Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello (18-02-

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Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello (18-02-

#61448 | JTaval | 29 mar 2004 12:43

Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello (18-02-1944/28-03-2004)


Faleceu ontem, em Parada de Gonta, o poeta Rodrigo Emílio. O funeral realizou-se hoje na mesma localidade.

A título de homenagem aqui fica um poema do grande Autor que bem lhe poderia servir de epitáfio:

"Digo adeus / a quem eu era, / por ter Deus / à minha espera.

Um dia há-de vir,
em que eu cairei para sempre a dormir,
à guarda d'um sono que já não se esgarce;
que nada possa vir, à viva força, mal-ferir,
dada a minha inteira ausência de disfarce...

- ...pois que "morir
es repatriarse"!

Talvez a linha da meta
seja o ponto de partida
do poeta
para a Vida...!"

Autobiografia

"Rodrigo Emílio é o nome literário de
Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro
de Mello. Nascido em Lisboa, a 18/02/1944,
o autor é filho do falecido poeta e crítico
Rodrigo de Mello e bisneto, pelo ramo paterno,
do poeta romântico Thomaz Ribeiro.
Bacharelou-se em Filologia Românica.

Colaborou, assídua e activamente, como crítico, poeta, ficcionista e polemista nos seguintes suplementos: Diário da Manhã, A Voz, Notícias, Época, Correio do Minho, Notícias de Fafe, Renovação, Unidade, Agora, Redondel, Itinerário, O Debate, Diário de Notícias, Diário do Minho, Política, Gil Vicente, Permanência, Raiz, Panorama, Ocidente, Frente, etc. Foi por duas vezes premiado em concursos de Poesia e Ensaio, promovidos pelo Diário de Lisboa. Em 1963 foi Prémio de Poesia no Concurso de Manuscritos do então SNI, com o original As Lágrimas Ancoradas à Sombra do Amor. Premiado, também, nos Jogos Florais da Emissora Nacional, de 1969, na modalidade de Poesia Lírica. Produziu, para a RTP, os programas de Poesia VESTIRAM-SE OS POETAS DE SOLDADOS e SOBRE A TERRA E SOBRE O MAR. Publicou várias obras entre as quais: MOTE PARA MOTIM, POEMAS ACENADOS A UMA CRIANÇA LONGE, PRIMEIRA COLHEITA, SEGUNDA CEGUEIRA, SERENATA A MEUS UMBRAIS e POEMAS DE BRAÇO AO ALTO."

No pós-25 de Abril, foi, juntamente com Manuel Maria Múrias, António Lopes Ribeiro, Couto Viana, Abel Tavares de Almeida, Dutra Faria, Pequito Rebelo, entre outros, um dos principais animadores do jornal "A Rua", numa actividade incansável que lhe valeu a perseguição e o injusto desprezo do novo regime mas também a admiração de muitos...


PNAM

José Tavares de Almeida

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RE: Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello (18-02-

#61489 | Sérgio Sodré | 29 mar 2004 21:33 | Em resposta a: #61448

Já navios na amurada
de um olhar que vai à guerra
E os rios, a nossa estrada
Para o mar, que é a nossa terra!

Alento dos que reagem
Alados em maresia
Nau que no vento é viagem
Às nuvens do fim do dia!

Por sobre areias incertas
A perseguição certeira
De paragens encobertas,
De horizonte sem fronteira

Lá onde a estrela do fim
Designando um deserto
Que não há sangue que esponje,

Revela que foi assim,
Que, um dia, por todo o perto
Nós demandámos o longe!...

Rodrigo Emílio

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RE: Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello (18-02-

#61491 | gonçalo calheiros | 29 mar 2004 22:10 | Em resposta a: #61489

Meus Caros
Soube agora, aqui, do falecimento do Rodrigo Emílio!
Não quero deixar de me associar a homenagem a um Português,que talvez por isso foi malquisto por toda um élite "intelectual" do pós/25, a mesmíssima que se achava discriminada antes mas que ia recebendo prémios também.
Descansa finalmente em Paz,Rodrigo.
Gonçalo Calheiros

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