Nomes Compostos

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Nomes Compostos

#23844 | ftalmeida | 04 jul 2002 01:02

Creio que é um tema que interessará a muitas pessoas e a mim particularmente. De facto o meu apelido composto “Tavares de Almeida” remonta a inícios do séc. XVII mas, nada mais sabendo para trás nem sendo provável que venha a saber, pouco sentido faz estar incluído na família “Almeida”, tanto mais que a mais provável varonia será “Tavares”.
Em resposta a um comentário de João Vasco Noronha Campos de Carvalho, em 14-09-2000, o Genea respondeu: “Os nomes compostos, correspondentes a famílias em sentido mais restrito, é um vasto campo a que espero poder dedicar mais tempo muito em breve. Havemos de lá chegar!”
Parece-me que, para lá chegar, haverá que definir regras para que um nome composto possa ser autonomizado como família em sentido restrito. É este desafio de definição de regras que proponho aos “habitués” interessados e avanço com três possíveis hipóteses :
1º Um determinado número mínimo de gerações;
2º Um determinado lapso de tempo, independente das gerações;
3º A existência de uma carta d’armas.
Claro que a intenção é auxiliar os responsáveis pelo Genea a avançar numa questão difícil e nunca tentar impôr seja o que fôr.
Com os melhores cumprimentos ao Genea e à comunidade do Forum.
Francisco Tavares de Almeida

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RE: Nomes Compostos

#23862 | magalp | 04 jul 2002 12:05 | Em resposta a: #23844

Parece-me muito correcta a proposta. Provavelmente GP usará de critério semelhante.
O ponto 3 - existência de uma CBA para os ditos apelidos compostos será um tanto redutor dos objectivos a que GP se propõe, pois há dúzias de famílias bem conhecidas, com apelidos compostos, que não tem nem nunca tiveram qualquer CBA, não deixando por isso de estar ligadas e pertencerem de facto, aos topos da sociedade actual...
cmptos.
Manuel Maria Magalhães

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RE: Nomes Compostos

#23896 | regueiras | 04 jul 2002 18:22 | Em resposta a: #23862

Caro Manuel Maria Magalhães:

Concordo consigo no que respeita ao ponto 3 da proposta, pois o facto de uma família ter ou não ter uma CBA não impede que o seu nome seja composto ou não.
No meu caso, e desconheço a atribuição de qualquer CBA aos meus antepassados, o meu apelido Mesquita Guimarães, remonta a meados do século 19, quando o meu trisavô o começou a usar. Não sei porque é que ele juntou o nome Guimarães ao Mesquita, pois nem a sua mãe nem o seu irmão o usaram.
Já agora os apelidos do meu trisavô eram Correia de Mesquita, nome composto, que já vinha de há 4 gerações, e que o meu avô ainda tinha.

Regueiras

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RE: Nomes Compostos

#23972 | ftalmeida | 06 jul 2002 01:14 | Em resposta a: #23862

Caro Manuel Maria Magalhães

Sou de há muito seu admirador pelas intervenções no Fórum e, assim, a sua aprovação de princípio é-me preciosa.
Quero apenas precisar que não pensava em condições cumulativas, mas alternativas.
Uma CBA poderia ser condição suficiente e, nos outros casos, haveria que definir mínimos e talvez regras, tendo sempre em conta a capacidade de resposta do GP.
A título de curiosidade, o seu interlocutor Regueiras, definiu uma família Mesquita Guimarães, “grosso modo” com 150 anos e 4 gerações e uma família Correia Mesquita com 6 gerações, podendo esta última ser “recuperada” se um eventual descendente voltar a usar Correia Mesquita e as “regras” permitirem uma tolerância do não uso do nome composto por um definido número ou percentagem de gerações.
Creio que pouco mais se pode adiantar e tudo fica nas prioridades do GP.
Melhores cumprimentos.
Francisco Tavares de Almeida

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RE: Nomes Compostos

#23979 | magalp | 06 jul 2002 12:24 | Em resposta a: #23972

Caro Francisco Tavares de Almeida

Muito obrigado pelas suas gentis, mas imerecidas palavras. De facto não tenho importancia ou conhecimento para aprovar ou reprovar qualquer proposta e muito menos uma determeinada ideia.
Manifestei a minha simpatia pela questão, que igualmente me interessa.
Ainda que GP não se tivesse pronunciado, não tenho a menor dúvida que está atento.
O uso dos apelidos, a sua escolha, compostos ou não, nem sempre foi fácil em todas as famílias. Pessoalmente, creio se veria ter em conta, tanto quanto possível, a varonia. Mas, compreendo que o apelido da varonia respectiva possa ser relegado para um 2º ou 3º plano ( e mesmo desaparecer) por uma infinidade de razões, com plena justificação essas.

Muitos cumprimentos,
Manuel Maria Magalhães

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RE: Nomes Compostos

#24222 | ACTav | 11 jul 2002 16:17 | Em resposta a: #23844

Existirá algum estudo sobre o uso dos apelidos? talvez seja matéria do campo da sociologia.
O que me parece interessante notar é que, ao percorrer o site, verificamos que, muito remotamente, "não existiam" apelidos - usava-se o patronímico.
Numa segunda fase, começaram a adoptar-se os apelidos, geralmente ligados às terras/lugares.
Por volta do século XVIII a tendência era adoptar-se imensos apelidos, recuperando-os de várias gerações anteriores.
Actualmente, parece que a tendência é reduzir os apelidos.
Acresce que algumas famílias usaram os apelidos "à Espanhola", sobretudo no Séc. XIX, e outras "à Portuguesa"(?).
De resto, deve ser um quebra-cabeças para os genealogistas.
Cumprimentos
ACT

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RE: Nomes Compostos

#24229 | orgc | 11 jul 2002 16:48 | Em resposta a: #24222

Caros Confrades
Gostaria que me tirassem uma dúvida:no séc.XV,quando alguém,sobretudo da nobreza,usava determinado apelido era quase certo pertencer,embora até por bastardia,à linhagem que o apelido indicava?Ou já seriam, também,usados por apadrinhamento,ou outros motivos?Como viria a suceder.
Gostava de algum esclarecimento sobre este assunto.
Com os melhores cumprimentos.
Rafael Carvalho.

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RE: Nomes Compostos

#37246 | jorge a soirefmann | 06 mar 2003 16:19 | Em resposta a: #24229

Aqui no Brasil tenho observado uma crescente tendência no uso de nomes de família compostos, nomes esses "fabricados" pela junção de um sobrenome materno a um sobrenome (ou apelido, como queiram) paterno. Acho que isso tem ocorrido especialmente com famílias de sobrenomes mais comuns (no sentido de maior número de famílias que o adotam)e aparentemente o fazem com o propósito de diferenciar-se, criando uma identidade própria para distinguir-se de outras famílias.Saudações.

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RE: Diferentes nomes para a mesma pessoa

#38212 | PA | 21 mar 2003 10:18 | Em resposta a: #23979

Caro Manuel Maria Magalhães,

Já que o tópico aqui são "nomes", atrevo-me a solicitar tb a sua ajuda, ou a de outro participante do fórum, para tentar esclarecer algumas das inúmeras dúvidas que tenho.

É frequente verificar diferentes nomes para as mesmas pessoas nos Assentos de Baptismo, aplicando-se esta situação tanto a nomes próprios, como aos apelidos (neste caso dos pais ou avós) ... o que fazer?

Ou seja, existe alguma regra para determinar que o "nome próprio" correcto da pessoa é o que figura no Assento de Baptismo, ou deverá identificar-se a pessoa p.ex. como sendo "Maria de Jesus tb conhecida por Ana de Jesus", consoante os diferentes nomes que constatamos nos diversos Assentos? E no caso de mudança do nome pelo Crisma, que tb acontece. Passamos a utilizar apenas este "novo" nome?

Quanto aos apelidos, é frequente verificar tb apelidos diferentes dos pais ou avós nos Assentos de Baptismo e/ou Casamento dos filhos, e até nos Assentos de Casamento dos próprios. Existe aqui tb alguma regra para determinar o apelido correcto, ou deverá identificar-se tb a pessoa como p.ex. "José Carreira tb conhecido por José Carreira Pinto"?

Nas famílias mais húmildes, verifico ainda com imensa frequência nestes Assentos, para não dizer quase sempre, o nome das mulheres sem nome de família. No caso das madrinhas, e qd "por sorte" assinam o registo, escrevem o nome com os apelidos de família. Será isto o suficiente para determinar, que pelo menos algumas, tiveram apelido? E neste caso, será que poderemos assumir que tb as suas irmãs têm apelido de família?

Provavelmente estas minhas questões não terão uma resposta linear, mas da experiência que tenho aqui no fórum, as ajudas têm sido sempre inestimáveis.

Os meus agradecimentos antecipados. Com os melhores cumprimentos,

A. Pinto de Abreu

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RE: Nomes Compostos

#38267 | Ortigão | 22 mar 2003 22:07 | Em resposta a: #23844

Esta discussão é muito curiosa. Gostaria de ressalvar os vários tipos de apelidos compostos, e as várias formas de destaque que os mantêm colados, por forma a facilitar esta discussão ou uma futura classificação.

Será importante distinguir os apelidos nobres dos não-nobres, e dentro de cada secção sub dividir conforme a idade da composição, e respectiva motivação.

Muitas vezes os nomes compõe-se na necessidade de manter um passado historico que provem de dois lados distintos. Caso dos Senhores de Felgueiras, os Coelho, que tendo uma quebra de varonia determinaram chamar-se Pinto Coelho.
Ligações ás familias reais, ou a familias cortesâs determinaram as escolhas de apelidos como Sousa ou Meneses por exemplo (também estes muitas vezes juntos).
Vicissitudes locais levam a que um certo numero de apelidos se tornem comuns, caso dos Sousa Machado, ou dos Sousa Pinto, que repetidamente aparecem, muitas vezes sem ligação entre eles.
Parece de qualquer das formas importante notar que sempre presidiu á composição de um nome um principio estético. Da conjugação do efeito aristocrático com o efeito estético resultam os nomes que sobreviveram, e todas as gerações novos nomes surgem. Um abismo sociológico separa os senhores de felgueiras dos Pinheiro Torres, e no entanto tudo se resume a importância local, jogo de varonias e interesses, e um bonito efeito estético.
Observando a varonia dos meus pais, vejo como de um lado, começa com Magalhães, evolui para Magalhães Teixeira (importância local aristocrática), depois para Magalhães Cerqueira (importância local politica) e finalmente para barroquizações como Magalhães Meneses Malheiro de Melo Vasconcelos e Sousa, de que sobrevive o actual binómio Magalhães e Meneses, simples e bonito, com a varonia acoplada a um nome de forte efeito aristocratizante e sem qualquer tipo de relação patrimonial e/ou politica. Um arcaísmo repescado para potenciar uma familia.
Do lado do meu pai um clássico binómio bem burguês. Começando com Oliveira, e resistindo a aliar os casamentos ao nome familiar, surge uma senhora ortigão sobrinha de um escritor famoso que batiza os filhos tão somente de "ortigão de oliveira", deixando cair o seu próprio binómio "Ramalho Ortigão". Toda uma nova estratégia, nada de cartas de armas, mas muita vontade de ser ou parecer. A familia Ramalho Ortigão cria o seu binómio e quase que o abandona por razões aristocraticas (chegam a chamar-se apenas Macedo Ortigao). Mas a fonética Ramalho Ortigão aliada ao mediatismo do escritor faz com que o nome assente arraiais. A familia Ortigão Ramos é de todos os ramos de ortigões a que mais sucesso teve, com um nome curto, rápido e de forte efeito.

Continue-se com esta estimulante conversa!

abraços,
Rodrigo OdO

p.s. não revi a resposta, deve ter erros

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RE: Nomes Compostos

#38268 | LCM | 22 mar 2003 23:21 | Em resposta a: #38267

Meu Caro Rodrigo,

Já tinha saudades de te ler aqui no Fórum. Quando vens à Corte?
Sobre os apelidos compostos muito haverá para dizer. Apenas umas notas:

1. Os frondosos nomes do séc. XVIII, repletos de aristocráticoa apelidos tinham, normalmente, razão de ser, pois representavam bens vinculados administrados pela família. Com a extinção dos vinculos e com o progressivo abandono de nomes extensos as famílias escolheram os mais importantes e/ou emblemáticos ou os mais próximos da varonia (que eram muitas vezes composições antigas já de 2 apelidos). Assim, por exemplo, os Saldanha de Oliveira Juzarte Figueira e Sousa, entre outros apelidos, passaram a ser Saldanha de Oliveira e Sousa ou simplesmente Saldanha nas gerações actuais, abandonando o Oliveira, principal vinculo da família (instituido no séc. XIII); caso curioso é dos Marqueses de Pombal em que nas actuais gerações, principalmente por senhora, tenha havido casos de abandonado do mitico Carvalho para dar lugar apenas ao pomposo Daun e Lorena; os Sabugosas, mantem o Melo Silva Cesar e Meneses no filho herdeiro sendo os restantes apenas Melo, apelido principal da Casa (nunca usaram o da varonia, Noronha). Estes são alguns entre muitos outros exemplos que todos conhecem.

2. Um exemplo de composição que conheço bem, o do administrador do Morgadio do Hespanhol, João Perestrelo do Amaral Ribeiro de Vasconcelos Fernandes e Sousa. Não sendo particularmente pomposo tinha os apelidos dos instituidores de todos os vinculos. O nome era o de sua mãe, Herdeira dos referidos vinculos, pois dos de seu pai, Luís Coelho Ferreira do Vale e Faria, nem sombra... A "limpeza" do séc. XIX e XX transformou apenas em Perestrelo, do vinc. do Hespanhol, e Vasconcelos, dos vinculos da Torre das Areias e de Pancas, os mais importantes e os 3 de maior rendimento.

3. Os binómios burgueses têm origem diversa, resultando na maioria dos casos do casamento de duas pessoas com apelido simples, existindo também casos em que de dois nomes de cada se forma um novo nome com dois apelidos. Os binómios, criados com ou sem a intenção de perdurarem, acabam por entrar no ouvido e permanecerem, só sendo destronados com a entrada de um novo apelido que possa "compor" um novo binómio interessante. Nos Ramalho Ortigão dás óptimos exemplos de como um apelido, Ortigão, pode ir destronando muitos outros que passam sem deixar grandes marcas.

4. Têm particular importância os apelidos estrangeiros na formação de binómios, resistindo a tudo e todos, por vezes até a apelidos de maior importância nobiliárquica. Mas isto dos estrangeiros já é outra conversa.

Desculpem estas divagações sem interesse. Só mais uma bota curiosa: poucos nomes de famílias nobres serão tão ridiculos como Pinto Coelho - é só imaginar um coelho e um pinto juntos quando se fala com um Pinto Coelho!

Um grande abraço
Lourenço

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RE: Nomes Compostos

#38271 | JoséSandeVasconcelos | 23 mar 2003 04:36 | Em resposta a: #38268

Caro Lourenço,

e o que pensar de... Raposo Cordeiro?!
Mas haverá muitas outras combinaçoes curiosas e bem mais estranhas.

Um abraço
José SV

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RE: Nomes Compostos

#38272 | magalp | 23 mar 2003 08:39 | Em resposta a: #38268

Pois é Lourenço...
É o mal das urbes citadinas, do cosmopolitismo!
por aí só conhecem os pintos encartonados, "do dia" e os coelhos, esfolados, pendurados nos açougues de cabeça para baixo.
Pois por aqui não preciso ir longe para ver pintos amarelos plumitivos e coelhos brancos e cinza lustrosos, em sã e feliz cohabitação...
Raposos vão entupindo alegremente os canos dos poços e cordeiros a ratar ervas e matos baixos, à sombra dos bairros camarários, na semi-indiferença de rapazolas que curam a ressaca de drogas duras injectadas na véspera...
Aqui mesmo, em Lordelo do Ouro, a mesma freguesia do Rodrigo.

Abraços
Manuel M/

PS-não percebi mto. bem a tal diferença abissal de PT.s com PC.s...

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RE: Nomes Compostos

#38286 | Ortigão | 23 mar 2003 13:33 | Em resposta a: #38272

Caro Manel

sobre a diferença abissal entre pinto coelho e pinheiro torres referia-me aos 300 anos que medeiam entre a formação de um e outro apelido, e claro ao facto de nem pinheiros nem torres terem alguma vez sido senhores de felgueiras e/ou vieira. Mas de facto tem razão, e aí quis eu também chegar: hoje em dia são quase equivalentes socialmente. Quase.

abc
ROdO
p.s. é de mim ou acordou mal disposto? o seu post está depressivo...

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RE: Nomes Compostos

#38291 | magalp | 23 mar 2003 14:00 | Em resposta a: #38286

Meu querido Rodriguinho

Ficaria em estado muito depressivo, se alguma coisa deixa-se de correr bem às forças de SM, Anzac e USAF, lá no Oriente Médio...
De resto nem a cotação (sempre em baixa) das acções da EDP e Telecom me preocupam muito.
Neste momento, a minha única preocupação é a amigdalite da minha neta Maria Inês...

Em relação a PT.s e PC.s, parte substantiva para ti da m/ msg anterior, sempre te digo aqui entre nós, que como PC legítimo tomara eu ter o estatuto social e económico dos PT.s...

All the rest era para o noso amigo LCM que talvez precise duma visita guiada à Faia, se esta ainda se mantiver mais ou menos parecida com a Faia da prima Fernanda vZ...

Abraços
Manuel M/

PS-deve ser difícil alguém acordar bem disposto às 03.45 de domingo...

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RE: Nomes Compostos

#38293 | alentejo | 23 mar 2003 14:15 | Em resposta a: #38267

Caro Rodrigo,

Concordo com aquilo que escreves. Pessoalmente acho que o "sentido estético" e em muitos casos o "nivelamento por baixo", foi causa do desaparecimento de muitos apelidos em Portugal, com raízes bem antigas e sobre o qual todas as regiões do país têm exemplos bastantes.
Não me parece que o apelido, por exemplo, "Cabeza de Vaca", usado com tanto orgulho em Espanha, fosse levado da mesma forma neste país que, ao contrário da tradição secular, mandou os apelidos dos pais para último lugar.
Tivemos apelidos antigos cheios de prosápia, recordo os Porcalhos, Encerrabodes, Botafogos, e tantos outros, dos quais hoje ninguém (?) faz uso. Isto para mim foi uma perda de património.

Abraço
NB

(estou como o LCM. Qdo apareces na "moiraima"?)

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RE: Nomes Compostos

#38295 | magalp | 23 mar 2003 14:29 | Em resposta a: #38293

Nuno, mouro duma figa!

Atão VExa. acha q. eu deveria usar Merdassada ou mesmo Cabeza de Vaca?
Era o q. mais me faltaria...
Prefiro Tintol de Mezão-Frio!

MM

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RE: Nomes Compostos

#38296 | alentejo | 23 mar 2003 14:46 | Em resposta a: #38295

Ahahahahah


Manel nada disso!!! Só acho que o nosso património em apelidos empobreceu. O "Merda Assada", o "Língua de Prata", O "Cabrinha" e tantas outras alcunhas de figuras históricas nunca se fixaram como apelidos.
Mas muitos apelidos, compostos ou não, correm o risco de desaparecer. Vou entrar novamente nos exemplos e espero com isso não melindrar ninguém, já que não é essa a ideia.
Com actual Marquês de Valença, Borba, Conde de Rendondo, Vimioso, Soure, etc., vai desaparecer, na representação, o "Portugal e Castro" e o "Costa Patalim Lafetá", isto para mim é uma perda de património.

Um forte Abraço
NB

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RE: Nomes Compostos

#38307 | LCM | 23 mar 2003 21:16 | Em resposta a: #38271

Caro José,

É verdade, nem me lembrei! Mas os Raposo Cordeiro têm pouco mais de 50 anos enquanto os PintO Coelho têm um pouco mais.

Abraço
Lourenço

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RE: Nomes Compostos

#38308 | LCM | 23 mar 2003 21:22 | Em resposta a: #38272

Meu caro Manuel,

Não pense que tem aqui um amigo cosmopolita, que só está à vontade no Chiado ou nos salões da Corte. Adoro o campo e tento passar lá tanto tempo como aqui em Lisboa. A época de preparação de exames, por exemplo, é sempre feita no sossego campo onde passo dias sem tocar no carro. Ontem e hoje foram dias de campo, com cães, galinhas, patos e até vitelos e uma burra!
Não ponho em causa a feliz co-habitação dos pintos e dos coelhos, apens acho que juntos como apelido de uma família tradicional dão um resultado curioso.

Um abraço amigo do
Lourenço

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RE: Nomes Compostos

#38309 | LCM | 23 mar 2003 21:24 | Em resposta a: #38286

D. Rodrigo,

Vê mas é se vens a Lisboa um dia destes para discutirmos estas coisas de nomes compostos a cores e ao vivo.

Um grande abraço
Lourenço

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RE: Nomes Compostos

#38310 | LCM | 23 mar 2003 21:29 | Em resposta a: #38296

Caro Nuno,

Infelizmente os Borba-Valença não podiam manter os apelidos todos. Na geração actual são apenas "Portugal de Sousa Coutinho" e este o nome do futuro titular. Usar aquela dezena de apelidos, com Patalim, Meneses, Lafetá, Castro, Costa, Castelo Branco, etc, era no minimo muito dificil nos dias que correm.
E se pensarmos bem quase todos eles correspondem a títulos: Soure, Borba, Vimioso, Redondo...
Dá-me notícias hoje ou amanhã para combinarmos a ida à DCL.

Abraço
Lourenço

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RE: Nomes Compostos

#38311 | alentejo | 23 mar 2003 21:38 | Em resposta a: #38310

Lourenço,

De acordo. Mas a prática de "distribuir" apelidos diferentes pelos vários filhos, para "memória das gerações futuras", foi usada ao longo dos tempos com muita frequência. Enfim, isto é assunto que diz respeito aos próprios.

Abraço
NB

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RE: Nomes Compostos

#38316 | aburma | 23 mar 2003 23:30 | Em resposta a: #38293

Caro Nuno,

Na qualidade de Merda Assada e Cabeza de Vaca desejo expressar a minha total concordância com as tuas avisadas palavras.

Posso dar algumas pistas para os ilustres nomes que referes: os Encerrabodes terão provavelmente soltado os bodes e alguns passaram a chamar-se apenas Serra, caso de um Joaquim Encerrabodes de Oliveira, que terá mudado o nome para Joaquim Serra de Oliveira (não sei se era parente dos Ortigão de Oliveira); quanto aos Porcalhos e Botafogos, lá usar o nome, realmente não usam, mas casos há de gentes que pelos seus actos nos levantam a questão se deles não provirão.

Um abraço

Alexandre

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RE: Nomes Compostos

#38317 | magalp | 23 mar 2003 23:42 | Em resposta a: #38316

Por Toutatis!
Falaste bem e eu gostei outra vez!
Quando tiver pachorra explico o que queria dizer no 4º de Julho do ano passado...

Entretanto criou-se aqui grande confusão, tanta q. até lamento não aparecerem por aí o Caturra, o Cueca Azul, o Barbadão e outros de dedo rápido e espírito lúcido...

Abraços para vomecês
MM
Manel

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RE: Nomes Compostos

#38318 | alentejo | 23 mar 2003 23:55 | Em resposta a: #38316

Caro Alexandre,

Nem mais, estás coberto de razão. Fixou-se o Encerrem os Bodes (castelhanos) como apelido por esse facto e embora em desuso haverá descendência, pelo menos nos actos.
O célebre Vasco Martins Porcalho bandeou-se para Castela após a subida ao trono do Mestre, emporcalhando com isso a sua medieval família, e terá deixando parentela. Já os Botafogos (estão na origem desse bairro carioca), e espalharam também alguns calores.

Abraço
NB

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RE: Nomes Compostos

#38328 | aburma | 24 mar 2003 11:07 | Em resposta a: #38268

Caros Lourenço e Manel,

Quando, ao falardes de Pintos, dais a entender tratar-se das crias da galinha, estais a laborar em erro. O apelido Pinto não tem efectivamente nada a ver com os aspirantes a frango - com ou sem nitrofuranos - mas antes terá tido origem no facto de, após uma refrega especialmente sangrenta, D. Afonso Henriques se ter virado para um Soeiro Mendes e lhe ter dito: "Soeiro, estais pinto!"

Abraços

Pinto

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RE: Nomes Compostos

#38354 | zamot | 24 mar 2003 19:30 | Em resposta a: #38311

Caros Nuno e Lourenço

Onde é a DCL? Porque não vêm antes à YH é que eu gostava de os ver.

Um abraço

Zé Tomáz

P.S. Sabiam que o M. A. (...)era de Cascais

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RE: Nomes Compostos

#38355 | LCM | 24 mar 2003 19:36 | Em resposta a: #38354

Caro Zé Tomás,

A DCL é a distribuidora do livro "Privilégios da Nobreza" a quem temos de cobrar uma divida que já se vai tornando velha.
A YH é bem mais agradável. Um dia destss passo aí para te dar um abraço pessoalmente.
até lá, fica um abraço por escrito do
Lourenço

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RE: Nomes Compostos

#38356 | zamot | 24 mar 2003 19:37 | Em resposta a: #38272

Caro Arcebispo Bispo Conde,

Para mim os pintos são estupidos, e os coelhos são rápidos, mas tenho excelentes amigos Pinto Coelho, e nunca me esqueço de uma história passada em Londres em que apresentei um desses meus bons amigos a uma agente de viagens Inglesa como o my friend" Mr X Y Small Chicken Rabit" foi uma gargalhada pegada.

Um abraço

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RE: Nomes Compostos

#38357 | zamot | 24 mar 2003 19:39 | Em resposta a: #38355

Lourenço

Pelos vistos estamos "on line" sugiro então que após cobrarem essa velha divida, venham gastar o dinheiro novo aqui num whisky velho. Que achas?

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RE: Nomes Compostos

#38362 | aburma | 24 mar 2003 22:18 | Em resposta a: #38354

Caro Primo Zé Tomaz:

O M.A. (...)era de Cascais?? Não estou a dizer que ache impossível, mas acho no mínimo inverosímil que o Senhor da Honra de Resende, nos dealbares da nacionalidade, daí fôsse natural. A não ser que te estejas a referir a outro excremento qualquer.:)

Um abraço

Alexandre

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RE: Nomes Compostos

#38363 | magalp | 24 mar 2003 22:36 | Em resposta a: #38356

Nobre José Thomaz Telles da Sylva, Senhor de Unhom

A minha dica inicial neste tópico nada tinha a ver com o desenvolvimento depois dado.
Mas o Fórum é mesmo assim e de nomes compostos que se pretende sejam o mais identificativos possível de uma determinada família ou estirpe, nobilitada ou não, medieval ou moderna que seja, entrámos alegremente a discutir animais de criação nos quintais e quintalejos das terras onde hoje se vai só de fugida e donde se regressa carregados de preocupações, não se chegando a gozar a quietude, o bucolismo do lugar – de resto, de mês a mês aparece na cercania uma nova «maison» ainda mais horrível do que a anterior...
Não tardaria muito estaríamos a discutir o grau e a acidez do Tintol, a nascença das uvas, o peso das pencas, o sabor e frescura das maçãs e pêras, a qualidade das broas e folares...
Para não variar, nisso sou muito português, acho que «a galinha da vizinha é bem melhor do q. a minha» e vai daí tudo o que é bom, é no Vale da Vilariça, lá no Alto-Douro, onde não há (ou não havia) «maisons» e até o Tintol falava, com muita meiguice, devoção, côr, perfume e grau bem acertados!

Pois o que eu queria dizer é que há apelidos compostos que não deveriam ser amputados, nas conservatórias, nos registos oficiais. A Lei deveria permitir que determinados nomes q. temos no ouvido – não necessariamente os carregados de pergaminhos nobilitantes, foros de fidalguia, CBA’s, carga histórico-militar, etc. – fossem conservados de geração em geração intocáveis, até para uma identifixação mais completa do seu portador.
Por meros exemplos, dou dois (que por aí vos são muito queridos, mto. embora sejam nortenhos até dizer chega...) Pinto Basto e Cardoso de Meneses; e por aqui, tb. entre outros, Pinto de Mesquita, Pires de Lima e Pinheiro Torres. Exemplos típicos de famílias que criaram este nomes compostos há já mais de sete gerações e não dá «jeito» nenhum ver este nome cortado, sobretudo nos varões, ainda que (ou sobretudo) para ajuntar um outro apelido mais sonante, mais carregado dos ditos «pergaminhos»...
Claro que esta ideia pode trazer problemas. Um deles poderá ser o comprimento do nome, por ex. Fontes Pereira de Mello... um apelido que só faz sentido se usado no seu conjunto, nunca partido; ora hoje e muito felizmente (mesmo de há uns anos para cá), caminha-se para uma simplificação dos nomes e apelidos, sem prejuízo da identificação. Neste caso de FPM, não é decididamente fácil, mas poderia e deveria ser usado exclusivamente nos varões.
A outra questão é mais de razão afectiva... já dei por mim a invectivar um cristão (por sinal cheio de plumagens...) porque, dizia ele ser Sousa Pinto há muitas gerações. Por que não fosse a ponta dum corno aos meu queridos e verdadeiros primos Souza Pinto, companheiros da meninice, acabei por o amesquinhar considerando-o um «usurpador» de nomes alheios...

Grande abraço
Manuel M/

Resposta

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RE: Nomes Compostos

#38398 | aburma | 25 mar 2003 12:23 | Em resposta a: #38363

Caro Manel,

Sábias palavras, como de costume.

Mais complicado ainda que Fontes Pereira de Melo é o caso da família Bettencourt de Vasconcelos Correia e Ávila, a que como sabes pertenço e, modéstia à parte, represento, cujo nome composto é utilizado desde o séc. XVII. Alguns parentes meus, descendentes do meu tio-bisavô Diogo, ainda usam o nome na íntegra, e muito bem. Já as minhas avós, que como também sabes, eram irmãs, deixaram caír o "Vasconcelos Correia e Ávila", para poderem acolher no seu nome vários apelidos maternos, alguns dos quais comuns aos teus costados.

Esta questão só seria facilitada se o preceito legal do limite de quatro apelidos passasse a considerar como tal nomes compostos em existência há um determinado número de gerações ou de anos.

Ocorre-me, a título de exemplo, o caso do antigo Primeiro Ministro Aníbal Cavco Silva, que presumo seja Cavaco pela mãe. Decerto que a sua descendência quererá usar este nome composto, e não apenas o mais comum "Silva", pois assim perpetuará o nome do 1º Ministro que no nosso país mais tempo ocupou o lugar em democracia. Mas imaginemos que esa descendência contrai matrimónio com pessoas que também fazem questão de perpetuar nomes compostos, e aí a extensão dos nomes poderá começar a constituir um problema.

Matéria interessante, sem dúvida.

Um abraço

Alexandre

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RE: Nomes Compostos

#38461 | magalp | 25 mar 2003 19:49 | Em resposta a: #38398

Alexandre

Essa das "sábias palavras" só por troça... mas como vem de ti não acredito.
Lá para baixo, neste tópico está uma óptima explicação da nossa anarquia, ou mesmo javardia centenária, no uso e auso de apelidos, tantas vezes sem o menor sentido. A redacção que refiro parece mesmo da autoria do nosso mui avisado Gram-Meestre, mas não está assinado por ele e bem sabemos que detesta pseudónimos e heterónimos...

Realmente rara é a árvore de costados duma qualquer pessoa, q. nos seja dada a ver, que não seja vivo exemplo daquilo que reza o tal artigo aqui neste tópico.

Abraços
Manel

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RE: Nomes Compostos

#38477 | Portuguez | 25 mar 2003 22:50 | Em resposta a: #38461

Manuel Maria

Fiquei curioso, mas isto vai extenso e não encontrei o teu «lá para baixo». Consegues situar-me?

Abç

ATF

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RE: Nomes Compostos

#38491 | magalp | 26 mar 2003 07:46 | Em resposta a: #38477

Nobre Gram-Meestre

Apanhei-a no "modo expandido"...
25-03-2003, 16:09 - assinada p/ Ant. Bivar.

Já estás melhorzinho? O Chanceler-Mor já estava tomado de grande cuidado com a tua falta de notícias...
A Ordem deveria ter um Dr. Sangrado e um Boticário, ou no mínimo um eficiente Cirurgião-Barbeiro.Sefor reciso anestesia de "augardente", posso arranjar.
Tb. sou capaz de "talhar" e cruzar pauzinhos de loureiro...

Abraço
MM

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RE: Nomes Compostos

#38509 | Portuguez | 26 mar 2003 13:21 | Em resposta a: #38491

Caríssimo Capellom Moor destas Ordes

Bem hajas pelo cuidado. Ainda não conheces o meu amigo Tó Bivar, ilustre doutorado em matemática pela Sorbonne, de cartesiano e linear, elegante e sintético estilo? Muito me honrou a tua imerecida comparação.

Agradeço sobretudo o envio da anestesia. E nunca duvidei que às horas de prima a que te levantas tanta vez caisses de joelhos, como é de tua justa obrigaçom christam, pedindo pelo fim das dores deste Mundo, a começar sem dúvida pelas minhas...

Quanto aos pauzinhos de loureiro e outras coisas transmontanas mais, fala baixo, que andam por aqui ainda descendentes em barda de FSO's.

Gd Abraço

ATF


Abraço

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