Pariato de juro e herdade?

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Pariato de juro e herdade?

#27194 | Jorge Costa | 23 set 2002 18:59

O pariato do reino foi em certa fase hereditário.
Existiu ainda pariato de nomeação régia ou electivo.
Fala-se que na minha família teria existido pariato hereditário de juro e herdade, o que se trataria de um honra especialíssima.
Será verdade?
Talvez o Nuno Borrego ou o Lourenço Correia de Matos saibam se existiu essa modalidade.
Se souberem agradeço-vos a paciência.
Um abraço.
Jorge Mendes Costa

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RE: Pariato de juro e herdade?

#27200 | magalp | 23 set 2002 23:14 | Em resposta a: #27194

Caro Jorge M. Costa

Não sei se era uma Mercê assim tão rara. SM a Rainha Dona Maria II fez muitos Pares do Reino durante o seu (infelizmente) curto reinado. E não sómente os titulares com grandeza - que resto a passavam a ter desde q. nomeados. Acontece que os encargos dessa mesma merçê eram muito onerosos, com a particularidade de serem deixados a um filho. Posso dizer-lhe que o Tenete-General Conde de Samodães, recusou ser Par do Reino exactamente para não transmitir ao seu único filho o pesado encargo. Aconteceu que SM não aceitou, e muito bem, a recusa ainda q. bem fundamentada e o 2º Visconde e 2º Conde de Samodães, foi realmente Par-do-Reino, bem como uma das mais ineressantes figuras públicas do seu tempo.
Aconteceu tb. que o 1º Visconde de Alpendurada foi feito Par-do-Reino no final da sua vida, não tendo tido tempo de tomar posse do cargo. Herdou a Merçê o seu filho mais novo, Barão de Magalhães, em plena vida do seu irmão mais velho o Juiz Desembargador Joaquim Vieira de Magalhães.

A título de curiosidade, porque poderá interessar algum leitor, quem representa hoje o dito Barão e Conde de Magalhães, bem como esta velha linhagem de Magalhães, é de facto a distintíssima Senhora Condessa de Santar.
cmptos.
MMM

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RE: Pariato de juro e herdade?

#27201 | alentejo | 23 set 2002 23:20 | Em resposta a: #27194

Caro Jorge Mendes Costa,

Aqui vai o que apurei sobre o assunto, no site do parlamento. Existiu uma publicação (Diário da Câmara dos Pares do Reino), que o poderá ajudar nesta matéria.

Cumprimentos

NB


Diário da Câmara dos Pares do Reino - 1842-1910.
Após a revolta de Costa Cabral em 1842, é instaurada novamente a carta constitucional, sendo restaurada a Câmara dos Pares do Reino.
Com sessão inaugural a 10 de Julho de 1842, a Câmara dos Pares irá dar início às suas sessões, as quais só vão ser interrompidas pela revolução republicana de 1910.
O número dos seus membros e forma de constituição foi variando ao longo dos tempos, existindo:

pares por direito próprio (príncipe real, infantes e pariato eclesiástico) de 1842 a 1910;
pariato hereditário (abolido de 1885 a 1895);
sistema misto de nomeação régia de 2/3 dos membros e 1/3 de membros eleitos em eleição indirecta por um período de 6 anos (1885 a 1895).
A Câmara dos Pares, para além das suas funções legislativas, reunia-se também em Tribunal de Justiça.

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RE: Pariato de juro e herdade?

#27235 | aburma | 24 set 2002 16:08 | Em resposta a: #27200

Manel,

Agora baralhaste-me. O Barão de Magalhães que referes era filho do 1º Visconde de Alpendurada, António Vieira de Magalhães? Eu pensava que este apenas tivera uma filha, D. Josefina, 2ª Viscondessa e mulher do 1º Conde, João Baptista Pereira da Rocha. E o Juiz Desembargador Joaquim VM era irmão mais velho de quem? Do Visconde? Seria então o barão também irmão do Visconde? Estou mesmo confuso! Helfen bitte!

Um abraço

Alexandre

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RE: Pariato de juro e herdade?

#27236 | aburma | 24 set 2002 16:17 | Em resposta a: #27201

Caro Nuno,

Como com certeza saberá, a Câmara dos Pares, orgão legislativo que constituía uma das principais diferenças entre o "cartismo" e o "vintismo", teve larga inspiração na Câmara dos Lordes britânica. A sua composição era mais heterogénea (na Câmara dos Lordes, até à sua recente reforma, tinham apenas assento os nobres titulados e alguns membros do clero)mas a suas funções eram muito semelhantes, incluindo a judicial, pois ainda hoje, no Reino Unido, a Câmara dos Lordes funciona como Supremo Tribunal (os Lordes que exercem essa função judicial são conhecidos por "The Law Lords). Enfim, um caso raro de influência britânica na característica das nossas instituições políticas - não me estou a referir a influência política propriamente dita, pois essa, como sabemos, foi enorme, para o bem e para o mal. (a este propósito queiram p.f. consultar o tópico "Bandeira Republicana", ou título semelhante, onde se tem debatido também o reverso da medalha - o "francesismo").

Um abraço e desculpem a intromissão e fuga ao assunto

Alexandre

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RE: Pariato de juro e herdade?

#27248 | magalp | 24 set 2002 18:21 | Em resposta a: #27235

Alexandre

Estavas confundido. AVM casou duas vezes - de papel passado - do 1º casamento teve 5 filhos, sendo o mais velho o tal Juiz, pai do Conde de Ariz, s.g. Do 2º casamento teve 2 filhas. Josefina, minha trisavó, c.c. João Batista Pereira da Rocha e, não sei porquê, foi a 2ª Viscondessa de Alpendurada e cujo marido, Presidente da Cãmara de Lamego (por 40 anos...) abarbatou o título, sendo posteriormente elevado a Conde.
A minha Mãe, como todos os Meirelles Leite da Casa do Campo, os Sousa Pinto, Pesqueiras, Vilhenas, etc, vem do 1º casamento.
O filho mais novo desse 1º cas., AVM, Jr. (detestava ser tratado por júnior) foi cedo para Lisboa representar os negócios do pai, aos quais o seu irmão mais velho ligava pouco. Tão bem o representou q. se tornou Director da Praça da Figueira e fez grande fortuna pessoal. Foi até ministro do "governo dos cem dias" abandonando por aí a política "q. lhe fazia perder muito tempo e dinheiro". Mas foi uma personagem interessante no seu tempo, muito influente e solictado. Dele descendem os Santar e os Ayerba e Lierta, que por sua vez vinham dum patusco General Jordan, grande amigo e companheiro de guerras e patuscadas, do Coronel Magalhães.
Poderás consultar a RFTGP, de Albano da Silveira Pinto, ou então, e com muito mais pormenor e algum picante (...) o meu "Senhor Visconde" - estou certo de que gostarás...
Manel

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RE: Pariato de juro e herdade?

#27267 | aburma | 24 set 2002 23:38 | Em resposta a: #27248

Manel,

Fiquei agora esclarecido. Duma coisa estou certo - não foi o recentemente dissolvido CN que atribuíu à Sra. D. Josefina o direito ao uso do titulo de Viscondessa de Alpendurada, nem tão-pouco foi ele que permitiu que João Baptista dele se abarbatasse! :)
Aguardo com ansiedade a publicação de "O Senhor Visconde". Sempre será prefaciado por D. Vasco de Briteiros (Medalha de Ouro no Concurso de Berlim, etc)?

Um abraço

Alexandre

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Pariato de juro e herdade?

#354799 | Daniel Leite | 16 fev 2015 17:48 | Em resposta a: #27267

Boa tarde senhor Manuel,
Me chamo Daniel, sou genealogista e estou fazendo a árvore genealógica de minha família paterna: Meirelles Leite. Estou tentando descobrir o local de nascimento e batizado de meu trisavô, que veio para o Brasil. Francisco de Meirelles Leite e Gertudes Maria de Jesus deixaram um filho ( que eu saiba até agora ): Francisco de Meirelles Leite Filho. Nascido em Portugal, casou no Brasil com Francisca Josepha Dias de Fonseca, natural da província do Rio Grande do Sul. Se estabeleceram em Pelotas/RS e alguns anos depois, passaram a residir em Rio Grande/RS, onde deixaram descendência. Na mensagem anterior o senhor colocou que sua mãe é desta família. Será que há algum parentesco entre nós ? Muito obrigado por sua atenção,
Daniel Teixeira Meirelles Leite

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filho gertudes

#439845 | moabejs | 10 mar 2022 04:28 | Em resposta a: #354799

ola como existe varias gertudes com o mesmo nome, mas a mãe do meu bisavó se chama gertudes maria de jesus

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