Mais descendentes de Duarte Sodré
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Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Confrades
Continuo a divulgação das minhas investigações de uma linha da descendência de DUARTE SODRÉ.
DUARTE SODRÉ PEREIRA, nascido no Rio de Janeiro, moço-fidalgo a 03 de Janeiro, casou e teve de mulher que não conheço:
ISABEL SODRÉ PEREIRA, nascida no Rio de Janeiro, filha única do anterior. Casou com Agostinho de Lemos Rangel, Sargento-mor de milícias da cidade do Rio de Janeiro, que era filho do Capitão e Licenciado Amador de Lemos Ferreira e de de Isabel Rangel de Macedo, casados em 1674. Esta descendia de Julião Rangel de Macedo, que foi para o Brasil como Capitão nas guerras contra o gentio. Pertenciam aos Rangel de Macedo antigos que usavam o brasão dos Rangel.
Do seu casamento teve:
ISABEL NARCISA SODRÉ PEREIRA, nascida no Rio de Janeiro. Casou com Francisco Tavares França, Alferes de cavalaria no regimento de Minas, filho do Capitão João de Sousa Cabral e de sua mulher Maria Tavares França.
Do seu casamento teve:
BENTO SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL, nascido no Rio de Janeiro. Cavaleiro da Ordem de Cristo, a 22 de Fevereiro de 1804. Sargento-mor das ordenanças da cidade de Ponta Delgada (Açores). A 27 de Setembro de 1821, foi promovido a Tenente-Coronel de milícias, agregado ao regimento de Ponta Delgada.
A 12 de Outubro de 1803, recebeu carta de brasão de armas: partido, I-Sodré, II-Pereira. Assim, foi reconhecido como Fidalgo de linhagem e de cota de armas.
Casou com Antónia Joaquina, nascida a 26 de Fevereiro de 1755, na freguesia de Ginetes, em Ponta Delgada, filha de Manuel de Sousa Cordeiro Camelo.
Deste casamento teve:
FRANCISCO SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL, nascido a 01 de Abril de 1799, na freguesia de São Sebastião, em Ponta Delgada. Alcaide-mor da vila de Fronteira. Cavaleiro da Ordem de Cristo, a 26 de Julho de 1821. Comendador da ordem de Santiago de Almalaguez, na Ordem de Cristo, a 28 de Outubro de 1821.
A 25 de Dezembro de 1803 recebeu carta de brasão de armas: esquartelado, I-Sodré, II-Pereira, III-Cordeiro, IV-Camelo. Assim, foi reconhecido como Fidalgo de linhagem e de cota de armas.
Casou com Maria da Fonseca Pope, a 17 de Junho de 1805, em Lisboa.
Deste casamento teve:
FRANCISCO DE PAULA SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL
continua...
Cumprimentos a todos
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Tem muitos ramos de Sodrés no Brasil: Bahia, Rio e São Paulo. Na Bahia, Pereiras Sodrés (na varonia, aliás) e Monizes Sodrés (uma quebra). No Rio, além de uns Pereiras Sodrés cristãos-novos - elencados, creio, no livro do Dines, _Vínculos do Fogo_, há os Azevedos Sodrés, ligados aos Macedos Soares. Fabio Sodré foi deputado em 1934, e é o avô materno de Jean Marc von der Weid, banido pelo golpe de 64 e hoje diretor de uma ong.
Destes Sodrés do Rio vêm os de S. Paulo, que deram no Abreu Sodré, governador do estado no tempo dos militares.
fa
PS: Há uma miscelânea de fontes no que digo acima. Para os da Bahia, Afonso Costa, _Genealogia Baiana_. Para os do Rio, o livro do cons. Macedo Soares, _Nobiliarquia Fluminense_. Sobre Roberto Costa de Abreu Sodré, o livro do Brotero sobre os Monteiros de Barros.
A genealogia dos Sudley e Butler Sudley é, volta e meia, discutida na gen-med.
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Francisco Doria
Julgo que em Portugal já não existe varonia Sodré Pereira conhecida, pois a dos Senhores de Águas Belas extingiu-se no séc.XVIII, o que levou ao fim do senhorio.
O livro do cons. Macedo Soares "Nobiliarquia Fluminense" também trata dos primeiros Sodrés no Rio no séc. XVII?
Diz-me que a genealogia dos Butler-Sudley é, volta e meia, discutida na gen-med. Comecei há pouco tempo a usar a internet e não sei o que é a gen-med. Como posso aceder? Qual é o endereço?
Agradeço a sua colaboração.
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Francisco doria
Já encontrei o gen-med. Pareceu-me especialmente interessante a afirmação atribuida ao historiador inglês James Guill de que consultara documentos em Inglaterra quando investigava ligações com Portugal durante o reinado de D. joão I. O mesmo autor refere um John Sudeley da Casa de Beaufort que veio para Portugal com Filipa de Lencastre. Mas, esta informação estava nos documentos vistos em Inglaterra ou apenas em memórias acorianas? O que estava realmente na documentação inglesa? é aí que reside a chave para as dúvidas existentes. Doug Holmes também diz que irá ter acesso a documentação inglesa, mas não voltou a falar disso.
Nos seus contactos soube mais alguma coisa?
Pessoalmente, ainda tenho esperança de que a chancelaria de D. João I venha a revelar mais alguma coisa quando estiver toda transcrita. Talvez os indíces nominais existentes não estejam completos.
Até à próxima
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Prezado Sergio,
O livro do Cons. Macedo Soares traz os Azevedos Sodrés. Tem um sistema algo confuso, mas dá para desenrolar as linhas...
A varonia Sodré, no Brasil, está descrita até Helio Sodré no livro de Afonso Costa. Helio, falecido há uns 30 anos, era casado com a prima Niomar Moniz Sodré, falecida em 2003, em primeiras núpcias.
Acompanho apenas as discussões sobre os Sudley na gen-med - tenho um distantíssimo ancestral Sodré. Fuçando-lhes os arquivos, vc vai ver que me manifesto sobre as questões que toco aqui: as cinco linhagens, origens italianas, DFAs, algo do Brasil.
Gdes abcs deste parente super-longínquo,
fa
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Complemento
DUARTE SODRÉ PEREIRA, Moço-Fidalgo a 03 de Janeiro de 1686 (processo de justificação de nobreza de Bento Sodré Pereira).
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Francisco Doria
Há cerca de 20 anos houve um Ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil de apelido Sodré, julgo mesmo que era Abreu Sodré. Pode confirmar este facto?
cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Sérgio Sodré,
Espero não estar a meter a "foice em seara alheia", mas aqui vão dois pequenos contributos, um citando o confrade Francisco Dória, o outro que descobri na net.
Porventura já conhece, mas vai à mesma.
"Esta é a origem dos Sodrés baianos. Agradeço a Doug Holmes (que me falou
que Sodré é Sudley) e a João Frazão, que me mandou o artigo de 1991 de
Sergio Sodré de Castro sobre os Butler Sudleys.
-----
Origem dos Sodrés Pereiras.
Esta é umas das famílias baianas com uma ascendência traçável, sem
grandes dificuldades, na nobreza européia de nível médio e alto. O nome
Sodré é corruptela de um locativo inglês, Sudeley ou Sudley. A genealogia
desta família pode ser assim traçada:
[i] Ralph, conde de Hereford no tempo de Eduardo o Confessor (século XI),
teve um filho [ii] Harold, que à época do Domesday Book, já após a
conquista normanda, possui o senhorio de Sudlege no condado de
Gloucester. Filho do precedente foi [iii] John, lord of Sudeley, e a este
sucede (no tempo de Henrique II), [iv] Ralph de Sudeley‹pode haver um
salto de uma geracão aqui‹casado com Emme, filha de William de Beauchamp.
De seus filhos, atesta-se Otwell, ao fim do reino de Henrique III e
começos do de Ricardo I, e o que segue, [v] Ralph de Sudeley, a quem se
referem documenros no tempo de Henrique III. Deve ter sido seu filho [vi]
Bartholomew de Sudeley, sheriff do condado de Hereford no começo do
reino de Eduardo I. Casou com uma parenta, Joane, irmã de William de
Beauchamp, primeiro conde de Warwick desta família. Foi filho do casal
John de Sudley, que esteve com Eduardo I nas suas guerras contra os
escoceses, e esteve no parlamento que se reuniu no 28o. ano do reino de
Eduardo I. Sem herdeiros, sucedeu-lhe [viii] John de Sudley, filho do
irmão ([vii]) Bartholomew de Sudley. Este outro John casou-se com
Eleanor, filha de lord Scales, e morreu em 1351. Sua filha [ix] Joane de
Sudley casou com William Le Boteler. Supõe-se que ³João Sodré,² escudeiro
atestado em Portugal ao tempo de D. João I, e que muito possivelmente
estivesse entre os escudeiros ingleses na corte de Aviz em 1402, fosse
[x] John Boteler de Sudley, filho do casal imediatamente precedente.
Filho deste foi outro [xi] João Sodré, pai de [xii] Diogo Sodré, que
vivia ao tempo de D. Afonso V. O filho [xii] Fradique Sodré foi o pai de
[xiii] Duarte Sodré, vedor da fazenda e alcaide-mor de Tomar. Casou com
Catarina Nunes, e teve ao filho [xiv] Francisco Sodré, primeiro sr. de
Águas Belas nesta família, iure uxore, porque casou com D. Violante
Pereira, filha de João Pereira e neta de Galiote Pereira. Tiveram a [xv]
Duarte Sodré Pereira, que no tempo de D. João III obteve, em disputa
judicial, o senhorio de Águas Belas. C.c. D. Dionísia de Sande. Tiveram a
[xvi] Fernão Sodré Pereira, que esteve com D. Sebastião em Alcácer-Kibir,
e viveu depois no reino do primeiro Filipe. Casou com D. Branca Caldeira.
O filho [xvii] Duarte Sodré Pereira dito ³o estragado,² c.c. D. Guiomar
de Sousa. Destes foi filho [xviii] Fernão Sodré Pereira, casado com
Brites Tibau, de quem foi filho [xix] Jerônimo Sodré Pereira, tronco
destes no Brasil. "
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Francisco Antonio Doria
Prix Caumont-La Force 1995
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ABREU SODRÉ
ROBERTO COSTA DE ABREU SODRÉ
Nascimento: 1917, São Paulo, Brasil
Família: Fazendeiros de café
Falecimento: 14 de setembro de 1999 (82 anos), insuficência pulmonar, São Paulo, Brasil
Político, um dos fundadores da UDN paulista; 3 vezes Deputado Estadual; um dos organizadores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade (1964), vai para a ARENA (1966); Governador de São Paulo (1967); abandona a vida pública (1971); Ministro das Relações Exteriores de Sarney (1985 a 1990)
Cumprimentos
Luis Camizão
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Era ele: Roberto Costa de Abreu Sodré.
Gdes abcs, fa
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Luis Camizão
Agradeço o seu contributo, que aliás responde a uma questão que coloquei a Francisco Doria sobre Abreu Sodré. quanto ao que retirou da Net realmente já conhacia (o artigo referido é da minha autoria), mas agradeço na mesma.
Cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Há um ramo de Sodré Pereira, originária de Portugal, que foi para a Bahia e deixou descendencia que atualmente se espalha pelo Rio de Janeirp. Niomar Moniz Sodré, que foi properietário do Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, é muito famosa. Seu pai foi o jurista Moniz Sodré e há no Rio de Janeiro uma penitenciaria com seu nome. Você tem esses dados? Esse ramo dos Sodré entrelaçou-se com a família Moniz.
Lilian Tourinho
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Lilian
Os Sodré Pereira da Bahia descendem de Jerónimo Sodré Pereira, que aí se fixou cerca de 1661. Era filho de Duarte Sodré Pereira, Senhor de Águas Belas, e trineto do Duarte Sodré, patriarca dos Sodrés de Santarém e fundador do morgado dos Sodré nos reguengos de Alviela e Tojoza, falecido a 25 de Agosto de 1500.
(veja a obra "Dicionário das Famílias Brasileiras" de António Bueno e Carlos Barata, S. Paulo, Ibero-América, 2000).
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Meus caros
Peço desculpa pela intromissão mas, na minha ascendência açoriana, surge a certa altura um 9º avô de apelido Sodré.
É certo que haverá muitos Sodrés nos Açores, fruto das colonizações já discutidas algures no Genea. Mas pouco sei acerca deste, para além de que se chamou Amaro Sodré, que foi casado com Maria de Oliveira e ambos “fregueses de Santo António do lugar da Furna da Ilha do Pico” (julgo ser o lugar das Furnas, na freguesia de Santo António, concelho de São Roque, referido em MONTEREY, Guido de – Ilha do Pico: Majestade dos Açores, p. 54).
Aí nasceu o seu filho Manuel de Oliveira, que casou em 1696 na ilha Terceira.
Será que quem se dedica ao estudo desta família já se cruzou com esta linha e poderá dar-me alguma informação?
Cumprimentos do
Jorge de Brito
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Jorge de Brito
Desconheço a linha que refere, mas é bem possível que Amaro Sodré tenha sido um descendente de Vasco Gil Sodré (séc. XV), o primeiro ou um dos primeiros povoadores da Ilha Graciosa, de que muitos descendentes açorianos procuraram manter o apelido ao longo dos tempos.
cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Sr. Sérgio,
eu tinha essa informação. Mas vivo em París e não possuo o Dicionário das Famílias Brasileiras. O Senhor tem a genealogia dos Sodré na Bahia? E qual o vínculo que eles têm com Abreu Sodré, Lauro Sodré e Nelson Werneck Sodré?
Muito obrigado. Lilian
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
prezada Lilian
Infelizmente apenas possuo o verbete sobre Sodrés do Rio de Janeiro de Carlos G. Rheingantz que me foi remetido pelo Colégio Brasileiro de Genealogia, talvez este instituto brasileiro a possa ajudar. Quanto ao Dicionário, contém mais alguns nomes de Sodrés Pereira da Bahia, mas não os que refere, aliás a data mais recente é 1909 (Dr. Jerónimo Sodré Pereira, 06.04.1840 - 08.11.1909, director da Faculdade de Medicina da Bahia, deputado, presidente da província da Bahia.
cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Prezado Sérgio,
conheço alguns nomes dos Sodrés da Bahia, que foram porém para o Rio de Janeiro. Um deles é a jornalista Niomar Moniz Sodré Bittencourt, que foi proprietária do Correio da Manhã. Encontrei-a alguma vezes em Paris, mas já faz muitos anos. Ela morava aqui, onde tinha um apartamento. Ela me contou várias coisas, inclusive que seu pai fora o jurista professor de Direito Penal, Antônio Moniz Sodré de Aragão, senador da República, e que em hoje seu nome em um dos presídios do Rio de Janeiro. Grande parte da família Moniz, que eu sei, está entroncada com os Sodrés: não tenho contacto com o Colégio Brasileiro de Genealogia. A minha curiosidade é a de saber como esses Sodrés se vinculam ao historiador Nelson Werneck Sodré, no Rio de Janeiro, Abreu Sodré, governador de São Paulo, e Lauro Sodré.
Agradeço sua atenção. Lilian Tourinho
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
complemento
FRANCISCO SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL foi Alcaide-mor da vila de Fronteira por alvará de 06 de Setembro de 1821. (TT online).
Cumprimentos a todos
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Sergio,
Tudo certo?
O amigo saberia a descendência de:
Miguel Augusto Pereira Sodré(filho de José Pereira Sodré e Castelo Branco e D.Maria Benedita) e casado com D.Carolina Leipoldina da Nobrega Botelho(filha de Antonio da Nobrega Botelho e D.Antonia Maria da Conceição,senhores do Engenho da Caxamorra,na Guaratiba).Pais de:
1-1-Maria n.Guaratiba LºN,43,b.06-02-1861
1-2-José n.Guaratiba,batizado com um ano de idade ,em 21-12-1863.LºN,17v.PP:avô paterno e D.Ermelinda Augusta Sodré
1-3-Antonio n.Guaratiba,04-01-1864,Lº8,35 ,b.24-06-1864 PP: Antonio Eduardo Quintela Rangel e D.Hermelinda Augusta Sodré Pereira
Abraço
Gilson Nazareth
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Gilson
Lamento mas desconheço.
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro Sergio Sodré,
Estou a procurar os antepassados de meu bisavô, de apelido Montenegro, oriundo de Castelo de Paiva.
Ao conseguir o seu registo de baptismo, ocorrido em 20/05/1851, lá consta como sendo seus avós paternos: Duarte Araújo Sodré e D. Josepha Joaquina, ambos do Reguengo, freguesia de Fornos (Castelo de Paiva, Aveiros).
Ao consultar o Genea Portugal, encontrei um homônimo chamado Duarte de Araújo Sodré, também originário de Castelo de Paiva, Aveiro, baptizado em 15/06/1648. Na Genea consta ainda mais duas gerações anteriores a este Duarte de Araújo Sodré.
Apesar dos mesmos nomes, e do mesmo loocal de origem, o Sodré citado no Genea é de geração bem anterior ao de meu bisavô. Existe pois um lapso de tempo de cerca de 200 anos.
Ao seguir os descendentes do casal apontado na Genea não consigo dados que me permitam avançar no tempo e chegar até aos citados avós paternos de meu bisavô.
Mas tudo está a indicar que estou diante de pessoas da mesma família, uma vez que seguindo a linhagem do filho homem do Sodré mencionado na Genea (baptizado em 1648) encontro o casal Francisco Rodrigues Fernandes (este baptizado em 1799) e Miquelina Rodrigues Ferreira que são citados no registo de baptismo de meu bisavô como sendo os seus padrinhos.
Em suas pesquisas sobre os Sodré Pereira, caso tenha encontrado alguma informação com referência a esses Sodré que agora procuro, muito o agradeceria se pudesse me informar.
Com os meus cumprimentos.
Me despeço.
Sergio Torres da Costa
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
FRANCISCO SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL, nascido a 01 de Abril de 1779 (e não 1799 como erradamente escrevi antes), foi Secretário do Duque da Vitória que era o grande general britânico Arthur Wellesley, futuro Duque de Wellington. O título de Duque da Vitória foi-lhe concedido, a 18 de Dezembro de 1812, pelo Príncipe regente D. João (futuro D. João VI).
cumprimentos a todos
Sérgio Sodré
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
RE: Mais descendentes de Duarte Sodré 01-03-2004, 14:56
Autor: camisao65 [responder para o fórum] Caro Sérgio Sodré,
Espero não estar a meter a "foice em seara alheia", mas aqui vão dois pequenos contributos, um citando o confrade Francisco Dória, o outro que descobri na net.
Porventura já conhece, mas vai à mesma.
"Esta é a origem dos Sodrés baianos. Agradeço a Doug Holmes (que me falou
que Sodré é Sudley) e a João Frazão, que me mandou o artigo de 1991 de
Sergio Sodré de Castro sobre os Butler Sudleys.
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Origem dos Sodrés Pereiras.
Esta é umas das famílias baianas com uma ascendência traçável, sem
grandes dificuldades, na nobreza européia de nível médio e alto. O nome
Sodré é corruptela de um locativo inglês, Sudeley ou Sudley. A genealogia
desta família pode ser assim traçada:
[i] Ralph, conde de Hereford no tempo de Eduardo o Confessor (século XI),
teve um filho [ii] Harold, que à época do Domesday Book, já após a
conquista normanda, possui o senhorio de Sudlege no condado de
Gloucester. Filho do precedente foi [iii] John, lord of Sudeley, e a este
sucede (no tempo de Henrique II), [iv] Ralph de Sudeley‹pode haver um
salto de uma geracão aqui‹casado com Emme, filha de William de Beauchamp.
De seus filhos, atesta-se Otwell, ao fim do reino de Henrique III e
começos do de Ricardo I, e o que segue, [v] Ralph de Sudeley, a quem se
referem documenros no tempo de Henrique III. Deve ter sido seu filho [vi]
Bartholomew de Sudeley, sheriff do condado de Hereford no começo do
reino de Eduardo I. Casou com uma parenta, Joane, irmã de William de
Beauchamp, primeiro conde de Warwick desta família. Foi filho do casal
John de Sudley, que esteve com Eduardo I nas suas guerras contra os
escoceses, e esteve no parlamento que se reuniu no 28o. ano do reino de
Eduardo I. Sem herdeiros, sucedeu-lhe [viii] John de Sudley, filho do
irmão ([vii]) Bartholomew de Sudley. Este outro John casou-se com
Eleanor, filha de lord Scales, e morreu em 1351. Sua filha [ix] Joane de
Sudley casou com William Le Boteler. Supõe-se que ³João Sodré,² escudeiro
atestado em Portugal ao tempo de D. João I, e que muito possivelmente
estivesse entre os escudeiros ingleses na corte de Aviz em 1402, fosse
[x] John Boteler de Sudley, filho do casal imediatamente precedente.
Filho deste foi outro [xi] João Sodré, pai de [xii] Diogo Sodré, que
vivia ao tempo de D. Afonso V. O filho [xii] Fradique Sodré foi o pai de
[xiii] Duarte Sodré, vedor da fazenda e alcaide-mor de Tomar. Casou com
Catarina Nunes, e teve ao filho [xiv] Francisco Sodré, primeiro sr. de
Águas Belas nesta família, iure uxore, porque casou com D. Violante
Pereira, filha de João Pereira e neta de Galiote Pereira. Tiveram a [xv]
Duarte Sodré Pereira, que no tempo de D. João III obteve, em disputa
judicial, o senhorio de Águas Belas. C.c. D. Dionísia de Sande. Tiveram a
[xvi] Fernão Sodré Pereira, que esteve com D. Sebastião em Alcácer-Kibir,
e viveu depois no reino do primeiro Filipe. Casou com D. Branca Caldeira.
O filho [xvii] Duarte Sodré Pereira dito ³o estragado,² c.c. D. Guiomar
de Sousa. Destes foi filho [xviii] Fernão Sodré Pereira, casado com
Brites Tibau, de quem foi filho [xix] Jerônimo Sodré Pereira, tronco
destes no Brasil. "
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro colega
É a reprodução dos erros em que eu próprio embarquei durante anos. Se reparar bem, a grande asneira está na identificação do JOÃO SODRÉ com JOHN BOTELER DE SUDLEY... Esse erro não cometi, mas aceitei que houvesse uma ligação qualquer entre SUDLEY e SODRÉ num indivíduo ainda não identificado. Desmistifico essa possibilidade no meu artigo "Reavaliação do Nome e Armas de Sodré" após leitura de contributos doutros investigadores e de nova documentação e reflexão...
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
Caro HRC
Lembro igualmente que na Baía existia um ramo Sodré vimaranense, encabeçado por Pedro Novais Sodré, que aí se encontrava já em 1579, chamado por seu tio Diniz Gonçalves Varajão, senhor de Engenho, este casado com a também vimaranense Maria de Faria, ao que tudo indica, uma das órfãs enviadas pela Rainha.
Cumprimentos,
Rui Faria
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RE: AS ÓRFÃS DA RAINHA
AS ÓRFÃS E A INQUISIÇÃO;
" No Brasil, o Visitador do Santo Ofício Heitor Furtado de Mendonça é recebido em grande pompa entre juramentos de fidelidade das autoridades coloniais. Faz ler e afixar o Edital de Fé, que instigava a denúncia e a confissão de heresias sabidas ou praticadas enumeradas pelo Monitório. Nele, despontavam os atos judaizantes, mas se faziam também presentes outros crimes considerados heréticos, bem como os de caráter moral e sexual assimilados por razões várias a erros de fé. Uma onda de denunciações varre a Bahia e Pernambuco.
O mais cruel do deletério era o sucesso das inquirições em minar as solidariedades, arruinando lealdades familiares, desfazendo amizades, rompendo laços de vizinhanças, afetos, paixões. Além de despertar rancores, reavivar velhas inimizades e atiçar velhas desavenças. Exatamente naquele século, a Rainha de Portugal enviara para o Brasil órfãs para casar. Como dote, as moças levavam para os futuros maridos a promessa de um cargo público na administração colonial portuguesa ou a oportunidade de bons contratos comerciais. Na realidade, povoar a América portuguesa era o motivo daqueles casamentos abençoados por Dona Catarina.
Mécia, Brites e Leonor são criadas sob a proteção da Rainha de Portugal após a morte dos pais nas fogueiras da Inquisição. Ao se tornarem adultas, são obrigadas a casar no Brasil como estratégia de povoação da colônia portuguesa. O jesuíta Fernão Cardim toma medidas rigorosas para que os matrimônios sejam realizados conforme as leis da santa igreja católica, mesmo em terras de pagãos. A origem cristã-nova passa despercebida dentro da diversidade dos habitantes do Novo Mundo. Entretanto, quando o Inquisidor chega ao Brasil as três irmãs são denunciadas por atos judaizantes. Acabam sendo julgadas junto com outras acusadas de heresia, feitiçaria, bigamia. No julgamento elas permanecem unidas diante de traições entre familiares, vizinhos, amigos. Mas o sentimento de fraternidade é colocado à prova diante da ameaça de punições severas. Heitor Furtado de Mendonça se excede nas suas funções inquisitoriais. Leonor pede a intervenção da Rainha.
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Clemenza Doria {Gênova, c. 1540 — Salvador, c. 1590/1591} foi uma nobre genovesa radicada no Brasil.
Filha natural do banqueiro genovês Aleramo Doria, que tinha negócios com a corte portuguesa ao tempo de D. João III de Portugal, e lhe financiava as explorações marítimas, Clemenza Doria foi educada com outras moças nobres, muitas das quais órfãs de pais que serviam à coroa, no Recolhimento de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa. Em dezembro de 1554 a rainha D. Catarina de Portugal enviou Clemenza Doria e Catarina de Almeida ao Brasil, para que se casassem na colônia com membros da administração colonial. O enxoval de ambas soma cerca de 70 contos, uma quantia considerável, e é autorizado pessoalmente pela rainha, que o assina; as moças recebem também como dote cargos burocráticos na colônia - no caso de Clemenza Doria, o cargo de contador-geral das terras do Brasil.
Clemenza Doria casa-se no Brasil com Sebastião Ferreira, moço de câmara [um foro de fidalguia], então servindo na vereança local. Este é enviado a Portugal em meados de 1556, para relatar ao rei os conflitos entre o governador-geral D. Duarte da Costa e o bispo Sardinha, e é também morto pelos caetés. Provavelmente em começos de 1557, Clemenza Doria casa-se com Fernão Vaz da Costa, também fidalgo, filho do dr. Cristóvão da Costa, autoridade maior judicial em Portugal. Fernão Vaz morre entre 1567 e 1568; Clemenza sobrevive-lhe até 1591.
O status social de Clemenza Doria era alto, o que se depreende do fato de os documentos que lhe citam os maridos, sempre a ela se referirem, o que é pouco habitual. Sua condição de criada da rainha implicava numa proximidade imediata à corte.
Clemenza Doria tinha casas em frente ao mosteiro de São Bento em Salvador, e terras em Itaparica. De seus dois casamentos descende a família Doria da Bahia.
Clemenza Doria pertence à quarta geração de um grupo familiar diretamente envolvido nas navegações ibéricas. Seu bisavô Lodisio Centurione Scotto é o banqueiro que envia Cristóvão Colombo à Madeira em 1478 para comprar uma partida de açúcar, o que se atesta no famoso “documento de Asseretto,” datado de Gênova, em 1479. O genro de Centurione, Francesco Doria, financia em 1503 a parte de Colombo na expedição de Ovando à América. E, enfim, Aleramo Doria, filho de Francesco e neto de Centurione, é um dos banqueiros que emprestam fundos a D. João III para financiar-lhe as explorações na África, Ásia e América, como se vê no padrão de juros (espécie de letra de câmbio) emitido em favor de Aleramo em 1557. Cristóvão Doria, irmão ou meio-irmão de Aleramo Doria, é um comerciante envolvido nos negócios da pimenta, nos começos do século XVI, e teria também governado São Tomé e Príncipe antes de 1550.
Uma estimativa demográfica sugere que entre 5 a 10 milhões de indivíduos, hoje em dia, no Brasil, descendem de Clemenza Doria, que é assim uma das “mães fundadoras” do Brasil. "
---
Elementos retirados net.
HRC
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RE: Mais descendentes de Duarte Sodré
FRANCISCO SODRÉ PEREIRA (CORDEIRO CAMELO) DE LEMOS RANGEL é a figura central do livro "Vencer ou Morrer - as aventuras de um agente secreto do governo português junto de Wellington durante as invasões francesas" de Mendo Castro Henriques, 2010, Suma de Letras. Comprei há 4 horas e comecei a ler há minutos...
RespostaLink directo:
RE: AS ÓRFÃS DA RAINHA
As donzelas Lobo de Souza;
"Uma das mais antigas famílias da Baía que manteve a varonia, os Argollo, de origem andaluza (Baeça),foram para o Brasil em 1549 com o 1º governador Tomé de Souza. Com a independência, vários membros da varonia da família foram grandes do Império, com os títulos de condes (1860), viscondes (1854) e barões (1843) de Passé, viscondes de Itaparica (1868), barões de Cajaíba (1841) e barões de Pará-Mirim (1860), e um foi mesmo figura proeminente na implantação da República dos Estados Unidos do Brasil.
Nos finais do séc. XVIII, Paulo de Argollo e Gusmão, então o chefe da família, tinha uma fortuna avaliada em mais de 48.000.000 réis, com fazendas, engenhos de açúcar e mais de 500 escravos. Ao contrário do que aconteceria depois, antes da independência do Brasil, os Argollo, com foro de fidalgos da Casa Real referido desde o séc. XVI e documentado desde 1711, mantiveram-se relativamente afastados da administração geral, ocupando apenas cargos militares e da governança da Baía, mantendo nas gerações iniciais a propriedade da provedoria da fazenda e da alfândega da Baía. Família extremamente endogâmica, são inúmeros os casamentos entre primos e vários entre tio e sobrinha e tia e sobrinho.
O primeiro da família, Rodrigo de Argollo (nos documentos aparece Argolo, Argullo ou Arguelo), foi provedor da fazenda real do Brasil e casou ainda em Lisboa com a portuguesa Joana Barbosa, que é dita «sobrinha do conde da Sortelha» nas genealogias brasileiras e erradamente incluída no lote das órfãs, donzelas da rainha D. Catarina, que D. João III, em 1551 na armada de António de Oliveira e em 1553 na armada de Duarte da Costa, enviou ao governador do Brasil Tomé de Souza para casarem com «pessoas principais que houvesse na terra», respondendo assim a pedido (1543) do Padre Manuel da Nóbrega, para evitar os casamentos consanguíneos entre a nobreza. A verdade é que Joana Barbosa era tia de uma das ditas órfãs e prima da outra, e foi para o Brasil já casada e com filhos.
Mas, tanto quanto nos permite a documentação até agora inventariada, analisemos toda a confusa questão das chamadas donzelas órfãs Lobo de Souza, que Frei Jaboatão, não sei com que bases, refere que «dizem as memórias, que delas tratam, eram sobrinhas do conde de Sortelha» e filhas de Baltazar Lobo de Souza. É certo que uma das filhas de Baltazar Lobo de Souza nem foi órfã nem enviada por D. João III, como dizem, tendo ido para o Brasil já casada e com alguns filhos. E que outra das alegadas filhas de Baltazar Lobo de Souza se documenta sua neta. Com efeito, Joana Barbosa nasceu cerca de 1515 e casou em Lisboa cerca de 1529 com o andaluz Rodrigo de Argollo, então moço da câmara da rainha D. Catarina, que para cá o trouxe, e futuro 1º provedor da fazenda real do Brasil e provedor da alfândega e defuntos da capitania da Baía, como ficou dito. A outra era filha de um irmão desta Joana Barbosa, Henrique Lobo, nascido cerca de 1517, e de sua mulher Isabel de Reboredo 1a, com quem tinha casado cerca de 1540.
Como demonstrarei adiante, esta história das órfãs sobrinhas do conde de Sortelha que foram enviadas ao Brasil por D. João III para casar, tem muitos erros: não eram sobrinhas do conde de Sortelha nem dos Lobo do Alvito, e nem todas eram órfãs ou eram filhas de quem as genealogias alegam.
Começando pelo princípio, quem era este Baltazar Lobo de Souza? Nascido cerca de 1492, fidalgo referido por João de Barros, esteve em Surate (1530), foi capitão-mor de Cananor (CJIII, 15, 30v) e de Bardez, e em 1547 comandou uma armada que foi a Madagáscar. A 24.2.1547 Baltazar Lobo de Souza, fidalgo da Casa de D. João III, teve deste rei mercê para poder mandar vir da Índia duas caixas forras (RCI, 7, 55). A 10.12.1555 escreveu à rainha pedindo-lhe que rogasse ao rei que mandasse fazer um recolhimento em Goa para os órfãos e desamparados. A 10.12.1556 escreveu outra carta1b aos reis, onde diz que andou no serviço da Índia e comandou uma armada, onde seu irmão Belchior de Souza foi capitão da nau Santa Cruz, a única da armada de seis que não se perdeu, e que estava pobre, e velho, e com dez filhos e filhas e mulher na ilha de S. Lourenço, que o governador Francisco Barreto o mandara descobrir, pela parte de fora, e fazer, no melhor porto e baía que descobrisse, uma fortaleza para servir de escola às naus da Índia. Tendo-lhe o dito governador feito mercê da fortaleza que se fizesse, por seis anos, com o ordenado da Índia, o que tudo fez com grandes perigos, e queria agora que o rei lhe confirmasse o senhorio de juro e herdade da ilha, com o título de capitão general, pedindo mercê de todas as ilhas que descobrisse e dos portos que achasse do cabo da Boa Esperança até ao das Correntes, tarefa em que mandaria seus filhos, pedindo ainda para o filho mais velho o cargo de juiz da alfândega de Goa no caso de ele morrer. Acrescenta que para a ilha de S. Lourenço foi como comandante de uma armada de três navios, sendo capitães Heitor Nunes de Góis, filho de Fructus de Góis (meio-irmão do grande Damião de Góis, referido adiante), e Pedro Rodrigues Barriga, cavaleiro da Casa Real. Diz ainda ter levado consigo dois padres franciscanos para instruírem os habitantes na fé, e pede licença para ali edificar uma igreja a Nossa Senhora da Conceição. Assina esta carta como Baltazar Lobo de Souza. Finalmente, a 24.2.1568 Baltazar Lobo de Souza, fidalgo da Casa de D. Sebastião, teve deste rei mercê da capitania-mor de Bardez (RCI, 11, 414).
O seu nome, conjugado com a referência de que as alegadas filhas eram sobrinhas do conde de Sortelha, apontaria claramente para que fosse filho de D. Diogo Lobo (de Souza), 2º barão de Alvito, e de sua 2ª mulher D. Leonor da Silveira, justamente irmã do 1º conde de Sortelha. Mas deste casamento não há notícia de nenhum filho Baltazar, além de que todos os filhos dos 2ºs barões de Alvito se documentam com Dom, apesar de um esclarecimento real de 6.10.1488, segundo o qual os barões de Alvito e sucessores podiam usar Dom, mas os outros filhos não. Mas, mais determinante ainda, D. Diogo só casou com D. Leonor depois de 1508, ano em que morreu sua 1ª mulher D. Joana de Noronha, filha dos 2ºs condes de Abrantes. E menos crível ainda é pensar que Baltazar pudesse ser filho de D. Joana de Noronha, sendo no geral de rejeitar por completo a ideia de que bisnetas dos barões de Alvito pudessem ser enviadas aos molhos para casarem no Brasil, por muita vontade que D. João III tivesse em satisfazer o pedido do Padre Manuel da Nóbrega.
Baltazar Lobo de Souza era, como vimos, irmão de Belchior de Souza, que aliás as genealogias dizem (erradamente, como veremos) avô da outra órfã Lobo de Souza. Mas felizmente foi-me possível documentar a filiação deste Belchior, pois trata-se do Belchior de Souza, fidalgo, filho de Diogo Lobo e sua mulher D. Filipa de Souza, que embarcou para a Índia na nau Stº António em 1534, com 1.240 reais de moradia do seu foro de escudeiro fidalgo, como regista D. Flamínio de Souza (Arquivo de Documentos Históricos). É o Belchior de Souza Lobo que D. João III nomeou capitão de viagens da Índia (CJIII, 56, 53v), e ainda o que é referido numa carta que a 28.11.1545 Manuel de Vasconcellos escreveu ao rei, dizendo que ao tempo em que chegara a Cananor se estava em guerra por Belchior de Souza, capitão de costa, ter matado um regedor mouro e seu cunhado, e que só há seis meses tinha conseguido a paz. E o Belchior de Souza Lobo, fidalgo da Casa de D. João III, a quem este rei a 3.3.1553, pelos seus serviços, fez mercê da capitania-mor de Sofala, por três anos (RCI, 8, 63). Finalmente, a 13.13.1563 D. Sebastião, pelos serviços de Belchior de Souza Lobo, fidalgo da sua Casa, marido de Dona Luiza de Goes, fez mercê da capitania de uma das naus da ìndia por duas viagens à pessoa que casar com sua filha D. Filipa de Souza (RCI, 11, 129).
Portanto, Baltazar Lobo de Souza era de facto filho de um Diogo Lobo, mas completamente distinto do homónimo que foi 2º barão de Alvito, e daí talvez a confusão genealógica que se estabeleceu. De resto, já Alão, sem o identificar e sem apontar o irmão documentado Belchior, dá ao casal Diogo Lobo e D. Filipa de Souza um único filho, justamente chamado Baltazar Lobo de Souza!
Temos portanto estabelecida a filiação de Baltazar e, com ela, a sua ascendência. E ficamos assim a saber que Baltazar, inegavelmente um fidalgo, tinha uma origem mista, algo típica de Quatrocentos, onde se misturou o sangue plebeu, nobilitado pela toga, com a velha fidalguia, no caso vertente algo dissoluta. Com efeito, Baltazar era trineto por varonia, segundo Alão, de um ourives de Lisboa, quiçá cristão-novo. Mas também era neto dos senhores de Baião e, por esta linha, 6º neto do rei D. Pedro I e de D. Inez de Castro.
Antes de analisar a sua ascecendência, convém dizer que o mesmo D. Flamínio de Sousa, em notas soltas sobre os Lobo, diz num parágrafo que Belchior de Souza Lobo, filho de Diogo Gonçalves Lobo, casou com D. Luiza, filha de Fruitos de Góis e Isabel Perdigão, sendo pais de D. Filipa de Souza, que casou com seu primo Diogo de Góis Perdigão, filho de António de Góis Perdigão. Acrescentado que em 6.12.1561 D. Luiza de Góis fez, no escrivão Bernardo Moniz, o arrendamento das casas em que vivia, na ilha Terceira, que lhe aforara sua filha D. Filipa de Souza. E noutro parágrafo, aparentemente sem perceber a ligação, diz que Diogo Lobo, filho do Chanceler, casou com D. (espaço em branco) de Souza, sendo pais de: 1) João de Souza Lobo, que passou à Índia na armada de 1508, como o foro de moço fidalgo da Casa Real com 150 reais de moradia (teria 17 ou 18 anos); 2) Baltazar Lobo, que também tinha o foro de moço fidalgo da Casa Real com 150 reais de moradia e passou a escudeiro fidalgo em 1527; 3) Cristóvão Lobo, o mesmo; 4) Belchior Lobo, o mesmo, indo para a Índia em 1534. É portanto o já referido Belchior de Souza, fidalgo, filho de Diogo Lobo e sua mulher D. Filipa de Souza, que embarcou para a Índia na nau Stº António em 1534, com 1.240 reais de moradia do seu foro de escudeiro fidalgo; 5) Francisco de Souza Lobo, que em 1526 tinha foro de moço fidalgo da Casa Real; 6) Jorge de Souza Lobo, o mesmo; 7) Gaspar Lobo, que tinho o mesmo foro de moço fidalgo em 1528. Tendo em conta a cronologia conhecida e a referida pelo próprio D. Flamínio, tudo indica que Belchior de Souza Lobo fosse não o 4º mas o mais novo dos filhos, sendo Baltazar de facto o 2º.
A mãe destes, D. Filipa de Souza, nascida cerca de 1472, era filha do conturbado casamento de João Fernandes de Souza, 4º senhor de juro e herdade de Baião (3.6.1500), com sua 2ª mulher D. Joana da Guerra.
João Fernandes de Souza, nascido cerca de 1454/5 e falecido depois de 1513, cedo ficou órfão de pai e era o único neto de Luiz Álvares de Souza, 3º senhor de juro e herdade de Baião (23.10.1412, ainda menor, confirmado a 4.11.1434), fidalgo do Conselho e provedor da fazendo do Porto (1451), que ainda vivia a 9.2.1480, data em que D. Afonso V mandou que Luiz Álvares de Souza, do seu Conselho e provedor da fazenda régia da cidade do Porto, e seu neto João Fernandes de Souza, que têm a jurisdição do crime do mosteiro de Ancêde, que não entrem em disputas com o prior D. João, que tem a jurisdição do cível do dito mosteiro. E provavelmente ainda viveu até 1500, pois só a 3 de Junho deste ano seu neto é confirmado no senhorio de Baião. O que faz com que tenha falecido com muito avançada idade, uma vez que casou com contracto de 21.6.1428 com D. Filipa Coutinho, conforme mais detalhadamente refiro no meu trabalho «Os filhos e netos do «muj honrrado barom» Dom Frei Lopo Dias de Souza, 8º mestre da Ordem de Cristo».
A 3.6.1500 João Fernandes de Souza teve de D. Manuel I confirmação da doação das terras de Baião, Lage e S. Salvador com os moinhos de Avitoure (concelho de Cinfães), «de juro e herdade, com toda sua jurisdição cível e crime e ponha em eles juízes e justiças» e possa apresentar tabeliães, como sucessor de seu avô Luiz Álvares de Souza e seu bisavô (na verdade trisavô) D. Frei Álvaro Gonçalves Camelo, prior da ordem do Hospital, o qual as recebera do irmão Vasco Gonçalves Camelo que falecera sem deixar filho lídimo, a quem haviam sido doadas por D. João I. Insertas confirmações de D. Duarte de 4.11.1434 e de Afonso V de 22.7.1449. Na mesma data teve confirmação da doação dos padroados das igrejas de Santa Maria de Gove e de S. Bartolomeu, na terra de Baião. Inserta a carta de D. Afonso V de 3.10.1464 com a outorga desta mercê a seu avô Luiz Álvares de Souza, do Conselho d'el rei e vedor da fazenda na cidade do Porto. A 2.7.1500 João Fernandes de Souza, fidalgo da Casa d'el rei, teve confirmação do privilégio (inserido diploma de 6.12.1493) pelo qual todos os caseiros, amos, mordomos e lavradores que viverem e lavrarem nas suas terras, quintas, herdades e casais encabeçados sejam escusados, entre outras obrigações, de servirem nos encargos do concelho. Embora Mafra e Ericeira pertencessem na sua maior parte ao conde de Penela, João Fernandes de Souza terá tido ainda, de sua avó, uma parte destas vilas, pois a 3 de Junho do mesmo ano João Fernandes de Sousa, fidalgo da Casa Real, teve confirmação de um privilégio (inseridos diplomas de 10.1.1476 e 28.8.1409) pelo qual os moradores de Mafra e da Ericeira são escusos de servir por mar ou por terra, não havendo, por outro lado, nesses lugares, alcaide dos homens do mar nem almirante do rei que use desse ofício. A vila de Mafra e seus termos gozam ainda do privilégio de que não haja besteiros do conto, nem anadel dos mesmos nas suas terras. E ainda vivia a 13.3.(1513 - a carta não indica o ano), pois nesta data Lançarote Domingues, morador em Benavente, foi nomeado tabelião do público e judicial no concelho de S. Cristóvão de Nogueira por proposta de João Fernandes de Souza, senhor dessa terra, tal como até aqui foi João Pires, tendo-o renunciado para a coroa por carta de 10.3.1513.
João Fernandes de Souza era filho de Fernão Martins de Souza, que morreu em vida do pai, e de sua mulher Joana de Almada (a quem Alão chama erradamente D. Joana Nogueira), filha de João Afonso de Brito, o Moço, morgado de Stº Estêvão de Beja, e de sua mulher Violante Nogueira, herdeira do morgado e capela de S. Lourenço de Lisboa e da capela de D. Pedro Pires (neta do celebrado doutor João das Leis). Este casamento realizou-se antes de 11.4.1455, data em que D. Afonso V fez quitação a Fernão Martins de Souza, fidalgo da sua Casa, marido de Joana de Almada, donzela da infanta D. Catarina, doando-lhe uma tença anual de 30.000 reais de prata até ao pagamento das 3.000 coroas de ouro que tinham recebido pelo seu casamento.
Fernão Martins de Souza teve a 26.1.1453, ainda solteiro, carta de perdão real, a pedido da rainha D. Isabel, da acusação de ter ferido João Fernandes, porteiro da câmara na cidade de Lisboa. A 21.6.1462 um seu criado foi nomeado para o cargo de requeredor das sisas do haver de peso, do ferro, madeira e hortaliça da cidade do Porto. A 23.7.1462 o rei doou a Fernão Martins de Souza, fidalgo da sua Casa, uma tença anual de 28.000 reais de prata. E ainda vivia a 17.2.1466 quando D. Afonso V privilegiou Vasco Martins de Resende, do seu Conselho e regedor da justiça na comarca de Entre-Douro-e-Minho, para que possa nomear Fernão Martins de Souza, fidalgo da sua Casa, para o cargo de juiz dos feitos nessa comarca.
Voltando ao 4º senhor de Baião João Fernandes de Souza, o mais que se conhece dele são os problemas de saias… Segundo Alão, «teve amores» na corte de Lisboa com D. Isabel da Silva, filha dos futuros 1ºs viscondes de Vila Nova de Cerveira, mandando-a por isso o pai recambiada para o seu paço de Giela, no Minho. Mas João Fernandes seguiu-a e conseguiu entrar às escondidas em Giela, onde foi apanhado pelos irmãos da amante, que o queriam matar, o que não fizeram porque sua irmã lhes garantiu que tinham casado em segredo. Não foi o futuro visconde em conversas e obrigou-os a casarem ali mesmo, cerimónia forçada que deve ter ocorrido cerca de 1470, seriam ambos ainda menores. Mas pouco depois João Fernandes foi para as terras do avô em Baião, abandonando a grávida D. Isabel em Giela e (diz Alão que «em vingança») cerca de 1471 casou «a furto» com sua prima D. Joana da Guerra, raptando-a da casa de seu avô materno, o reposteiro-mor e conselheiro Álvaro Pires de Távora, senhor de juro e herdade de Mogadouro e S. João da Pesqueira. Esta D. Joana, nascida cerca de 1454/5, era da idade do marido, teriam então ambos apenas 17 anos de idade, e eram primos relativamente próximos, pois eram ambos trinetos do marechal-mor e meirinho-mor Vasco Fernandes Coutinho, senhor de Marialva.
Diz Alão que João Fernandes foi depois a Roma e trouxe de lá a validade deste 2º casamento, o que se confirma, pois dez anos mais tarde, a 1.6.1481, D. Afonso V privilegiou D. Joana da Guerra, mulher de João Fernandes de Souza, fidalgo da sua Casa, concedendo-lhe autorização para que nos anos de 1481 e 1482, enquanto o marido estiver na armada contra o turco, possa gerir os bens de que era usufrutuário o dito seu marido.
Contudo, algum tempo depois de regressar do combate ao turco, parece que João Fernandes teve notícia de que D. Joana da Guerra tinha tido uma relação incestuosa com seu meio-irmão Manuel Coutinho, pelo que a repudiou e voltou de novo para a 1ª mulher D. Isabel da Silva, de quem tinha uma filha.
Na sequência deste escândalo, D. Joana fugiu para Castela com o dito seu meio-irmão. De seu marido tinha D. Joana dois filhos, Fernão Martins de Souza e a dita D. Filipa de Souza, nascidos entre 1471 e 1473. A fuga para Castela de D. Joana deve ter-se realizado cerca de 1488, pois Alão diz que com ela iam os filhos, mas que refugiando-se em Fonte Arcada da Beira, em casa de Pedro de Gouveia, aí casou seu filho com uma filha deste. Talvez se trate do Pedro de Gouveia, fidalgo da Casa Real, a quem a 26.8.1475 D. Afonso V doou as rendas da pensão dos tabeliães da cidade de Lamego. Suponho eu que o filho e a filha de D. Joana terão assim ficado em casa do dito Pedro de Gouveia, tendo apenas ela e seu meio-irmão seguido para Castela, certamente receosos pela sua vida.
Terá havido de facto um caso de incesto, ou tudo não passou de uma tramóia dos Lima e de D. Isabel, que deste modo conseguiu reaver o marido? Na verdade, o fundamento desta história de incesto parece precário, uma vez que D. Joana nasceu cerca de 1454/5 e seu meio-irmão, filho bastardo de Gonçalo Vaz Coutinho, matriculou-se em ordens menores em Braga a 29.4.1480, pelo que não terá nascido antes 1467, ou seja, era pelo menos 12 a 13 anos mais novo do que a meia-irmã D. Joana. Na data em que esse caso de incesto poderia ter acontecido, cerca de 1487/8, D. Joana teria entre 32 e 34 anos e seu meio-irmão no máximo 20 de idade, pelo que tudo me parece mais resultado de uma maquinação. De resto, o dito Manuel Coutinho veio a casar e a ter filhos que nasceram entre 1504 e 1510, o que aponta para que de facto tenha nascido alguns anos depois de 1467.
Mas, verdadeira ou não, esta história, que parece tirada de um romance barato, tem contudo antecedentes suficientemente escabrosos para que a simples suspeita, mesmo infundada, apavorasse o suficiente D. Joana para que a sua fuga se compreenda, mesmo se inocente. É que D. Joana da Guerra era filha do mal-afamado Gonçalo Vasques Coutinho, filho herdeiro dos senhores de Basto, figura violenta e instável que sucessivamente matou as suas duas mulheres, sendo julgado culpado e degolado em Santarém pela morte da segunda, D. Joana de Noronha. A execução de Gonçalo Vaz deu brado na época e dizia-se que o seu fantasma apareceu em Santarém, em S. Domingos das Donas, ao rei D. João II, como muito circunspecto nos conta Alão...
Mas D. Joana era filha da 1ª mulher, de cuja morte o marido escapou ao castigo. Era essa 1ª mulher D. Isabel da Guerra, com quem Gonçalo Vaz Coutinho casou com autorização real de 27.3.1451 e escritura de dote de 3.2.1454, feita nos paços de seu tio o arcebispo de Braga D. Fernando da Guerra. Era filha dos senhores de juro e herdade de Mogadouro e S. João da Pesqueira, o já referido reposteiro-mor e conselheiro Álvaro Pires de Távora e sua mulher D. Inez da Guerra, sendo esta filha de D. Pedro da Guerra e de sua mulher D. Tereza Anes de Andeiro (filha do mal-afamado D. João Fernandes de Andeiro, 2º conde de Ourém) e neta paterna do infante D. João.
Não será portanto difícil imaginar a pesada herança que recaía sobre a jovem D. Filipa de Souza, cujo nascimento estimo para 1473 e que teria assim cerca de 15 anos quando, como suponho e ficou referido acima, sua mãe a deixou na Beira ao cuidado de Pedro de Gouveia, sogro de seu irmão Fernão Martins de Souza, nascido cerca de 1471/2, pelo que teria 16 para 17 anos quando foi casado. O que certamente determinou que, pouco depois, D. Filipa tenha casado, muito abaixo da sua condição, com um tal João Gomes, que Alão diz que era filho de Mestre Pedro, boticário de Lisboa, mas que na verdade deve ser o Mestre Pedro, escolar em Física (portanto médico), a quem D. Afonso V a 3.8.1439 concedeu licença para exercer o ofício de cirurgião, por todo o reino e senhorio, mercê que confirma a 23.2.1445. É também quase certo que o dito João Gomes era seu filho legitimado, pois a 25.3.1454 o mesmo rei legitimou João e Gonçalo, filhos de Mestre Pedro, cirurgião, e de Maria Gonçalves, mulher solteira.
Este casamento de D. Filipa de Souza com o filho legitimado do cirurgião, que se terá realizado cerca de 1588, teria ela 15 anos de idade, além de desigual em condição foi-o também em idade, se aceitarmos que o marido é o João legitimado em 1454, pois neste caso teria pelo menos mais 22 anos do que ela. Donde se conclui que foi casamento tratado pela família, ou pelo dito Pedro de Gouveia, pelo que o filho de Mestre Pedro devia ser rico... E esta diferença de idades também se avalia pelo facto de este casamento ter sido necessariamente muito curto e, dizem as genealogias, sem geração.
Portanto, foi já viúva deste João Gomes, e possivelmente viúva rica, que D. Filipa casou 2ª vez, cerca de 1490, com Diogo Lobo, de uma família de notáveis jurisconsultos.
Diogo Lobo, nome com que se documenta, a quem as genealogias em geral chamam Diogo Lobo Teixeira, estudou na Universidade de Bolonha com seu irmão mais velho, o doutor Luiz Teixeira, desembargador do Paço, mestre de Gramática de D. João III e comendador da Granja e de S. Gonçalo de Amarante na Ordem de Cristo, ambos filhos do notável jurisconsulto doutor João Teixeira e de sua mulher Maria Lobo, irmã de Rui Lobo, fidalgo da Casa Real, desembargador e corregedor de Lisboa no reinado de D. Afonso V e vedor da fazenda de D. João II, ambos filhos do corregedor de Lisboa Diogo Gonçalves Lobo, que foi vedor da Casa da rainha D. Leonor e válido de seu marido o rei D. Duarte, e de sua mulher a castelhana D. Elvira de Olivares, dama da dita rainha D. Leonor. A 10.4.1451 D. Afonso V nomeou Diogo Gonçalves Lobo, escudeiro, vedor que foi da rainha, para o cargo de corregedor da cidade de Lisboa, em substituição do doutor Pedro Faleiro. E a 13.4.1452 doou a Gonçalo Dias Lobo, filho de Diogo Gonçalves Lobo, corregedor na cidade de Lisboa, uma tença anual de 4.800 reais de prata para mantimento de seus estudos.
Aquele doutor João Teixeira foi chanceler-mor do reino (10.7.1484), do Conselho de D. Afonso V e D. João II, desembargador do Paço, embaixador de D. Afonso V ao Papa Xisto IV, para tratar do casamento deste rei com a sobrinha, e de D. João II aos Reis Católicos, para propor e tratar o casamento do herdeiro português com a herdeira de Castela. Foi ele que recitou o elogio a D. Pedro de Menezes na cerimónia em que o rei o fez marquês de Vila Real. O doutor João Teixeira estudou Direito nas universidades de Paris e Bolonha, tendo para o efeito recebido do rei a 29.7.1451 uma tença anual para estudos de 4.800 reais de prata. A 15.9.1473 era já desembargador e a 25.8.1475 D. Afonso V nomeou o doutor Diogo da Fonseca, do seu Conselho, para o cargo de desembargador régio e das petições, em substituição do doutor João Teixeira. Antes, a 6.1.1475, o rei tinha nomeado vitaliciamente o doutor João Teixeira, do seu Conselho, desembargador régio e das petições, para o cargo de vice-chanceler, com todas as honras, liberdades, franquezas e privilégios dos vice-chanceleres, mandando que lhe entreguem os selos redondos com os pendentes de prata e de metal. E a 23 de Outubro do mesmo ano D. Afonso V doou vitaliciamente ao doutor João Teixeira, seu criado e do seu Conselho e desembargador régio e das petições, a moradia do Conselho por ano, tal como tem Álvaro Pires Vieira, do seu Conselho, acrescentando-lhe mais 40.000 reais.
O doutor João Teixeira era filho de outro notável jurisconsulto, o desembargador Luiz Martins, um dos compiladores e revisores das «Ordenações Afonsinas», e de sua mulher Isabel Teixeira. Esta filiação, referida por Alão, documenta-se na já referida bolsa de estudo de 1451, que é dada a João, filho de Luiz Martins, desembargador do Paço. Luiz Martins aparece em dezenas de documentos da Chancelaria, durante todo o reinado de D. Duarte, como seu vassalo e do seu desembargo, cargo que manteve com D. Afonso V. A 26.4.1439 este rei confirmou o privilégio a Luiz Martins, seu desembargador, pelo qual lhe coutava a terra a que chamavam Romão Grande e Pequeno, situada perto do Paço da Valada, conforme carta de D. Duarte de 10.2.1434. A 12 de Junho do mesmo ano o mesmo rei confirmou o privilégio a João Escudeiro, morador em Benfica, termo da cidade de Lisboa, criado da mãe de Luís Martins, desembargador régio, pelo qual estava isento de ser posto por besteiro do conto, conforme alvará de 20.3.1435. Segundo Alão, como ficou dito, este desembargador Luiz Martins era filho de um ourives de Lisboa, arte que, convém notar, era a única nobilitante.
Voltando a Baltazar Lobo de Souza, nasceu cerca 1492 e, como vimos, tinha o foro de moço fidalgo da Casa Real com 150 reais de moradia quando em 1527 passou a escudeiro fidalgo. A avaliar pelo nome da filha, casou com uma senhora Barbosa, possivelmente Joana, justamente como a filha, não devendo ser esta mulher, mas já outra, que em 1556 estava com ele e os filhos na ilha de S. Lourenço, como ficou dito. Na expedição a Madagáscar de 1547 era acompanhado por seu filho Diogo Lobo, como diz João de Barros, certamente o primogénito (após a morte de Henrique, do 1º casamento) para quem em 1556 pediu ao rei o cargo de juiz da alfândega de Goa, e o Diogo Lobo que foi feitor de Achem (CJIII,7, 230v). Poderia tê-lo acompanhado a Madagáscar o filho Henrique Lobo, e aí ter falecido? O certo é que já tinha falecido quando sua filha foi para o Brasil. Henrique Lobo casou com Isabel de Reboredo e foram pais da outra das órfãs que nos interessam, Catarina Lobo, nascida em 1541 em Setúbal, que casou no Brasil em 1560, aos 19 anos de idade, com Gaspar de Barros de Magalhães, nessa data contador da fazenda real do Brasil. Desta Catarina sabemos que efectivamente foi uma das órfãs enviadas ao Brasil por D. João III, pois ela própria o declarouem 1591, diante do inquisidor (Denunciações da Bahia, ed. Capistrano, p. 404), dizendo que era natural de Setúbal, que tinha 50 anos e era «uma das órfãs que El Rei D. João mandou a este Brasil» e filha de Henrique Lobo. Estes foram, nomeadamente, pais de Felícia Lobo, que, dos seus quatro casamentos, um foi com seu primo Paulo de Argollo, filho dos ditos Rodrigo de Argollo e Joana Barbosa.
De Baltazar era irmão o já referido Belchior de Souza Lobo, que também tinha o foro de moço fidalgo da Casa Real com 150 reais de moradia quando em 1527 passou a escudeiro fidalgo e que já fora servir para a Índia em 1534. Casou este Belchior com D. Luiza de Góis, como já acima ficou documentado, irmã de António de Góis Perdigão, ambos filhos de Fructus de Góis (meio-irmão do grande Damião de Góis), camareiro e guarda-roupa do D. Manuel I e D. João III, e de sua mulher Isabel Perdigão, que trato adiante em GÓIS MEDIEVAIS. De Belchior de Souza de sua mulher foi filha D. Filipa de Souza, que, como acima ficou documentado, teve a 13.12.1563 mercê da capitania de uma das naus da Índia para quem com ela casasse, e que casou, provavelmente neste ano, com seu primo-direito Diogo de Góis, filho do dito António de Góis Perdigão. Ao contrário do que alguns dizem e eu também já segui, deste Belchior de Souza Lobo não há descendência conhecida nem de sua filha D. Filipa, ainda solteira em 1563, podem ser filhas D. Marta de Souza e D. Maria (ou Mécia) Lobo, casadas em 1553. Na verdade, como diz Frei Jaboatão, embora de forma muito confusa, estas são filhas de Baltazar Lobo de Souza. Só que, se foram envidas por D. João III para o Brasil, não eram então órfãs, pelo menos de pai. Como vimos, Baltazar Lobo de Souza estava bem vivo na Índia em 1556, com mulher e 10 filhos, e lá continuava em 1568, teria então cerca de 75 anos. Mas os termos da carta de 1556 indica que a mulher (e os filhos) seria um 2º casamento, pois o 1º ter-se-à realizado cerca de 1517/8. Assim, D. Marta de Souza e D. Maria (ou Mécia) Lobo deviam ser apenas órfãs de mãe e donzelas da rainha quando em 1553 (ou 1551?) foram enviadas para o Brasil, juntamente com sua sobrinha Catarina Lobo (que então tinha 11 anos de idade e só casaria em 1560), essa sim órfã de pai, sendo que na Baía já morava D. Joana Barbosa, casada com Rodrigo de Argollo, irmã daquelas D. Marta e D. Maria/Mécia.
D. Marta de Souza, nascida cerca de 1534 e falecida a 6.6.1602 na Baía, veio casar (1553) com João Gonçalves Drummond (Dormondo), nesse ano documentado em Ilhéus. Nas Denunciações da Bahia de 1591 documenta-se esta «Dona Marta mulher de João Gonçalves Dormondo», moradora na vila de Ihéus, cristã velha e mulher virtuosa. João Gonçalves Drummond nasceu cerca de 1502 na ilha da Madeira, filho de João Gonçalves, dito das Ilhas, e de sua mulher Mécia Lourenço (Drummond), como adiante se detalha. Este João Gonçalves das Ilhas deve ser o João Gonçalves que foi rendeiro das ilhas dos Açores. Com efeito, a 14.3.1513 D. Manuel I mandou o almoxarife das rendas do Sabugal levar em conta a João Gonçalves, rendeiro que foi das ilhas, 31.000 reais por outros tantos que havia de haver Pedro da Fonseca (CC, II, 37, 228). E a 25.3.1514 João Gonçalves fez obrigação de 800 reais por 30 alqueires de trigo que recebeu de Namorante Vaz, e se obrigou a pagar a quem tiver a cobrança do rendimento das ilhas dos Açores (CC, II, 45, 202). A 17.12.1511 João Gonçalves passou recibo por que consta ser devedor de 1.000 reais de meio moio de trigo que recebeu do rendeiro das ilhas (CC, II, 29, 180). E a 4.11.1512 João Gonçalves passou recibo por que se obriga a pagar ao rei 1 moio de trigo de preço de 1.600 reais dos dízimos das Ilhas de que é rendeiro Namorante Vaz. (CC, II, 35, 57). De D. Marta de Souza e seu marido foi filho, entre outros, Belchior de Souza Drummond, nascido cerca de 1555, que casou com Mécia de Armas e foram pais de D. Catarina de Souza, falecida a 21.8.1649 ns Baía e aí sepultada no mosteiro do Carmo, que casou a 13.5.1603, ib, com Eusébio Ferreira, natural de Porto Santo (Madeira), que foi vereador da Câmara (1626) e juiz ordinário (1635) da Baía, onde faleceu a 1.11.1636. Destes foi filha mais nova D. Clara de Souza, nascida cerca de 1621, que casou no início de 1639 com o capitão Belchior Barreto de Teive, nascido cerca de 1620 na Madeira e que em 1638 foi para o Brasil como capitão (teria 18 anos), estando na Baía em Abril deste ano, quando contribuiu com um empréstimo de 20.000 reais à Câmara para auxílio à Infantaria. Em 1658 era escrivão da Misericórdia da Baía e a 26.1.1663 foi acrescentado fidalgo cavaleiro da Casa Real (Matrículas, 4, 262), vindo a falecer a 7.9.1663 (1662 segundo o óbito referido por Pedro Calmon, mas é erro), sendo sepultado no mosteiro do Carmo. Por sua morte, sua filha D. Maria teve a 24.10.1664, pelos serviços de seu pai Belchior Barreto de Teive, a promessa da Ordem de Cristo com 50.000 reais de pensão para quem com ela casasse (RGM, Ordens, 5, 309v). Este Belchior Barreto de Teive, que no foro vem referido como filho de Pedro de Teive (era filho de Pedro de Teive y Guzmán e sua mulher Leonor Barreto), era sobrinho de D. Gaspar de Teive y Guzmán, que em Espanha foi o 1º marquês de La Fuente e o 1º conde de Benazuza (13.12.1663), sumilher-mor de D. Filipe IV, do seu Conselho de Estado (1661), do Conselho de Guerra e das Índias, seu embaixador em França, Veneza e Alemanha, etc., e que a seu avô materno D. Pedro Tello de Guzmán sucedeu como senhor do mayorazgo de Lerena, alcaide-mor de Sevilha, cavaleiro de Santiago e dos XXIV de Sevilha. Belchior Barreto de Teive e sua mulher D. Clara de Souza tiveram dois filhos e duas filhas, nomeadamente Pedro de Teive Barreto, baptizado a 26.10.1639, arcediago da Sé da Baía, e D. Maria de Souza, que também aparece documentada como D. Maria de Teive, baptizada a 20.4.1644 na Sé da Baía, que casou a 1ª vez com João Soares Brandão, sem geração, e a 2ª vez com Miguel Rodrigues de Gusmão, cavaleiro da Ordem de Cristo (26.2.1680, conforme a referida promessa), irmão da Stª Casa da Misericórdia da Baía (24.9.1678), etc., que foram pais de D. Inez de Gusmão. Esta D. Inez casou a 18.2.1692 no engenho de Copacabana com seu parente Paulo de Argollo, fidalgo da Casa Real (30.1.1711), bisneto da outra órfã, Catarina Lobo, e igualmente bisneto da tia desta Catarina, Joana Barbosa, filha de Baltazar Lobo de Souza.
A outra filha de Baltazar Lobo de Souza que ficou referida acima, D. Maria Lobo (que nas genealogias também aparece como D. Mécia ou Mícia), nasceu cerca de 1536 e casou (1553) com Francisco Bicudo, um dos fundadores da Baía, onde então era tabelião (1553). Francisco Bicudo, que seria letrado, foi para Brasil com o 1º governador Tomé de Souza em 1549, sendo espingardeiro d'el rei, de quem recebia soldo neste mesmo ano (Doc. Hist. XIII, p. 289), e participou na fundação da cidade da Baía (ib, vol. 37, p. 19), onde foi tabelião (CJIII, 57, 127). Tiveram três filhas, a mais velha das quais, D. Mécia Lobo, foi bat. a 21.11.1554 na Sé da Baía, sendo a 1ª mulher de Jerónimo Moniz Barreto, fidalgo da Casa Real, aí falecido a 12.10.1606. Destes foi filha, entre outros, D. Mécia Lobo de Mendonça, que casou a 25.11.1621 com seu primo Paulo de Argollo, sem geração, como delalho adiante.
O facto de todas estas donzelas terem ou pais ou parentes vivos (tio, tias e avós) significa sobretudo que a decisão política/religiosa de D. João III de enviar donzelas nobres para casarem no Brasil, respondendo ao pedido do Padre Manuel da Nóbrega, deve ter-se confrontado com a dificuldade de as arranjar, pois não parece fácil que os respectivos pais o deixassem, podendo evitá-lo. Assim, o recurso a órfãs foi uma solução, mas não a única, parecendo que serem donzelas da rainha é o denominador comum. O que também significa que a ida para o Brasil, das duas uma: ou foi autorizada pelas famílias ou estas não tiveram como contrariar a vontade do rei. No caso das Lobo de Souza, havia mesmo uma relação familiar, ou seja, uma irmã (e tia) já tinha ido com seu marido (Rodrigo de Argollo) para a Baía em 1549, o que pode ter sido determinante para o consentimento do pai (e avô), então na Índia, cheio de filhos do que parece ser um segundo casamento, e, segundo ele próprio, pobre e velho, se bem que estas expressões em petições ao rei são quase obrigatórias e muitas vezes estão longe da realidade.
Esta questão era central na genealogia dos Argollo, pois descendendem de três dessas alegadas órfãs (duas filhas e uma neta de Baltazar Llobo de Souza). Tendo alguma dessa descendência regressado a Portugal na viragem do séc. XVIII para o XIX, cerca de 250 anos depois das suas antepassadas terem ido para o Brasil."
Elementos retirados da nett.
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HRC
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RE: Rei D. Manuel I, vs. Navegador Português Vasco da Gama
Caro Sodré;
Sugiro que analise esta curiosidade!!
Parece que o Rei D. Manuel I, e o Navegador Vasco da Gama, teriam
nascido no mesmo ano!!, e a dar crédito a determinadas notícias, ainda
haverá mais novidades?!!.
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=16855
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama
http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%AAv%C3%A3o_da_Gama_%281430%29
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=2272
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Cumprimentos
HRC
Link directo:
RE: A FAMÍLIA DE VASCO DA GAMA
Caro Sodré;
Segue este pdf, sugiro que analise.
http://cham.fcsh.unl.pt/files/varia/tese_teresa.pdf
Cumptºs
HRC
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