Pintos do Real
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Pintos do Real
Ao seguir uma linha dos Pintos que se radicaram na ilha da Madeira, cheguei a um Lopo Fernandes Pinto, que teve terras de sesmaria em Santana, filho de Fernão Pinto, dos Pintos do Real, e de sua mulher Brites Fernandes de Andorinho, e neto de Lopo Fernandes, vedor do infante D.Pedro,filho de D.João I.
Gostava de saber se alguém tem informação da origem destes "Pintos do Real" e se há alguma obra que faça referencia aos mesmos.
Obrigado.
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RE: Pintos do Real
Caro Cascais
Está com uma sorte daquelas, a ascendência é esta, retirada de um trabalho meu, com base nos tit. de Pintos de Alão de Moraes e Amado de Azambuja.
Um abraço
Óscar Caeiro pinto
1- PAIO SOARES PINTO, o primeiro a usar este apelido em Portugal, alguns autores referem que este apelido deriva da alcunha medieval, colocada a um cavaleiro por sair de uma batalha tão ensanguentado que lhe disseram “- como vindes pinto”.
É possível que seja este tipo de situação que esteja na origem do nome e do brasão de armas desta família, que ostenta cinco crescentes cor de sangue, alusão clara a uma vitória sobre os mouros, representando, a cimeira dos pendões tomados aos sarracenos em combate.
Segundo dizem este cavaleiro viveu no tempo do conde dom Henrique, na Quinta do Paço situada na terra de Santa Maria da Feira. Faleceu em 1126, data em que sua viúva MAIOR MENDES, vendeu em seu nome e de suas filhas a dita Quinta ao mosteiro de Grijó. Teve por filha herdeira que continua :
2-MAIOR PAIS PINTO, casou com dom EGAS MENDES DE GUNDAR, (seria o segundo casamento deste), valente cavaleiro que esteve na batalha de campo de Ourique (25/7/1139), com o nosso primeiro rei dom Afonso Henriques. Era um dos filhos de dom Mendo de Gundar, cavaleiro e rico-homem natural das Astúrias, que “foy cavalleiro muy boom e homrrado”(diz o conde D.Pedro, no seu livro) e de sua mulher Dona Goda. Dom Mendo, veio com o conde D.Henrique, ficando ao serviço de sua mulher, sendo grande “privado” deles (intimo). Foi senhor de Gondar e de S.Salvador de Lafões, morou no concelho de Guestaço, foi alcaide-mor de Celorico de Basto, fundador do mosteiro de Gondar e outro sujeito a este, em Santa Maria Madalena de Cubelo, jaz sepultado em Telões. Teve dois filhos, sendo um deles :
3-RUI VIEGAS PINTO, viveu no tempo dos reis dom Afonso Henriques e dom Sancho I, possuindo vários casais na terra da Feira. Foi pai de :
4-GONÇALO RODRIGUES PINTO, foi contemporâneo dos reis dom Afonso II e dom Sancho II. Morou em Riba-de-Bestança na quintã da Torre de Chã, que na altura pertencia aos cavaleiros Templários, situada na actual freg. de Ferreiros de Tendais, conc. de Cinfães. Teve :
5-SOEIRO GONÇALVES PINTO, também viveu na mesma quintã, no tempo do rei dom Afonso III, como dizem constar das suas inquirições. Tudo leva a crer ainda que Mendo Gonçalves Pinto, que aparece referido numa escritura de demarcação de terras, referente a uma doação ao mosteiro de S.Cucufate, perto de Beja (escritura feita em Maio de 1292), segundo diz Frei António Brandão, seja seu irmão. Prova que ambos os filhos foram buscar o patronímico Gonçalves ao nome próprio do pai que é Gonçalo. Este “Menendus Gonsalvi Pinto miles” (nome que aparece latinizado) veio para o sul participar na reconquista era um “dos governo da terra” e acha-se com o titulo de “miles” ,que significava então cavaleiro nobre. Teve :
6-GARCIA SOARES PINTO, segundo as inquirições do rei dom Dinis, foi seu vassalo e morou perto de Chaves. Casou com MARIA GOMES DE ABREU, filha de Gomes Lourenço de Abreu e de Guiomar Lourenço de Valadades. Tiveram pelo menos :
7-VASCO GARCEZ PINTO, ou Vasco Garcia Pinto ou Vasco Pinto, morador em Riba-de-Bestança, como escreve o conde D.Pedro no seu livro de linhagens, referindo que de D. Egas Mendes de Gundar descendem “Vaasco Pimto de rriba de Bestamça e seus irmãaos”. Foi padroeiro do mosteiro de Tarouquela, senhor da Torre da Chã, da qual pagava foro ao rei. Segundo um documento no ano de 1300 era senhor da Quinta de Covelas (Ferreiros de Tendais) e Quinta de Crasto, (Sanfins),como conta de um prazo que estava no cartório de S.Bento das Freiras do Porto.
Casou com URRACA RODRIGUES DE SOUSA, dizem ser filha de Rui Vasques de Sousa, sr. da terra de Panoias( filho bastardo e herdeiro de Vasco Mendes de Sousa e neto do conde Mendo Gonçalves “o Sousão”. Tiveram entre outros :
8-ESTEVÃO VAZ PINTO, foi cavaleiro, sucedeu a seu pai na quinta e honra de Covelas, situada em Ferreiros de Tendais, consta de um documento do cartório de S.Bento das freiras do Porto que viva no antigo concelho de Sanfins, (hoje lugar do conc. de Cinfães) pela era de 1377, onde se situava a referida Quinta de Crasto. Por recusa não aceitou a 3ª vida do prazo de seus pais, sendo feito um novo. Era irmão de Rui Vaz Pinto, sr. do foro da quintã e Torre de Chã, em Ferreiros de Tendais, e de Aires Pinto, sr. de Taboado. No prazo feito em 1377, pela abadessa Aldonça Martins, refere que já se tinha feito outro a seu pai, na era de 1300, altura em que ainda estava solteiro pois não nomeou a mulher na 2ª vida do prazo. Do referido prazo consta ser casado com JOANA GONÇALVES, e teve como refere as memórias do dito cartório :
9-GONÇALO ESTEVES PINTO, pelos seus serviços o rei D.João I, por carta dada em Torres Vedras a 8/1/1423, lhe levanta a pensão da Quinta de Covelas, para que a possua livre, a 30 de Março do mesmo ano o dito rei lhe confirma a quita de seis moios de vinho, que lhe fez sendo regedor da Quinta, que trazia aforada em Ferreiros e outros bens em Tendais. De uma doação que ele fez, na era de 1420, às freiras do mosteiro de Tarouquela, da parte que tinha no casal de Paradela, junto a Alpendurada, se refere que era escudeiro da Casa del Rei, e se diz que fora em Covelas, termo do julgado de Ferreiros, aonde “pousava” o dito Gonçalo Esteves Pinto. De uma outorga que está nas costas da dita doação, consta que sua mulher se chamava MARIA MARTINS; e teve dela :
10-BRITES GONÇALVES PINTO,abadessa de Tarouquela, pelos anos de 1445, sucede no cargo sua sobrinha Catarina Pinto.
10-AIRES PINTO, consta de documentos do Cartório de S.Bento do Porto ser filho de Gonçalo Esteves Pinto. Foi escudeiro do conde de Barcelos D.Afonso e depois fidalgo de sua casa, quando este passou a 1ºduque de Bragança. Sucedeu nos prazos de seu pai, foi senhor da quinta e morgado de Crasto, nomeado 1º padroeiro da igreja de Real, freguesia onde morou ( no concelho de Castelo de Paiva), por doação que lhe fizeram os moradores de Santa Marinha de Real, em 1455 para que ele os amparasse e favorecesse. Foi vedor do 2º duque de Bragança, que no testamento, que o mesmo duque fez aos 17 de Agosto de 1471, o nomeou por seu testamenteiro. Felgueiras Gaio diz que foi ainda alcaide-mor de Arraiolos e Évora. Casou com BRANCA GIL DE ALMEIDA, filha de Gil Gomes de Almeida e de Catarina Eanes (num documento datado de 1449, se declara ser sua sogra).De uma sentença de partilhas do referido cartório se mostra entre outros ser sua filho :
11-FERNÃO PINTO, filho primógenito de Aires Pinto, em cuja casa sucedeu.De uma escritura de troca, que fez com sua irmã, a abadessa de Tarouquela Catarina Pinto, se vê que era criado da Casa do Infante D.Henrique, nessa escritura troca um casal em Lamelas por outras terras em Paiva que lhe deu sua irmã. Da dita escritura consta ser casada com Brites Lopes Andorinho, filha de Lopo Fernandes Andorinho e de sua mulher Margarida Fernandes.Teve entre outros :
12-LOPO FERNANDES PINTO, foi o primeiro desta família a ir para a ilha da Madeira, por meados do séc.XV , faleceu em 1500, teve terras de sesmaria em Santana e em S.Jorge. Com geração na Madeira.
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RE: Pintos do Real
Caro Óscar Caeiro Pinto
Muito obrigado, e os meus parabéns por tão detalhada resposta.
Um abraço
José Arnaud
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RE: Pintos do Real
caro cascais,
não sei se acrescentei algo aos seus conhecimentos:
Pintos de Real ou Pintos Costas --- Procedem de origem fidalga por sangue de Lopo Fernandes, vedor do Infante D. Pedro, filho do Rei D. João 1, cujo neto Lopo Fernandes Pinto fez assento no Funchal e teve terras de sesmaria em Santana. Casou, por 1450, com Catarina Alvares de quem houve filhos e netos, entre estes, Jorge Pinto, casado por 1540 com Leonor da Costa (dos Atouguias da Costa), dos quais procedem os Falcões, dos Açores, e os Pintos Costas, de Santo António do Funchal, com ligação de sangue aristocrático.
Existe um livro do Luiz Peter Clode acerca desta familia que está esgotado, já tentei na direcção regional assuntos culturais e na biblioteca municipal.
Espero ter sido útil, com os melhores cumprimentos,
Fjardim
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RE: Pintos do Real
Caro José Arnaud
Aqui vai informações mais completas sobre o seu Fernão Pinto e o nosso Aires Pinto, retirados de um trabalho meu.
Um abraço
Óscar Caeiro Pinto
10-AIRES PINTO, consta de documentos do Cartório de S.Bento do Porto ser filho de Gonçalo Esteves Pinto. Foi escudeiro do conde de Barcelos D.Afonso e depois fidalgo de sua casa, quando este passou a 1ºduque de Bragança. Sucedeu nos prazos de seu pai, foi senhor da quinta e morgado de Crasto, nomeado 1º padroeiro da igreja de Real, freguesia onde morou ( no concelho de Castelo de Paiva), por doação que lhe fizeram os moradores de Santa Marinha de Real, em 1455 para que ele os amparasse e favorecesse. Aires Pinto, por carta régia datada de 22/2/1487, se diz ser “escudeiro da nossa casa”, recebe a mercê do oficio de chanceler da comarca da Beira, perante o corregedor dela. A 19 de Março do mesmo ano, recebe outra carta régia a confirmar uma outra do rei D.Afonso V de 26/3/1478, em que faz mercê a Aires Pinto, homem fidalgo, que estava pronto a servi-lo na guerra, de privilégios para os seus caseiros. Amado de Azanbuja diz que foi vedor do 2º duque de Bragança, que no testamento, que o mesmo duque fez aos 17 de Agosto de 1471, o nomeou por seu testamenteiro (Julgo que esta informação se refere a um neto com o mesmo nome, que foi 2º senhor da honra de Paramos, e serviu a casa de Bragança e teve sentença a 31/8/1485, por estar implicado na conjura do duque de Viseu, foi julgado à revelia, fugindo para Castela com os filhos do Duque de Bragança, D.Fernando, que foi degolado por crime de Traição) .
Felgueiras Gaio diz que foi ainda alcaide-mor de Arraiolos e Évora. Casou com BRANCA GIL DE ALMEIDA, filha de Gil Gomes de Almeida e de Catarina Eanes (num documento datado de 1449, se declara ser sua sogra).De uma sentença de partilhas do referido cartório se mostra entre outros ser seu filho :
11- (acrescentar estes dados)-Fernão Pinto, foi Fidalgo escudeiro do rei D.Manuel, por alvará de 4/11/1502, foi 2º padroeiro de Real, sr. do morgado de Crasto , e vedor da Casa do Infante D.Pedro.
Comprou aos condes de Penela a Quinta do Sobrado, no concelho de Paiva. O rei D.João II lhe deu carta a agradecer a boa-vontade deste fidalgo do Porto em participar com homens e armas na expedição à Graciosa
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RE: Pintos do Real
Caro Oscar Caeiro Pinto
Pelos vistos parentes ainda que longínquos.
Uma vez mais o meu muito obrigado por toda a sua preciosa informação.
Cumprimentos,
José Arnaud
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RE: Pintos do Real
Caro Fjardim
Antes de mais muito obrigado.
Realmente não me acrescentou nada de novo, mas posso adiantar o seguinte:
Estes Pintos do Real ou Pintos da Costa como eram conhecidos na Madeira, nos Açores e segundo o morgado João de Arruda Botelho da Camara nas “Instituições Vinculares e Notas Genealógicas” e actualmente o Dr. Hugo Moreira dá-lhes os apelidos Pinto Velho da Costa.
Sobre estes o que me falta realmente descobrir é como entroncar um tal de Jorge Pinto Gramacho marido de D. Joana de Abreu, com estes "Pintos", que segundo uma declaração de rendimentos de 28 de Março de 1770, que passo transcrever os dá como desta geração: “Diz Laureano Francisco da Camara Falcão, morador na Vila do Porto, ilha de Santa Maria, comarca da mesma ilha e da de Sam Miguel que elle E legitimo e actual possuidor de hua terca instituída em forma de vincollo e sucesao porpetua, instituída por seus parentes Jorge Pinto Gramacho e sua mulher D. Joana de Abreu cuja terça se compoem de dois corpos de terra citos na ilha da Madeira Cidade do Funchal nas Freguesias de Santa Anna e Sam Jorge e juntamente de alguns foros impostos sobre moradias de Cazas sitas na dita Cidade e Freguesia do Monte, etc ...”
Como é sabido o último administrador deste vinculo instituído em 1559 por Jorge Pinto marido de D. Leonor Atouguia da Costa (ver Elucidário Madeirense, em Ilha), foi o morgado Laureano Francisco do Canto da Camara Falcão, neto do acima referido Laureano Francisco da Camara Falcão.
Será que este Jorge Pinto e Jorge Pinto Gramacho são os mesmos e terá casado duas vezes com D. Leonor de Atouguia da Costa e D. Joana de Abreu ?
Se tiver algum livro ou doc. em que me possa averiguar esta questão, ficar-lhe ia reconhecido.
Cumprimentos,
José Arnaud
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RE: Pintos do Real
Caro José Arnaud
existe um ramo da família Pinto, senhores da Quinta de Vilar Maior(terra da Feira)que usou os apelidos Pinto Gramacho, descendem do casamento de LUCAS PINTO, (filho de Duarte Pinto)que viveu na quinta de Pontes, freg. S.Nicolau, na terra da Feira, com CATARINA GRAMACHO, tiveram oito filhos.
Um abraço
Óscar Caeiro Pinto
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RE: Pintos do Real
Caro Óscar Caeiro Pinto
Antes de mais muito obrigado.
Sobre estes (Duarte e Lucas Pinto) não encontro qualquer noticia.
Não querendo abusar da sua disponibilidade, mas se lhe fosse possível desenvolver um pouco mais a ascendência e descendência destes, ou se me indicar alguma fonte onde estes venham referidos, talvez chegasse a alguma conclusão. Uma vez mais fico-lhe reconhecido.
Um abraço,
José Arnaud
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RE: Pintos do Real
A coincidência é grande; Laureano Francisco camara Falcão possuidor de um vinculo instituido por Jorge Pinto Gramacho e Joana de Abreu, sendo o neto de Laureno acima referido--Laureano Francisco do Canto da Camara Falcão administrador de um vinculo instituido por Jorge Pinto e Leonor Atouguia da Costa
Suponho que ambos os vinculos sejam em Santana. O que lhe posso adiantar é que
na freguesia de Santana há um sítio que tem o nome de Achada do Gramacho e que os Pinto tiveram terras de sesmaria em Santana e em S. Jorge.
Realmente é algo confuso e suscitador de dúvidas. Já tentou o Henrique Henriques de Freitas--Nobiliario das familias da Madeira em titulo de Abreus, ou a obra do padre Fernando Menezes Vaz--Familias da Madeira e do Porto Santo.
cumprimentos,
Fjardim
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