Um equívoco histórico, ou a história de um equívoc

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Um equívoco histórico, ou a história de um equívoc

#59495 | Lady Iva | 04 mar 2004 09:12

Mis Senhoras e Mês Senhores

Então não querem lá ver que o Colombo era moço chaparrão, e mais, da Cuba. Então não querem lá ver que nem Cristóvão nem Colombo tinha no BI, antes respondia por Salvador Fernandes Zarco. Então não querem lá ver que o moço era nada menos nada mais que sobrinho do rei D. Afonso V. Filho ilegítimo do seu irmão infante D. Fernando e de uma senhora de sua graça Isabel Sciarra da Câmara, filha do também navegador João Gonçalves Zarco. A terra alentejana de Cuba foi o necessário lugar de recato para o parto de um rebento comprometedor.
Coisa de pasmar? Nem por isso! Atulhados de saber que quem conta um conto acrescenta um ponto. E então nestas coisas da produção histórica, os assalariados sempre tiveram e têm igualmente à ilharga, como qualquer refém do soldo, o cepo do desemprego para repousar o cachaço. Ainda por cima num tempo em que ir para o desemprego era uma pena angelical, dado que o mais provável, era perder a cabeça por dá cá aquela palha. Num tempo em que nem sequer o teclado farol dos fracos e oprimidos Barnabé existia. Ou calhando já existia e trabalhava nos subterrâneos da liberdade, sabe-se lá? Uma verve daquelas não se constrói só por alturas dos canapés e das tacinhas de Mateus Rosé nas vernissages literárias.
O certo é que um tal Mascarenhas Barreto, investigador autodidacta e a soldo próprio, conta tudo tim-tim por tim-tim no seu livro “Colombo português, provas documentais”. Aos que o acusam de falta de alicerce científico, joga-lhes ao empinado nariz académico com exemplos de uma tonelada de historiadores do panteão pátrio tão donos de canudo específico quanto ele. Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Armando Cortesão, Jaime Cortesão, João Lúcio de Azevedo e alimpem-se a este guardanapo.
Naco interessante de prosa este, em que a tese se sustenta ora em terrenos mais fundos ora em terrenos mais movediços. Uma coisa é certa, a ser verídica esta pista, o moço Salvador Zarco era um ponta-de-lança de alto quilate. Infiltrado na corte dos reis católicos, a mando de D. João II real senhor que não brincava em serviço, para preparar e capitanear uma ardilosa epopeia que aplanaria o terreno para o tratado de Tordesilhas. Acordo altamente favorável a Portugal que, de uma penada, enrolou os católicos com a bênção papal.
Será mesmo que de Génova o moço Zarco só tinha conhecimento pelas cartas marítimas?

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RE: Um equívoco histórico, ou a história de um equívoc

#59501 | zepas | 04 mar 2004 11:49 | Em resposta a: #59495

Minha Cara Lady,

Acha mesmo que os Reis Católicos foram enrolados? Considera que os espanhois ficaram pior do que nós por apanharem "apenas" o continente americano?

Aceite os meus respeitosos cumprimentos,
Lord zepas

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Um equívoco histórico, ou a história de um equívo

#59530 | sapeca | 04 mar 2004 18:02 | Em resposta a: #59495

“Então não querem lá ver que o Colombo era moço chaparrão, e mais, da Cuba. Então não querem lá ver que nem Cristóvão nem Colombo tinha no BI, antes respondia por Salvador Fernandes Zarco. Então não querem lá ver que o moço era nada menos nada mais que sobrinho do rei D. Afonso V. Filho ilegítimo do seu irmão infante D. Fernando e de uma senhora de sua graça Isabel Sciarra da Câmara, filha do também navegador João Gonçalves Zarco.”
A propósito deste “romance”, com pretensões histórico-genealógicas, da autoria de Mascarenhas Barreto (obra já suficiente e largamente “dissecada” pela pena contundente do Prof. Doutor Luiz de Mello Vaz de São Payo, num dos números da revista “Armas & Troféus”, do Instituto Português de Heráldica, trago à colação um tópico que em tempos aqui coloquei acerca do pretenso “casamento” de Rodrigo Anes de Sá com uma dama da opulenta família romana dos Colonna.
Tendo em conta que os “estudos” de Mascarenhas Barreto (Pessoa que nem sequer tenho o prazer de conhecer pessoalmente, ainda que com ele tenha conversado telefonicamente), que sei ser Pai do Dr. António de Sampaio e Melo, antigo Chefe de Gabinete de S.A.R. o Duque de Bragança (personalidade, essa sim, que conheço pessoalmente desde a época em que se encontrava investido desse cargo junto do Senhor D. Duarte), o parentesco que se pretende estabelecer com “Sciarra” Colonna é precisamente pelo propalado casamento de uma Colonna com Rodrigo Anes de Sá.
Acontece que, para além das muitas dúvidas (para ser muito optimista) que a veracidade tal casamento acarretam, é mister que se sublinhe a impossibilidade cronológica de uma filha do Sá das Galés (João Rodrigues de Sá) ser casada com João Gonçalves Zarco. Impossibilidade cronológica que, de resto, nem sou eu o 1º autor a evidenciar.
Com a devida vénia e os pedidos de desculpas aos frequentadores deste fórum, permito-me “repescar” aquele tópico:

Rodrigo Anes de Sá e o "casamento" com a Colonna drigo Anes de Sá e o "casamento" com a Colonna

No meu último ensaio sobre a origem dos Sás e os seus mais remotos ascendentes – “SÁS – As origens e a ascensão de uma linhagem” -, tratei, mais uma vez, do propalado casamento de Rodrigo Anes de Sá, cavaleiro, com uma dama da família romana dos Colonna.
Seria essa dama, uma Giulia (ou Cecilia) Colonna, filha de Giacomo Colonna, senador de Roma; neta paterna de Pietro Colonna, dito “Sciarreta”, senhor de Cesenna e Senador de Roma, “uomo ardito e di natura feroce”; e bisneta do tristemente célebre Giacomo Colonna, dito “Sciarra”, senhor de Galicano, Cesena, Nepi, San Cesareo, Paliano, Castel Nuovo, Monopello, etc, várias vezes Senador de Roma e que coroou “Imperador” no Capitólio a Ludovico, “o Bávaro” (que lhe concedeu a coroa imperial para encimar a coluna das armas dos Colonna) e de sua mulher (uma dama da família Orsini, seus eternos rivais pela posse de Roma).
O irmão primogénito do “Sciarra” foi Stefano Colonna, “o Grande”, Senador de Roma e Conde de Romagna, senhor de Palestrina e Colonna, etc.
Eram filhos de Giovanni Colonna, Senador de Roma e Marquês de Ancona (pelo papa Nicolau IV), senhor de Palestrina, Colonna, Cesena, Gallicano, San Cesareo, Genazzano, dos castelos de Colonna, Giove e Zagarolo, do Palácio Colonna, em Roma, etc., e de sua mulher (uma dama da família dos Anguillara).
Tentei, até à exaustão, ser o mais imparcial possivel, a ponto de ainda admitir alguma “ligação” de Rodrigo Anes de Sá com uma Colonna, coisa que o Prof. Doutor José Augusto Sotto Mayor Pizarro já analisa de forma bem mais radical...
Passemos a referir os casamentos de Rodrigo Anes de Sá.
Estava casado já em 1349 com Mécia Pires, de quem já seria viúvo pelo menos desde 1364; mormente em 1363, na lista de Pedroso, tinha ele dois filhos: João Rodrigues e uma irmã.
Penso que João Rodrigues fosse filho de Mécia Pires e que a outra filha fosse já do casamento com Beringeira Anes do Vale.
Mécia Pires era ainda viva em 1353, quando com seu marido têm um diferendo com o mosteiro de Grijó, por certas propriedades que haviam "usurpado" ao cenóbio (segundo a "versão" deste), culminando com a desistência feita pelo casal da quintã dos Grandões.
Assim sendo, e a não ser João Rodrigues filho desta mulher, só poderia ter nascido após 1353, o que parece um pouco tardio para ser já tratado individualmente nas listas de Pedroso (1363) e Grijó (1365).
De qualquer modo, ele detinha a "naturalidade" pelos do seu sangue, quer em Pedroso, quer em Grijó, quer em Moreira e muito provavelmente S. Simão da Junqueira, "naturalidade" que lhe vinha já de seus pais, João Afonso de Sá, cavaleiro, senhor da quintã de Sá, em terra de Vizela, do termo de Guimarães, senhor da honra e quintã de Gemunde, com o padroado da igreja, em S. Miguel de Gemunde, no julgado de Vermoim, e de sua mulher Maria Martins).
Também seu avô paterno, Afonso Martins de Sá, escudeiro, morador em S. Tiago de Gavião, no mesmo julgado de Vermoim, detivera o direito de padroado da igreja de S. Salvador de Fornelos, que cedeu em 16.12.1346, direito que lhe viera por sua mãe Maria Anes (Varzim), filha de João Varzim, o qual com sua parentela defendia honras por amádigo em várias freguesias do dito julgado.
Seu avô paterno, Martim Fernandes de Sá, senhor da quintã de Sá, em Santa Eulália de Barrosas, termo de Guimarães, defendia por honra um lugar na freguesia de S. Tiago de Gavião e outro na de Mouquim, ambas no julgado de Vermoim, por haverem aí sido criadas filhas suas.
Era provavelmente um descendente dos senhores da Maia, muito possivelmente filho de Fernão Martins da Maia e sobrinho de João Martins da Maia, "o Avana".
Um dos seus filhos, provavelmente o mais velho e em quem recaiu a quintã de Sá (que passaria depois, por falta de geração, a seu sobrinho João Afonso de Sá), foi Gil Martins de Sá, que em 1326 cedeu os direitos de padroado da igreja de S. Tiago de Burgães (bem de "avoenga" dos senhores da Maia) ao mosteiro de Santo Tirso.
Note-se que também a irmã de Rodrigo Anes de Sá, Senhorinha Anes (casada com Aires do Vale, este também um "natural" de Pedroso e Grijó) é nomeada como tendo parte nos direitos dos naturais daqueles cenóbios.
E não me parece minimamente aceitável que o fosse também pelo marido somente, pois que a forma como vem referenciada, com seu irmão Rodrigo Anes de Sá, é nitidamente com a intenção de agrupar estes "naturais" por linhagens.
É de notar que em Pedroso essa "intencionalidade" é ainda mais evidente, ao separar os cônjuges, dando assim uma visão de autêntico desejo de salientar que ambos são naturais do mosteiro e com direitos de "per si".
Por isso referenciei o caso de João Brandão e Leonor Esteves das Medãs, já casados e com filhos, tratados junto com os de suas linhagens individuais.
Logo depois, em 1365, tinha já uma outra filha, talvez a Aldonça, sendo a 1ª a Constança.
O que de todo não aceito é a hipótese de serem aquelas filhas fruto do casamento com Mécia Pires. Se assim fosse, tal seria, naturalmente, referido no tombo de Grijó, conforme é feito em relação ao irmão, João Rodrigues, “seu filho doutra molher”.
Ao contrário, o rol de Grijó refere expressamente: “Item Rodrigue Annes de Sáa cavalleiiro e sua molher. Item duas suas filhas”.
Quanto à tese por mim defendida, justificando por que motivo entendo que o casamento com Beringeira Anes do Vale era já um facto em 1363, ela deve-se a uma rigorosa análise dos documentos dos cenóbios de Pedroso e Grijó.
De facto, essa análise é que me levou a concluir desse modo, atenta a certeza que do documento de Pedroso se pode retirar, de ter sido elaborado com o cuidado de “separar” as famílias dos “naturais”, sendo-lhes mais importante do que os casamentos então já realizados entre as várias linhagens.
Dei alguns exemplos, que alicerçados pela posterior lista de Grijó, não deixam dúvidas, para mim. É o caso – entre outros - da aliança entre Leonor Esteves das Medãs e João Brandão, de que provieram os filhos já referidos na lista de Pedroso.
Por outro lado, a documentação de Grijó que refere a “usurpação” por Rodrigo Anes de Sá, João Madeira (este estava casado com Constança Rodrigues, viúva de Afonso Martins do Vale) e outros, de bens dos Vales que haviam sido doados áquele cenóbio (segundo a tese defendida pelos frades), leva a crer que se baseava no facto de alianças já existentes entre os Sás, Madeiras e os Vales. O que era um facto com o casamento com Beringeira Anes.
Ora esta documentação é datada do ano de 1364, sendo os 2 primeiros instrumentos de 31 de Agosto e 3 de Setembro!
Estavam em causa, entre outros bens, a Quintã da Anta, de que se havia “apossado” Rodrigo Anes de Sá.
Mais tarde, no ano de 1410, foi-se meter na posse da dita Quintã da Anta, Martim Afonso de Sousa, filho da abadessa Aldonça Rodrigues de Sá e do “da Batalha Real” (Martim Afonso de Sousa, 2º senhor de Mortágua), ainda que D. João I mandasse por carta que ele a deixasse para Gonçalo Rodrigues, marido de Aldonça Afonso (viúva de Afonso Anes Madeira, escudeiro, filho do João Madeira).
Logo depois, no ano de 1414, outra demanda entre o cenóbio e Aldonça Rodrigues de Sá, acerca da Quintã do Fundo, bem “de avoenga” dos Vales, tendo decidido o rei a favor da abadessa.
Ainda restarão dúvidas de que a abadessa fosse filha do casamento com Beringeira Anes?
Como poderão ver, não fui descuidado na análise de toda a documentação existente, que pudesse consolidar as minhas teses.
Não tenho qualquer dúvida sobre isto.
Agora passemos à célebre carta do Sá das Galés ao arcebispo de Braga, a qual – sublinhe-se - só existe no Arquivo da Casa de Abrantes.
A insinuação acerca da dúvida do casamento do pai com Beringeira Anes, pode dever-se a dois motivos:
- O casamento ter sido anulado, ou considerado como “ilegitimo” por motivos que poderiam ter a ver com a necessidade de alguma dispensa de parentesco (o que não aceito já que em toda a documentação, quer canónica, quer régia, ela é sempre referida, sem qualquer dúvida, como mulher de Rodrigo Anes de Sá);
- A má vontade do Sá das Galés em relação à sua madrasta, derivada ao facto dela ser amante do dito arcebispo, conforme ele mesmo refere na dita carta: “ella vos serve de couto E ajuntamento carnal”.
Tendo em atenção as duas hipóteses, somente a 2ª me parece lícita para retirar tais considerações. A viúva de seu pai, pelo que ele considerava de “indigna” e “condenável” em termos sociais, não merecia ser tratada doutro modo.
Finalmente, resta-nos a aliança com a Colonna.
Esta é, para mim, uma dor de cabeça e uma honesta busca para tentar entender a razão de ser de uma tal “tradição”, que remonta, pelo menos, ao século XVI.
Estou cada dia mais convencido de que, a haver algum tipo de ligação com uma dama dessa linhagem romana, ela foi espúria e já no final da vida de Rodrigo Anes de Sá.
Sou mesmo defensor de que essa dama poderia ser uma bastarda de Agapito Colonna, que com ele teria vindo em 1376 para Portugal, já que embora tenha sido nomeado bispo de Lisboa por Gregório XI em 1371, somente veio para o nosso país 5 anos mais tarde.
Este prelado, que fora anteriormente bispo de Ascoli (1363) e Brescia (1369), foi também núncio ao imperador e aos reis de Portugal e Castela. E terá regressado a Roma em 1377 por ter sido nomeado cardeal de Santa Prisca, falecendo em 1380.
Acontece que, para sermos criteriosos (como sempre pretendi, mesmo na “questão” que tive com o falecido investigador Marquês de Abrantes) e rigorosos em termos meramente históricos e científicos, apenas nos podemos deter na única fonte que refere tal aliança matrimonial: a dos nobiliários PORTUGUESES.
São eles (ao contrário dos italianos, mormente o “I Colonna, dalle origini all’inizio del secolo XIX”, do principe Prospero Colonna) que referem ter sido Rodrigo Anes de Sá “embaixador a Roma e a Gregório XI”!!!
Ora, como se sabe, este pontífice só veio a ser eleito em 1370/71, apenas regressando e restaurando a corte pontifícia em Roma, após longa estadia em Avinhão, no ano de 1377, falecendo no ano seguinte.
E depois, não esqueçamos todo o trajecto dos Colonnas por esta época, com vários ramos a serem banidos pela cúria papal, e os seus bens confiscados, atentas as culpas que lhes eram imputadas pela actuação do seu “avô” Giacomo “Sciarra” Colonna.
Ora, se Rodrigo Anes fosse enviado antes de 1377 como embaixador do rei de Portugal, só o poderia ser a Avinhão, nunca à “Cidade Eterna”.
Obviamente que Rodrigo Anes poderia ter ido ao papado antes da data por mim avançada.
Obviamente que sei do orgulho ostentado por Sá de Miranda, bem como do “provável” encontro em Roma deste com Victoria Colonna, a célebre marquesa de Pescara, e dedicada viúva de Francisco de Avallos.
Uma hipótese, nunca considerada até hoje, quero aqui deixar-vos em 1ª mão: a de Rodrigo Anes de Sá ter ido a Avinhão e a Gregório XI, como “emissário” do rei de Portugal a fim de conseguir que o bispo Colonna viesse finalmente para Portugal.
Se assim fosse, tal emissário teria feito essa viagem entre 1372-1375, conseguindo que Agapito fosse obrigado finalmente a vir para a sede do seu bispado.
Assim, embora não se possa falar de uma “embaixada” (que nunca terá havido realmente), nada constando, de resto, da documentação da Biblioteca Vaticana, nem a Roma (onde não se encontrava a cúria papal), não deixaria de haver uma deslocação do fidalgo português a Avinhão e ao papa Gregório XI.
Só que, a ser assim, mais uma vez vem de encontro à tese sempre por mim defendida: João Rodrigues de Sá não foi filho de uma Colonna, nem Rodrigo Anes de Sá com ela terá casado. Poderia, isso sim, com ela ter vivido “maritalmente” e “de facto” desde 1376, certamente com o apoio de seu filho, o das Galés, justificando-se assim, também, e por este motivo, a “insinuação” que ele formula na carta ao arcebispo de Braga.
Fernando de Sá Monteiro

Aqui fica, para análise, a impossibilidade da descendência do Zarco ter alguma coisa a ver com os Sás e os Colonnas.
Os melhores cumprimentos.
Fernando de Sá Monteiro

Rodrigo Anes de Sá e o "casamento" com a Colonna

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Sensura de História ou história de sensura??

#121756 | kolon | 28 jun 2006 01:20 | Em resposta a: #59530

Caro Fernando de Sá Monteiro,

Não há dúvida que temos problemas em encontrar esta senhora Cecilia Colonna mas ao mesmo tempo temos que explicar a insitência de seguir aparecendo em livros de genealogia.

Uma coisa é certa, nunca poderia Cecilia Colonna ser mãe do João Rodrigues de Sá 'Galés' e ao mesmo tempo ser João Rodrigues de Sá já de idade para comandar galés em 1385. O casamento de Cecilia Colonna e Rodrigo Anes de Sá sendo efectuado em 1377 nunca podia ela ser mãe dos primeiros filhos de Rodrigo Anes de Sá.

Supostamente o Padre Frei Francisco Macedo de S. Agustin (Franciscano) escreveu sobre este casamento no seu trabalho sobre a casa de Sá de titulo Domus Sadica cujo livro não consegui encontrar ainda.

Também Frei Jerónimo de Sousa explica que Cecilia Colonna foi baptizada Maria Ana Cecilia mas no Sacramento da Confirmação mudaram-lhe o nome para Cecilia Colonna. Isto para que ficasse com os nomes Cecilia de sua avó e Colonna de seu pai. Assim cecilia era o nome de uma avó. Não fiz pesquisa para ver se Cecilia foi a mãe de Giacomo Colonna mas suspeito que a avó Cecilia foi a mãe da 'amante' de Giacomo Colonna que era uma senhora ''de mucha calidad, que posseia muchas tierras en Sicilia''. Quem sabe se era esta senhora e a sua mãe Cecilia da casa real do reino da Sicilia 100 anos mais tarde herdado por Fernando o Católico?
Diz também que os padrinhos foram seus tios Agapito e Estefano Colonna e a ''madrinha la Embaixadora de Francia''.

Não diz que a Santa Sede foi restituida a Roma a 13 de Janeiro de 1377. ... e que a embaixada de
Rodrigo Anes de Sá foi em 1377. Escreve também que o casamento foi em 1377 quando Cecilia tinha 15 anos fazendo deste modo a data de nascimento dela 1362 que nunca mais podia ser mãe do Sá das Galés.

Isto não nega que Cecilia não tivesse sido a mãe da mulher de Zarco como muitos apontam e seria assim a mulher de Zarco meia-irmã do das Galés.

Quem foi Frei Jerónimo de Sousa?

Jacinto de Sousa foi Frei Jerónimo de Sousa e foi também alias Prior Dom Tivisco de Nasao Zarco, y Colona.
Foi este homem descendete de Zarco tal como o foi outro alias Prior Dom Tivisco de Nasao Zarco, e Colona o Sr. Manuel de Carvalho e Ataíde (pai do Marquês de Pombal) também descendente de Zarco pela linha de Manuel Paim da Camara.

Há aqui qualquer coisa que está a ser encuberta nesta linhagem e de certeza é tudo para encubrir essa Cecilia Colonna. Já na Confirmação foi encuberta sendo-lhe o nome mudado que podia ser alguma Princesa herdeira da Sicilia, reino que caiu na posse dos Tastamaras.

Nos ascendentes de Sérgio Paulo de Mello Annes lê-se também CECÍLIA (CÉLIA) JULIA SCIARRA-COLONNA, décima sétima avó paterna (1380) de S. P. Annes.
Vê-se aqui 'Cecilia, Célia e Julia'. Adicionando os nomes Maria e Ana (do Baptizmo) fica a Cecilia Colonna com 5 nomes possiveis de pesquisar nos archivos da Itália.... que tarefa.

Por detráz de tudo isto deve de ter um grão de verdade que Cecilia Colonna casou com Rodrigo Anes de Sá já quando este estava na terceira idade e que tiveram uma filha Constança Rodrigues (de Sá Colonna). Não siginifica o apelido de 'Rodrigues' que era filha de Rodrigo?
Não sería a encuberta desta Colonna a razão de tantas dificuldades que temos em encontrar a verdadeira sogra de Zarco?

Não devemos de deixar fora a possibilidade que Cecilia Colonna casou segunda vêz e ainda com idade de ter filhos.

Uma coisa é certa. Se ela foi a mãe da mulher de Zarco tivemos no nosso reino uma grande sencura. Pois foi feita dezaparecer e seu gnero foi feito mudar o seu apelido para Camara.
Seus descedentes 300 anos mais tarde tentaram renovar os dois nomes em Zarco, e Colona um alias coordenado entre dois descendentes mas pelo menos em Portugal o rei Dom Pedro poribio o livro do pai do Marquês de Pombal porque não era conviniente que circulasse!!!!!!!!!!!!!!

Dá muitas razões para pensar que numa grande sensura foi planeada pela courte Portuguesa para encubrir esta Cecilia Colonna -- a única ascendente de Cristoval Colon(na) que podia ser usada para descubrir a sua verdadeira linhagem.
Tendo o grande navegador dicidido usar uma forma do nome da bisavó por lhe ter sido proibido usar tanto o nome de sua mãe como o de seu pai.

E assim escrevia á ama do principe herdeiro de Castela ''Yo no soy el primer Almirante de mi familia; pónganme, pues, el nombre que quisieren'' e no seu túmulo ''In te, Domine, speravi, non confundar in aeternum''.

São pontos que dão muita razão para pondurar.

Manuel DaSilva Rosa

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RE: Sensura de História ou história de sensura??

#121936 | kolon | 30 jun 2006 03:42 | Em resposta a: #121756

Foi erro "Não diz que a Santa Sede foi restituida a Roma a 13 de Janeiro de 1377."
devia ser "Diz que a Santa Sede foi restituida a Roma a 13 de Janeiro de 1377"

Manuel Rosa

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RE: Um equívoco histórico, ou a história de um equívoc

#121957 | castromartins | 30 jun 2006 13:52 | Em resposta a: #59495

O meu conterrâneo Dr. Manuel Luciano da Silva (que nasceu na freguesia de S. Pedro deCastelões, Vale de Cambra, e é médico nos EUA, além de historiador), também sustenta e procura demonstrar, em livro recentemente editado, a mesma tese.
castromartins

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RE: Um equívoco histórico, ou a história de um equ

#122012 | kolon | 01 jul 2006 12:30 | Em resposta a: #121957

Caro CastroMatins,

Infelizmente o livro do Dr. Manuel Luciano da Silva não sómente foi escrito sem investigação aos documentos de Colon como também está cheio de tantos erros que não serve para adiantar mas prejudicar a verdadeira história do navegador.

Sei que este não é um Fórum para discutir livros mas vou dar pequenas provas aqui de algumas coisas.
O Dr. diz que Afonso de Albuquerque foi membro da Ordem de Cristo e mostra uma pintura desse famoso herói na India vestido correctamente com a cruz da Ordem de Santiago.
Afonso de Albuquerque NUNCA foi membro da Ordem de Cristo mas sim de Santiago tal como foi a esposa de Colon: Filipa Moniz. Afonso de Albuqueruqe foi guarda costas do rei D. João II tal como foi o cunhado de Colon: Pedro Correia da Cunha.

Os maiores erros que Luciano da Silva fáz é por se basear mais em teorias qo que em documentos. O Dr. usa um documento que eu já provei ser falso (e que espero de mostrar tal num documentário do Discovery Channel o ano que vem) esse é o ''Testamento de 1498'' em que Colon diz ''Siendo yo nacido en Genoba''.)
Logo ao principio do livro o Dr. escreve que este documento vem do pulso do própiro Colon, isto quando a primeira folha do documento diz ''Traslado de otro testamento....'' que é uma 'cópia' feita depois de 1573 e não do pulso de Colon. Mesmo se não fosse cópia vendo que este documento é uma falisficação do verdadeiro Testamento, não nos serve de nada. (Nem para nós nem para os historiadores que tentam fazer Colon de Génova porque ele própiro o disse no seu testamento.)

Usa o Dr. como palavras supostas desse Testamento ''una X com una S'' usando a palavra 'com'' escrita com 'm' em Português como uma das provas que Colon era Português enquanto no documento está escrito claramente ''una X con una S''. Não 'com' em Português mas 'con' em Espanhol.
Sendo isto o principio do livro em que o Dr. baseia a sua teoria de um Colon Português já se vê o resto do livro os erros que lá comtem.

Infelizmente este livro tráz consigo tantos erros e problemas que adicionados aos erros do livro de Barreto já fica um mau sabor no povo para aceitar asprovas daqueles que deveras tentam provar o mais provável: que Colon era muito conhecido, muito faovorecido e muito querido do rei de Portugal.
Que Colon era um nobre em Portugal antes de ir para Castela. Que seguiu sendo nobre em Castela e que sómente andava em Castela promovendo a politica secreta de D. João II sobre as descubertas Portuguesas.

Levou os Castelhanos para o mais longe da India que podia levar e forçou-lhes a aceitar que era a India. Fez o seu papel como agente do Principe ''Tirano'' tão bem que ainda hoje muitos pensam que Colon estave errado e perdido no seu navegar enquanto ele estava sómente errando o mundo para finalizar a sua missão secreta.

Cumps,
Manuel Rosa

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RE: Um equívoco histórico, ou a história de um equ

#122076 | mar-garida | 03 jul 2006 00:35 | Em resposta a: #122012

Señor Rosa,

Quieres dizer que Colon sabia que não estava na India?
Então porque pensam todos que ele estava errado quando chamou India a America?

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