Família Lacerda em Portugal

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Família Lacerda em Portugal

#81532 | Eliana Linhares | 11 jan 2005 20:38

Alguém saberia qual livro do Prof. Luis de Mello Vaz de Sao Payo contém informacoes sobre a família Lacerda Em Portugal.
Desde já agradeco pela ajuda. Eliana Linhares

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82576 | mivapi | 24 jan 2005 02:28 | Em resposta a: #81532

Cara Senhora

Não se trata exactamente de um livro mas sim do artigo "A Origem dos Portugueses de La Cerda" publicado na revista Miscelânea Histórica de Portugal, V (1986), pp. 7-59.

Cumprimentos,

Miguel Vaz Pinto

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82577 | mivapi | 24 jan 2005 02:28 | Em resposta a: #81532

Cara Senhora

Não se trata exactamente de um livro mas sim do artigo "A Origem dos Portugueses de La Cerda" publicado na revista Miscelânea Histórica de Portugal, V (1986), pp. 7-59.

Cumprimentos,

Miguel Vaz Pinto

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82633 | Eliana Linhares | 24 jan 2005 20:09 | Em resposta a: #82576

Prezado Senhor Miguel Vaz Pinto.
Muitíssimo obrigada pela informação.
Um cordial abraço. Eliana.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82635 | Eliana Linhares | 24 jan 2005 20:28 | Em resposta a: #82577

Caro Senhor.
Muitíssimo obrigada pela informação.
Cordial abraço. Eliana Linhares.

Resposta

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82659 | mivapi | 25 jan 2005 00:40 | Em resposta a: #82635

Cara Senhora

Não tem de quê.

Melhores Cumprimentos,

Miguel Vaz Pinto

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82670 | 2910 | 25 jan 2005 10:22 | Em resposta a: #82659

Outro livro (espanhol) importante sobre esta família é "La Casa Real de la Cerda", de David
E. Masnata y de Quesada.


Melhores cumprimentos

Caeiro Pinto

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82791 | Eliana Linhares | 26 jan 2005 14:27 | Em resposta a: #82659

Mais uma vez obrigada. Espero poder retribuir de alguma forma.
Eliana Linhares ( Eliana Quintella de Linhares)

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82838 | josécyr | 27 jan 2005 08:43 | Em resposta a: #82791

Minha Senhora,
Só para a informar que o apelido "la Cerda" aparece muito em registos de Moncarapacho - Olhão - Faro, nos Sec's XVII e XVIII.
Cumprimentos
J. Cabecinha

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82858 | Eliana Linhares | 27 jan 2005 13:35 | Em resposta a: #82838

Caro Senhor.
Tomarei nota desta informação e , se necessário, poderei pesquisar esses filmes.
Encontrei alguns na freguesia de S. Nicolau - Porto.
Muitíssimo obrigada.
Eliana Linhares.

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outros dados sobre a família LACERDA

#82943 | carlosfm | 28 jan 2005 11:48 | Em resposta a: #82858

Boa tarde Eliana,

sómente para lhe informar que em Lamego existe uma imensa e ilustre família de apelido "Noronha Cardoso de Lacerda" que sei ser das famílias mais antigas daquela região.

Tenho contacto diário com um membro dessa família que se julgar importante para as suas pesquisas, entre em contacto comigo por email, pois lhe fornecerei o mesmo com muito gosto.

Digitais saudações,

Carlos Fragoso Malato.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#82944 | 2910 | 28 jan 2005 12:18 | Em resposta a: #81532

Sobre os deserdados da coroa de Castela, aqui vai o que tenho


OS DE LACERDA

1-ALFONSO X, “o Sábio”, 13º rei de Castela e 27º rei de Leão, intitulava-se Imperador e rei dos Romanos, filho do rei de Castela, Fernando III “o Santo” e de sua mulher Isabel da Suábia, nasceu em Toledo a 23.11.1221 e faleceu em Sevilha a 4.4.1284 . Casou em Valladolid em 1248 com VIOLANTE DE ARAGON, infanta de Aragão, nascida em 1236 (faleceu em Roncevalles 1301) , filha de Jaime I o Conquistador, rei de Aragão, Valência e Maiorca (nascido em Montpellier e falecido em Valencia a 1276) e de sua segunda mulher Iolanda, princesa da Hungria. Filhos :

2-Berengária, infanta de Castela, nasceu em Sevilha, a. 6.12.1253 e faleceu em Guadalajara 1300, freira em Las Huelgas.

2-Beatriz, infanta de Castela, cc Guilherme VII, margrave de Montferrato c. 1243 cs

2-FERNANDO DE LA CERDA” que segue

2-Sancho IV “o Bravo”, filho secundogénito, foi rei de Castela e Leão, nasceu a 12/5/1257 e faleceu em Toledo a 25/4/1298. Casou com Maria de Molina. Com geração nos reis de Espanha, da qual é representante directo o seu 21º neto, actual rei de Espanha Juan Carlos.

2-Pedro, infante de Castela, senhor de Ledesma, cc Margarida de Narbonne cs .

2-João, infante de Castela, senhor de Valençia de Campos cc I Margarida de Montferrato cs cc II Maria Diaz de Haro, senhora da Biscaia cs
2-Jaime, infante de Castela, senhor de Los Cameros, nasceu em 1268 +e faleceu em 1284 nc ss

2-Violante, infanta de Castela cc Diogo Lopez de Haro, senhor da Biscaia cs

2-Isabel, infanta de Castela * 1272 mm

2-Leonor, infanta de Castela * 1274 mm

Alfonso X, fora do casamento teve filhos bastardos, de Maior Guillen de Guzmán, filha de Guilhen Perez de Guzmán e de Maria Gonzalez Giron


2-Martim Afonso abade de Valladolid

2-Beatriz de Castela, por casamento rainha de Portugal, cc D. Afonso III, 5º rei de Portugal cs

2-Urraca Afonso de Castela c. 1260 cc D. Álvaro Perez de Guzman ss

Alfonso X, fora do casamento teve filhos bastardos, de Maria............?

2-Berangária de Castela smn

2-Constança Afonso freira em Las Huelgas

Alfonso X, fora do casamento teve o seguinte filho bastardo, de Maria de Aulada :

2- Alfonso Niño de Castela, c. 1242 cc Branca de Castela, senhora de Molina cs



2-FERNANDO DE LA CERDA, filho primogénito, e por legitimo direito herdeiro da coroa Castelhano-Leonesa. Foi cognominado de "La Cerda" por haver nascido em Valladolid 23.10.1255, com um tufo de cerdas (madeixa de cabelo) no peito, faleceu em Ciudad Real a 25.7.1275 . Foi Regente de Castela em 1274 , mas morreu em vida de seu pai, deixando dois filhos menores que foram preteridos na sucessão do trono, abusivamente tomado por seu irmão Sancho IV o Bravo.
Casou em Burgos a 30.11.1269 com BRANCA DE FRANCE, princesa de França nascida em Jaffa, Palestina, filha de Luis IX, rei de França “o Santo” (São Luis de França, o rei capeto) nascido a 25.4.1214 e falecido a 25.8.1270 e de sua mulher Margarida da Provença ( nasc. Em St.Maime 1221e falec. em Paris, Convento de Cordeliers a 30.9.1295) .Filhos :

3-AFONSO DE LA CERDA, que segue

3-Fernando de la Cerda, nascido em 1275, falecido a 1-VI-1322. Este Infante de Castela casou em 1308 com Juana Núñez de Lara "la Palomilla", Senhora de Lara e Herrera. Foram pais de João Nunez de la Cerda y Lara, casado com Maria Diez de Haro, senhora da Biscaia, e de Maria de la Cerda, dita de Espanha, casada com Carlos de Valois, conde de Alençon.


3-ALFONSO DE LA CERDA, “ o Deserdado”, infante de Castela, senhor de Alba e Bejar. Nasceu em Valladolid em 1270 e faleceu em Piedrahita a 23.12.1334 . Em vão lutou o filho primogénito de D. Fernando, em defesa dos seus inegáveis direitos ao trono, como chefe da linha varonil de legítima primogenitura de seu avô, mas acabaria sendo joguete dos interesses de outros príncipes e soberanos, que ora lhe davam apoio ora o retiravam, tudo para que Sancho de Castela obterem maiores ou menores proveitos. Acabou por ser afastado da sucessão ao trono pelo tio paterno Sancho IV, ao desistir, por fim das suas pretensões, aquele que deveria vir a ser por direito de nascimento o rei Afonso XI de Castela, ainda obteve de seu primo germano, o rei Afonso de Castela, filho de Sancho IV, uma grande casa, inúmeros senhorios e vultosas rendas.
Casou cerca de 1290 em França com, MAFALDA DE NARBONA, Senhora de Lunel, falecida depois de 1348, filha do Visconde Aimerico VI de Narbona e de Sibila de Foix. Filhos :


4-Luis de la Cerda, (o de Espanha) nascido cerca de 1290 em França, falecido depois de 8-3-1351. Foi conde de Clermont e de Talmont, Senhor de Deza e Enciso. Casou a 1ª vez em 1306 em Sevilla com
Leonor de Guzmán, Senhora de Huelva e do grande Porto de Santa Maria, falecida cerca de 1341; filha de Alonso Pérez de Guzmán "el Bueno", Senhor de Medina-Sidonia, Adiantado-Mor de Andalucía, Alcaide e defensor de Tarifa frente aos mouros, e de Maria Alfonso Coronel.
Casou 2ª vez em 1346 com Guyotte d´Uzes, falecida depois de 1399; filha do Visconde Robert d'Uzes, não tiveram filhos deste casamento .Foram pais de : Isabel de la Cerda, Senhora do Puerto de Santa María, falecida em 1382-83. Casou 2ª vez a 15-IX-1370 com Bernal de Foix "o Bastardo de Béarn", I Conde de Medinaceli 1368. Deste casal descendem os La Cerda condes e Duques de Medinaceli, que sempre usaram este apelido e foram grandes de Espanha.

4-Juan Alfonso de la Cerda, Infante de Castela, Senhor de Gibraleón, de Real de Manzanares, Huelva e Deza; viveu em Portugal até 1337, ano em que regressou a Castela por estar em guerra com Portugal; em serviço de Alfonso XI foi em socorro de Gibraltar em 1333, e a Algeciras en 1344. Casou em 1318 em Santarém com Maria de Portugal, filha do Rei D.Dinis de Portugal. C/s.

4- Margarita de la Cerda, Infanta de Castela, nascida em 1300, falecida em 1330. Casou antes de XI-1315 com o Infante Felipe de Castilla, Senhor de Cabrera e Ribera, Pertiguero Mayor da terra de Santiago, Mordomo Mor do Rei, Adiantado-Mor e Meirinho-Mor da Galiza; testou em 12-IV-1327 em Madrid, falecido antes de 5-VI-1327. S/s.

4- Inés de la Cerda, Infante de Castela, Senhora de Bembibre; nascida cerca de 1302, falecida pouco depois de 24-X-1362. Casou cerca de 1325 com Fernán Ruiz de Villalobos, Rico-homem, Senhor de Villalobos (e de Autillo de Campos). C/s.

4-ALFONSO DE LA CERDA, que segue

4-María de la Cerda, Infanta de Castela, nascida em 1306, falecida cerca de1354. Casou depois de 1330 com Alfonso de Guzmán, falecido em 1342.

4- Fernando Afonso de la Cerda, falecido cerca de 1341. Casou com Elvira de Ayala. Parece seu filho, Afonso Fernandes de la Cerda, senhor do Sardoal, Golegã, casou com Luiza de Menezes.

4-ALFONSO DE LA CERDA, (dito de Espanha), Infante de Castela, nascido cerca de 1305, falecido em 1327 em Gentilly. Senhor de Lunel, Arcediano de París em 1321, Governador de Languedoc. Casou cerca de 1320 com ISABELLE D'ANTOING, Viscondessa de Ghante, Senhora d'Antoing, d'Epinoy, Sothengien y Houdain, ( viuva de Enrique de Brabante, Senhor de Gaesbeke) fallecida a 6-XII-1354, filha de Hugo VI de Antoing, senhor de Espinoy e de sua mulher Maria de Sottengheim. Filhos :

5-Isabel de la Cerda, nascida em 1322. Casou com Rodrigo Álvarez de Asturias, Senhor de Gijón e Noronha, pai-adoptivo de Enrique de Trastámara, futuro Rei de Castela; falecido em 1334. S/s.


5-CARLOS DE LA CERDA, dito “de Espanha”, foi conde de Angoulême, titulo dado em 1353, pelo rei de França João-o-Bom, seu amigo de infância. Casou em 1320 e faleceu em L' Aigle a 6.1.1354, foi Condestável de França, favorito de João II, rei de França . Foi mandado assassinar por Carlos II, rei de Navarra . Casou com Margarida Chatillon-Blois, Senhora de l'Aigle, falecida em 1354.
Teve fora do casamento, de N................? os seguintes filhos :

6- Thibaudo d'Espanha, filho-natural legitimado em 1384 por Carlos VI de França. Senhor de Montbrum e de Lunel. C/s.


6-N.......DE LA CERDA, conforme demonstrou o professor Luís de Melo Vaz de São Payo, no seu livro “Origem dos Portugueses de La Cerda”, esta senhora cujo nome se ignora, mas seria filha natural. Foi mulher do castelhano DIOGO NUNES DE SERPA, também chamado Diogo Nunes, dito de Serpa, que passou a Portugal e viveu em Serpa como vassalo do rei. Foi Comendador de los Santos, na ordem castelhana de Santiago a quem o Regedor do Reino deu o direito e rendas que em Portugal possuía o mosteiro de Oya da Galiza (22/9/1384), dou depois o mesmo príncipe, (já rei D.João I), o reguengo dos Polvorões no termo de Óbitos(15/2/1386), e cedeu os direitos dos judeus de Alcácer (3/4/1387). Filho nascido em Castela :


7-MARTIN GONZALEZ DE LA CERDA, passou de Castela a Portugal na companhia de seu pai vivendo aqui cerca de 1380, teve a Quinta da Torre Velha com privilégio de couto.
Casou com VIOLANTE ÁLVARES PEREIRA, irmã de Nuno Álvares Pereira “o Santo Condestável”, ambos filhos bastardos de Álvaro Gonçalves Pereira, Prior do Hospital e de Iria Gonçalves do Carvalhal. Esta Violante, morava em Évora, segundo diz a carta datada de 30/4/1435, de D.Duarte, com privilégios para seus caseiros, criados e lavradores. Filhos :

8-Constança, mulher de Garcia Afonso do Casal “o que jaz mirrado em Santarém “.

8-Isabel Pereira de Lacerda, (alguns autores posteriores ao séc. XVI, referem esta filha), casada com Gomes Martins Ferreira, Sr. do casal de Cavaleiros e em segundas núpcias com Gonçalo Correia, Sr. de Farelães. certo é que do segundo casamento deixou um, Paio Correia de Lacerda, que foi Maltez e Bálio de Leça e governador do priorato do Crato, (Este teve 7 filhos bastardos, sendo um deles Pedro Correia, Comendador da Amieira, na Ordem de São João que deixou descendentes que usaram os apelidos CORREIA DE LACERDA.)


8-DIOGO NUNES DE SERPA, ou Diogo Nunes Pereira, senhor de Sardoal casou com BRITES RODRIGUES DE ABREU, dotada por seu pai com a Quinta de Arnenta (no termo de Sacavém), filha de Gonçalo Anes de Abreu, senhor de Castelo de Vide, Monforte, Póvoa e Meadas, Sr. de S.Marcos e reguengo de Coimbra, da Quinta de Armenta e do couto de Alvarando, de sua mulher Isabel Falconet. Neta paterna de outro Gonçalo Anes de Abreu, alcaide-mor de Alter do Chão e de sua mulher Antónia Falcão, senhora do couto de Alvarando (Évora) neta materna de Mosem João Falcont ou Folche ( que dizem ser Inglês, Milorde do Parlamento Alto de Inglaterra, que veio para Portugal com o Duque de Lancastre e aqui foi Governador da Praça de Benavente onde morreu, casado com Catarina de Estranberg , outros dizem com Maria da Silva). Filhos :

9-Rui Dias de Lacerda, ou Rui Dias de Serpa, alcaide-mor de Moura, alferes do infante D.Fernando, que lhe deu o morgado de Ficalho. Casou com Branca de Ataide, filha de Nuno Vaz de Castelo Branco, almirante e monteiro-mor e mordomo-mor de D.Afonso V. C.g.

9-NUNO PEREIRA DE LACERDA, alcaide-mór das vilas de Portel e Vidigueira e Vilar de Frades, serviu em Alcácer Ceguer sob as ordens de D. Duarte de Menezes, que o armou cavaleiro. Foi fidalgo da Casa dos Duques de Bragança (1464) e faleceu a 10.5.1509 . Casou a primeira vez com Brites Henriques e a segunda com GUIOMAR DE BRITO, filha de Manuel de Brito, capitão de Chaul e de Francisca Cardoso. Esta Guiomar por escritura lavrada em Serpa a 19/6/1485, se faz as partilhas, entre o viúvo e os seus 13 filhos nomeados, cinco já casados e oito menores . Com geração na família Pereira de Lacerda

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#82999 | Eliana Linhares | 29 jan 2005 14:30 | Em resposta a: #82943

CARO Senhor Carlos Fragoso Malato
Nosso interesse na família De La Cerda se resume à parte mais remota, Séc. XIII e XIV.
Temos ligações, nos Açores, com os Lacerda. Tudo já estudado e esclarecido.
Agradeço muitíssimo pelo seu interesse em nos ajudar.
Cordial abraço. Eliana Linhares.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#83086 | Eliana Linhares | 30 jan 2005 18:34 | Em resposta a: #82944

Caro Senhor. 2910
Muitíssimo obrigaqda por todo esse material, sobre a família Lacerda, que o senhor colocou a minha disposição.
Já copiei e salvei. Garanto que será de muita valia.
Mais uma vez muito grata.
Cordial abraço. Eliana.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#83125 | JMCM | 31 jan 2005 00:04 | Em resposta a: #83086

Caros Srs.

D. Mariana Águia Pereira de Lacerda, *1775 + Pangim 22.11.1833, cc Hermenegildo da Costa Campos, Filha de João António Águia Pinto Sarmento. * Chaves 1744 + d1801 possivelmente em Goa e de Antónia Caetano Pereira de Lacerda Henrique de Castro, * de Goa. Np de José Nunes e de Josefa Maria,

Agradecia, que me informassem, quem foram os Pais de D. Antónia Caetano Pereira de Lacerda Henrique de Castro.

Com os melhores cumprimentos.

José Maria de Carvalho e Melo

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RE: Família Lacerda em Portugal

#83139 | Eliana Linhares | 31 jan 2005 11:47 | Em resposta a: #83125

Caro Senhor.
Infelizmente, não tenho como esclarecer sua dúvida.
Talvez o Dr. Jorge Forjaz, possa ajuda-lo.
Cordial abraço. Eliana Quintella de linhares.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#84828 | Rlinhares | 20 fev 2005 23:10 | Em resposta a: #83139

Oi Eliana. Sou brasileiro, do nordeste do Brasil, da família Linhares, que migrou daí de Portugal, de Linhares, freguesia de Paredes de Coura, também tenho alguns ascendentes ai do Porto,a maioria é da região do minho. Descobri que os primeiros linhares que aqui chegaram foram: Dionísio Alves, Félix e Domingos Cunha, que aqui chegando incluiram o Linhares, nome da terra natal, como sobrenome. Daí minha origem. Sei que muitos desses linhares também foram para os açores, sei inclusive que tem um linhares professor da universidade de Coimba. Você conhece algo sobre essa família? GOSTARIA DE SABER:
a) se existe alguém aí em Portugalque conheça, que tenha interesse em discutir e trocar idéias sobre ela;
b) Existe algum livro de genealogia sobre os linhares portugueses?
Há muito venho tentando esse contato, se puderes me ajudar fico grato.

GRANDE ABRAÇO BRASILEIRO,

ROZIANO LINHARES

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RE: Família Lacerda em Portugal

#84845 | Eliana Linhares | 21 fev 2005 10:57 | Em resposta a: #84828

Caro Roziano.
Você teve que atravessar o Atlântico para me achar? Se não me engano, já nos falamos antes, através do fórum brasileiro de genealogia.
Por acaso, estou pesquisando filmes do Porto e de Aveiro, e tenho tomado nota de todos os Linhares que encontro.
Posso te passar essas anotações.
Os Linhares de meu marido são do Rio Grande do Sul. Dizem que a origem dessa família no Brasil é uma só. Dois irmãos portugueses que foram para o Nordeste e se casaram, respectivamente, com duas irmãs da família Frota.
Tem outras pessoas estudando os Linhares, lá em Sta. Catarina. Os do Continente e os dos Açores.
A única obra que conheço, que menciona os Linhares nos Açores, é : Famílias Faialenses - de Marcelino Lima.
No Brasil tem "Os Linhares" de Mário Linhares.
Tive, em mãos, um outro livro sobre os Linhares, que pertencia a um primo da família Frota, mas , depois de sua morte, o livro desapareceu, para minha infelicidade. Trata-se de "OS Linhares" do Padre José da Frota Gentil.
Este incluia o ramo gaúcho.
Você é membro do CBG ? Entre em contacto comigo .
Tenho um e-mail seu mas não sei se ainda está ativo. O provedor é for.........com.br. O meu mudou de provedor.
Espero notícias. Eliana.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#84901 | 3888 | 21 fev 2005 21:48 | Em resposta a: #81532

Sr. Malato:
Tenho antecessores Cardoso Mesquita Lacerda em Barrô, Resende, da comarca de Lamego. Logo, é possível haver afinidades com a ilustre família dos Cardosos de Lacerda de Lamego. Como poderei aceder a essa informação, pois transparece haver dúvidas em utilizar este Forum. O meu email é antoniomesquita@sapo.pt.
obrigado. António.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#84903 | Eliana Linhares | 21 fev 2005 22:05 | Em resposta a: #84901

Sr. Antonio.
Não tenho restrição alguma quanto ao Fórum de Portugal. Muito pelo contrário, só tenho o que agradecer e elogiar, pela boa vontade e cortesia que sempre me dispensaram.
O Sr. Roziano Linhares, é um antigo conhecido, com o qual perdi contacto. Sendo brasileiro como eu, não há por que utilizarmos o fórum de Portugal, quando podemos nos falar diretamente.
Peço que me perdoe, se dei essa impressão.
Quanto à família Lacerda, em Lamego, não possuo nada que possa ajudar.
Notei que um de seus sobrenomes é Mesquita. Estou procurando Francisco Feliciano de Mesquita e Mello, filho do Dr. Domingos José de Mesquita e Mello e de D. Bernardina Ignácia de Freitas Mesquita e Mello.
O Sr. sabe de alguma ligação com eesa pessoa?
Meus agradecimentos. Eliana Linhares.

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#84959 | Crisfal | 22 fev 2005 16:25 | Em resposta a: #82999

Cara Eliana Linhares:
Aproveiro este seu tópico para lhe colocar uma questão: estou á procura de D. Umbelina de Lacerda, casada com Humberto (ou Rodolfo) de Athayde, julgo que doutor, que viviam no Rio de Janeiro em finais do séc. XIX e inicios do XX. Aparentemente esta Umbelina pertencerá ao mesmo ramo que o senador Carlos Lacerda.

Se tiver qualquer conhecimento acerca desta senhora, ou deste ramo de família, ficava-lhe grato.

Cumprimentos;

Nuno Falcão

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#84960 | Crisfal | 22 fev 2005 16:26 | Em resposta a: #82999

Cara Eliana Linhares:
Aproveiro este seu tópico para lhe colocar uma questão: estou á procura de D. Umbelina de Lacerda, casada com Humberto (ou Rodolfo) de Athayde, julgo que doutor, que viviam no Rio de Janeiro em finais do séc. XIX e inicios do XX. Aparentemente esta Umbelina pertencerá ao mesmo ramo que o senador Carlos Lacerda.

Se tiver qualquer conhecimento acerca desta senhora, ou deste ramo de família, ficava-lhe grato.

Cumprimentos;

Nuno Falcão

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#84971 | Eliana Linhares | 22 fev 2005 17:15 | Em resposta a: #84959

Caro Sr. Nuno.

Conheço uma pessoa bem mais capacitada para lhe dar essa informação.
Entrarei em contacto com ela e, se ela souber algo a respeito deste casal, voltarei a entrar em contacto.
Até lá, um cordial abraço. Eliana Quintella de Linhares

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#85113 | Crisfal | 24 fev 2005 13:52 | Em resposta a: #84971

Caríssima Eliana:

Fico muito grato, e espero então que diga algo.

Melhores cumprimentos

Nuno Falcão

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#85125 | Eliana Linhares | 24 fev 2005 16:08 | Em resposta a: #85113

Caro Sr. Falcão.
Ainda não obtive resposta para o e-mail que mandei para a referida pessoa. Pode ser que ele esteja viajando.
Teremos que aguardar.
Cordial abraço. Eliana Linhares

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#85279 | Eliana Linhares | 26 fev 2005 23:21 | Em resposta a: #84959

Prezado Sr. Nuno.
Não tive sorte. A pessoa que eu achava que poderia te ajudar, me enviou a resposta abaixo. Tentarei o Roberto e verei se ele sabe algo.
Lamento. Eliana.


Prezada Eliana
Lamentavelmente não consigo encontrar Umbelina x Humberto ou Rodolpho
Athayde.
Talvez o Roberto Menezes possa ajudar, pois ele conhece muito bem a familia
Werneck.
Sinto não poder ajudar.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#85296 | 3888 | 27 fev 2005 12:02 | Em resposta a: #81532

Prezada Senhora Eliana Linhares:

Por hábito, só estou ligado ao Genea uma vez por semana, razão porque só agora respondo. Entendi mal os textos do forum - desculpe.
Sobre os Mesquitas/Mellos houve linhas diversas de cruzamento; com a linha dos Pimenteis, na minha óptica foi fundamental, não obstante a justificação moderna da inscrição tumular num mosteiro arqueológico da área de Bragança.
No fundo, continuo a seguir o meu ponto de vista, o apelido Mesquita surge em alternativa às renuncias pontuais de algumas familias dos Pimenteis aos governos reinantes portugueses. É natural, sempre foi assim e não deslustra ninguém. A perseguição e a exclusão de certos dignitários faz saltar indignações morais e étnicas aos mais patriotas...
Há no Genea um trabalho pormenorizado sobre os "Mellos e Souza na comarca de Viseu", do confrade Soveral, Manuel Abranches, que lhe pode ser útil. Se tiver dificuldade em o localizar no Genea, pode pedir ao mesmo Genea que lhe forneça o e-mail pessoal deste douto investigador.
Os meus cumprimentos. Muitas felicidades. António

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RE: Família Lacerda em Portugal

#85331 | Eliana Linhares | 27 fev 2005 23:37 | Em resposta a: #85296

Caro Sr. Antonio.
Muitíssimo obrigada por seu esclarecimento.
Se não obtiver as informações que procuro, na fontes que estou pesquisando no momento, tentarei o Sr Manuel Abranches Soveral.
Fico-lhe grata pela ajuda.
Cumprimentos cordiais, Eliana.

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RE: outros dados sobre a família LACERDA

#122259 | mserodio | 06 jul 2006 10:35 | Em resposta a: #82943

Bom Dia Caro Carlos Fragoso Malato,

Esse ramo da familia Lacerda está relacionada com D.Francisco de Lacerda que foi provedor da Santa Casa da Mesericordia de Lamego?

Cumprimentos,

Manuel Serôdio

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RE: Família Lacerda em Portugal

#125866 | antoniolacerdabarros | 25 ago 2006 12:44 | Em resposta a: #82791

Prezada Eliane,

A história dos Lacerda por várias gerações, desde Fernando, o primeiro a usar esse apelido está devidamente cadastrada no Gutemberg Project, onde encontrará dados interessantes, mostrando que a origem do nome coincide com o surgimento de Portugal como nação.
Pesquisa google ou semelhante: Lacerda + Gutemberg + project

Cumprimenta-o

Antonio Lacerda de Barros

Resposta

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RE: Família Lacerda em Portugal

#126267 | Eliana Linhares | 28 ago 2006 22:47 | Em resposta a: #125866

SR. Antonio Lacerda de Barros.
Muitíssimo obrigada por sua indicação.
Consultarei o Google.
Saudações. Eliana Linhares

Resposta

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RE: Família Lacerda em Portugal

#126275 | antoniolacerdabarros | 28 ago 2006 23:15 | Em resposta a: #126267

Prezada Eliana,
Segu e parte da transcrição do Projeto Gutemberg, que tinha cá arquivado:
Project Gutenberg's Chronica d'El-Rei D. Affonso III, by Ruy de Pina

This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with
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with this eBook or online at www.gutenberg.net

Project Gutenberg's Chronica d'El-Rei D. Affonso III, by Ruy de Pina
Title: Chronica d'El-Rei D. Affonso III

Author: Ruy de Pina

Release Date: April 21, 2005 [EBook #15674]

Language: Portuguese

Character set encoding: ISO-8859-1

*** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK CHRONICA D'EL-REI D. AFFONSO III ***




Produced by Rita Farinha and the Online Distributed Proofreading
Team. This eBook is based on images generously provided by the
Biblioteca Nacional Digital (http://bnd.bn.pt).







BIBLIOTHECA

DE

*Classicos Portuguezes*

Proprietario e fundador

_MELLO D'AZEVEDO_




BIBLIOTHECA DE CLASSICOS PORTUGUEZES


Proprietario e fundador--MELLO D'AZEVEDO

(VOLUME LIV)


CHRONICA D'EL-REI D. AFFONSO III POR RUY DE PINA



ESCRIPTORIO

147=RUA DOS RETROZEIROS=147

LISBOA

1907




CHRONICA

DO MUITO ALTO, E MUITO ESCLARECIDO PRINCIPE

D. AFFONSO III

QUINTO REY DE PORTUGAL,

COMPOSTA

POR RUY DE PINA,

Fidalgo da Casa Real, e Chronista Môr do Reyno.

FIELMENTE COPIADA DO SEU ORIGINAL,

Que se conserva no Archivo Real da Torre do Tombo.

OFFERECIDA

A' MAGESTADE SEMPRE AUGUSTA DELREY

D. JOAOO V.

NOSSO SENHOR.

POR MIGUEL LOPES FERREYRA



LISBOA OCCIDENTAL

Na Officina FERREYRIANA.

M.DCC.XXVIII.

_Com todas as licenças necessarias_.




SENHOR

Continuando com a edição das Chronicas dos Senhores Reis de Portugal,
gloriosos Predecessores de V. Magestade, continuo tambem na precisa
obrigação de as offerecer a V. Magestade. Nesta do Senhor Rei D. Affonso
III verá V. Magestade os caminhos que buscou a Providencia Divina para
que empunhasse o Scetro um Principe, que para ter menos esperanças do
trono se achava cazado em França, e verá V. Magestade a felicidade, com
que soube estabelecer nos seus descendentes a Monarchia, que acrescentou
com Estados novos, e que soube segurar com a total expulsão dos
Africanos. Sirva-se V. Magestade de amparar o meu zelo com a sua Real
benignidade, para que animado com tão soberano favor possa dar á luz as
Chronicas que faltam. A Real Pessoa de V. Magestade guarde Deos muitos
annos como dezejamos.

_Miguel Lopes Ferreira_




AO EXCELLENTISSIMO SENHOR

*D. FRANCISCO XAVIER DE MENEZES*


Quinto Conde da Ericeira, do conselho de Sua Magestade, Sargento mór de
Batalha dos seus Exercitos, Deputado da Junta dos Tres Estados, Perpetuo
Senhor da Villa da Ericeira, e Senhor da de Ancião, oitavo Senhor da
Caza do Louriçal, Commendador das Commendas de Santa Christina de
Sarzedello, de S. Cipriano de Angueira, S. Martinho de Frazão, S. Payo
de Fragoas, de S. Pedro de Elvas, e de S. Bertholameu de Covilhã todas
na Ordem de Christo. Academico da Academia Real da Historia Portugueza,
e um dos cinco Censores della.

Meu Senhor aonde não chega a confiança propria, é necessario buscar o
amparo alheio. É tão elevada a Magestade, que nem ainda obsequioso me
atrevo a chegar a ella: e por esta cauza procuro o patrocinio de V.
Excellencia para que com a sua pessoa consiga o que por mim não posso.
Espero que V. Excellencia se digne de me fazer esta mercê, porque a
continuação dos seus estudos, e a grande livraria que tem junto a sua
erudição, justamente me desculpa para lhe pedir a protecção para um
livro, que como de Historia da Patria precede a todos na lição, e porque
sendo offerecido a Sua Magestade pela mão de V. Excellencia terá a
acceitação que dezejo. Deus guarde a V. Excellencia muitos annos.

Criado de V. Excellencia

_Miguel Lopes Ferreira_




*AMIGO LEITOR*

Não me podes accuzar de falto de palavra, pois vês que te dou agora a
Chronica del-Rei D. Affonso III que foi o Quinto Rei desta Monarchia. De
serem breves as narrações das suas vidas, e summamente compendiadas as
noticias dos seus governos, não tenho eu a culpa, tem-na os Chronistas
que, ou não quizeram, ou não souberam. Tudo podia ser, porque a falta em
semelhante materia procede umas vezes de não haver quem informe, e
outras de não escreverem, o que todos sabem. Donde nasce que deste
principio experimentamos o dano, porque desprezaram escrever o que era
sabido, e desta sorte padecemos uma involuntaria ignorancia. Cazou este
Principe em França donde esteve, e assistiu alguns annos, e sendo
impossivel que não fizesse naquelle tempo acções dignas da sua pessoa,
ou na paz, ou na guerra, tudo ficou sepultado em um profundo silencio,
de que são reos os que escreveram primeiro. Ainda depois de nomeado
Governador de Portugal, e ainda depois de ser Rei não houve aquelle
cuidado nas penas dos Chronistas, que merecia a sua politica, que não
foi nesta grande arte inferior aos maiores. Lê, e espera que brevemente
te busque com a Chronica de seu filho o famoso Rei D. Diniz.

_Vale._




LICENÇAS

DO

SANTO OFFICIO


Vistas as informações, pode-se imprimir a Chronica de que se trata, e
depois de impressa tornará para se conferir, e dar licença que corra,
sem a qual não correrá. Lisboa Occidental o primeiro de Outubro de 1726.

_Fr. Lancastre. Cunha. Teixeira. Silva. Cabedo._


DO ORDINARIO

Vista a informação, pode-se imprimir a Chronica de que se trata, e
depois de impressa tornará para se conferir, e dar licença que corra,
sem a qual não correrá. Lisboa Occidental 4 de Outubro de 1726.

_D. J. A. L._


DO PAÇO

_Approvação do Doutor Manuel de Azevedo Soares, Cavalleiro professo na
Ordem de Christo, do Dezembargo de Sua Magestade, Desembargador da Casa
da Supplicacão, Juiz dos Contos do Reino, e Caza, Academico da Academia
Real da Historia Portugueza, &c._


SENHOR

Esta Chronica del-Rei D. Affonso III que pertende imprimir Miguel Lopes
Ferreira assás recomendação tinha em o nome de seu Author para facilitar
a licença que se pede: porque sendo Ruy de Pina Chronista de tão grande
opinião, por ella só, ficavam approvadas as suas obras, sendo superfluos
todos os encomios com que justamente se podiam encarecer.[1] Não falta
com tudo quem affirme que nem todas as obras, que se divulgam por suas,
o são. E se em alguma póde ter lugar a conjectura de que o não seja, é
esta uma dellas ao que parece; porque sem passar do Capitulo terceiro,
se encontra uma inverosimilidade, certamente muito alhea do entendimento
de tão grande homem. Diz que sabendo a Condessa de Bolonha Mathilde, que
seu marido era obedecido por Rei pacificamente, e não sabendo nada do
seu cazamento, confiando, que se elle a visse, a trataria, e honraria
como sua verdadeira mulher, aprestara Naos, e que bem acompanhada, e com
um filho, que se disse ter do dito seu marido, se embarcara para este
Reino, e chegando a Cascaes donde soubera logo, que elle estava em
Friellas, e cazado com outra mulher, recebendo grande indignação, e
tristesa, arrependida de ter vindo, especialmente depois de saber da
condição da segunda mulher, tomando parecer, mandára dous Cavalleiros
principais dos que trazia comsigo, para que participassem a El-Rei a sua
vinda, e a sua queixa; e pela reposta, que trouxeram, se voltara para
França, deixando o filho, segundo diziam uns, e que por certa lembrança
achara, o havia levado comsigo, e que depois o mandara a este Reino, com
outras mais circumstancias, que se referem no dito Capitulo. Não reparo
em que faça menção de filho, e nem ainda que a Condeça tomasse a
resolução de vir a este Reino sem premeditar as contingencias do
successo, como se foi assim, lhe mostrou a experiencia, porque muitos
Historiadores seguiram aquella tradição com circumstancias mais
inverosimeis; cujo erro se acha novamente refutado com demonstrações, e
authoridades evidentes, pelo eruditissimo Academico o P. D. Joseph
Barbosa.[2] Reparo sómente em que se diga, que a Condeça não sabia nada
do cazamento de seu marido, porque demais de se affirmar o contrario por
muitos Historiadores, sendo aquelle cazamento tão escandaloso, e sendo a
grandeza dos delinquentes, a que mais vulgariza os seus delictos,[3]
como é crivel o ignorasse a Condeça; e mais por ser entre pessoas de tão
alta jerarquia; com instrumentos de dote publicos, e havendo tão pouca
distancia para a noticia, como de Portugal a França. Quando ainda os
segredos dos Principes, mais reconditos, estão sugeitos á infidilidade
dos mesmos a que se confiam,[4] se obrigava a um tal excesso, o seu
affecto, sendo deste inseparavel a desconfiança,[5] como é verosimil, se
lhe ocultase a sua offensa.[6] Disto sem duvida se origina o pouco
credito, que tem muitas historias, porque devendo ser a verdade o seu
essencial fundamento,[7] notando-se-lhes algum erro em parte
regularmente perdem a fé de todo.[8] E ainda que pelo Historiador a que
foram commettidas as memorias deste Monarcha na Real Academia, que V.
Magestade instituio para que resuscitassem na memoria dos seculos
futuros, aquelles heroes, que sendo na vida esclarecidos, os escureceu a
morte, sepultando-os nas tenebrosas urnas de um ingrato esquecimento[9]
se restituirá de todo á verdade aquelle successo, conforme a empresa da
mesma Academia: com tudo sendo na opinião de Santo Augustinho util que
se publiquem livros repetidos sobre a mesma materia, com diversidade de
estylo,[10] ainda me parece se póde conceder a licença, que se pede,
sendo V. Magestade servido, porque sempre ficará illesa a fama do Author
da Historia, na opinião dos que o conhecem, distinguindo na obra o que
póde ser parto do seu entendimento. Lisboa Occidental 20 de Julho de
1727.

_Manoel de Azevedo Soares_.


Que se possa imprimir visto as licenças do Santo Officio, e Ordinario, e
depois de impressa torne á mesa para se conferir, e taxar, e sem isso
não correrá. Lisboa Occidental, 7 de Agosto de 1727.

_Pereira. Oliveira. Teixeira._


[Nota de rodapé 1: Super vacanci laboris est laudare conspicuos. Symach.
I*. 3. Epistol. 48.]

[Nota de rodapé 2: Catalog. Chronolog. das Rainhas de Portugal á n.
241.]

[Nota de rodapé 3: Dum in imis est quispiam, ejus quodam modo vitia
delitescunt; cum vero ad dignitatis culmen ascendit in superficiem mox
erumpunt, et quæ fuerant catenus inaudita jam per ora rumigeruli populi
trita vulgantur S. Petr. Damian. Epist. 20 ad Cadol. Qui magno imperio
præditi, in excelso ætatem agunt, eorum facta cuncti mortales novere.
Salust.]

[Nota de rodapé 4: Areana Regu ipsi predunt Satellites Gruterus.
Florileg. c. 2]

[Nota de rodapé 5: Vel alieni amoris æmulus, quod frequentissimum est in
amore vitium. Guillielm. Castellus apud Textor. in Epithet.]

[Nota de rodapé 6: Ita Zelotipus in omnes ahorum gressus assiduo
intentus totidem suspicionum umbras producit, quoties illos è loco
moveri animadvertunt Picinel. mund. Symbol. 1. 16. n. 66.]

[Nota de rodapé 7: Non ostentationi, sed fidei, veritati que componitur
Plinio Jun. 1. 6. Epist. 16. lux et evangelium veritatis Cassan. catal.
glor. mund. p. 10. consid. 46.]

[Nota de rodapé 8: Et si per currantur horum historicora scripta, tacite
reperiuntur multa falso ab eis conscripta, quot fit, ut falsus in uno,
in cæteris fide perdant. Menoch. cos. 112. v. 71. Paris. consil. 23. n.
253.]

[Nota de rodapé 9: Historia reru que gestarum descriptio, tubæ clangor,
quo jam olim mortui velut e sepulcro excitati, in mediu producuntur.
Nicetas. Quia hoc quotidianu, et vulgare est, multi famosi in vita, et
clari post obitu, sunt incogniti, et obscuri. Petraca de prosper.
fortun. Dialog. 117.]

[Nota de rodapé 10: Utile esse plures libros a pluribus diverso stilo,
de eisdem quæstionibus fieri, ut ad plurimos res ipsa perveniat ad alios
quidem sic, ad alios vero sic. D. August. in quæstion. de Trinit. c. 3.]




_Coronica do muito alto e esclarecido Principe D. Affonso III quinto Rei
de Portugal_


CAPITULO I


_Como se intitulou Rei de Portugal, e do Algarve, e como accrecentou os
Castellos no Escudo das Armas Reaes, e a causa porque_


Por falecimento del-Rei Dom Sancho deste nome o segundo, a que disseram
Capello, porque delle não ficou herdeiro do Reino legitimo descendente,
que o succedesse, foi alevantado, e obedecido por Rei na Cidade de
Lisboa o Ifante Dom Affonso Conde de Bolonha, seu irmão, a que o Reino
de Portugal por sucessão direitamente pertencia, em idade de trinta e
oito annos na era de mil e duzentos e quarenta e sete, (1247) o qual
era, filho legitimo del-Rei Dom Affonso o Segundo, irmão menor do dito
Rei Dom Sancho, por cujos defeitos, e por não reger como devia elle veo
de Bolonha a este Reino de Portugal, e o governou, e defendeo dous
annos, não se chamando Rei, mas Procurador, e Defensor delle por mandado
do Papa, como na Coronica del-Rei Dom Sancho claramente se disse, e
depois que o dito Rei Dom Affonso Reinou durando os primeiros annos de
seu Reinado, e antes de ter cazado a segunda vez com a Rainha Dona
Breatiz, sua sobrinha, filha del-Rei Dom Affonso deste nome o Decimo de
Castella, se intitulou sómente Rei de Portugal, e Conde de Bolonha, e
trouxe seu Escudo com as sós Quinas sem a Orla, e bordadura dos
Castellos, assi como os outros Reis de Portugal até este tempo
trouxeram, segundo eu Coronista o vi nos sellos pendentes de algumas
suas Cartas, que naquelle tempo passaram, e as achei na Torre do Tombo
destes Reinos, de que por o officio sou Guarda-mór.

Porque depois que com a dita Rainha Dona Breatriz lhe foram dadas as
Villas, e Castellos do Reino do Algarve, elle foi o que primeiro se
intitulou Rei de Portugal, e do Algarve, e poz na orla do dito Escudo, e
Quinas os Castellos dourados em campo vermelho, que logo elle, e depois
os outros Reis de Portugal que delle decenderam sempre atégora
trouxeram, e esto afirmo assi por declaração da duvida, que por muitos
sobre os ditos Castellos já ouvi mover, a saber, se são Castellos por
esta rezão, que disse, ou pelos de Riba de Coa, que a este Reino
creceram, ou se eram com folões, ou bandeiras, que se dizem as Armas do
Condado de Bolonha, e assi disputar sobre o numero dos ditos Castellos,
a que digo, e afirmo que não podem ser Castellos pelos de Riba de Coa,
porque El-Rei Dom Diniz filho del-Rei Dom Affonso os ganhou, e houve
depois que Reinou, como em sua Coronica se dirá, nem menos pareçam, que
sejam por respeito das Armas de Bolonha, que por seu cazamento, posto
que em sua vida as trouxesse, ellas não ficavam, nem podiam ficar depois
de sua morte á Coroa Real do Reino de Portugal, quanto mais que a
honestidade, e rezão contrariavam elle trazer em Portugal as Armas de
Bolonha, por memoria da Condeça sua molher de que contra direito, e em
desprezo della se apartou, e nunca depois a quiz ver, por onde é mui
certo que sómente são pelos ditos Castellos do Reino do Algarve como
disse.

Os quais Castellos, posto que na primeira doação del-Rei de Castella
ficam del-Rei Dom Affonso, seu genro a seus filhos, estão por numero
certo, e assinados, nem por isso obrigam serem trazidos nas Armas por
aquelle numero certo, porque naquelle tempo El-Rei de Castella lhe deu
os mais que ganhasse, como ganhou sem os declarar, assi que estes
Castellos são postos na Orla, não por numero certo, mas o que nella em
boa proporção bem podesse caber, e porém El-Rei Dom Affonso logo como
Reinou, e assi depois que a segunda vez cazou foi bom Rei, verdadeiro, e
prudente, e de coração mui esforçado, e muito amigo da Justiça, por a
qual a muitos mal feitores, que foram prezentes, e em seus crimes
comprehendidos, deu suas devidas penas, com medo das quaes outros se
foram da terra, e regeo bem o Reino com devida, e inteira equidade, e
proveo o povo em inteira Justiça, e sua real Caza, e Fazenda com
singular regra, e louvada ordenança, e fez muitas boas, e novas
povoações em muitas partes do Reino, que eram despovoradas, e mandou
lavrar, e aproveitar os termos de muitas Villas, e Castellos para
repairo, e culto da terra, que dos tempos passados estava mui
denificada, e quaes foram as obras dinas de memoria que fez além dos
feitos grandes darmas de sua conquista do Algarve, no fim desta sua
Coronica em soma particular estão declaradas.




CAPITULO II


_Como El-Rei D. Affonso sendo casado com a Condessa de Bolonha em França
a leixou, e casou com a filha del-Rei de Castella_


Este Rei Dom Affonso sendo casado com Dona Matildes Condessa de Bolonha
em França, elle a leixou no dito Condado, e se veo a Portugal, como na
Coronica del-Rei Dom Sancho seu irmão é declarado, e depois de sua vinda
a poucos annos casou outra vez com a Rainha Dona Breatiz, filha bastarda
del-Rei de Castella, a qual elle houve em Dona Mayor Guilhelme de
Gosmão, sua manceba, a que foi muito afeiçoado, e a que fez mui firmes,
e grandes doações de muitas Villas, Castellos, e rendas de Lugares no
Reino de Castella, para depois de sua morte ficarem á dita Rainha D.
Breatiz sua filha, e a seus filhos herdeiros para sempre, porque,
segundo parece pelas palavras do testamento que o dito Rei Dom Affonso
fez, elle antre todolos filhos, e filhas que teve, a esta Rainha Dona
Breatiz, sua filha mostrou elle querer mór bem, e a que mais se devia
por serviço e beneficios, e soccorros que della em suas tribulações mais
que doutro algum tinha recebidos, e a que mais desejou galardoar, e dar
muito do seu se pudera, o qual casamento del-Rei, e da Rainha Dona
Breatiz, quando se concertou, e se fez foi assás maravilha dos homens
que o sabiam, assi pela grandeza do dote delle, não sendo a Rainha filha
legitima, como principalmente por casar em tempo, que a Condessa, sua
primeira molher ainda era viva, e sobre este passo se acha por lembrança
que um privado del-Rei Dom Affonso havendo este casamento por estranho,
e muito contrairo a sua conciencia lhe disse que não fizera bem em casar
com a rainha Dona Breatiz, pois sabia que era cazado com a Condessa de
Bolonha, com quem já se muito contentára, e honrára de cazar, e que
El-Rei lhe respondera, que se não espantasse do que tinha feito; porque
ao outro dia ainda cazaria com outra molher, se com ella lhe dessem
outra tanta terra, porque mais acrescentasse em Portugal.




CAPITULO III


_Como a Condessa de Bolonha veio a Portugal, e como El-Rei seu marido a
não quiz ver, e ella se tornou, e do que sobre esso fez_


E passados alguns annos depois que El-Rei Dom Affonso partiu de Bolonha
a Condessa sua molher, soube lá o falecimento del-Rei Dom Sancho, e assi
como o Conde seu marido pacificamente era alevantado, e obedecido por
Rei de Portugal, e não sabendo nada do cazamento del-Rei, e confiando
que elle se a visse a trataria, e honraria como a verdadeira sua molher,
que era, fez-se logo prestes, e em Naos bem aparelhadas, e de
Cavalleiros, e nobre gente, e doutras gentes bem acompanhada, e com um
seu filho, que se diz que tinha de seu marido, partio de sua terra, e
veo ancorar ante a Villa de Cascais, cinco legoas de Lisboa, onde
perguntando ella, e os seus por El-Rei onde era? Foi logo certificada
que El-Rei estava em Frielas, duas legoas de Lisboa, cazado já com outra
molher, com as quaes novas a Condessa recebeo muita torvação, e grande
tristeza, e pezou-lhe muito de sua vinda, e assi aos de sua companhia,
especialmente depois que soube o estado, e condição da segunda molher,
que era filha del-Rei de Castella.

E tendo concelho ácerca do que neste caso faria, acordaram, que antes de
tudo era bem que fossem a El-Rei dous seus Cavalleiros principaes, que
vinham com ella e delle eram bem conhecidos e a que por seus serviços,
que nas guerras de França lhe tinham feitos, e por outros merecimentos,
queria grande bem, e que estes lhe fizessem saber da vinda da Condessa,
e assi o nojo, e espanto que por seu cazamento tinha com rezão recebido,
e soubessem delle finalmente a detreminação de sua vontade. Estes
Cavalleiros em chegando a El-Rei foram logo delle por seu conhecimento
mui bem recebidos, mas depois que lhe propuzeram a Embaxada da Condessa
com a graveza, e estranhamentos, que ella mandou, e disseram o mortal
sentimento, e deshonra em que estava, e lhe pedia que por comprir sua
bondade, e conciencia a recebesse no Reino, e tratasse por sua molher
como merecia.

El-Rei avendo-se delles por escandalizado, por ouzarem de lhe trazer em
tal tempo tal mensagem com o rostro irado lhes disse, que de não
perderem as vidas com suas cabeças cortadas os relevava naquella ora o
grande bem que lhes queria, e os muitos serviços que lhe tinham feitos,
e que porém não fizessem ante elle mais detença, antes que logo se
tornassem á Condessa, e lhe dissessem que não saisse em seu Reino, mas
que delle logo sem nenhuma delonga se partisse, e se tornasse para sua
terra donde viera, que se o assi não fizesse elle teria com ella tal
maneira de que lhe muito pezaria.

Com esta reposta chea de tanta aspereza, e fóra de toda a humanidade, os
Cavalleiros se tornaram para a Condessa, a qual maravilhada, e
atemorizada da sem rezão, e indignação del-Rei, e das mais cousas, que
elles em seu cazo mais passaram, e lhe contáram; mandou fazer prestes
suas naos, e embarcou nellas, e se tornou para Bolonha, e o tempo que a
Condessa veo a Cascais se diz, que ella trazia um filho seu, e del-Rei
Dom Affonso, como já disse, cujo nome, vida, nem feitos não achei
declaradamente escritos, porque uns dizem, que quando a Condessa se
partio de Cascais, que o leixou em terra, para que o levassem a seu pai,
dizendo que não quizesse Deos, que com ella tornasse cousa del-Rei, e
por outra certa lembrança achei, que ella tornou a levar seu filho
comsigo, e que depois o mandou a Portugal, onde El-Rei o mandou bem
criar, e que saio muito bom Cavalleiro, e mui amado del-Rei, e dos
Nobres do Reino, e que foi cazado com uma filha do Ifante Dom Pedro de
Castella, que era a mais fermosa molher Despanha; mas qual era este
Ifante Dom Pedro, e sua filha, e os nomes delles, e em que tempo
cazaram, e que terra tiveram, e o que se delles fez depois eu o não
soube.

A Condessa como chegou á sua terra manifestou logo sua querella a seus
parentes, que eram Nobres, e grandes homens no Reino de França, por cujo
concelho, e ajuda, ella se enviou logo querelar ao Papa, que então era
em França, noteficando-lhe largamente todo o que com seu marido passára
no Reino de Portugal, pedindo a Sua Santidade que com suas Excommunhões,
e Cençuras mandasse apartar El-Rei Dom Affonso seu marido, da Rainha
Dona Breatiz, que como Christãos, não podiam cazar, como cazaram; e
mandasse que recebesse a ella para ter a honra, dinidade, e terras que
de direito, como sua verdadeira molher lhe pertencia. E o Papa
maravilhado da novidade por seu Breve o enviou muito estranhar a El-Rei
Dom Affonso, e lhe rogou, e amoestou com palavras catholicas, e mui
honestas, que logo se apartasse do segundo cazamento, e quizesse estar
pelo primeiro, conforme a justiça, e petição da Condessa, e porque
El-Rei não satisfez com efeito aos mandados Apostolicos, o Papa enviou
sua comissão ao Arcebispo de San-Tiago, porque lhe mandou que outra vez
requeresse, e amoestasse El-Rei Dom Affonso ácerca de seu apartamento, e
quando logo o não fizesse, que o citasse, e emprazasse, que a quatro
mezes parecesse em pessoa perante elle em sua Côrte, para ser ouvido com
a Condessa, e estar a todo comprimento de Justiça, e o Arcebispo fez
inteiramente todo o que neste cazo o Papa lhe mandou, mas El-Rei não foi
á citação em pessoa, mas cresse que mandaria seu Procurador por elle
sobre este negocio. Foi na Corte do Papa ordenado processo, e foi por
elle tanto procedido que em favor da Condessa, e contra El-Rei foi dada
sentença do apartamento seu, e da Rainha Dona Breatiz, e porque não
obedeceram a ella, foi pelo Papa posto antredito em todo o Reino que
durou muitos annos, acabados os quaes andando a era em mil e duzentos
sessenta e dous (1262), a Condessa de Bolonha Dona Matildes faleceo em
França, por morte, que em Portugal foi logo sabida.




CAPITULO IV


_Como depois da morte da Condessa de Bolonha foi despensado com El-Rei
Dom Affonso que cazasse com a Rainha D. Breatiz, e dos filhos que della
houvesse_


Logo todos os Prelados, e Nobres homens, e povo do Reino enviaram
sopricar ao Papa, e pedir-lhe que pois a dita Condessa era falecida
mandasse alevantar o antredito que no Reino por muitos annos era posto,
e quizesse dispenssar sobre o cazamento del-Rei com a Rainha Dona
Breatiz, porque ambos como marido, e molher podessem licitamente viver,
e ficassem lidimos os filhos, que já tinham havidos, e os que dahi por
diante ouvessem, para com sua despensação poderem direitamente soceder
no Reino de Portugal, depois da morte del-Rei seu padre, e assi quizesse
revogar todalas doações que El-Rei Dom Sancho Capelo em fraude, e
detrimento da Coroa de Portugal em suas necessidades tinha feitas ao
Ifante Dom Affonso de Molina, e a outras quaesquer pessoas, por quam sem
cauza, e contra direito eram, a que o Papa em todo logo satisfez, sobre
que mandou passar suas Provisões Apostolicas, que vieram a este Reino, e
estão em guarda na Torre do Tombo, sómente se acha que pela legitimação
do Ifante Dom Diniz filho primeiro, e erdeiro, porque nacera em vida da
Condessa de Bolonha, El-Rei Dom Affonso seu pai deu em especial, muita
parte de seu thesouro.

El-Rei Dom Affonso houve da Rainha Dona Breatiz sua molher estes filhos,
a saber o Ifante Dom Diniz, que foi depois seu herdeiro, e sucessor, e
nasceo em Lisboa dia de São Diniz, a nove dias de Outubro de mil
duzentos sessenta e um annos (1261), e por a devação deste Santo, em
cujo dia nasceu, elle mandou depois fazer o seu Moesteiro de São Diniz
de Odivellas, onde se mandou sepultar, como em sua Coronica direi mais
inteiramente. E ouve mais o Ifante Dom Affonso, que foi Principe mui
honrado, e de grande estima, e teve neste Reino boas Villas, e
Castellos, e terras, e foi cazado com Dona Violante, filha do Ifante Dom
Manoel de Castella, e da Ifante Dona Costança Daragão, de que houve um
filho barão, e tres filhas, que foram grandemente cazadas em Castella,
de que na Coronica del-Rei Dom Diniz farei mais larga declaração; e
assim houve mais El-Rei Dom Affonso da Rainha Dona Breatiz a Ifante Dona
Branca, que sendo mui moça, foi recebida por Senhora do Moesteiro de
Lorvão, assi como o fora a Rainha Dona Thareja, sua tia que nelle jaz, e
o reformou, como já tenho dito, e depois do falecimento del-Rei Dom
Affonso seu pai, ella foi recebida por Senhora das Olgas de Burgos, onde
sem cazar faleceo, e ahi jás sepultada; e della porém se acha que um
Cavalleiro dito o Carpiteiro houve um filho, que houve nome Dom João
Nunes do Prado; e este foi Cavalleiro da Ordem de Calatrava, e depois
foi Mestre della, quando Dom Garcia Lopes, que era Mestre, foi por seus
desmerecimentos privado de Mestre.

E com tudo esta Ifante Dona Branca foi Princeza de mui louvadas
virtudes, e teve em Castella boa terra, e neste Reino boa fazenda,
porque ella foi senhora de Montemór-o-Velho, por doação del-Rei seu pai,
que em seu testamento lhe leixou mais dez mil livras, que são quatro mil
cruzados, e assi foi senhora de Campo Maior, que El-Rei Dom Diniz seu
irmão lhe deu em sua vida, e El-Rei Dom Affonso deste nome o Decimo de
Castella, seu avô tambem lhe leixou em seu testamento muito dinheiro, e
alguns dizem que ella jás em Lorvão, mas eu vi Cartas e Provisões, que
ella nos derradeiros dias de sua vida passou para Portugal, feitas
dentro no Moesteiro das Olgas de Burgos, onde tambem recolheo algumas
filhas do Ifante Dom Affonso de Portugal seu irmão. E assi houve mais
El-Rei Dom Affonso a Ifante Dona Costança sua filha, a qual a Rainha
Dona Breatiz sua madre levou comsigo a Sevilha, quando foi ver El-Rei
Dom Affonso seu pai, e lá faleceo, e foi trazida a Alcobaça, onde jás
sepultada. E houve mais um filho bastardo, que houve nome Dom Fernando,
que foi Cavalleiro da Ordem do Templo, e jás sepultado em S. Bras de
Lisboa.




CAPITULO V


_Das terras e Lugares que se acrescentaram a Portugal por este
casamento_


Pelo cazamento del-Rei Dom Affonso com a Rainha Dona Breatiz muitas
Villas, e terras do Reino de Castella creceram, e se ajuntaram a este
Reino de Portugal, e destas as que são na Comarca de Riba Dodiana, a
saber Moura, Serpa, Mourão, Noudar, Olivença, Campo Maior, e Ouguela,
direi na Coronica del-Rei Dom Diniz, porque em seu tempo elle por
concordias, e por escambos as houve, e depois atégora sempre
pacificamente, e sem contradição foram, e são pussuidas por a Coroa de
Portugal, mas porque é claro, e mui notorio que por bem do dito
cazamento, ainda creceram mais ao Reino de Portugal, o Reino do Algarve;
de que este Rei Dom Affonso nova, e primeiramente se intitulou, e por
cujo respeito em ladeo a borla dos Castellos ás Quinas de Portugal, como
atraz já toquei, para dizer os principios que teve, para boa declaração
dos que esto virem farei meu fundamento um pouco mais alto, que será
verdadeiro, e breve, como se segue.

El-Rei Dom Fernando de Castella deste nome o segundo, depois de ter
pacificos os Reinos de Castello, e de Lião, que nelle a segunda vez se
ajuntaram, ganhou dos Mouros a Cidade de Cordova, na era de mil e
duzentos e trinta e cinco annos, (1235) na qual tomada foi com El-Rei
Dom Fernando Dom Payo Correa, natural de Portugal, Mestre da Ordem
Daviz, que é a de San-Tiago em Castella, por mui principal e de grande
Caza, e mui esforçado guerreiro contra os imigos da Fé, e porque El-Rei
Dom Fernando desejou muito de cobrar a Cidade de Sevilha, e assi a terra
Dandaluzia, que toda era de Mouros, tornando-se para Castella leixou por
Fronteiro contra ella Dom Payo Correa em São Lucar Dalbayda, e um Dom
Rodrigo Alveres das Asturias, em Alcalá da Guardara, donde com muitas
gentes que tinham, e com a guerra aturada, que faziam, poseram a Cidade
de Sevilha em tanta estreiteza que o Rei della lhe deu gram soma de
ouro, por tregoa de um anno, qua os ditos Freires lhe outorgaram, dentro
do qual os Mouros com fundamento de se proverem por muitos annos,
semearam todo o pão, e sementes que tinham de que esperavam haver
novidades, com as quaes recolhidas lhes pareceo que se segurariam, e
manteriam por vinte annos, ainda que nelles fossem guerreados, e
cercados, o qual os ditos Fronteiros notificaram logo a El-Rei Dom
Fernando, e o avizaram, que para ter esperança de cobrar em breve a
Cidade antecipasse logo a guerra contra os Mouros, ou a colheita das
ditas novidades para si mesmo, o qual logo El-Rei satisfez, e com grande
poder, que ajuntou por mar, e por terra, veo cercar a Cidade, e depois
de estar dezaseis mezes sobre ella, com cerco bem afrontado a tomou, ca
se deu por partido, com segurança das vidas, e fazendas em dia de São
Clemente, vinte e dous dias de Novembro, na era de mil duzentos quarenta
e oito annos, (1248) treze annos depois da tomada de Cordova; e o dito
Rei Dom Fernando, por mais segurança da terra, não sahio mais de
Sevilha, e ahi faleceo no anno de mil duzentos e cincoenta e dous, tres
annos e meio depois da tomada de Sevilha, e ahi jás sepultado.[1]

E foi logo alevantado, e obedecido por Rei de Castella, e de Lião,
El-Rei Dom Affonso seu filho, sogro deste Rei Dom Affonso Conde de
Bolonha; e o meio tempo que houve antre a tomada de Cordova, e Sevilha,
e em que o Mestre Dom Payo Correa, era Fronteiro em Andaluzia contra os
Mouros, elle guerreando e correndo as terras dos imigos, que eram a sua
frontaria conjuntos, entrou pela Lusitania junto do campo Dourique, que
dentro era da conquista de Portugal, Reinando ainda Dom Sancho Capello,
e por força de armas o dito Mestre tomou em desvairados tempos as Villas
de Aljustrel, e de Mertola, que eram de Mouros, as quaes a requerimento
do dito Rei Dom Sancho, e por mandado del-Rei Dom Fernando de Castella,
seu primo com Irmão, foram entregues ao dito Rei Dom Sancho por
pertencerem a Portugal, o qual por sua devação, e pelas almas de seu pae
e de sua mãi segundo diz em sua doação, e assi por comprir ao dito
Mestre Dom Payo Correa, que era seu servidor, as deu logo á Ordem de San
Tiago, cujas hoje são.


[Nota de rodapé 1: Está beatificado por Santo.]




CAPITULO VI


_Que fundamento houve para o Mestre Dom Payo Correa começar de
conquistar o Algarve, que era dos Mouros_


Depois que o Mestre Dom Payo tomou estes logares da conquista de
Portugal, até se ganhar o Algarve, passaram dous tempos em que reinaram
dous reis de Castella, a saber o dito Rei D. Fernando, em cujo tempo o
dito Mestre tomou primeiramente Tavilla, e Silves e alguns outros
Lugares do Algarve, e apoz elle Reinou o sobredito Rei Dom Affonso seu
filho, que reinando em Castella depois de fazer sua doação para sempre a
El-Rei Dom Affonso Conde de Bolonha seu genro, e a Dom Diniz, seu filho
se ganharam todolos outros Lugares do Algarve, em que tambem foi o dito
Mestre como Vassallo, e Compadre, que era do dito Rei Dom Affonso Conde
de Bolonha, e foi por esta maneira. Quando o Mestre Dom Payo Correa
ganhou dos Mouros Aljustrel, como é dito, se acha, que estando ainda no
dito Lugar, elle como bom Cavalleiro, e catholico guerreiro, desejando
conquitar esta parte do Algarve, que confinava com Portugal, que toda
era de Mouros, para saber se o poderia fazer, e como o faria, teve
concelho com seus Cavalleiros, em que não achou conforme acordo, assi
porque alguns contrariavam a empreza, e passagem da terra do Algarve,
como porque era mui povorada, e os Mouros della tinham pelo mar seu
grande soccorro e ajuda Dafrica.

Mas o Mestre, cujo coração era já favorecido da vontade de Deos, prepoz
entender na conquista, e não a leixar, e para esso falou apartado com
Garcia Rodrigues, Mercador, que de contino tratava neste Algarve com os
Christãos, e com os Mouros suas mercadorias, e secretamente lhe disse
que seu desejo era com a ajuda de Deos, e por seu serviço cobrar dos
Mouros esta terra do Algarve se podesse, para que então havia singular
disposição pelo desvairo, e discordia em que sabia que estavam os Reis,
e Senhores, que os senhoreavam, mas que o não commettia porque não
sabia, nem tinha quem soubesse as entradas, e caminhos da terra, e por
tanto lhe rogava pois elle esto tudo sabia que lhe dicesse seu parecer
verdadeiro, como delle por Christão, e bom homem confiava. E Garcia
Rodrigues, em que havia bom espirito, lhe deu para esso tão bom
concelho, e tanto esforço, e tal aviamento, que o Mestre apartou logo
alguns seus corredores por maneira dalmogavaria, para que fossem
adiante, os quaes partiram Daljustrel, e passaram á terra pela Torre
Dourique, e andaram de noite mui attentadamente por os Mouros não
aventarem delles alguns sentimentos; e o primeiro Lugar a que chegaram
foi á Torre Descoubar, que por estar despercebida, e sem algum receo de
Christãos prouve a Deos, que sem muita força, nem perigo foi logo
tomada, donde enviaram logo recado ao Mestre, o qual não com menos
alegria, que pressa fez prestes seus Cavalleiros, que nas armas trazia
assás costumados, e bem ensinados, com que logo partio, e com suas guias
que levava, chegou á dita Torre, que era tomada, e dahi sem muita
detença cobrou mais o Lugar Dalvor, que é antre Silves e Lagos, e destes
Lugares ambos depois de serem de Christãos se fazia grande guerra aos
Mouros, que estavam em Silves, e nos outros Lugares comarcãos.

Sentindo-se os Mouros do Algarve mui perseguidos, e assás denificados do
Mestre, elles sobre consultação, que antre si fizeram, lhe commetteram,
que selle quizesse lhe dariam o Lugar de Cacella junto com Tavilla por
os Lugares Destombar, e Alvor, que tinha tomados, e a conciração, que os
Mouros tiveram foi dos Lugares tomados, por serem no meo do Reino, e
mais juntos do Cabo de São Vicente, onde a terra era então mais povorada
se podia fazer, e fazia mais dano, que de Cacella, que era mais no fim
da terra, e principalmente junto com Tavilla, que por ser Lugar forte, e
de grande povoração os Mouros, e visinhos, e moradores delle poderiam
mais facilmente lançar os Christãos, do qual partido, e escambo prouve
muito ao Mestre, que logo entregou aos Mouros os Lugares tomados, e
cobrou para si Cacella, que era Lugar forte, e bom, onde se fez logo
prestes, e sahio com suas gentes para ir cercar, e tomar Paderne.

E como quer que até li os Mouros eram antre si em grandes desconcertos,
como atraz se disse, porém á necessidade, e perigo em que a ida do
Mestre os poz, os fez logo amigos, e concordes para com iguaes corações
defenderem suas pessoas e terras, pelo qual sabendo os Mouros de Farão e
Tavilla, e assi os dos outros Lugares de redor, como o Mestre era fóra
de Cacella, para correr, e guerrear sua terra, avisaram tambem os de
Loulé para que todos no dia seguinte tivessem ao Mestre o passo, e
pelejassem com elle, os quaes ao outro dia sobre este acordo se
ajuntaram, e partindo foram dormir contra a serra a um logar que dizem o
desbarato, e deste ajuntamento, e acordo não sendo sabedor o Mestre
passou de noite mui secretamente por Loulé sem ser sentido, seguindo seu
caminho direito, que vem para Tavilla, porque as suas escutas que iam de
diante sentiram os Mouros naquelle lugar onde jaziam, o Mestre não quiz
mais abalar, e ali de noite se deteve, e ao outro dia, como foi manhã o
Mestre com sua singular, e costumada destreza de guerra ordenou suas
gentes em batalhas, e guiados de sua bandeira, que levavam tendida não
andaram muitos passos que logo não houveram vista dos Mouros, que jaziam
em um valle escuro, os quaes vendo a pouca gente dos Christãos em
comparação da muita sua que tinham, foram mui alegres, ca tiveram grande
esperança de haverem victoria.

E o Mestre sem mais detença rijamente deu nelles, em que logo achou
grande esforço, e mui perigosa resistencia, pelo qual antre todos se
travou mui crua e bem ferida batalha, em que a victoria por grande
espaço esteve em balança, mas em fim não podendo os Mouros já soffrer
aos Christãos nem ás mortes, e feridas, que de suas mãos recebiam,
volveram-lhe as costas, e com desacordada fogida, cada um procurou de
salvar sua vida. Nesta batalha foram dos Mouros muitos mortos, e
feridos, e os que escaparam acolheram-se a um Lugar, que chamam _o
Furadoiro_, que vem donde foi esta peleja caminho da fonte que ora dizem
do Bispo, e porém os Christãos por a qualidade da fronta não ficaram sem
sua parte de dano, mas este não acho escrito quanto seria, sómente que o
Mestre e os seus pelo grande trabalho, e muito cançasso da batalha não
seguiram o alcanço dos Mouros, e se recolheram.




CAPITULO VII


_Do acordo que os Mouros fizeram contra o Mestre, e como houveram com
elle batalha em que foram vencidos_


Os Mouros de toda a terra, por este destroço, e desbarato, que houveram
mostraram muito nojo, e grande tristeza, em especial os de Tavilla,
porque tinham imigos tão fortes junto comsigo, os quaes naquella ora
juntos em seu concelho diceram: «Estes christãos não temem, antes nos
menos prezam, e não é sem rezão, porque ou por nossa muita fraqueza, ou
por nossa grande dezaventura sempre somos delles vencidos, mas agora
porque elles eram seguros, e despercebidos pela victoria, que hontem de
nós houveram, cuidam já que não ha em nós esforço, nem acordo para nossa
vingança, ajuntemo-nos outra vez, e sem medo os vamos commetter e sem
duvida nós os desbarataremos, e com sua perda os lançaremos da terra,
que é nossa».

E no outro dia o Mestre, que destas consultas, e ardis, não foi nem
podia ser avisado, partio do lugar, onde fora a batalha para Cacella, e
vindo por seu caminho direito, que dizem _o Almargem_, junto do qual os
Mouros estavam prestes com seu ardil de os saltearem, e o Mestre já não
trazia toda sua gente, que salvou da peleja, porque alguma leixara no
monte, em que agora é Crasto Marim, para dahi recolherem alguns seus,
que passavam pela ribeira, e porém em chegando ao logar do Salto, onde
os Mouros os esperavam, elles sahiram a elle tão de supito, e o
commetteram com tantas gritas, e forças, que o poseram em muita
torvação, e perigo, pela qual conveo ao Mestre e aos seus por força se
recolherem a um monte alto, que é junto de Tavilla, a que depois
chamaram _a Cabeça do Mestre_, donde pela fortaleza do lugar se
defendiam dos Mouros milhor, e os ofendiam com mais sua aventagem.

Mas comtudo elles não afrouxavam os Christãos, antes por todalas
maneiras de fazer mal os combatiam, trabalhando com todas forças por
lhes cobrar o monte, que os salvava, e com tanta fortalesa afrontavam o
Mestre, que se não sobreviera a noite que os apartou elle, e os seus se
despunham, e estavam em mortal perigo, e os Mouros apartados do combate
lançaram-se ao pé do monte alongados da vista dos Christãos, logo com
determinação de ao outro dia tornarem á peleja, mas elles neste primeiro
proposito não perseveraram, porque praticando antre si sobre as gentes
que ao Mestre logo viriam em seu socorro, e o perigo, que nesso corriam
alevantaram-se, e foram-se tristes para os logares donde partiram, o que
assi fizeram sem vista nem sabedoria do Mestre, o qual na noite passada
já tinha avisada sua gente, que leixara em Cacella para que e viessem
socorrer, como logo vieram com fundamento de dar batalha aos Mouros se o
esperassem, quando soube que eram partidos alegre, e a seu salvo se foi
para Cacella.




CAPITULO VIII


_Como houve treguas antre os Christãos, e Mouros, e com que fundamento
cada uns o outrogaram, e como foi a morte dos sete Cavalleiros Martyres,
e o Mestre tomou Tavilla_


Os moradores de Tavilla, e assi os Mouros das outras Villas seus
comarcãos, vendo-se perseguidos, e mal tratados do Mestre, por seus meos
que antre si tiveram concordaram, que por quanto a este tempo estavam já
cerca do mez de Junho em que haviam de recolher seus pães, e dahi a
pouco se achegava o outro de seu alacil para secarem e aproveitarem suas
passas, e fruitas, era bem de procurarem poer com o Mestre tregoas até o
São Miguel de Setembro, que vinha, no qual tempo acabariam inteiramente
de recolher suas novidades, e dahi por diante teriam milhor disposição
para lhe fazer a guerra, e o lançar fóra da terra. Da qual tregoa que
pelos Mouros foi requerida, e apontada prouve muito ao Mestre, e lha
deu, de que fizeram suas certidões com fundamento, que não sómente neste
tempo daria descanço aos seus dos muitos trabalhos que tinham passados,
mas que ainda nelle se perceberia das mais gentes, que para o dezejado
fim de sua empreza lhe eram neccessarias.

E sendo por bem desta tregua os Christãos, e os Mouros de uma parte, e
da outra seguros, D. Pedro Rodrigues, Commendador mór de San-Tiago, que
era na companhia do Mestre dice aos outros Cavalleiros, que por seu
desenfadamento, pois estavam em tregoa fossem com suas aves á caça ao
lugar das Antas, que era terreno de Tavilla, e está dahi tres legoas. Ao
que foi o Mestre como pessoa mui prudente, contrairo, dizendo-lhe que
escusassem em tal tempo sua ida, porque os Mouros, por suas condições,
não eram menos ciosos da terra que das molheres, e por esto com qualquer
paixão destas sendo homens sem fé, e sem verdade lhe poderiam fazer
dano, que custaria depois mui caro. A que o Commendador-mór tornou
dizendo, que pois estavam com os Mouros em treguas delles tão desejadas
e requeridas, que não havia rezão para elles se recearem, quanto mais
que elles para segurar esse pejo iriam á caça de paz, e de guerra.

Com esta confiança o Commendador, e cinco outros Cavalleiros com elle a
cavallo se partiram de Cacella, e trazendo o caminho direito de Tavilla,
passaram pela ponte, e entraram, e seguiram pelo meio da praça da Villa,
e chegaram ás Antas, lugar da caça, que é uma legoa da Villa a cerca da
ribeira, onde começaram de caçar, e haver prazer sem alguma maginação
nem sospeita da morte, que se lhes aparelhava, porque os Mouros de
Tavilla quando daquella maneira viram passar os Christãos, havendo que
era em seu manifesto desprezo, receberam por esso grande dor, porque sua
vista lhes fizera viva lembrança das mortes, e males, que delles já
muitas vezes tinham recebidos, e diceram antre si: «Certamente os
homens, que somos, que sofrem tanta mingua, e tanto desprezo quanto
estes Christãos com soberba nos fazem são mais que mortos, e não tem
siso, vergonha nem coração, assi passam por aqui os Christãos nossos
imigos tão seguros como se fossemos bestas, e elles senhores da nossa
Villa».

Sobre as quaes palavras de murmuração se ajuntaram muitos com grande
honra, e determinaram ir logo como foram com grande ira, e com passos
mui apressados sobre os Christãos, os quaes andano á caça, quando viram
tantos Mouros, ca a grande sua pressa, e alvoroço com que iam, em cazo
que ainda fosse de longe logo presumiram a má, e indinada tenção, com
que vinham, pelo qual leixadas as aves, e seu officio ocioso se
ajuntaram, e diceram: «Claro é que estes Mouros vem sobre nós, e o
principal remedio é o de Deos, que por sua piedade nos queira esforçar,
e soccorrer, e apoz este concelho seja que nos percebamos, e esperemos
como Cavalleiros qualquer afronta, que nos vier, e prazerá a Deos, que
pois somos Christãos, que não sómente nos defenderemos, mas que com sua
ajuda os venceremos, e quando a ventura for tão contraira que não
possamos salvar as vidas, ao menos vínguemol-as primeiro com mortes
destes, e hajamol-as por bem empregadas em seu serviço».

Com esto enviaram logo ao Mestre um mensageiro com grande trigança
pedindo lhe que os soccorresse, e com aquella pressa, e deligencia que
em tão breve tempo foi possivel, e para elles em tanto se defenderem e
pelejarem, fizeram um palanque de paos de figueiras velhas a que se
recolheram, onde os mouros com muita furia os vieram logo commetter, em
que acharam muito esforço, e grande resistencia, e não tão leves como
elles cuidavam, e estando os Christãos nesta afronta acertou-se, que
Gracia Rodrigues, o Mercador, com que o Mestre se aconcelhara na vinda
do Algarve, como atraz dice, indo de Farão para Tavilla com suas cargas
de mercadorias segundo costumava, quando vio o desassosego, e
ajuntamento dos Mouros seguio o fio delles para saber o que era, e
quando vio a peleja, e grande perigo em que os Christãos estavam, volveu
rijamente onde deixara suas cargas, e dice aos seus servidores: «I vos e
leixai essas arrecovas, e tomai essas mercadorias que partireis antre
vós, ca se eu viver não me falecerá de que viva, e se morrer esso me
basta, pois é em serviço de Deus».

E com esto acabado, arremeteo, e se lançou ao palanque, e dentro delle
se ajuntou com os Christãos, e que ajudou e esforçou quanto a um bom
homem era possivel, onde por grande espaço se defenderam, e pelejaram,
dando e recebendo muitas feridas, e assi eram afrontados, e por tantas
partes combatidos, que um não podia dar fé do que o ouro fazia, e em fim
por as forças dos Christãos serem já de grande trabalho vencidos, o seu
palanque foi roto, e entrado, e elles todos sete por desfalecimento da
virtude corporal cortados de mortaes feridas acabaram as vidas como
Cavalleiros, e bons Christãos, o que não foi sem publica vingança de
suas mortes, de que os corpos dos Mouros sem almas déram alli verdadeiro
testemunho.

Durando a peleja dos Christãos chegou seu recado ao Mestre que era em
Cacella, donde com grande trigança logo partio com desejo de os
soccorrer, porque bem sabia que os Cavalleiros eram taes, que sem medo,
nem outro seu desfalecimento, ou haviam de viver, ou morrer, e seguiu o
caminho porque elles vieram, e sem contradição, nem defeza dalguma
pessoa entrou pela Villa, e praça della, e tão intento, e acezo ia no
dezejo que levava de soccorrer aos Chrystãos, que passando por ella não
lhe lembrou, que dessa vez livremente, e sem perigo a podia tomar se
quizera, e quando chegou ás Antas, onde achou, e vio todolos seus
Cavalleiros mortos, anojado e mui iroso por tão feio feito houve com os
Mouros, que ainda topou mui crua peleja, onde matou tantos, que os ossos
delles foram depois por longos tempos ali vistos em grande soma, e aos
outros, que fogiram, foi seguindo o alcance fazendo nelles grande
estrago até á Villa, cujas portas os Mouros acháram fechadas, porque os
visinhos, e gentes que em ella ficaram, quando viram passar o Mestre ao
soccorro dos Cavalleiros a que ia, bem entenderam qual seria sua
determinação como soubesse parte do cazo.

E por esso cerraram bem suas portas, que não quizeram abrir aos seus que
vinham fogindo, e sómente lhe abriram um postigo pequeno, e escuro, que
está contra a mouraria, sobre que deu o Mestre e os ferio tão rijo, e
com tanta braveza, que não tendo elles acordo para se defenderem, nem de
cerrar a porta entrou por ella o Mestre de volta com elles, e cobrou a
Villa, e apoderou-se della dentro da qual, e fóra della o Mestre, e os
seus fizeram nos Mouros grande estrago. E era neste tempo senhor de
Tavilla Abenfalula, Mouro que não se sabe se morreo nestas pelejas, se
ficou no lugar, como outros alguns ficaram. E esta batalha, e os
Cavalleiros mortos, e a Villa tomada foi tudo a nove dias de Junho de
mil e duzentos e quarenta e dous (1242). E o Mestre como de todo foi
apoderado da Villa, e a leixou com boa segurança, com alguma gente
darmas tornou ás Antas onde os Cavalleiros mortos jaziam, e chorando por
elles muitas lagrimas, e dando grandes gemidos e tristes sospiros os
mandou apartar dantre os corpos dos Mouros que elles mataram, e cheos
todos de muito sangue das grandes feridas de que morreram, os fez levar
á Villa, e na mesquita, que o Mestre fez consagrar em Egreja da
Envocação de Nossa Senhora mandou logo fazer um grande Moimento de
pedra, em que se pintaram sete Escudos, todos com as vieiras de
San-Tiago, e nelles os seis Cavalleiros, e Gracia Rodrigues com elles
foram todos sete sepultados, e seus nomes são estes, Pedro Rodrigues
Commendador mór, Mem do Vale, Durão Vaz, Alvaro Gracia, Estevam Vaz,
Beltram de Caya, e o Mercador Gracia Rodrigues, cujos corpos foram
depois havidos em grande reverencia, e devação, e piedosamente não era
sem cauza, porque como Martyres espargeram seu sangue, e como fieis
Catholicos perderam as vidas pela Fé de Jesu Christo N. Senhor.




CAPITULO IX


_Como o Mestre tomou Selir, e Alvor, e a Cidade de Silves, porque
partidos a leixou dos Mouros_


O Mestre Dom Payo Correa por tomar Tavilla dos Mouros, como é dito, por
ella ser Cabeça, e a principal cousa do Algarve, foi mui alegre, e deu
por esso muitas graças a N. Senhor, e porque sentio que elle com sua
graça, e ajuda nesta sua empreza sempre o favorecia, não quiz estar por
longo tempo ocioso, mas fez prestes suas gentes, e depois de leixar
Tavilla em boa guarda, e segurança, sahio della, e foi sobre Selir, e o
tomou por força, e assi Alvor outra vez, dahi foi logo cercar Paderne,
que era Castello mui forte, e tinha boa Comarca, que é antre Albofeira,
e a Serra, e estando em cerco sobre elle apartou de si algumas gentes,
que mandou ao termo de Silves, onde tomaram outra vez a Torre Destombar,
que já fora sua, e Abenafaam, que era Rei daquella terra estava em
Silves, quando soube que os Christãos tomaram Estombar, crendo que seria
hi o Mestre, ajuntou tambem as mais gentes que pode, e sahio com
proposito de vir sobre elle, e dar-lhe batalha. Da qual cousa sendo o
Mestre logo avizado alevantou o cerco de sobre Paderne, e por caminho
desviado se veio lançar sobre Silves, e o Rei Mouro indo para Estombar,
como soube que na terra não havia outras gentes, salva as que tomaram, e
defendiam, receando-o ser acommettido dalgum ardil do Mestre, fez logo
volta com grande trigança sobre Silves, onde o Mestre lhe tinha feita
cilada, que sabendo de certo recolhimento que o Rei Mouro havia de fazer
lhe tomou todalas portas da Cidade, em cada uma das quaes pôs gentes
assás que as guardasse, e El-Rei Abenafaam, quando ao recolher achou
embargo, e resistencia em todalas portas, commetteo de por força entrar
pela porta, que dizem _Dazoya_, que lhe pareceo mais despejada, que
todalas outras, onde se encontrou com o Mestre, que de fóra tinha a
guarda della.

E em um campo junto da Villa em que está a Egreja de Santa Maria das
Martes houveram ambos mui travada, e ferida peleja, em que o Mestre pola
pouca gente que comsigo tinha se vio em grande pressa, porque os Mouros
eram muitos, e mui juntos, e feriram-no mui rijamente, e punham todas
suas forças por cobrar a entrada da porta, que o Mestre defendia, e
procuravam os Mouros de se meter debaixo da Torre Dazoia que é saída em
arcos para fóra, por tal que os Mouros de cima os defendessem, mas não o
poderam fazer, e porque os Mouros de dentro quando viram o Rei Mouro á
porta, e com grande avantagem de gente sobre o Mestre, sahiram alguns
cuidando de o meter, e salvar por ella, e ao recolher, que quizeram
fazer, foram dos Christãos tão apertados, que de volta se meteram com
elles dentro na Cidade, e não sem crua peleja, e grande perda de homens
de uma parte, e da outra, que ali ficaram mortos.

E segundo se diz, mais Christãos morreram nesta entrada, que em outro
Lugar do Algarve que se tomasse, e El-Rei Mouro vendo que a Cidade era
já por aquella porta entrada, andou correndo a cavallo em torno della
experimentando todolos lugares convenientes para sair, e quando não
achou remedio quiz-se lançar por um postigo da treição do alcacer, que
era seu apozentamento, onde morava, e porque o achou empedido commetteo
outra porta em que tambem achou contradição, pelo qual já como
desesperado da honra, e da vida ferio apressadamente seu cavalo das
esporas, e fogio, e passando por um pego do rio afogou-se nelle, onde
depois o acharam morto, e deste cazo accidental chamam áquelle Lugar _o
pego de Benefaam_. Os Mouros que na Cidade ficaram vivos, se acolheram
ao alcacer, e mostravam suas forças para o defender, mas o Mestre não o
quiz combater, antes lhes deu segurança, que vivessem na Villa se
quizessem, e aproveitassem suas Cidades, e com obediencia, e tributos
lhe conhecessem aquelle Senhorio, que conheceram a El-Rei Mouro, e elles
Mouros assi o concordaram, e foram do partido contentes, e esta maneira
se diz que o Mestre sempre teve nos Lugares do Algarve, que tomou, cujos
alcaceres não combateo, e deu segurança aos Mouros porque as Villas
fossem milhor aproveitadas, e senão despovorassem, e não tardou muito
que nesta cidade foi fundada Sé, e Egreja Catedral, e Bispo della a que
foi dada toda a jurdição Ecclesiastica daquelle Reino.




CAPITULO X


_Como o Mestre tornou a cercar Paderne, e o tomou, e do fundamento que
houve para El-Rei D. Affonso de Portugal haver para si o Reino do
Algarve, e se intitular delle, e com que obrigação lhe foi dado_


Tanto que o Mestre pôs em Silves suas gentes, que a guardassem, e
defendessem, e a proveo das outras cousas que a ella eram necessarias,
se partio, e tornou a poer o cerco que alevantara de sobre Paderne, e
porque logo os Mouros se não quizeram dar a bom partido que lhe
cometiam, elle os combateo, e por força tomou a Villa e o alcacere sem
os receber a concordia, nem algum partido de piedade, antes por dous
bons Cavalleiros que lhe ali mataram da Ordem, mandou que todolos Mouros
da Villa andassem, como andaram á espada, e a gente desta Villa de
Paderne, cujos grandes edeficios ainda parecem, alguns dizem, por sua má
disposição se mudou depois á Villa de Albofeira, que o Mestre Daviz
depois tomou como adiante vai, e atraz deixei apontado.

Como a Conquista do Algarve que primeiramente fez D. Payo Correa Mestre
de San-Tiago de Castella, por nação e linhagem Portuguez, foram em dous
tempos, a saber, em tempo del-Rei D. Fernando de Castella, e depois em
tempo del-Rei Dom Affonso seu filho, e agora declaro que os Lugares, que
até qui se ganharam pelo dito Mestre foram em tempo del-Rei Dom
Fernando, e antes da tomada, e cerco de Sevilha, porque claramente
consta, que este Mestre de San-Tiago era com El-Rei ao tomar della, e
para tal feito foi havido, e estimado por mui principal, e para feitos
darmas mui asinado, e estes Lugares do Algarve estiveram da mão do
Mestre á obediencia del-Rei Dom Fernando até o tempo del-Rei Dom Affonso
seu filho, que como Reinou teve grande afeição ao dito Mestre, e lhe deu
de si muita parte, e o mandou tornar ao Algarve, para nelle estar por
segurança dos Lugares que ganhara, porque ainda nelles havia muitos dos
Mouros. E neste tempo era já cazado este Rei Dom Affonso Conde de
Bolonha com a Rainha Dona Breatiz, filha do dito Rei Dom Affonso de
Castella, e a maneira porque depois seu marido, e ella houveram este
Reino do Algarve é a seguinte.

El-Rei Dom Affonso Conde de Bolonha, sendo assi cazado com a filha
del-Rei de Castella, sabendo que o Mestre de San-Tiago tinha ganhado dos
Mouros as ditas Villas, e Lugares do Reino do Algarve, que eram da
conquista, e Senhorio de Castella, e estavam pela parte do Campo
Dourique mui conjuntos ao Reino de Portugal, e vendo que contra os
Mouros Despanha já não tinham livre alguma propria conquista dezejando
acrecentar em seu Reino, e em sua honra, e assi por ter em que servir a
Deos em semelhante guerra piadosa, dezejou para si esta terra, sobre a
qual falou com a Rainha Dona Breatiz sua molher, e sendo ambos em um
dezejo e tenção conformes, ella por seu prazer, e por concelho de seu
marido, foi logo a El-Rei D. Affonso de Castella, seu pai, que estava em
Toledo, a qual elle recebeo com muita honra, e alegria, porque como
aigumas vezes já dice sempre por palavras, e obras, elle mostrou que lhe
tinha muito amor, e grande dezejo de lhe fazer bem, e havendo depois
tempo, e lugar para o cazo conveniente, a Rainha com as palavras, e
rezões que seu dezejo e necessidade lhe aprezentaram, dice a seu pai a
cauza principal de sua ida, pedindo-lhe muito por mercê, em nome del-Rei
seu marido, e seu, que désse a elles, e a seus netos, que cada dia
creciam a Conquista do Reino do Algarve, e assi os Lugares, que por o
Mestre de San-Tiago eram já nelle tomados, e porque o Reino de Portugal,
que tinham, era para elles muito pequeno, e a este tempo o Ifante Dom
Diniz, que a poz seu padre Reinou, e assi outros Ifantes seus filhos já
eram nacidos, e os Lugares de riba Dodiana, e de riba de Coa, ainda não
eram de Portugal; porque depois se houveram, como nesta Coronica, e na
del-Rei Dom Diniz ao diante se dirá.

Deste requerimento prouve muito a El-Rei Dom Affonso, que por Reaes
condições que muitos lhe entrepetraram a vaidades, e desordenada cobiça
de gloria foi o mais nobre Rei de Castella, e querendo em todo
satisfazer á Rainha sua filha, lhe mandou logo passar sua Carta patente,
e selada de seu selo de chumbo, por a qual fez solenne, e firme doação
ao dito Rei Dom Affonso Conde de Bolonha, seu genro, e ao Ifante D.
Diniz seu filho, e a todolos filhos, e filhas que delles decendessem
para sempre do Reino do Algarve com seu inteiro Senhorio, e com todolos
Lugares delles ganhados, e por ganhar, com tal condição que o sobredito
Rei de Portugal, e seus filhos, fossem obrigados a dar de ajuda ao dito
Rei Dom Affonso de Castella em sua vida sómente cincoenta Cavalleiros,
quando lhos requeressem, contra todolos Reis Despanha, e além desta
doação El-Rei de Castella mandou fazer outras Cartas para o Mestre Dom
Payo Correa, e para outros grandes Cavalleiros, que com elle andavam no
Algarve, porque lhe notificou esta doação, que tinha feita, e lhes
mandou que a comprissem, e porque El-Rei Dom Affonso folgava com a
vista, e conversação da Rainha sua filha pola grande afeição que a ella
tinha não lhe deu lugar que logo se tornasse a Portugal como ella
quizera, pelo qual elle mandou as sobreditas Provisões a El-Rei Dom
Affonso seu marido, que como as recebeo alegre com tamanha, e tão
honrada, e tão dezejada doação, notificou tudo ao Mestre Dom Payo
Correa, a que desso prouve muito, porque tinham antre si muito
conhecimento, e grande amizade.

E El-Rei se intitulou logo de primeiramente Rei de Portugal, e do
Algarve, e ao Escudo dos cinco Escudos de Portugal, que seu bisavô
El-Rei Dom Affonso Anriques primeiro tomou, e trouxe elle por titolo, e
posse deste Reino em adeo Orla, e borladura dos Castellos douro em campo
vermelho, como depois até gora sempre os Reis de Portugal trouxeram, e
trazem, segundo atraz brevemente dice.




CAPITULO XI


_Como El-Rei Dom Affonso de Portugal depois de lhe ser dado o Algarve,
tomou aos Mouros a Villa de Farão, em que foi em sua ajuda o mestre D.
Payo Correa_


E por El-Rei Dom Affonso não estar ouciozo de fazer alguma parte
verdadeira a tenção com que pedira esta terra, mandou com grande
diligencia preceber a gente de seu Reino, com a qual junta, e para logo
ir ao Algarve, elle a gram pressa se foi a Beja, e da hi a Almodovar do
Campo Dourique, e passou a serra, pelas Cortiçadas, e da hi levou seu
caminho direito para a Villa de Farão, que era do Senhorio de Miramolim,
que era Rei de Marrocos, e tinha a Villa por elle um seu Alcaide mór,
que chamavam Aloandro, que era seu Alxarife, outro Mouro principal dito
Abombarram, aos quaes para sua segurança não faleciam dentro grandes
percebimentos de muita gente, armas, e mantimentos, e mais no alcacer da
Villa tinham uma fusta, que por um arco, que era feito no muro a
lançavam ao mar quando queriam, e nella enviavam seus recados ao seu
Rei, quando delle, e de suas ajudas tinham alguma necessidade, e por
esta cauza, e porque a Villa era mui forte os Mouros della estavam muito
esforçados, e com pouco medo dos Christãos, e o Mestre Dom Payo Correa,
que por prazer del-Rei de Castella era já Vassallo del-Rei Dom Affonso
de Portugal, sabendo de sua ida o foi com suas gentes aguardar na Villa
de Selir antre Loulé, e Almodovar, e ali se viram, e o Mestre lhe fez
sua devida reverencia, e acatamento, e El-Rei a elle muita honra, com
sinaes de grande amor, porque eram Compadres, e dali com suas gentes
concertadas foram logo cercar a Villa de Farão, sobre que pozeram fortes
estancias, e repartiram seus ordenados combates por esta maneira, a
saber, o primeiro combate tomou El-Rei para si no alcacer, e um lanço do
muro da Villa até a porta, que agora dizem dos _Freires_, e o segundo
combate do Mestre de San-Tiago com toda sua gente, foi desta porta dos
Freires com outro lanço do muro até a porta da Villa, e ca um rico
homem, e bom Cavalleiro, que havia nome Pedro Estaço, mandou El-Rei dar
outro lanço do muro até uma terra que depois chamaram _de João de Buim_,
e a este mesmo João de Buim, que era pessoa de grande estima, foi dado
outro lanço desta sua terra até o alcacer, onde era o primeiro combate
del-Rei.

E além destes Capitães aqui nomeados, eram com El-Rei outros
Cavalleiros, e pessoas mui principaes do Reino de Portugal, a saber, Dom
Fernão Lopes, Prior do Esprital, e o Mestre Daviz, e o Chançarel Dom
João Davinhão, e Mem Soares, e João Soares, e Egas Coelho, e outros, e
por estes lugares, e lanços mandou El-Rei combater a Villa, ca tão
aturadamente o fizeram, que de dia, e de noite nunca os combates, e
afrontas cessavam, nem davam aos Mouros algum lugar, e repouzo, e porque
perdessem a grande esperança, e ajuda, e socorro, que tinham no mar,
El-Rei lha tirou; porque mandou sua frota de Navios grossos estar no
mar, e assi ordenou que no canal do Rio se atraveçassem outros Navios
fortes, e bem armados, e forrados de couros da banda do mar, por tal,
que se por cazo algumas Galés de Mouros viessem contrairas, e entrassem
no Rio, que ellas com fogo, ou com outros engenhos não denificassem os
Navios dos Christãos, e desta maneira o Lugar ficou cercado em torno por
mar, e por terra, pelo qual vendo os Mouros que o mar onde tinham o
ponto principal de sua salvação e socorro era de todo impedido, e
atalhado, e assi não podendo já sofrer os aficados, e perigosos combates
que com grande seu dano sempre recebiam dos Christãos, e que posto que
bem, e esforçadamente se defendessem, como f

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RE: Família Lacerda em Portugal

#126278 | Eliana Linhares | 28 ago 2006 23:21 | Em resposta a: #84828

Caro Roziano
Andei tão ocupada que não pude mais dar atenção ao teu email.
Andei lá pelo Sul, procurando mais informações sobre os nossos Linhares.
Não consegui andar mais gerações para trás.
Ainda preciso entrar em contacto com outras fontes para tentar obter mais informações.
Como disse, estou com uma série de problemas que estão me impedindo de dedicar mais tempo às pesquisas.
Vamos ver se consigo adiantar alguma coisa.
Logo que descobrir alguma coisa, volto a entrar em contacto contigo.
Abraços. Eliana.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#126279 | Eliana Linhares | 28 ago 2006 23:33 | Em resposta a: #126275

Caríssimo Senhor.
Não sei nem o que dizer.
Precioso o trabalho que me mandou.
Lerei com muito cuidado.
Agradeço do fundo do coração.
Saudaçoes. Eliana Linhares

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RE: Família Lacerda em Portugal

#126296 | antoniolacerdabarros | 29 ago 2006 02:14 | Em resposta a: #126279

Carissima Eliana,
Disponha.
Vi que o texto ficou "cortado".
Posso mandar na íntegra para seu mail.
Meu mail: antonyobr@gmail.com

Cumprimentos,

Antonio Lacerda de Barros

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RE: Família Lacerda em Portugal

#126366 | Eliana Linhares | 29 ago 2006 20:26 | Em resposta a: #126296

Caro Sr. Antonio.
Enviarei mensagem para seu e-mail.
Saudações, Eliana.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#127114 | Filipe Lacerda | 02 set 2006 04:30 | Em resposta a: #85296

Exmos. Srs.

Peço que parem de buscar as raizes do vosso nome na casa real espanhola. Se sao Lacerdas pertencem a uma ilustre familia, isso nao quer dizer que tenham direito ao Brazao ou ao trono de Espanha.
A casa portuguesa que pode reivindicar tais titulos e a casa de Canelas, eu sou herdeiro dessa casa. Quem nao o for que estude o Genea desde o Infante De La Cerda ate a casa de Canelas.

O facto de termos um nome real nao faz de nos nobres meus senhores e senhoras.
Duvido que algum dos intervenientes neste post seja da casa de Canelas, eu sou e nao tenho que vir aqui procurar nobreza, a minha nobreza corre no sangue, nao no nome.

O ser um bastardo De La Cerda nao faz de nos um De La Cerda

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128485 | correa | 14 set 2006 17:58 | Em resposta a: #83086

Caro 2910
Na sua valiosa mensagem de 2005 está referida como mulher de Nuno Pereira , Guiomar de Brito, filha de Manuel de Brito -capitão de Chaul- e Francisca Cardosa.
No entanto aparece, noutras fontes, esta Guiomar como filha de João Rodrigues da Costa.
Tenho muito interesse em saber porque optou por este casal Manuel de Brito/Francisca Cardosa.
Aparecem no Algarve, em fins do sec XVI, Cardosos ligados com Pereira de Lacerda, o que faz sugerir uma possivel descendencia desse casal.
Meus cumprimentos
A.Correia

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128491 | mgorjaoh | 14 set 2006 19:21 | Em resposta a: #127114

Ex.mo Sr.,
Permita-me que discorde. Se este é um "sítio" de genealogistas, é o local indicado para se procurar raízes dos nomes e antepassados.
Quanto aos direitos da "casa de Canelas", obviamente não estou em condições de discutir. Contudo, espero que tais "direitos", com 700 anos de história política entretanto ocorrida, não se baseiem, como parece, na presente base de dados, mas em fontes primárias. Como é sabido, a presente base de dados, sendo extraordinária, está longe de, mesmo quanto aos Lacerdas, ter todos os ramos legítimos, que aliás se disseminaram a partir do Alentejo (Serpa, Beja).
Por acaso, julgo que muitas teorias, todas improváveis, se poderiam acrescentar. Por exemplo, poderia ser possível dizer e provar - quer dizer, por genealogias e, mais tarde, por paroquiais e até pelo "genea" - que a principal linha dos Lacerda seria a dos Viscondes da Juromenha (hoje estrangeira) ou, na linhagem da filha mais velha do Pai do 1.º Visconde da Juromenha, nascida do primeiro casamento (visto que nenhum dos filhos rapazes de João António de Lemos Pereira de Lacerda http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=51689) teve descendência - pelo menos, que seja conhecida até hoje). Nesse caso, o representante seria...deixo-o a percorrer a base de dados...
Com os melhores cumprimentos,
Miguel Gorjão-Henriques

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128494 | fcpbravo | 14 set 2006 20:00 | Em resposta a: #128491

Ao ver o apelido Lacerda não posso deixar de assinalar a ligação desta família com a família Pizarro da casa de Bóbeda (Chaves). Efectivamente, meu bisavô José Homem de Sousa Pizarro c.c. D. Maria Pulquéria de Lacerda Freira Pinto da Silveira, natural de Canelas, concelho da Régua.
Esta senhora era filha de Lourenço de Lacerda Pinto da Silveira, F.C.R., Senhor da Casa do Covêlo e Capitão de Infantaria, e de D. Maria da Piedade Freire, filha do Conselheiro Agostinho José Freire
F. Pizarro Bravo

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128497 | mgorjaoh | 14 set 2006 20:47 | Em resposta a: #127114

Ex.mo Sr.,
Aditamento: sempre diria que, por descendência legítima, desconsiderando leis mentais e quejandas, bem como nacionalidades ou quebras de varonia, "representantes" de todos os "Lacerda" podem ser, segundo o genea, os Duques de Medinaceli, seguindo segundo esse importante critério (nestas coisas, decisivo, sempre ou quase sempre!) o genea.
Todos os "Lacerda" portugueses têm uma bastardia na filha, segundo o Prof. Luís de Mello Vaz São Payo, de Carlos de Lacerda (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=836).
Com os melhores cumprimentos,
Miguel Gorjão-Henriques
PS - Muitos, como boa parte da extensa descendência de João António de Lemos Pereira de Lacerda) não têm mais nenhuma nesta linhagem, aparentemente (a acreditar nas tão falsificadas genealogias, antigamente e... até hoje, publicadas...).

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128501 | mgorjaoh | 14 set 2006 21:05 | Em resposta a: #127114

Aditamento II: Seria interessante que algum confrade mais sabedor soubesse dizer qual o tipo de legitimação que obteve a filha de Martinho de França e Faro (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=24446). Sei que obteve mas não sei se foi por subsequente casamento ou se foi legitimação régia e, sendo-o, de que tipo e com que redacção foi.
Cumprimentos,
Miguel Gorjão-Henriques
PS - Sei também que seu irmão Diogo de Lemos Pereira de Lacerda teve também uma filha em Chaves (Maria da Graça), que aí foi baptizada em 27.11.1815, segundo dados de um cartório familiar que consultei (pelo que a data dada para a morte de seu Pai também no genea não pode estar certa). Esta filha foi reconhecida por seu Pai (há documentos que o comprovam, referentes directamente ao facto - certidão de 21.6.1817), mas não sei se foi legitimada por qualquer forma relevante (casamento ou Rei - pode ser que algum confrade saiba) ou sequer se teve descendência.

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128608 | mgorjaoh | 15 set 2006 17:10 | Em resposta a: #128494

Caro Confrade Fernando Pizarro Bravo,
Julgo que será o confrade que consta em http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=303291. Teria muito interessante saber a origem do apelido "Lacerda" na sua notável ascendência (designadamente, na ascendência de Marçal Teixeira de Lacerda - http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=335301). Está estudado?
Se me permite ainda a pergunta, o seu genro é alguma coisa ao Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Doutor João Calvão da Silva?
Abraço,
Miguel Gorjão-Henriques

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128609 | mgorjaoh | 15 set 2006 17:11 | Em resposta a: #128608

Rectifico: "Teria muito interesse".

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128621 | fcpbravo | 15 set 2006 18:41 | Em resposta a: #128608

Caro Confrade Miguel Gorjão Henriques.
De facto sou referido em http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=303291.
Tenho um genro Luís Guilherme Teles Grilo Calvão Silva mas julgo não ser aparentado com o Doutor Calvão da Silva.
o Ramo Lacerda, como já disse, une-se aos Pizarros de Bóbeda pelo casamento de meu bisavô José Homem de Sousa Pizarro c. D. Maria Pulquéria de Lacerda Freire Pinto da Silveira filha de Lourenço de Lacerda Pinto da Silveira.
Abraço
Fernando Pizarro Bravo

Resposta

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128869 | mgorjaoh | 18 set 2006 20:38 | Em resposta a: #128494

Ex.mo Confrade Fernando Pizarro Bravo,

Escrevo com gosto para o remeter para o tópico http://genealogia.netopia.pt/forum/msg.php?id=36702&fview=e, onde se refere que o seu antepassado Agostinho José Freire (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=32793)recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Abraço,
Miguel Gorjão-Henriques

Resposta

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128870 | mgorjaoh | 18 set 2006 20:43 | Em resposta a: #128621

Ilustre confrade,
Li agora no Genea esta entrada biográfica, sobre Agostinho José Freire:
«3.11.1836
A pretexto de reunir o Conselho de Estado a corte transferiu-se do Palácio das Necessidades para Belém e fez um apelo aos partidários da Carta. Agostinho José Freire foi assassinado na Calçada da Pampulha, quando se dirigia para a reunião. O marquês de Valença foi nomeado presidente do novo Governo, não tendo nunca entrado em funções, e que ficou conhecido pelo gabinete dos mortos. »

Deve ter sido contemporâneo, porventura até de lutas, do irmão do meu 4.º Avô Duarte (Miguelista convicto, que não viveu para ver o seu Rei feito em Cortes), de seu nome Bernardo Gorjão Henriques, também puro cartista, deputado e ministro, por essa época. Infelizmente, liberal.... (digo sempre este cliché estafado mas recorrente onde quer que se vá, 170 anos depois...).
Abraço,
Miguel Gorjão-Henriques

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128872 | manelsp | 18 set 2006 21:02 | Em resposta a: #128608

Caro Miguel

Como poderá calcular, sou filho do Confrade a quem se dirige. Segundo sei - e como gostaria que alguém me corrigisse - não há referências - por agora - à ascendência de Marçal Teixeira de Lacerda, pelo menos que eu saiba. Teixeiras e Lacerdas ocupam parte da minha investigação genealógica pelo lado paterno e materno (pela minha Avó) e nos vários livros ainda nada encontrei sobre as origens de Marçal. Caso encontre agradeço-lhe muito a informação.
Com os melhores cumprimentos
Manel Sarmento Pizarro

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RE: Família Lacerda em Portugal

#128901 | mgorjaoh | 19 set 2006 10:10 | Em resposta a: #128872

Caro Manel,
Muito obrigado pela sua mensagem. Passarei a estar atento.
Um abraço,
Miguel

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RE: Família Lacerda em Portugal

#139912 | manelsp | 11 jan 2007 17:37 | Em resposta a: #128608

Caro Miguel
cá vai o que há de Marçal Teixeira de Lacerda, por certo bem debaixo do meu nariz que ainda deixa passar algumas coisas desapercebidas

Felgueiras Gayo, tomo VIII, título de Pintos, página 425 §306 N15

Marçal Teixeira de Lacerda casou com D. Micaela Caetana LEite do Peso da Régua, filha de Pedro Guedes comissário de Vinhos de um negociante inglês morados no Peso da Régua e sua mulher Ana de Figueiredo

filho de
Pedro da Fonseca Teixeira, que casou com D. Mariana ou Maria de Lacerda, filha de André Correia de Lacerda e Ana Pimentel natural de Canelas, neta paterna de António Correia de Lacerda e Cecília Soeiro Cardoso, filha de Bernardo Cardoso.

Se quiser posso transcrever o que lá vem do título de Pintos, mas para o tópico em questao fico-me por aqui. Não há qualquer ligação do autor ao título de Lacerdas, mas vou procurar e ver o que encontro.
Numa pesquisa pelo Genea suponho que pode ser http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=180888, mas também não dará seguimento a Lacerdas senão à mulher dele.
Espero evoluir com tudo isto!
Um abraço
Manel

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RE: Família Lacerda em Portugal

#139915 | mgorjaoh | 11 jan 2007 18:04 | Em resposta a: #139912

Caro Manel,

Muito interessante. Tem razão, lá está no Gayo, que dá novas pistas. Suponho que possa ser útil uma pesquisa pelos Fonseca, Teixeira, Pimentel e Correia, embora o Gayo seja muito confuso. E no Alão. De todo o modo, será um parentesco possível com o Visconde de Serpa Pinto, visto que os avós de D. Mariana ou Maria de Lacerda parecem ser igualmente antepassados deste.
Agradeço-lhe que me mantenha informado, pois essa sua avó, Mãe de Marçal Teixeira de Lacerda continua a ter o Lacerda na sua varonia, recuando-se já mais três gerações, o que é de facto entusiasmante.
Abraço e bom ano,
Miguel

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RE: Família Lacerda em Portugal

#140040 | manelsp | 12 jan 2007 16:05 | Em resposta a: #139915

Caro Miguel
mais, nos pintos, aparece a acima referida avó de Marçal, Cecilia Soeiro Cardoso, no §213 N17, casada com Antonio Correia de Lacerda e sua mulher D. Maria da Costa moradores que foram na sua quinta de Alvelos junto a Lamego e viveram os ditos nas Casas da Calçada. Sobre estes temos as origens no tópico http://genealogia.netopia.pt/forum/msg.php?id=133493 . mais umas quantas gerações portanto!
Com um abraço
Manel

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Correia de Lacerda, de Lamego

#140046 | 2910 | 12 jan 2007 16:53 | Em resposta a: #139915

Ver http://genealogia.netopia.pt/forum/msg.php?id=133493

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RE: Família Lacerda em Portugal

#172435 | mserodio | 12 nov 2007 10:12 | Em resposta a: #125866

Caro Antonio Lacerda de Barros,

Pertenço ao ramo da familia Lacerda está relacionada com D.Francisco de Lacerda que foi provedor da Santa Casa da Mesericordia de Lamego.
Poderá me informar alguns dados obre este ramos de Lamego?

Cumprimentos,

Manuel Serôdio

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Família Lacerda

#233109 | Oziel | 01 jul 2009 19:19 | Em resposta a: #82944

Olá!
Sou Oziel Henriques Vieira, filho de Abel Henrique Vieira, Neto de Alcebíades Henrique Vieira, Bisneto de Carlos Henrique de Lacerda.
Dai para frente não conheço minha ascendência. As únicas informações que tenho é que, meu bisavô era um capitão e morava na Espanha e se mudou para o Brasil após a primeira guerra mundial.
Gostaria de saber se obtenho mais informações sobre o mesmo. Onde nasceu, filiação, se teve irmãos, com quem se casou e se há mais informações relevantes sobre o mesmo.
Agradeço a aténção!

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RE: Família Lacerda em Portugal

#233224 | guerra1 | 02 jul 2009 18:55 | Em resposta a: #126296

Caro Confrade:gostaria de saber se tem dados sobre os Lacerdas de Lamego(descendentes de António Correia de Lacerda)e da Casa da Calçada em S.Martinho de Mouros.Alguns descendentes de Caetano de Lacerda(filho do anterior Antonio) radicaram-se na Freguesia de Touro e Fráguas cerca ano 1795 e passaram a assinar sómente com apelido Pereira ou Lacerda.Não existem livros paroquiais em Fráguas entre 1800 a 1850(casamentos e baptismos).Agradeço sua ajuda,caso tenha informações.Posteriormente enviarei meu email,caso ache necessário.Cordiais saudações j.g.

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Família Lacerda em Portugal

#383933 | triste12 | 26 ago 2017 14:47 | Em resposta a: #82670

Este dois livros estam.en total contradiçao ....

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Família Lacerda em Portugal

#389373 | FilipeFlard | 19 fev 2018 15:23 | Em resposta a: #81532

Assento de matrimónio de António Veríssimo Pereira de Lacerda e de D. Catarina de Bourbon.
Penso eu que o noivo poderá ter parentesco com o Visconde de Juromenha:

Fólio 80 / TIF 85: http://digitarq.adstb.arquivos.pt/viewer?id=1209666

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Família Lacerda em Portugal

#389375 | mgorjaoh | 19 fev 2018 16:42 | Em resposta a: #389373

Os Lacerda Juromenhas e Pereira de Lacerda de Beja são diferentes. Ligam-se aos Marim, aos meus. talvez também aos Brito e Abreu, remotamente aos Pereira de Lacerda de Serpa e Arraiolos,etc. Será por estes que muito remotamente poderão ligar-se aos Juromenhas. Este será o que foi baptizado em Beja, Salvador, a 15.10.1714 liv. B5, fl. 12v.

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