Carta Constitucional de 1824 e de 1826
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Carta Constitucional de 1824 e de 1826
Prezados amigos
Eu já sabia que tinha sido o núcleo familiar da família Carneiro de Campos (vide tópico por nós apresentado aqui no Genea)quem havia escrito a Carta Constitucional Brasileira de 1824. Há pouco tempo atrás soube pela página do Senhor Manuel Amaral que também o meu tio, o brasileiro José Joaquim Carneiro de Campos (Marquês de Caravelas) havia escrito a Carta Constitucional portuguesa de 1826. Parece que haveria certa relação deste núcleo de poder dos Carneiro de Campos com o nosso bom D. Pedro I/IV e eventualmente com a maçonaria. Como o tema da maçonaria foi recentemente levantado pelos ilustres participantes do fórum, peço que se algum colega souber algo apresente outras fontes.
Clemente Ferreira França, Marquês de Nazaré, José Joaquim Carneiro de Campos, Marquês de Caravelas e Francisco Carneiro de Campos, Desembargador, foram os autores da Carta Constitucional outorgada de 1824 e que garantiria a base organizacional do Império brasileiro por mais de seis décadas. Os três eram formados em Coimbra e tiveram intensa carreira docente, acadêmica e burocrática no Reino e no Brasil. O Marquês de Nazaré foi o Ministro da Justiça de 10/11/1823 até 21/11/1825 e o Marquês de Caravelas o foi de 21/1/1826 até 15/1/1827. Caravelas tinha sido o substituto de José Bonifácio na pasta ministerial do Império e dos Estrangeiros de 17/7/1823 a 10/11/1823. Também era Senador. Com a abdicação de D. Pedro I foi um dos membros da Regência Trina Provisória em 1831(ao lado do Senador Vergueiro e do General Lima e Silva). Francisco Carneiro de Campos foi Desembargador da Relação da Bahia, da Casa da Suplicação e Ministro do Supremo Tribunal de Justiça. Tinha sido Deputado Constituinte pela Bahia em 1823. Senador. Ministro dos Negócios Estrangeiros de 1830-1832. Além dos três epígonos, a família ainda controlava a Secretaria de Estado com o seu fundador e Oficial Maior, João Carneiro de Campos. Foi quem escreveu as primeiras ordens e deliberações imperiais acerca da independência. O quarto irmão Carneiro de Campos era o Conselheiro Manoel, Deputado da Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação do Império (meu 5° avô).
A família Ferreira França entrelaçou-se com os Carneiro de Campos várias vezes.
Maria Ignacia Ferreira França, irmã do Marquês de Nazaré, era casada com Manuel Carneiro de Campos, irmão do Marquês de Caravelas e pais de :
1 Henriqueta Carneiro de Campos c.c. José Manoel da Costa Barros e Azevedo (Marques) (meu ramo -RCO-de descendência)
2 Frederico Carneiro de Campos, Coronel do exército e Presidente indicado da Província de Mato Grosso em 1864 quando foi capturado pelos paraguaios.
Muitos outros membros dessa família continuariam em altas posições na burocracia imperial como Joana Carneiro de Campos, 2° Viscondessa de Caravelas e Carlos Carneiro de Campos, 3° Visconde de Caravelas, Senador e Ministro do Império.
Eram "razoavelmente" áulicos e alguns "razoavelmente" corruptos (já li acusações contra o meu tio o Marquês de Nazaré). Conseguiram a façanha de escrever a constituição de uma sociedade escravista sem aparecer uma única vez a palavra de escravo na carta ! E faça-se a ordem. Quem se achar melhor que se habilite.
Pesquisas próprias.
Dicionário Bueno & Barata.
História do Ministério da Justiça. Pedro Calmon : 1972.
Genealogia dos Ferreira França. Gilda da Costa Barros e Azevedo von Sothen.
O nosso obrigado e melhores cumprimentos
Ricardo Costa de Oliveira
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Carta Constitucional de 1824 e de 1826 / Maçonaria
Meu caro Ricardo,
Sobre a atuação de seu antepassado Marquês de Caravelas como maçon, se for do seu interesse, pode contactar o GOB - Grande Oriente do Brasil, que tem um departamento cultural. O responsável chama-se Argemiro Jose de Camargo Rossi - Grande Secretário de Educação e Cultura e costuma ser muito atencioso.
O GOB tem site na internet, cujo endereço é: www.maconariadobrasil.org.br.
O meu cordial abraço
José Roberto Vasconcelos
vasconcelos@genealogias.org
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RE: Carta Constitucional de 1824 e de 1826
Caro "Confrade"
Embora não venha trazer nada de novo aos interessantes apontamentos que aqui deixou, não resisti à tentação de assinalar a minha alegria de ter aqui encontrado, pela primeira vez, um brasileiro remotamente (e, vá lá, indirectamente) ligado comigo ...
O Dr Clemente Ferreira França era irmão de António Ferreira França, cujo filho ,Conselheiro Ernesto Ferreira França casaria com Isabel Velloso de Oliveira.
Esta, por ser filha do Desembargador António Rodrigues Velloso de Oliveira e Joana Emíla Allen, era neta de Duarte Guilherme Allen, meu 4º avô.
Tanto o Desembargador Velloso de Oliveira como seu sogro Duarte Guilherme Allen são dados como Maçons na obra de A.H. de Oliveira Marques.
Do casal António Velloso d'Oliveira / Joana Allen descendem também muitos membros da distinta família Galvão de Moura Lacerda, de que penso ainda existirem representantes, que bem gostaria de encontrar por aqui.
Os meus cumprimentos
José Alberto Allen
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RE: Carta Constitucional de 1824 e de 1826 / Maçonaria
Caro José Roberto
Obrigado por mais esta dica. Precisamos de alguém que escreva uma detalhada história política da maçonaria no Brasil, se é que ainda existem fontes.
Abraços
Ricardo
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RE: Carta Constitucional de 1824 e de 1826
Caro José Alberto Allen
Muito obrigado pela informação e pela apresentação de novos primos na família Ferreira França em Portugal. Se o colega entrar em contato com eventuais primos descendentes dos Allen e Ferreira França, pergunte-lhes se por acaso teriam interesse na genealogia Ferreira França, nome que já veio composto para o Brasil com uma genealogia em que ainda não consegui recuar muito.
Melhores cumprimentos
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: Carta Constitucional de 1824 e de 1826
CASO OS SRS QUEIRAM POSSO TENTAR AJUDAR,
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