os apelidos não o sugerem.
Curiosamente, o Baptista de Sampaio acima nomeado, poderá ser um Baptista de Sampaio, natural de Moimenta da Beira, casado com uma Ana de Sousa. Esta, neta materna de um Heitor de Matos e de s.m. Maria Pinto, de Barcos, familiares dos pais do nascido em 1577.

De facto, Filipa de Matos, mulher de João Fernandes Soeiro, será irmã, ou mais provávelmente filha, de um Heitor de Matos, morador em Barcos, cavaleiro da casa de D. João III, antepassado do homónimo acima referido.

Cumprimentos,
A. T.

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#446636 | Faustoaott | 20 mar 2023 20:16 | Em resposta a: #445195

Muito obrigado pelo seu esclarecimento.
Não sabia que nessa época já existiam vários indivíduos, com o nome próprio Baptista. Contudo existe também a coincidência dos nomes próprios dos descendentes do meu Baptista Soeiro, até o neto meu antepassado de nome Manuel, consta no rol dos nomes próprios dos descendentes próximos dos da ilha da Madeira.
É evidente que se trata de conjeturas, terei de estudar a ascendência do meu Baptista Soeiro. embora seja muito difícil nos próximos tempos, porque para além do meu trabalho, tenho de apoiar os meus pais, bastante idosos, que estão a necessitar da minha ajuda.
Mas se repararmos é possível, embora improvável que todos estres Baptistas que referiu, se relacionem com os da Madeira, ou por descendência, ou por apadrinhamento, já que se trata de uma diferença de 100 anos, entre os que chegaram à Madeira e o Baptista Soeiro, filho de Agostinho de Matos e cerca de 200 anos até ao meu Baptista Soeiro.
Está documentado que estes da Madeira povoaram também os Açores, e muitos dos residentes do continente, também viajavam às ilhas.
De qualquer forma agradeço a sua disponibilidade.
Com os meus respeitosos cumprimentos,
Fausto Baptista

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#446639 | Faustoaott | 20 mar 2023 21:33 | Em resposta a: #445195

Caro confrade António Taveira

Peço desculpa, não me entenda mal, o confrade tem razão no que concerne ao aparecimento do nome próprio Baptista.
O que me continua a intrigar é o facto deste nome Baptista, não ser de alguém historicamente, importante como o rei Dom Duarte, e ter aparecido assim do nada, na família Soeiro e noutras famílias, sendo o apelido Soeiro prestigiado na terra de Tabuaço, não tanto na freguesia de Santa Leocádia, mas sim na vizinha freguesia de Sandim. Foi no meu ramo, simplesmente apagado por troca com Baptista. Segundo a documentação Baptista Soeiro seria na terra uma pessoa com alguma influência, não só porque foi padrinho de vários indivíduos e testemunha em vários batizados, para além de estar escrito que possuía bens que deixou aos seus filhos. Provavelmente já os teria herdado. Porquê apagar o sobrenome? Será que teria antepassados com apelido Baptista, importantes na época? Se sim só estou a ver os da ilha da Madeira.
Quando poder terei de investigar.
Desculpe estas novas intervenções sem significado.
de qualquer forma renovo os meus agradecimentos pela sua disponibilidade.
Os meus respeitosos cumprimentos.
Fausto Baptista

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#446653 | tmacedo | 21 mar 2023 08:28 | Em resposta a: #446639

Caro confrade,

O seu discernimento levá-lo-á a procurar os seus antepassados onde lhe parecer. Não procuro convencê-lo de nada. Procurei ajudá-lo com a minha experiência de cinquenta anos rebuscando em arquivos´a história de cada família. Se não soube ser mais eloquente terá de me perdoar a falha.

Sobre Barcos que no século XVI englobava Santa Leocádia, Pinheiros e Adorigo. Era vila de considerável importância da casa de Marialva naquela zona do Douro. Em Barcos e em Leomil residiam um número considerável de servidores daquela casa, cavaleiros e escudeiros, que recebiam ofícios de jurisdição concelhia. A extinção da casa de Marialva, já perto de meados de XVI, terá contribuído para o seu declínio.
Mas, folheando os paroquiais de Barcos, que se iniciam nos primeiros anos da década de 50 do século XVI, vemos o considerável alfobre de apelidos nobres que nesse tempo albergava. A título de exemplo, sem procurar ser exaustivo, no terceiro quartel de XVI aparecem-nos : Marinho, Matos, Pinto, Tates, Távora, Correia, Macedo, Amaral, Silva, Pacheco, Cardoso, Fonseca, Cabral, Soeiro, Pereira, Coelho, Pestana, Carvalho, Camelo, Cunha, Araújo, Rebelo, Resende, Lobato, Alvalade, Botelho, Machado, Coutinho, Paiva, Seixas, Sampaio, Leite, Franco, Proença, Ramalho, Barros, Borges, Lobo, Azevedo e Nóbrega.

Essa importância ressalta da primazia sobre outras vilas e lugares na nomeação de oficios. Como exemplo, em 1536 D. João III na nomeação de Heitor de Matos, cavaleiro da sua casa, morador em Barcos, para juiz dos orfãos nomeia por esta ordem as terras da sua jurisdição : " ... a vós juizes, vereadores e procuradores e homens bons dos concelhos da vila de Barcos e Gougim e Granja do Tedo e Tavuaço e Chavães e Arcos e Sendim e Longa ... "

Cumprimentos,
A. T.

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Ainda Soeiros

#446696 | tmacedo | 22 mar 2023 18:00 | Em resposta a: #446639

Caro confrade,

Vou-lhe dando mais notícias dos Soeiros de Barcos.
O João Fernandes Soeiro (provável filho de Fernão Soeiro e pai de Gonçalo Soeiro) seria irmão de Pedro Fernandes Soeiro, capelão do infante D. Fernando, duque da Guarda e marido da condessa de Marialva, que em 1531 o apresentou na igreja de Meimão.

Aquele Pedro Fernandes Soeiro em 1564 renunciou nessa igreja em Miguel Soeiro.

Cumprimentos,
A. T.

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#446698 | Faustoaott | 22 mar 2023 19:25 | Em resposta a: #446696

Antes de mais os meus agradecimentos pela sua preciosa ajuda e desculpe as minhas inusitadas intervenções.
Devido à dificuldade que neste momento tenho em encontrar documentação disponível e ao meu alcance que me satisfaça, nesta minha demanda, vou tentando mediante diversas leituras na internet, algo que me ajude a encontrar o que pretendo.
Se me conseguir indicar ou facultar documentação online fidedigna que leve a este meu desiderato, estou a falar da descoberta desta linha dos meus avoengos, ficarei eternamente grato.
De qualquer maneira já aprendi bastante com o confrade. Também sei que esta forma de busca não é a ideal, mas de momento é a que disponho.
Mais uma vez o meu muito obrigado pela sua ajuda e disponibilidade.
Os meus respeitosos cumprimentos.
Fausto Baptista

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#446699 | Faustoaott | 22 mar 2023 19:40 | Em resposta a: #446698

Caro confrade

Na nossa pretérita conversa, falou também em indivíduos ligados aos Soeiros com apelido Matos. A nora, do meu Baptista Soeiro, minha avoenga chamava-se Catarina de Matos e deixou terras, em testamento a uma neta, filha de uma filha. Provávelmente esses Matos que o confrade se referia, também estão ligados por laços familiares aos meus Soeiros. Como o apelido Soeiro poderia vir por via materna, até poderei ter em consideração da varonia não ser Soeiro, mas sim Matos.
Cumprimentos.
Fausto Baptista

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Pedido de ajuda para o confrade António Taveira

#446741 | tmacedo | 26 mar 2023 13:09 | Em resposta a: #446699

Caro confrade Fausto Baptista,

É muito provável que a sua antepassada Matos descenda também dos desse apelido que aparecem no século XVI em Barcos.
Infelizmente, para os livros paroquiais de Barcos, é necessário ir a Lamego.
No entanto, muita outra informação que lhe transmiti foi obtida na documentação da Torre do Tombo que consultei on-line.
Já antes de 2020 havia muitos documentos consultáveis à distância e, durante a pandemia, os serviços fizeram um esforço de colocarem muita outra à nossa disposição para consulta virtual.
Basta usar a plataforma da dgarq.

Cump.
A.T.

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Pedido de ajuda para o confrade António Taveira

#446932 | Faustoaott | 02 abr 2023 16:53 | Em resposta a: #446741

Muito obrigado pela informação caro confrade AntónIo Taveira.
Os meus respeitosos cumprimentos.
Fausto Baptista

Resposta

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