Família Quinteiro
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Família Quinteiro
Gayo, em título de Baldayas, dá notícia de Sebastião Quinteiro Baldaya, fidalgo das Casas de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel, filho de Diogo Álvares Baldaya (da Cidade do Porto), fidalgo da Casa de D. Afonso V, e de Brites Pires Quinteiro, filha esta de um Rodrigo Anes Quinteiro que deve ter nascido com a 2ª Dinastia e que é o Quinteiro mais antigo de que tenho notícia. Deste podia descender um Diogo Álvares Quinteiro, de Ponte de Lima, que se sabe ter sido pai de um Simão (possivelmente o escudeiro Simão Quinteiro, morador em Braga na Rua de Santo António, segundo consta do Mapa das Ruas de Braga existente no ADB) matriculado, por ter recebido ordens menores, em 1501.
Através de uma carta de quitação ao feitor do Rei na Flandres, datada de 23 de Junho de 1443, sabe-se, por outro lado, da existência de um Rui Quinteiro, também morador em Ponte de Lima, o que parece confirmar que os Quinteiros eram de lá. Constava de resto, no tempo de Gayo (ver título de Baldayas), que o filho de Sebastião, chamado Bernardo Quinteiro Baldaya, cavaleiro da Casa do Cardeal D. Henrique, se tinha feito enterrar na Matriz dessa mesma Vila com sua mulher, Dona Guiomar de Sá.
Entre os vários lugares de nome Quinteiro merecem especial menção os situados na freguesia de Souto de Rebordões, do Concelho de Ponte de Lima, dada a ligação dos Quinteiros a Ponte de Lima, e na freguesia de Fiscal, do Concelho de Amares, este último pelas alianças que veio a haver entre Quinteiros e Arantes. Tem interesse notar que, na freguesia de Merufe, Concelho de Monção, existe um Paço de Quinteiro e que o Dicionário Corográfico observa que Quinteiro "é apelido de família nobre aliada a Gameiros Lobatos de Faria e estabelecida na Índia há muitas gerações". Vem a propósito referir os Lobatos Quinteiros, de Santarém, cujas origens são referidas por Manso de Lima e de quem Gayo apresenta uma árvore de costados.
Os livros da Chancelaria de D. João III, e o próprio códice de Marcelino Pereira no seu título sobre os Arantes, referem um Aires Quinteiro, que pode ter sido um próximo parente dos Arantes. De acordo com esses livros, Aires Quinteiro foi "criado" de D. Filipe Lobo (o que significa que com este veio morar, possivelmente para adquirir uma formação militar). Este Lobo foi o quarto filho do 2º Barão de Alvito, escudeiro-fidalgo da Casa Real (ver no ANTT, Moradias da Casa Real, M.1, Liv. 7, folha 81), Capitão da Fortaleza de S. Jorge da Mina e, mais tarde, Aposentador-mor e Trinchante-mor do Rei (o primeiro dos Lobos, Trinchantes-mores). Aires foi feito cavaleiro, "por ter ido ao socorro de Tanger", o que foi confirmado por carta real de 17 de Dezembro de 1532. Em 1534, foi nomeado tabelião público e judicial do Concelho de Entre Homem e Cávado. Em 1535, foi-lhe dado o ofício de Escrivão das Cizas deste Concelho e do Couto de Bouro. Em 1538, foi nomeado tabelião público e judicial do Concelho de Regalados.
As relações dos Quinteiros com os Arantes dos séculos XVI e XVII são evidentes: não só os dois apelidos aparecem muitas vezes ligados (Arantes Quinteiro, ou Nantes Quinteiro, mas também entre os descendentes de Diogo de Arantes (ou de Nantes) aparecem misturados os apelidos Arantes e Quinteiros.
Eis o que sei sobre os Quinteiros. Muito agradecia que me fosse dada mais informação sobre esta família que me parece pouco conhecida. Proponho que os membros do Forum interessados partilhem o que sobre ela souberem.
Eduardo Arantes e Oliveira
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RE: Família Quinteiro
Caro Confrade Eduardo Arantes e Oliveira:
O documento mais antigo que existe no meu arquivo sobre os Arantes, é uma escritura feita, em 9 de Março de 1508, no Couto de Rendufe, referente à compra por "joam daramtes" e sua mulher "janebra de sampaio" de uma herdade que parece ter sido anexada à quinta de Romay. Este João de Arantes também era conhecido, ao que parece, por João de Arantes Quinteiro.
Desenvolvi, com lacunas´e algumas dúvidas de genealogista amador, esta linha de antepassados do Abade de Prozelo (e meus, uma vez que sou 6º neto de uma irmã do Abade).
O que apurei, foi publicado no último número das R&M; se estiver interessado, terei muito gosto em lhe enviar o texto em Word.
Estarei muito atento aos seus autorizados comentários, que certamente esclarecerão muitas das minhas interrogações.
Com os melhores cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Família Quinteiro
Caro confrade J. de Castro e Mello Trovisqueira
Apreciei muito o seu artigo e hoje mesmo lhe enviei uma carta por correio azul com algumas ideias e pedidos de comentários.
Foi depois de ter escrito essa carta que resolvi pegar nesta questão dos Quinteiros, que tão ligados estão aos Arantes, e pô-la no Forum.
Muito agradecia que me enviasse o seu endereço electrónico.
Amigos cumprimentos do
Eduardo Arantes e Oliveira
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RE: Família Quinteiro
Caro Prof. Arantes e Oliveira:
Agradeço os seus generosos comentários às minhas notas. Estou ao seu dispor em:
jpcmt(at)mail.telepac.pt
Renovados cumprimentos do
João de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Família Quinteiro
Fui procurar o significado do temo "quinteiro", por pensar obviamente que isso ajudava. No "Dicionário da História
de Portugal", dirigido por Joel Serrão, encontrei o seguinte:
"Funcionário régio incumbido de fiscalizar a exploração das minas de ouro,
uma vez que esta actividade se encontrava a cargo de particulares. E a sua
designação resultou, por certo, de ser ele quem tirava do produto da
exploração o quinto que pertencia à coroa. O cargo existiu, pelo menos,
desde o reinado de D. Afonso III (1248-79), tendo este monarca determinado
que os adiceiros ou ourivezes da Adiça (então os de maior relevo e que, por
isso, goavam de importantes privilégios) apenas respondessem perante o seu
quinteiro. Por seu turno, D. Dinis (1279-1325), por diploma de 29/III/1316,
estabeleceu que os quinteiros dos ourivezeiros da Junqueira e de Pessegueiro
fossem também o seu juiz privativo, do mesmo passo que lhe competia
fiscalizar - na companhia do escrivão - as diferentes operações a que o ouro
era sujeito e acompanhar a Lisboa a remessa do valioso metal". (Bibl.: Henrique da Gama Barros, "História da Administração da Admonistração Pública em Portugal nos Séculos XII a XV").
Sempre é mais um passo.
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RE: Família Quinteiro
Caro Professor:
A fonte provável será Frei António Brandão.
Numa "História de Portugal", anónima, publicada em 1852, citando essa fonte, encontro o seguinte:
"Certos ramos de administração que, até esse tempo, jaziam negligentes, vieram a occupar, mui seriamente, a actividade d'el rei D. Diniz: afim de excitar a exploração das minas, este soberano concede, em 1290,um privilegio a todos aquelles que trabalhavam, e o continuassem a fazer, em as minas de outro de Adiça, logar situado entre Almada e Cezimbra; e que tinham sido descobertas no tempo d'el rei D. Sancho I. A importancia bem merecida das minas de Adiça, foi casual para que todos aquelle [sic] que eram occupados em explorarem as de ouro de todo o Riba-Tejo, fossem cognominados "Adiceiros". O rei concede a Sancho Pedro seu collega [?] e successor em esta administração, auctorização, em perpetuo, de extrahir o ferro das minas de Portugal e Algarves debaixo da condição de que seria obrigado a entregar ao mesmo rei uma quinta parte das mineiras, e uma decima de ferro puro, e que elle pagaria os direitos e impostos".
O termo "Quinteiro" não aparece aqui, mas seria , talvez, interessante ver a "Monarchia Lusitana" (o que eu, aqui em casa, não posso fazer).
Claro que outros dicionários dão ao termo o significado de "homem que explora ou guarda uma quinta".
Mas pode ser uma boa pista.
Saudações amigas do,
João de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Família Quinteiro
Caro confrade
É de facto uma bela pista. Infelizmente, tenho um trabalho entre mãos que me impede de investigar a "Monarchia Lusitana" durante os próximos dias, mas pegarei nela assim que estiver mais livre.
Com amizade
Eduardo Arantes
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RE: Família Quinteiro
Caro Confrade:
Voltei a revolver os papéis do Abade de Prozelo, na esperança de encontrar mais algum indício destes Quinteiros. De facto aparece, como testemunha de uma contenda sobre a posse de uma propriedade,em 1596, um Geraldo do Quinteiro. Este declara que tem 45 anos, é morador em Ponte da Barca e que sua mulher era prima de Francisco Fernandes (autor do processo) e sobrinha da ré.
A ré, nesta contenda, era D. Ana Fernandes da Costa, viúva de Sebastião de Araújo, sendo estes os pais de Paulo de Araújo da Costa, "o Velho", casado com D. Antónia de Mello Pereira -- que viveram em Romay (ver R&M).
Foi procurador de D. Ana, o Lic.º Manuel de Barros Lobo.
Não adianta muito, mas confirma as relações próximas destes Quinteiros com as gentes de Romay.
Cumprimentos amigos do.
João de C.e M. Trovisqueira
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RE: Família Quinteiro
Caro colega
Apareceu-nos pois mais um Quinteiro. Muito lhe agradeço o interesse que tem manifestado pelo assunto.
Estive a concultar a Monarchia Lusitana e encontrei na Parte Quinta, Livro XVI, Cap. XXXI ("Da vinda del Rey D. Dinis a Coimbra, com outras memórias deste anno")abundante informação sobre minas de ferro e ouro. Acrescenta: "Deixo já que em tempos dos Reys antecedentes elRey Dom Afonso Quarto, por se livrar das despesas que fazia, largou todas as minas de prata, chumbo, cobre, estanho, pedra ume, enxofre, & azeviche, que parece reservou as outras a Afonso Peres mercador natural do Porto, & a Bernal Fucara estrangeiro para elles, & sucessores, com obrigação de pagar a elRey a quinta parte". É curiosa a indicação de que "Do ouro da Adiça se fez o cetro, & coroa que os Reys de Portugal costumavam trazer nos actos públicos".
Não encontrei referência a quaisquer funcionários que superintendessem no processo. Tenciono ver no ANTT o que diz o Elucidário de Viterbo sobre os quinteiros.
Com amizade
Eduardo Arantes e Oliveira
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RE: Família Quinteiro
Caro Professor Arantes e Oliveira:
Grato pela informação. Claro que, na verosímil hipótese, que muito bem pôs, de os Quinteiros serem antepassados de João de Arantes, também eu estou directamente interessado no assunto!
Tenho a edição crítica do Elucidário de Viterbo, publicada pela Livraria Civilização. Já a tinha consultado mas, nela, a palavra Quinteiro não figura. Também a "História de Portugal" de Pinheiro Chagas, nos conta, embora de forma mais desenvolvida, o que atrás deixei escrito sobre D. Dinis, mas igualmente ignora a existência do cargo de "quinteiro".
Esperemos que algum Confrade ainda nos possa ajudar.
Cumprimentos amigos do,
João de C. e M. Trovisqueira
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RE: Família Quinteiro
Caros Confrades:
Verifico agora que Artur Norton, na sua recente obra "A Heráldica em Portugal", assinala a existência de uma carta com as armas de Quinteiros. Em nota de pé de página diz:
"Faria, António Machado de - "Cartas de Brasão", p. 18, nota 2 - Referencia, mas não descreve."
Solicito a algum Confrade que tenha fácil acesso a esta última obra o favor de me informar se aí se diz a quem a carta de armas mencionada foi concedida, e em que data.
Cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Família Quinteiro
Caros confrades,
NFP no tt. Machados refere no §105, N 22:
João Coelho Machado, f.º de Antónia Machado N 21 deste § sucedeo na Casa de seu Pai viveu em Cabeceiras de Basto com Isabel Quinteira Henriques filha de António Quinteiro de Araújo.
Gostaria de saber a ascendência deste último, visto ser meu antepassado.
Com os melhores cumprimentos,
João de Magalhães
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RE: Família Quinteiro
Caros,
Como ando a tentar saber mais sobre os meus antepassados, peguei o bichinho do "Genea" ao meu marido:
Fernando José Firmino Gomes, filho de Dinora Quinteiro Firmino, por sua vez, filha de Adélia da Silva Quinteiro natural de Sarilhos Grandes.
Têm alguma informação sobre estes "Quinteiros" da zona do Montijo?
Obrigada,
Cláudia.
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RE: Família Quinteiro
Cara Cláudia,
Não tenho nada que lhe possa dizer sobre essas pessoas.
No entanto pode tentar ver se aparece alguém no Nobiliário das Famílias de Portugal - Séc. XVIII (está em linha na BND (pode ver o endereço neste forúm no tópico com o mesmo nome).
Caso alguém a possa ajudar, seria conveniente que indicasse datas aproximadas para melhor referenciação.
Cumprimentos,
João de Magalhães
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RE: Família Quinteiro
Caro João de Magalhães,
Eu ando à procura de informações sobre Lobatos Quinteiro ( Santarem ) e Quinteiros (Vila de Mação ) estes do seculo XVIII e XIX.
Poderá o caro confrade ajudar-me nesta demanda?
Cumprimentos
João de Sousa da Silva
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RE: Família Quinteiro
Ola o meu nome é Eduardo josé Quinteiro fernandes o quinteiro vem do meu avô José Quinteiro a minha familia é de Covas do barroso concelho de boticas lembrome do meu avô dizer que o nome Quinteiro vinha do seu avô que era de galiza....ainda bem que a este forum pois nunca pensei que houve-se tantos Quinteiros...
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RE: Família Quinteiro
ola o meu nome é Nuno Filipe Soares Quinteiro o meu pai Alcino Francisco Quinteiro,.nao entendo nada de descendencias mas gostava muito de começer a entender,pois tenho uma certa curiosidade em saber as minhas origens,se houver alguem que me possa ajudar eu ficaria muito agradecido.
sou de Santarem e o meu pai era de Matozinhos(penso eu,pois nunca falou muito sobre o assunto)
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Família Quinteiro
Bom dia, sou mais uma Quinteiro (Patrícia), O meu pai era Jose Francisco Quinteiro Fermandes da Silva que tinha ligações a Ponte de Lima mas cuja mãe Maria dos Milagres Quinteiro era de Pontevedra (Galiza) bem como todos os ascendentes desta minha avó. Há tempos encontrei em Badajoz um casal de espanhois (castelhanos) que também tinham o sobrenome Quinteiro e me disseram que existia uma família antiga ligada à história de castela como apelido Quintero e não Quinteiro. Tenho desenvolvido buscas sobre as famílias Costa Campos e de Lima e Sousa a que também petenço mas agora que deparei como vosso forum vou dedicar algum tempo aos Quinteiro e manter-me ligada.
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