Athayde Tavares

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Athayde Tavares

#46101 | RAAL | 12 ago 2003 00:35

Faleceu no Domingo o Dr. José Carlos Athayde Tavares da Cunha Cabral, grande genealogista mas sobretudo um homem íntegro, de forte personalidade, trato finíssimo e amigo do seu amigo.Fundou e foi Presidente da Associação Portuguesa de Genealogia.
A todos os consícios informo que hoje, terça-feira pelas 8.15H será rezada missa de corpo presente na Igreja de S. Mamede.
Ficamos mais pobres...
RAAL

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RE: Athayde Tavares

#46103 | neena | 12 ago 2003 00:46 | Em resposta a: #46101

A minha homenagem a tão ilustre personalidade.

Ficaremos, como já o disse, (muito) mais pobres.

Cláudia

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RE: Athayde Tavares

#46107 | JCC | 12 ago 2003 10:39 | Em resposta a: #46101

Caro Rui

Infelizmente só agora, já depois da hora da Eucaristia,tomei conhecimento desta infeliz notícia.

Que Deus guarde a sua alma e acompanhe os seus familiares.

João Cordovil Cardoso

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RE: Athayde Tavares

#46128 | RAAL | 13 ago 2003 22:26 | Em resposta a: #46103

Claudia
Muito obrigado pelas suas palavras
Cumprimentos
RAAL

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RE: Athayde Tavares

#46177 | artur41 | 17 ago 2003 12:21 | Em resposta a: #46107

Caros confrades


Tendo estado afastado, de férias e alheado destas "lides", é com a maior estupefacção que recebo esta notícia. É um grande choque!

Perdeu-se "físicamente" um grande Homem, eminente genealogista. O seu espírito perdurará...!!
Para a sua família, seus entes mais queridos, os meus mais profundos e sentidos pêsames.


Artur Camisão Soares

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RE: Athayde Tavares

#46281 | FATCS | 21 ago 2003 17:58 | Em resposta a: #46101

Caro Amigo Rui Amaral Leitão

Dando continuidade à feliz iniciativa de dar não só a notícia da morte e exéquias do nosso Amigo José Carlos de Athayde de Tavares, como também de atraves das palavras lhe ter prestado justa homenagem, merecida de quantos com ele tiveram o previlégio de conviverem, nomeadamente nos jantares-tertúlia da APG de que, como refere, foi fundador e Presidente, deixo um texto que escrevi, mas que por razões técnicas só hoje me é possível inserir neste tópico.
.........

Pois é verdade. Partiu o nosso Amigo José Carlos (como nos últimos tempos fazía questão que assim O tratasse). Partiu inesperadamente, quando todos acreditávamos já ter sido ultrapassada a fase preocupante das suas queixas. Queixas que o levavam a ter a intuição da sua partida próxima, e a confidenciar-me poucos meses atrás, quando no final de mais um jantar-tertúlia o acompanhava à porta do seu escritório me dizia: “Talvez tenha sido um dos últimos jantares a que vim”.
Contradisse-O quanto pude, quanto devia, com a esperança de muitos anos de vida ainda pela frente.
Realcei essa esperança, quando após a operação o visitei.
Acreditando sinceramente que a vida, de novo esperançosa, lhe permitiria terminar os muitos projectos, nomedamente genealógicos que tinha em mãos, alguns em fase de edição.
Acreditando sinceramente poder contar com o prazer da sua companhia afável, do seu trato gentil, do exemplo de Homem de princípios rígidos, como o granito da sua Beira, na qual mergulhavam as suas raízes.
Granito que para alguns não é agradável ao primeiro contacto, mas que se torna inesquecível no toque suave da sua polidez de séculos.
Granito cujas formações permitem serem alicerces de construções que desafiam os tempos e resistem a terramotos.
Amigo dos seus Amigos.

Morreu um dos últimos “Fidalgos” antigos da Beira.
Que como tal era conhecido, desde o tempo da sua admissão na “Tertúlia do Café Chiado” desejoso de aprender como Ele próprio testemunhou no texto que em 1989 publicou no nº 4 da Revista “Raízes & Memórias”.
Texto em que mais uma vez intuía a certeza de um incerto tempo de despedida.
“A roda do tempo gira bem depressa, talvez depressa demais! E no nosso contínuo giro vai levando consigo pessoas com quem se conviveu e que nos habituámos a estimar e de quem fomos recebendo ensinamentos, ouvindo-as falar, guardando na memória o seu saber que ao longo da vida acabamos por utilizar, sem nos darmos bem conta de que, nós próprios, já iniciámos, também, a caminhada para o fim.”
E finalizava, após lembrar os vários nomes com que na tertúlia convivera:
“...Actualmente a nossa Associação Portuguesa de Genealogia, no 3º sábado de cada mês, à noite, reúne uma Tertúlia formada pelos sócios que queiram aparecer. Como me revejo nos jovens, que são muitos, que ali vão procurar o contacto com os “veteranos”, os da velha guarda, grupo a que eu, pela inexorável lei do tempo, pertenço desde há muito, e só lamento, e não pouco, não lhes saber transmitir o que aprendi com todos
quantos já não podem estar connosco.
Ao escrever estas linhas recordo com muita saudade aqueles que já partiram – foram quase todos –e guardo de cada um, no íntimo do meu coração, a amizade, o carinho, as ajudas que todos me deram e que tão importantes vieram a ser para mim.
Terminando, e talvez por vir a propósito, deixo aqui ficar registado um pequeno-grande(enorme) poema, de João Cabral do Nascimento, que se a memória me não atraiçoa seria assim:
Irmã
Não te cheguei a conhecer,
Mas vive sempre em mim
A saudade das horas em que não brincámos
Correndo juntos nos jardim.

Guardo o sabor do beijo
Que jamais me deste;
Sinto o calor da tua mão
Que não senti;

E se te choro assim,
É de um amor que por não ter principiado
Não poderá ter fim.”

A esta tertúlia, viria eu alguns anos mais tarde também a pertencer (~1964), reunida já na esplanada do Café Lisboa, a meio da Av da Liberdade, e depois no Café Restauração, e por fim de novo no Palladium.
Tertúlia a que fui levado pela mão amiga do Jorge Moser (tão cedo de nós apartado), e em que convivi e muito aprendi com muitos dos que são invocados no artigo acima, como o Manuel Rosado, o Sousa Leite (meu Amigo já de alguns anos antes), o Luís Bivar Guerra, o Pereira do Lago, só para invocar aqueles com quem mais assíduamente contactei.
E claro também, com o nosso sempre presente, e Deus queira por muitos anos, o Armando Sacadura Falcão, a cuja sabedoria ainda hoje muitos de nós recorremos.

Há longa lista dos que já partiram, acrescentou-se agora a deste nosso Amigo:
José Carlos de Athayde de Tavares da Cunha Cabral,
deixando-nos um legado que nos cumpre continuar, cumprindo-se “GENEALOGIA” como Ele próprio desejava, ao escrever aquele que viria a ser seu último editorial, publicado no nº 18 das “Raízes & Memórias”:


“ EDITORIAL

ESTUDOS DE GENEALOGIA



Vem de muito longe, no tempo, o interesse pela Genealogia e, tambem, pela Heraldica. Mas enquanto a
prirneira nos dá oretrato das várias epocas, nos rnúltiplos aspectos sociais, religiosos, militares, judiciais, abarcando, se trabalhada ao pormenor, a vida e os costumes nos séculos que passaram, a Heráldica mostra-nos, em todo o esplendor dos seus belos desenhos coloridos, as armas de Família, de grupos ou entidades.

Naturalmente que a concessão de uma carta de armas, em regra, acarreta um estudo genealógico e seria uma forma de nobilitação do beneficiado se, acaso, este já não constasse nas Chancelarias, nas Ordens Militares, no Santo Ofício, na Leitura de Bacharéis ou nas Habilitações para Ordens Sacras.
As duas ciências, consideradas, e bem, como auxiliares da Hist6ria, caminham modernamente a urn ritmo talvez excessivo.
É que há, ainda e cada vez mais, a falsa ideia de que é' preciso ser-se nobre, ou fidalgo, para se subir na escala social. Falsa ideia porque a nobreza de cada um está nas atitudes e comportamentos e não no sangue. Criam-se mitos, compram-se brasões, paga-se a genealogia por qualquer preço desde que fique demonstrada a validade das pretensões nobiliárquicas! Nao se pretende que os estudos encomendados não sejam, em si mesmos, sérios pois tudo depende da honestidade do investigador contratado.
Sempre houve charlatães das estórias de famílias. .
Sempre houve quem buscasse penas de pavão tentando chegar a situa~oes doutro modo inalcansáveis.
No entanto, em Portugal floresceram grandes nomes de historiadores da Genealogia, desde Dom Pedro -Conde de Barcelos, Damião de Gois, Dr. Alão de Moraes, D. Ant6nio de Lima, Manso de Lima, D. António Caetano de Sousa, Felgueiras Gaio e muitos outros que trabalharam em estudos hoje arquivados na Torre do Tombo, na Biblioteca da Ajuda, na Municipal do Porto, e, de uma maneira geral, em muitos arquivos públicos e, até, particulares.
É fora de duvida que o interesse pelos estudos genealógicos vem aumentando ano ap6s ano.
Quando criámos a Associação Portuguesa de Genealogia logo lançámos a Revista "Raízes & Memórias". Mas, entretanto, outras associações foram surgindo, no Porto, em Lisboa, assistindo-se ao lançamento de publicações de certo modo particularizadas a determinadas Famílias on regiões. Aqui deixamos o nosso louvor a esses estudiosos que têm vindo a oferecer aos leitores o resultado das suas, as vezes bem difíceis, investigações.


José Carlos de Athayde de Tavares da Cunha Cabral “



Paz à Sua Alma.
Deus o tenha na plena Sabedoria da eterna Bem-Aventurança.

Fernando d’Abranches Correia da Silva
2003-08-12

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RE: Athayde Tavares

#46747 | RAAL | 02 set 2003 22:33 | Em resposta a: #46281

Caro amigo Fernando Correia da Siva
Excelente texto em memória de um grande e inolvidável amigo.
Aproveito para agradecer também ao João Cordovil e a Artur Camisão Soares as sentidas mensagens. Que Deus guarde o "nosso" José Carlos...
Um abraço
RAAL

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RE: Athayde Tavares

#46822 | sapeca | 03 set 2003 18:35 | Em resposta a: #46747

Avesso que sou o elogios fúnebres, passei por este tópico sem ter reparado de quem se tratava.
Não tive o prazer de conhecer pessoalmente o José Carlos de Athayde Tavares. Mas conheci um pouco a sua obra e a inegável garndeza de Ser.
Nomes aqui relembrados, são um estímulo para todos nós. A sabedoria de muitos deles, devem levar-nos a ser mais modestos pelo que muito devemos ainda à História e Genealogia.
Jorge Moser, Sacadura Falcão, o xquerido Dr. Sousa Leite, Eugénio da Cunhe e Freitas, e tantos mais que passaram já, avivam-nos a memória e ensinam-nos o caminho.
Pese embora a minha alergia a considerações deste teor, pelo que podem conter de falsos elogios fúnebres, curvo-me RESPEITOSAMENTE perante a Memória de um ilustre investigador e HOMEM BOM.
Fernando de Sá Monteiro

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RE: Athayde Tavares

#46823 | sapeca | 03 set 2003 18:37 | Em resposta a: #46822

Sejam-me desculpados os inúmeros erros de escrita.
Estou a ficar vesgo de todo.
Fernando de Sá Monteiro

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