Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
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Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Foi dito aqui, há algum tempo, que se teria descoberto um documento provando a origem comum de uns e outros. Se Braamcamp Freire não tropeçou, os de Silves começam num Martim Fagundes, que viveria por volta de 1360-70, encarregado de recolher rendimentos eclesiásticos na Beira, e os que depois casam nos Lusignan principiam numa senhora de nome surpreendente, Maria Trabuca, mãe de Gil Ayres e avó de Vasco Gil Moniz e irmãos, sendo que Vasco Gil, em seu segundo casamento, casa-se com Léonor de Lusignan, viúva de Soffredo Crispo (já postei aqui a ascendência desta senhora, esclarecida desde o artigo de R. von Collenberg).
fa
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Caro Francisco António Dória,
Essa origem comum está de facto estabelecida. No arquivo privado de uma das grandes Casas portuguesas (creio que na dos Marqueses de São Payo, mas de momento não lhe posso garantir) foi encontrado, há poucos anos, um documento quatrocentista em que um Moniz de Lusignan e um dos Monizes de Silves (Vasco Martins, talvez) figuram como parentes.
Tanto quanto me lembro, o parentesco não fica ali explicado, apenas se constata que existe. De momento não me recordo de outros detalhes (estou a escrever de memória). Sei, no entanto, que o probo investigador que fez o "achado" pensa publicar alguma coisa sobre esta matéria.
Mas a própria analogia das armas fazia já supor, quanto a mim, a probabilidade de um parentesco.
Um abraço
Nuno Maria Côrte-Real
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Caro Francisco Antonio Dória,
Os Monizes Barreto de Aragão, do Brasil, (que tiveram no século XIX os títulos de Barão e Visconde de Praguaçu e também de Barão de Itapororoca) são, segundo o GeneaPortugal, descendentes por varonia dos Monizes de Silves.
Seguindo a dedução genealógica do Genea, verifica-se, contudo, que no século XVII surge como filho de Egas Moniz Barreto um António Ferreira de Sousa. Do casamento deste com uma Isabel de Meneses nasceu, em 1710, Egas Carlos de Sousa Moniz Barreto, antepassado comum de todos os ramos da referida familia titular brasileira.
A minha pergunta é a seguinte: a filiação de António Ferreira de Sousa (*1675) está documentalmente comprovada, ou seja, consegue estabelecer-se com segurança? Ou será antes por sua mulher, Isabel de Menezes, que provém a ligação com os antigos Moniz Barreto?
Pode adiantar-me alguma coisa sobre esta matéria?
Antecipadamente grato,
Nuno Maria
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Boa tarde, Nuno Maria,
Os Monizes Barretos de Aragão e Meneses - hoje só Monizes de Aragão - têm a varonia dos Monizes de Silves. Do século XVIII para cá é fácil traçar documentalmente a genealogia; para trás as fontes são duas, Jaboatão e Macedo Leme. No século XVI e começos do XVII há muita coisa sobre eles, com o encadeamento genealógico, no _Livro Velho do Tombo_ e nos registros de irmãos da Santa Casa da Misericórdia (já publicados até 1700). Para o século XVIII creio que se cobrem eventuais lacunas com familiaratos e processos da ordem de Cristo.
Mas Jaboatão, cujos originais conheço, é muito confiável nisso.
Gdes abcs, fa
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Prezado Nuno Maria,
Obrigado pelo esclarecimento. O parentesco segundo Gayo é próximo: a muilher de Gil Ayres seria tia de Henrique Moniz, alcaide-mor de Silves, e de Vasco Martins, o moço. Aguardo então a publicação. (Pode ser na família de São Payo, já que representam os Monizes de Lusignan.)
Gdes abcs, fa
PS: Se quiser um pedigree dos Monizes no Brasil, é só me pedir.
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Caro Francisco António,
Muito obrigado pelos seus esclarecimentos. Fico a saber que a atribuição da varonia Moniz aos Monizes de Aragão se baseia fundamentalmente, no que respeita ao século XVII, em Nobiliários.
Embora me informe serem os mesmos fidedignos, assim fico com algumas dúvidas quanto à filiação daquele António Ferreira de Sousa, nascido em 1635. Seria mesmo filho de Egas Moniz Barreto? Ou será que sua mulher, Isabel de Menezes, é que era Moniz?
Um abraço,
Nuno Maria
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Prezado Nuno Maria,
Devo lhe dizer que nunca examinei a documentação da varonia Moniz. Conheço as fontes que mencionei acima.
Antonio Ferreira de Sousa foi escudeiro fidalgo, apud Jaboatão. Numa nota à margem diz que casou em S. Pedro (Salvador) em 13.6.1706 - dia de seu santo, aliás (as notas à margem são, no que vi, confiáveis). A filiação está no Arq. Santa Casa da Misericórdia da Bahia, L. de Irmãos, n. 3, fls. 263, segundo Calmon. Isso é fácil de verificar, porque os livros existem em bom estado, sob a guarda da muito querida Profa. Neusa Esteves.
Tinha a varonia Moniz, portanto, assegurada documentalmente. Sua mulher era prima-direita.
Gdes abcs, fa
PS: Se tiver alguma dúvida subsidiária, por favor, não hesite em postar uma nota.
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Caro Francisco António,
As dúvidas ficaram esclarecidas, graças às suas indicações rápidas e precisas. Muito obrigado!
Um abraço
Nuno Maria
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Prezado Nuno Maria,
Como disse, os livros existem e estão bem conservados. Qualquer coisa a mais é só contactar a Profa. Neusa Esteves, sempre prestativa.
Obrigado tb pela elucidação sobre os Monizes de Lusignan/Monizes de Silves. E, de minha parte, sempre à disposição!
Gdes abcs, fa
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Caro Francisco António,
Muito obrigado, uma vez mais, pela sua disponibilidade e generosidade.
Aproveito para lhe dizer que estive neste fim de semana com a pessoa que descobriu o tal documento quatrocentista provando a existência de ligações de parentesco entre os Monizes de Silves e os Monizes de Luzignan. Tenho que fazer algumas rectificações:
1º - O documento em questão está no arquivo da Casa dos Condes de Povolide (e não na dos Marqueses de São Payo, como admiti na altura).
2º - Trata-se de um documento da segunda metade do século XV respeitante a questões de dote e "arras" e, segundo me foi dito, aparecem envolvidos Monizes de Lusignan e Diogo Moniz, filho de Henrique Moniz, Alcaide mor de Silves, ficando patente a existência de parentesco entre ambos.
3º - Existirão ainda outros documentos demonstrando a existência de tal parentesco.
4º - O autor das "descobertas" está de facto a preparar um artigo sobre o assunto, para publicação.
Fico à sua disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais de que necessite.
Um abraço,
Nuno Maria Telles Moniz Côrte-Real
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Prezado Nuno Maria,
Primeiro, obrigado pelas informações sobre este caso dos Monizes de um lado e outro. E' ótimo que se estabeleça de vez o parentesco entre os dois grupos familiares de Monizes. Por favor, agradeça ao pesquisador que tão gentilmente me disponibilizou tais informações; aguardo o artigo, e pediria, se possível, quando já em curso de publicacão, para que uma cópia me fosse enviada:
doria_gen@yahoo.com.br
Sobre sua questão a respeito da varonia dos Monizes, tenho alguns dados:
Diogo Moniz Barreto,
filho de Egas Moniz Barreto e Juliana Rangel
C.c. Maria de Meneses, filha de Francisco Barreto de Meneses e Isabel de Aragão.
Admitido na S.C. em 14.3.1674
cap. Egas Moniz Barreto,
Filho de Francisco Barreto de Meneses e Isabel de Aragão
C.c. Isabel de Castro, filha de Antonio Ferreira de Sousa e Antonia Bezerra.
Admitido na S.C. em 22.2.1679
Jerônimo Moniz Barreto
Filho de Francisco Moniz de Meneses e Maria de Mendonça
c.c. Teresa de Sousa, filha de Antonio Ferreira de Sousa e Antonia Bezerra.
Admitido na S. C. em 5.6.1669.
Jerônimo Moniz Barreto
Filho de Antonio Moniz Teles e de Cristina Coutinho. N.p. de Jerônimo Moniz Barreto e Isabel de Lemos. N.m. de Antonio Dias Coutinho e Isabel Coutinho.
C.c. Maria de Sousa, filha do Dr. João de Gois de Araújo.
Os Meneses que aparecem são todos irmãos de meu 7o. avô na varonia, Martim Afonso de Mendonça, que vinham dos Monizes em linhas femininas.
Fonte: Neusa Esteves, _Catálogo..., século XVII_, Salvador, 1977.
Vou ver se peço à Neusa, hoje de noite, o registro de Antonio Ferreira de Sousa, o 2o. do nome.
Grato sempre! Gdes abcs, fa
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Uma observação: há um documento, creio que nos ANTT, no qual Isabel Moniz, viúva do Perestrelo, confia a guarda de seus filhos, ou coisa parecida, a um Diogo ``Gil'' Moniz. Como acho absurdo que fosse Isabel Moniz dos de Lusignan, mesmo com todo o peso de Braamcamp Freire - as referências mais antigas, desde o século XVI, ligam-na aos da Madeira - sempre pensei numa confusão (Braamcamp comete vários erros no título Moniz, ao descrever os cunhados de Colombo, e se atrapalha diversas vezes).
Gdes abcs, fa
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Caro Francisco António,
Concerteza que lhe enviarei o artigo em questão, quando estiver para ser publicado. Mas não sei qual o estado de adiantamento...
Muito obrigado pelos registos sobre os Monizes brasileiros. De facto, o casal Egas Moniz Barreto/Isabel de Castro (filha esta de António Ferreira de Sousa e de Antónia Bezerra) podia ter tido um filho chamado António Ferreira de Sousa, como o avô materno. A cronologia bate certo.
Mas, nesse caso, as indicações dos nobiliários estão erradas. O 2º Antonio Ferreira de Sousa (Moniz na varonia) não podia ser filho da "Inês Barbalho Bezerra" que eles mencionam.
Por outro lado, parece incrível que o 2ª António Ferreira de Sousa fosse simplesmente escudeiro-fidalgo, como o Francisco António afirma em mensagem anterior. Pouca coisa para um Moniz, família que, desde há muito, já tinha o "foro grande". Parece-me cada vez mais interessante "desatar este novelo", não acha?
Quando à mulher de Colombo, concordo consigo. Acho que Braancamp baralhou as coisas. Tudo leva a crer que ela era dos Monizes de Silves (já então bem estabelecidos na Madeira) e não dos de Luzignan.
Um abraço,
Nuno Maria
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Respondo-lhe com detalhes mais tarde. As referências que dei são de fonte primária, os livros da Santa Casa.
Grato! Gdes abcs, fa
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RE: Moniz de Lusignan e Moniz de Silves
Gostaria de obter informações acerca de um documento referido aqui no fórum em debate entre os confrades Nuno Maria Corte Real e Francisco António Dória, em 2004. Será que ambos (ou algum dos dois) ainda frequenta este site?
Obrigado,
Mário Moniz de Aragão
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