Não admissão de nomes próprios: Diego
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Não admissão de nomes próprios: Diego
Uma familiar minha teve uma criança, a quem quer chamar Diego, mas a atribuição deste nome próprio, não é admitido pelas Conservatórias do Registo Civil, por ser um nome espanhol.
Consultando na Internet (site da DGRN) as listas de nomes admitidos em 2001 encontrei:
Anair, Aquira, Dara, Diná, Dineia, Elmano, Ianesis, Joabe, Juraci, Stelina, Zamy, entre outros ainda mais “portugueses” ( o computador registou como erros ortográficos todos sem excepção).
Existirá alguma hipótese de alegar raiz linguística comum (português / espanhol) no caso de Diego ?
Visto o critério de admissibilidade de nomes próprios ser a utilização de vocábulos portugueses, como se justificarão os nomes acima indicados ?
Agradecia a vossa opinião e ajuda
Susana Gama
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Boa noite Susana,
Também, na minha familia, houve um caso semelhante.
Segundo a justificação dada pela funcionária do registo, poder-se-á dar nomes estrangeiros desde que: Um dos pais tenha nacionalidade estrangeira ou a criança tenha nascido fora de Portugal.
Cumprimentos,
Cláudia
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
A norma que regula a composição do nome é o artigo 103º do Código do Registo Civil, designadamente:
«2. O nome completo deve compor-se, no máximo, de seis vocábulos gramaticais, simples ou compostos, dos quais só dois podem corresponder ao nome próprio e quatro a apelidos, devendo observar-se, na sua composição, as regras seguintes: a) Os nomes próprios devem ser portugueses, de entre os constantes da onomástica nacional ou adaptados, gráfica e foneticamente, à língua portuguesa, não devendo suscitar dúvidas sobre o sexo do registando;
b) São admitidos os nomes próprios estrangeiros sob a forma originária se o registando for estrangeiro, houver nascido no estrangeiro ou tiver outra nacionalidade além da portuguesa;
c) São ainda admitidos os nomes próprios estrangeiros sob a forma originária se algum dos progenitores do registando for estrangeiro ou tiver outra nacionalidade além da portuguesa;».
Os nomes que refere, tanto quanto julgo, são de origem brasileira e por isso previstos na alínea b) ou c), excepto Elmano, cuja tradição remonta a Bocage que o utilizou como pseudónimo, o conhecido Elmano Sadino, que deriva do anagrama Manoel do seu nome próprio.
Quanto à possibilidade de alegar uma raiz linguística comum, com grande dificuldade o poderia fazer, pois a raiz linguística comum é o latim e tanto quanto posso saber Diego não existe na onomástica latina.
Para melhor entender algumas interessantes questões onomásticas poderá ser consultada a comunicação do Prof. Ivo Castro ao XVIII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, «O linguista e a fixação da norma» (www.apl.org.pt/files/IvoCastroConf.pdf).
Cumprimentos
Jorge Afonso
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caros senhores
Agradeço a vossa intervenção.
O facto é que no site da DGRN os nomes acima referidos aparecem só como "nomes admitidos em 2001" sem fazer referência à nacionalidade dos pais, induzindo então em erro.
Existe também na Conservatória do Registo Civil de Loulé um livro de nomes admitidos onde constava originalmente o nome Diego, agora está riscado a esferográfica com um NÃO à frente.
Creio que a opção será então Diogo, mas ainda não desisto.
Cumprimentos
Susana Gama
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Esqueci-me de referir que o dito livro de nomes admitidos data de 1987, ou seja sem actualização há quase 18 anos.
Susana Gama
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Cara Susana Gama:
Peço-lhe que não me leve a mal, mas porque não chamar à criança Diogo?
Trata-se de um nome bem português, clássico e ainda por cima bonito, se comparado com outros.
As pessoas quando dão nomes "fora do vulgar" às crianças infelizmente não pensam que um dia essas crianças poderão ser gozadas por esse mesmo facto, chegando ao ponto de ser complexadas.
Quando há uma tradição familiar ou uma origem estrangeira, ainda que remota, tudo bem e até creio ser justificável.
Caso contrário, posso garantir-lhe que as crianças acabam por sofrer bastante, muitas vezes por pura teimosia paterna ou por puro mau gosto.
Não é, obviamente, o caso de Diego, que para nome espanhol me parece bastante bem.
Mas tratando-se de uma criança portuguesa, vai ficar sempre a dúvida quanto às causas da atribuição desse nome. Uns poderão pensar tratar-se de tradição familiar; outros vão pensar que os pais viam muitas telenovelas brasileiras (os brasileiros, sabe-se lá porquê, adoram o nome Diego) ou pior, que viam muitas telenovelas mexicanas ou venezuelanas (onde os galãs muitas das vezes se chamam Diego).
Pense nestas palavras, por favor, e peço-lhe não se ofenda comigo.
Posso garantir-lhe que a criança em causa um dia poderá ficar muito grata por estas palavras.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro João Pombo
Em nada me ofendem as suas palavras.
Não sei qual o motivo que levou esta minha prima a escolher este nome, mas com certeza que não terá sido pelas novelas, mas também não vejo qual o terrível estigma que carregará alguém que se chame Diego, que a mim não me parece nada pimba, que foi o que o senhor disse, mas por outras palavra.
O nome Diogo está para o Afonso de há uns anos, são mais que muitos.
A questão aqui é a impossibilidade de admissão de um nome que nada tem de estranho, lê-se e escreve-se da mesma forma em português como em espanhol.
Todos os dias a minha filha vem para casa a falar dos colegas que se chamam os mais variados e estranhos nomes que já ouvi e nem todos são brasileiros.
Agradeço-lhe a sua intervenção.
Cumprimentos
Susana Gama
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Cara Susana Gama:
Peço-lhe desculpa, pois já vi que a melindrei, o que não era minha intenção.
Permito-me apenas rectificar aquilo que para mim parecia claro: Diego não é um nome pimba(!), nem eu disse tal coisa.
É, tão somente, um (bonito) nome próprio espanhol (eventualmente castelhano), cuja utilização por um português, para mim, só fará sentido se acompanhado de alguma tradição familiar ou de dupla nacionalidade.
Há uns anos consegui que uma criança fosse baptizada de Luís Simão, quando as alternativas paternas eram Leandro André ou Bruno Wanderley. Pode parecer mentira, mas afianço-lhe que é verdade e espero andar por cá quando a criança se aperceber daquelas alternativas que eu, a custo, consegui contornar.
Mas o caso do seu primo é efectivamente diferente.
Peço-lhe novamente desculpa pelo teor da minha primeira mensagem, já que o assunto não me diz respeito.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caros Joao Pombo e Suzy
Quando a minha 2ª filha nasceu, por razões que agora não vêm ao caso, pensei dar-lhe o nome de Eneida, o que não me foi permitido.
Assim chamei-lhe Inês.
Afirmo-lhes que agora estou muito contente por não me terem deixado pôr o referido nome.
E não é que agora venho a descobrir tenho várias antepassadoas com o nome Inês...;-))
Cumprimentos
M.Elisa
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Cara M. Elisa:
Inês é um nome muito bonito e, pelos vistos, a sua opção veio a revelar-se profética.
A questão é a seguinte: Há nomes pp. que não passam de moda. Sempre houve em Portugal pessoas chamadas de João, Manuel, António, Maria, Isabel, Inês, etc...
Já o mesmo não se dirá de outros.
Cumpre aos pais escolher os nomes pp. dos seus filhos, tarefa nem sempre fácil e devidamente ponderada. Um nome pp. tem uma importância muito maior do que, à primeira vista, se poderia pensar, para além de ser definitivo, já que depois não se pode alterar. E isto dos nomes tem muito que se lhe diga.
P. ex., não me agrada nada a moda dos nomes semi-abrasileirados (Wanderley, Wanda, Nelma Cristina, Mauro André, Nelson, Roberto Carlos, etc...), mas também não me agrada nada esta moda dos nomes pp. alegadamente aristocráticos (ou "bem")...os Henriques Maria, Dinises Maria, Afonsos Maria, etc, que agora começam a aparecer e que são atribuídos nitidamente para promover socialmente a Família e o "nomeado", já que os antepassados eram "só" António, Carlos, Joaquim, etc...
Enfim, mas há que respeitar a vontade dos pais...
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro João Pombo
Estou completamente de acordo.
Cumprimentos
M.Elisa
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caros confrades
Nestes casos como afinal em tudo na vida importa manter o bom senso
Há uma certa margem de manobra para os conservadores e uns são mais flexíveis do que outros...
Mas importa evitar os casos extremos como o daqueles pais brasileiros que puseram ao filho o nome Um Dois Três Quatro de Oliveira Cinco
Cumprimentos
RAAL
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Não admissão de nomes próprios: Diego
Caros Confrades
Por curiosidade:
Dois anos depois deste tópico, minha prima continua a chamar Diego ao menino apesar de o ter registado com Diogo.
Meses mais tarde encontrei ascendência espanhola por parte materna e o mais curioso é que cheguei a um avô Diego Alonso Feria.
8 gerações de distância entre o Diego e o Diogo.
Cumprimentos
Susana Rilhó Gama
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Cara Susana
Não sei se uma tão grande diferença de gerações lhe valerá de muito. Se fosse mais próxima ainda se poderia pensar em invocar tradição familiar para conseguir o nome.
E quanto à escolha da sua prima é uma questão de gosto e isso não se discute.
Quando dei o nome à minha filha também tive um problema com a grafia que não me deixaram que fosse a antiga. Só quatro anos mais tarde descobri que tinha havido antepassadas com o mesmo nome que tinhamos escolhido por gosto pessoal e sem saber dessas ligações. Sabe-se lá se os gostos não vinham nos genes?...
Cumprimentos,
Rui Correia
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Eu vou ser pai em breve e pretendo por o nome de Diego Giani porque fui procura no google uma lista de nome permitido em portugal atravez do tópico "lista actualizada de nomes permitido em Portugal" e logo no primeiro link existe uma vasta lista de nomes permitidos e nao permitidos onde o nome Diego e Giani estao como permitidos.
Este link diz que a lista esta actualizada ate 30/09/2009 nao percebo porque não é permitido?
Alguem me pode esclarecer.
Obrigado
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Meu caro,
Uma pergunta prévia: A criança vai nascer em Portugal? Vai ter a nacionalidade portuguesa e eventualmente viver em Portugal?
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro Rucca
Até à presente data não tenho conhecimento que já seja permitido que um português, filho de portugueses possa ser registado como Diego. No entanto, se esse link lhe parece fiável, deve indagar junto da Conservatória do Registo Civil da sua área de residência.
Boa sorte
Susana Gama
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Vou contar uma história real que ocorreu há mais de sessenta anos na freguesia de Lovelhe
São apresentados para baptizar ao bom do abade desse freguesia dois enfazadinhos e prematuros gémeos a carecerem tornar-se cristão, não fosse a mote levá-los,
Estavam presentes a parteira e os padrinhos de ocasião que quando interrogados pelo abade que nome queriam dar aos meninos.
-A madrinha muito versada em literatura romântica, responde:
Amarílis e Amadis sr abade!
o padre que era velhote e surdo pergunta:-Como? Repete lá isso. Menina!
-A este Amadis E ao outro Amarílis.
Nada, nada disso, responde o abade. Vira-se para o sacristão e manda. -"Bota-lhes Xico e Nelo"
Assim ficaram, Francisco um e Manuel outro
Anos mais tarde eles contavam de ter ouvido contar a história e davam graças a Deus e ao Abade que tão bom senso tinha tido
Ao dispôr
Aguerreiro
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro Aguerreiro,
Uma boa e muito elucidativa história, que além do mais prova que, em muitas situações, o bom senso prevalece.
Ao confrade que quer chamar o filho de Diego Giani, eu sugiro: Diogo, João, Manuel, Pedro, António ou Miguel.
Em qualquer país de lingua portuguesa estes serão sempre nomes bonitos e intemporais (modéstia à parte, visto que me chamo João Miguel).
Esqueça, por isso, o Diego Giani, isso já nem nas telenovelas se usa.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Obrigado pela atençao
Este link encontra-se no site da Conservatória do Registo Civil quer na minha area de resisdência quer noutras areas que tambem pesquisei.
Quem tiver interesse em confirmar faça o seguinte:
1º Entre no site da conservatória do Registon Civil
2º Click na barra de farramentas onde diz "Cidadãos"
3º Vocábulos admitidos e não admitidos como nomes próprios
4º A seguir ao ultimo paragrafo existe um ponto onde diz "Vocábulos admitidos e não admitidos como nomes próprios"
5º Clicar em:
Lista actualizada até 30 de Setembro de 2009
Anexar Ficheiro
Lista de Nomes 188.21 Kb
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Boas
Sim a criança vai nascer em Portugal e vai ter nacionalidade Portuguesa ambos somos Portugueses.
Cumprimentos
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro "rucca",
Desculpe-me, mas inicialmente também pensei que não fosse de ascendência portuguesa:
- pelo seu "rucca";
- pelo nome que pretende dar ao seu filho (Diego Giani);
- pela forma como escreve.
Cumprimentos,
Arlindo Rodrigues
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Boas
Não tem de que se desculpar...
No entanto não entendo o porquê de "pela forma como escreve."? Mas isso será pouco relevante.
O nome que quero dar ao meu filho, prentendo que seja diferente, genuino ao contrario de nomes que pelos quais não tenho nada contra, mas nunca iria por nenhum desses nomes a um filho por serem demasiado usados e sem impacto, a escolha de um nome pode ou não condicionar muito a segura e auto-estima de uma pessoa logo desde a infancia dai ter escolhido o nome de Diego Giani para o meu filho, embora ja existam muitos Diegos por ai, o que é certo é que não existem tantos quanto João ou Filipe ou mesmo Carlos e Giani por uma questão de estéctica e pela forma como se pernuncia.
De facto eu sou de ascendência Angolana, nascido em Alcobaça e o nome rucca, é o nome que os meus pais me queriam por à nascença mas infelizmente em Portugal a demagogia já é velhinha, digo isto porque, neste país onde nasci, dá-se importância a coisas sem importância e o que realmente importa normamente é abafado com coisas mesquinhas que porèm até tem a sua importância, mas nunca deveriam ser sobrepostas ao que realmente importa para uma melhor sociedade Portuguesa.
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Não existe nada mais importante que o nome de um filho que tem de viver para sempre com o gosto ou falta de gosto dos pais.
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caros Confrades,
Relativamente a essas listas de "Vocábulos Admitidos ou Não Admitidos como Nomes Próprios", convém verificar o que indica o IRN (Instituto dos Registos e Notariado) no seu Web Site:
«
O IRN disponibiliza informação cujo conteúdo corresponde a listas de vocábulos admitidos ou não admitidos como nomes próprios, submetidos a apreciação destes serviços após consulta formulada pelos interessados junto da Conservatória dos Registos Centrais.
Estas listas de vocábulos admitidos ou não admitidos como nomes próprios publicitam apenas os despachos proferidos face às referidas consultas efectuadas até Dezembro do respectivo ano.
As listas são, assim, meramente exemplificativas, não estando nas mesmas englobados os nomes próprios relativamente aos quais não subsistem dúvidas quanto à sua admissibilidade (por exemplo - Maria, José, António, Ana, Carlos, Cristina, etc...)
»
Cumprimentos,
Arlindo Rodrigues
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro Rucca
Já consultei o referido link e informei a minha familiar que aguarda há 5 anos por esta alteração.
Muito obrigada pela chamada de atenção para este assunto.
Com os melhores cumprimentos
Susana Gama
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Bom dia,
Como democrata que sou e respeitador das liberdades individuais de cada um, é evidente que acho que você tem todo o direito de escolher o nome do seu filho, obviamente que tendo de conformar-se com a lei do país onde vive.
Nunca imaginei que em Angola os nomes Diego ou Giani tivessem qualquer significado.
Bem pelo contrário, sempre pensei que Diego fosse o equivalente espanhol de Diogo - um nome bonito - e Giani um nome italiano, pese embora seguramente muito usado no Brasil, onde, como sabemos, abundam descendentes de italianos.
Se você é de ascendência angolana, creio que faria muito mais sentido dar ao seu filho um nome genuinamente africano ou então um nome português, clássico.
Agora Diego Giani, com todo o respeito, não lembra ao diabo... (espero que essa "moda" não pegue em Angola ou noutro país de língua portuguesa, à excepção do Brasil, pelas razões citadas).
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro Rucca,
Importa-se de me indicar a fonte consultada?
De qualquer das formas, não lhe parece que temos que respeitar as regras, mesmo que não concordemos com elas...!?
Uma coisa importante: o problema não reside na grafia. Ex: Antônio/António.
Meus melhores cumprimentos,
Artur Camisão Soares
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Por curiosidade, porque e que a sua familiar quer dar um nome Espanhol ao filho?
-Luis
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro Rucca
Peço-lhe desde já perdão por me menter onde não sou chamado. Mas, como estamos num sítio público, arrisco-me a "meter o bedelho".
Os nomes em Portugal, devem ser portugueses. Por várias razões. E uma delas á a de preservar a nossa cultura, a nossa identidade, o sber quem somos.
Sabe... isto da identidade tem muuuuuuito que se lhe diga. Quem sabe quem é, poderá melhor perspectivar o seu futuro. Eu sou português, filho de pais portugueses, embora tenha ascendentes espanhóis. Mas nem por isso poria a um filho meu (e tenho dois) um nome estrangeiro.
Em Portugal dá-se muita importância a estas "demagogias". como diz... Pois ainda bem. Dou graçs a Deus por isso. Numa época em que estamos a ser engolidos culturalmente por toda a gente, não convém muito dar mais uma cavadela na nossa cultura! Não é verdade? Para isso temos cá tido os políticos com os acórdãos ortográficos e com os ALLGARVES... e quejandos.
Depois, deixe-me que lhe diga, o nome sugerido não tem nada de forte ou de personalidade diferente de António( que por acaso é o meu nome) nem de "diferente" na acepção que quer fazer parecer de outro qualquer nome portuguès. É um nome diferente, é certo, mas isso não vai influenciar a personalidade da criança ou cirar impacto nos que estão à sua volta. Ao inves vai, seguramente, fazer com que algumas pessoas pensem:
-Mas o que é que os pais desta criança tinham contra ela para lhe darem um nome destes?
Sou professor, e convivo com muitos nomes diferentes todos os dias. Deixe-me que lhe diga algo sobre essa experiência e, por favor, não me interprete mal. Quando me deparo com um nome desse "calibre", fico com um pé atrás para ver o nível cultural que lá vem e, acredite, na maior parte dos casos... Bingo! Muito pouca preparação, muito pouco educação.
Claro que também há Witalos bem enquadrados familiarmente, também há Nereides com um bom grau de educação, também me deparo com Nadires interessadas e trabalhadoras. Mas os mais... valha-me Deus!
Por isso, pense bem antes de decidir o nome do seu filho. É um conselho de amigo, acredite. Evidentemente que não o vou desconsiderar se persistir em chamar isso à criança e, se um dia por ventura chegar a ser meu aluno, terá o mesmo carinho que tenho por todos os meus alunos nestes 30 anos de serviço que já á cantam. Seja Wesseley, seja Afonso seja Madinusa, seja Ana!
E agora, para desanuviar um pouco a tensão da onomástica, deixe-me que lhe diga que o meu pai se chamava Alves de nome próprio. Não conheço outro caso. Muitas vezes, quando chegava a uma repartição e me perguntavam pelo nome do meu pai e eu dizia Alves António ......, diziam-me: -Impossível! Isso não pode ser! E eu tinha de mostrar o BI. Chegaram a dizer-me o seguinte, já eu tinha uns 30 anos: _ "O Senhor não tem vergonha de não saber o nome de seu pai?"
Para finalizar, permita-me dizer-lhe que a minha querida e falecida avó se chamava Cominete da Conceição. Sim, é isso mesmo que está a ler: COMINETE. A pobre mulher toda a vida foi tratada por avó Clinete, para suavizar, mas ainda assim... não lhe vejo muita diferença! Mas creia-me, Senhor Rucca: O amor que lhe eu tinha não diminuiu nem um pouco por isso. E se o Senhor a tivesse conhecido, veria que foi uma mulher excepcional. Não conheço melhor têmpera. Igual, talvez...
Terá sido do nome? Não creio! foi de muita coisa; educação, talvez... Mas por se chamar Cominete? Na.... não creio.
Pense nisto, caro amigo e dê ao seu filho um nome bem português, de que mais tarde se possa orgulhar.
Os meus muito sinceros cumprimentos e.... não me leve a mal tanta franqueza.
António Alferes Pereira
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro Rucca
Volto à carga!!!
Embora tenha relido a minha mensagem antes de a enviar para o forum, quando a li mais uma vez deparei-me com um ror de erros, tanto ortográficos como de sintaxe. Perdão. O adiantado da hora não dá para mais. Mas a boa intenção... essa fica!
Tenha uma muito boa noita! O amigo, e os restantes interlocutores deste interessante debate
António Alferes Pereira
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro António Alferes Pereira,
Muitos parabéns por esta sua intervenção.
Dá que pensar e é bem intencionada.
E ainda por cima, o Caro Confrade, como professor, saberá certamente do que fala.
Um abraço,
João Pombo
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RE: Não admissão de nomes próprios: Diego
Caro João Pombo
Obrigado pelo seu comentário
Efectivamente, é como diz. Bem intencionada. Espero que seja essa a interpretação de quem a vier a ler.
Se servir para nos fazer pensar... tanto melhor. Embora creia, sincera e infelizmente, que nem toda a gente "tem esse atrevimento". Pensar cansa! mas enfim...
Mais uma vez, obrigado pelo seu generoso comentário.
Queira ter um óptimo fim-de-semana (eu, cada vez os aprecio mais!)
António Alferes Pereira
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