Condes de Noronha
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Condes de Noronha
Quem eram uns Condes de Noronha (assim mesmo, não Noroña) que se encontravam na corte de St. Petersburgo em 1812, aquando da invasão da Rússia por Napoleão? Eram muito mencionados na correspondência da minha família como sendo grandes amigos e gente com muita categoria. Seriam portugueses? Uma carta menciona que o conde era ministro plenipotencionário da Espanha, mas penso que assim sendo, eles seriam Noroña e não Noronha, como escrevem sempre.
A minha curiosidade só se relaciona com o respeito pela amizade, nada mais.
Muito obrigada
Maria José de Zea Bermúdez
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RE: Condes de Noronha
em resposta, posso dizer que me chamo Noronha e sou de familia portuguesa.tambem tanho contactos com Noronhas que sào espanhois. amizade.
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RE: Condes de Noronha
Cara Maria José de Zea Bermúdez,
Aproveito para desejar a continuação de Boas Festas e felicitar pela escolha oportuna do magistral poema de Natal de Jorge de Sena.
O conde de Noronha que refere é seguramente Don Pedro de la Nava y Noroña Vargas y Atienza que se encartou em 1792 com o título de conde de Noroña, concedido por Carlos IV de Espanha.
Porque teriam escrito Noronha e não Noroña ?
O apelido Noroña em Espanha é considerado como sendo de origem portuguesa e havê-lo escrito na forma original, pode ter sido a opção considerada correcta.
Com os meus cumprimentos,
José Pedro Castro
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RE: Condes de Noronha
Cara Maria José de Zea Bermúdez,
Mais uma curiosidade que vem reforçar o raciocínio anterior.
O seu filho Gaspar Maria de Nava Alvarez, conde de Noroña (*Castellón de la Plana 1760 +Madrid 1815) foi oficial do exército e participou em diversas batalhas contra os franceses (Gibraltar, Rossilhão, San Payo, Guerra da Independência), desempenhou funções diplomáticas na República Helvética (1799) e em São Petersburgo (1802) e, mais tarde, foi governador militar e civil de Cádiz (1811); foi escritor, mas notabilizou-se, sobretudo, através de uma diversificada obra poética que, só mais tarde, foi reconhecida e é, actualmente, muito estudada.
Aqui lhe deixo um curioso excerto de uma poesia de Gaspar Maria de Nava Alvarez,
Os meus cumprimentos,
José Pedro Castro
A mis amigos. Sobre la sociedad. 1803.
Aquí do silencioso
corre el blando Guadiana cristalino
sin azotar ruidoso
las piedras de camino,
o encanecen de espuma la ribera.
Tan manso, que creyera
cualquier que lo mirase
que, estancadas sus aguas, no se mueve,
o de su curso leve
la fija dirección equivocase:
aquí que la espesura
de los fresnos y arbustos enlazados
mantiene la frescura,
y ajenos meneados
al dulce soplo del calmoso viento,
nos llaman al contento
del blando meditar, placer süave
que el alma melancólica y sensible
tan sólo encontrar sabe
aquí en la soledad apetecible.
Ven, tierno Ypanco, ven, y tú, mi Anfriso,
fiel Anfriso, venid, venid, sin mora
al lado de Feniso,
que agitado os implora.
Venid aquí y gocemos
la sabrosa amistad tranquilamente
y en su seno clemente
el bullicio dejemos.
La sociedad los hombres olvidemos.
.......................
A la furiosa guerra siguió luego
la dura esclavitud. El inclemente
vencedor conservó la triste vida
del mísero vencido,
y juzgando demente
le estaba concedida
facultad para habérsela extinguido.
Sumiólo en servidumbre aborrecible
a que fuera la muerte preferible.
Vergonzosas cadenas
obras de la injusticia más tirana
de vilipendio llenas,
cayeron a agobiar la especie humana.
......................
Así do quiera que la vista tiendo,
sola la humana sociedad me ofrece
un laberinto horrendo
de males que parece
sobrepujan, si bien lo examinamos,
los bienes todos que en aquella hallamos.
Tan sólo el egoísmo
a los hombres ocupa y los dirige,
la virtud, la justicia, el patriotismo,
la santa y celestial beneficiencia,
sólo en muy pocos corazones mora.
Sólo muy pocos la verdad adoran.
Y nadie en la violencia
de la opresora esclavitud se atreve
a querer anunciarla,
y sólo puede en su interior llorarla.
Todo es esclavo, todo.
Las ciencias y las artes
gimen, sin libertad y despreciando
el saber verdadero en todas partes,
es tal vez como un crimen condenado:
todo en cadenas mil está sumido
y aún el raciocinar ya prohibido.
.......................
Así de nuestra vida
viéramos sin temor aproximarse
el dulce fin; y cuando la homicida
Parca nos sorprendiera
en plácido deliquio
la muerte apareciera.
Y diéramos los últimos alientos
cual en un sueño blando
a el Amor y Amistad himnos cantando.
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RE: Condes de Noronha
Caro José Pedro Castro,
Li com muito interesse as suas mensagens. Fico a pensar se não terá parentesco com a família em causa.
Sabe que pelas datas em que viveram, julgo que o que estava na Russia em 1912 era precisamente o filho. Porém nada fazia prever que fosse poeta, julgava que era só diplomata. Vou tentar descobrir um pouco mais e se encontrar logo lhe direi.
Muito obrigada pelo poema bem revelador do estilo da pessoa que o escreveu.
Um abraço e Feliz Ano de 2005
Maria José
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RE: Condes de Noronha
Cara Maria José de Zea Bermúdez,
Agradeço e retribuo os seus votos de Feliz Ano Novo.
A informação que dei, deveu-se apenas à consulta de um par de livros e de umas quantas navegações pela net.
Aconselho-a vivamente a fazer o mesmo através de um motor de busca; lá encontrará mais poemas do mencionado conde e que são de um grande valor estético.
Um abraço e continuação de Festas Felizes,
José Pedro
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