1820 - Att Magalp & Vasco Cirne

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1820 - Att Magalp & Vasco Cirne

#24011 | aburma | 06 jul 2002 18:42

Caros Primos,
Porventura não vos darei novidade alguma, mas folheando a História de Portugal de Joaquim Veríssimo Serrão, Vol VII, topo com o seguinte a propósito da revolução de 1820 (pág. 351): "Como vogais (da Junta Provisória do Governo Supremo do Reino)foram escolhidos os representantes das classes ou grupos:...pela Nobreza...e Frei Francisco de Sousa Cirne Madureira". Vasco, temos dois ou três antepassados com este nome, e este Frei tem de ser da família. Sabe alguma coisa?
Mais adiante (pág. 356)"O marechal-de-campo Gaspar Teixeira de Magalhães e Lacerda dominava a província do Minho". Manel, trata-se do meu 5º avô e teu tetravô, o 1º Visconde de Peso da Régua? A confirmar-se, isto só dá lustro aos pergaminhos liberais, ou "malhados", ou como lhe queiram chamar, da família. Já sabia que tinha um 5º avô, Alexandre Alberto de Serpa Pinto da Costa, entre os bravos do Mindelo, mas no cerne da revolução portuense, francamente não sabia.
Aguardo vossos comentários.
Abraços de 24 de Agosto
Alexandre

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RE: 1820 - Frei ou não?

#24806 | aburma | 25 jul 2002 14:31 | Em resposta a: #24011

Lendo em Pinho Leal os nomes dos membros do Governo Provisório saído da revolução de 1820, vejo Francisco de Sousa Cyrne Madureira e Frei Francisco de Sousa, monge beneditino. Joaquim Veríssimo Serrão aparentemente funde os dois num só e nomeia um Frei Francisco de Sousa Cyrne Madureira. Como não consigo encontrar motivo pata Francisco de Sousa Cyrne Madureira ser tratado por Frei, a não ser pelo facto de ser COC, inclino-me para a versão, até mais próxima dos factos, de Pinho Leal.

Cumpts
aburma

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RE: 1820 - Frei ou não?

#24810 | aeiou2 | 25 jul 2002 17:05 | Em resposta a: #24806

Na Grande Enc.Luso Brasileira não é Frei nem Cox,e´da Nobreza e representou-a.
Cumprimentos
Maria

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RE: 1820 - Att Magalp & Vasco Cirne

#24813 | Vasco Jácome | 25 jul 2002 20:32 | Em resposta a: #24011

Caro Alexandre Burmester

Peço desculpa pela intromissão neste tópico familiar, mas vendo as “Últimas Gerações” vol. II, apostila 137 (pg. 133 e seguintes) relativa ao Paço de Gominhães e que abrange a época em questão, o único Francisco de Sousa Cirne Madureira que encontro é mesmo o irmão da sua trisavó que foi casado com D. Maria Ana Teixeira de Azevedo Cabral Canavarro CG.
Não encontro nenhum Frei. Deve realmente haver por aí alguma confusão.

Quanto a Gaspar Teixeira de Magalhães e Lacerda, parece-me indubitável que é o 1º Visconde de Peso da Régua.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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RE: 1820 - Att Magalp & Vasco Cirne

#24823 | aburma | 26 jul 2002 12:27 | Em resposta a: #24813

Caro Vasco Jácome,

Não tem nada que pedir desculpa! As Últimas Gerações vão apenas, penso eu, até à geração da minha trisavó Maria da Purificação, ou até à de seu pai, Francisco Diogo de Sousa Cirne Madureira Alcoforado. Este Francisco de que vimos falando era avô dela, e surge no Canaes. No recentemente publicado "Velhas Casas de Guimarães", no tít. de "Paço de Gominhães", é referido como COX, FCR e FSO.
Quanto a Gaspar Teixeira, o que me surpreendeu é que eu sabia que ele tinha sido miguelista, tendo-se entregue ao exército liberal ainda antes de Évora Monte, mas desconhecia o seu envolvimento na Revolução de 1820.
Um abraço
Alexandre

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RE: 1820 - Att Magalp & Vasco Cirne

#46649 | magalp | 01 set 2003 12:20 | Em resposta a: #24823

Alexandre

Tenente General Gaspar Teixeira de Magalhães e La Cerda, aqui

http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=20752

Uma figura de q. falámos já por diversas vezes, tornada um mito familiar conforme o prisma pelo qual é visto. Na verdade, morreu ao abandono de tudo e de todos, incluindo familiares próximos...

Por mero acaso encontrei hoje este tópico que me lembrou uma curta biografia de Gaspar Teixeira, no “Dicionário Ilustrado da História de Portugal” – Alfa, 1982 (Vol. I, pg. 369), subscrito pelo sociólogo Fernando Pereira Marques, q. me parece muito elucidativa.
NBP (Vol. III, pg. 126), traça-lhe a competente biografia com maior detalhe e com idêntico rigor.

Como político, creio firmemente que Gaspar Teixeira era tanto de “vanguarda” quanto eu (e muitos como eu) o fomos entre 25 de Abril de 1974 e o 1º de Maio desse mesmo ano! Tb. é minha convicção de que era então tanto ligado à maçonaria, quanto eu hoje sou comunista, ou mesmo socialista!

É um facto que fez alinhar (no Poço da Patas, antigo largo “mijavelhas”, actual Campo de 24 de Agosto) uma força sob o seu comando (então Marechal de Campo) coadjuvado pelos seus muito fiéis e dedicados generais Sepúlveda e Drago e com esta marchou sobre Lisboa para aí proclamar os princípios liberais. Sabemos das suas relações de amizade com o primo e cunhado, António da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, nomeado Presidente da Junta Governativa do Porto. Mas, sabemos igualmente do seu oportunismo (ou aproveitamento do “timing” apropriado…) marchando sobre Lisboa quando o seu inimigo de estimação, Beresford, dali se ausentava para o Rio… Este, ofendera o orgulhoso Torre e Espada, Gaspar Teixeira, punindo-o em Ordem do Dia, talvez injustamente. Sabemos q. então o descontentamento com a generalidade dos oficiais ingleses era enorme, pois ocupavam as chefias superiores do Exército, muito desconsiderando (com alguma razão…) as capacidades dos homólogos portugueses. Todavia, anos mais tarde, durante a terrível guerra civil, ambas as facções tiraram bons proveitos do desempenho dos mesmos oficiais ingleses…

A “Martinhada”, pouco depois do pronunciamento de G.T. em Lisboa, não foi senão um arrufo deste por via dos políticos liberais (esses sim, das “forças ocultas” e vanguardistas!) o terem posto na prateleira, votado ao esquecimento, mas com a sua força ordeiramente bivacada lá para o campo das cebolas. Menosprezando a experiência do muito experimentado militar, levaram no toutiço, e com justeza…

De facto, Gaspar Teixeira era um veterano das Campanhas Peninsulares onde alcançou fama e um ror de louvores de Wellington, como artilheiro de afinadas pontarias e extrema dedicação à causa. Não desmereceu a fama e honra da sua ilustre e grande família transmontana, então verdadeiramente tornados “Senhores da Guerra” – C. de Amarante e Marquez de Chaves, C. de Vila Pouca, Viscondes de Montealegre, Santa Martha, S. João da Pesqueira, Molelos, etc.
Talvez por isso, pelo seu grande prestígio e tb. devido à enfermidade do brioso e valentíssimo Marquez de Chaves, foi nomeado Governador da Corte, por Dom Miguel…
Não terá sido como prémio da sua actuação como Major General no sítio do Porto, onde vacilou irremediavelmente por diversas vezes, sobretudo no famoso e muito anunciado ataque pela Festa de S. Miguel!

Inexplicavelmente, juntamente com o Duque de Cadaval, vacila em Julho de 1833; retira para Santarém o formidável corpo de Exército (talvez 40 mil experientes homens!) após o desembarque do Duque da Terceira à testa de 2 mil homens, extenuados por uma dura campanha no Algarve e Alentejo…
Foi feio… e mais feio ainda o seu empenhamento (por escrito) junto do “Exmo e Ilmo. Conde de Villa-Flôr e Duque da Terceira, meu muito estimado primo”, manifestando a sua adesão à Causa de Dona Maria…
Procurou salvaguardar os soldos e honrarias, e se estas lhe foram mantidas por espantosa magnanimidade da nova ordem, já aqueles soldos lhe foram imediatamente retirados pelo impoluto Agostinho José Freire – um dos mais honrados nomes daquela difícil época.

E creio ser esta toda a verdade sobre o meu 4º e teu 5º avô Gaspar Teixeira.

MM

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