Portocarreiro - Brasil
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Portocarreiro - Brasil
Carlos Eduardo de Almeida Barata
Rio, 04.09.2001
Tenho visto importante troca de dados referentes à Família Portocarreiro, cuja genealogia foi desenvolvida, já no séc. XIX, por Felgueiras Gayo e, anteriormente, suas raízes, foram tratadas no Livro Velho de Linhagem, o II (classificação dada por Alexandre Herculano), escrito NA iDADE mÉDIA, com nova edição feita pelo Gabinete de Estudos Heráldicos e Genealógicos.
Este Livro II foi impresso pela primeira vez em 1739, no volume 1.º das Provas da História Genealógica da Casa Real, obra monumental de D. Antônio Caetano de Souza – ver História Genealógica da Casa Real. Em 1971, ganhou uma formidável versão ordenada, da lavra do estudioso Manuel Artur Norton, ficando os Portocarreiro, na pág. 58.
Há, também, algumas notas sobre o senhorio dos Portocarreiro, no título Menezes, de Braancamp Freire, em sua obra Brasões da Sala de Cintra, vol. I, pág. 122, e outras.
Com relação aos Portocarreiro, do Brasil, publicamos, eu e o Deputado Cunha Bueno, no Dicionário das Famílias Brasileiras, o seguinte verbete:
PORTO-CARREIRO - Sobrenome de origem geográfica. Em espanhol Portocarrero. Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal, trata da antigüidade desta família, principiando-a em D. Gracia Affonso, Rico Homem no Reino de Leão e tronco dos Porto Carreiros, de Portugal, para onde passou, acompanhando o conde D. Henrique de Borgonha, que lhe deu o Concelho de Portocarreiro, meia légua distante de Canavezes, de onde seus descendentes tiraram o sobrenome.
Os Porto Carreiro do Brasil, procedem dos Pitta Porto Carreiro - família de origem espanhola. A união dos dois sobrenomes teve princípio em Álvaro Pitta Calheiros, que viveu no século XVI, filho de Gregório Pitta Calheiros e de Ana Rodrigues Maciel; neto paterno de Gonçalo Pitta Maciel [? - 1526]; e bisneto de João Pitta de Ortigueira, Sr. do lugar de S. Marta de Ortigueira, solar desta família em Galiza, e patriarca da família Pita (v.s.), em Portugal. Deixou numerosa descendência do seu cas. com Maria da Rocha Portocarreiro, filha de João Affonso Garcia. Tinham por solar o julgado de Porto-Carreiro, junto a Guiamarães, comarca do Porto. Passaram a Castela e lá descendem deles titulares importantes (Anuário Genealógico Latino, I, 78).
Tornaram-se abastados senhores de engenhos, em Pernambuco, para onde passaram dois filhos de Seprião Pitta Portocarreiro (filho do citado Álvaro Pitta Calheiros e de Maria Portocarreiro) e de sua esposa e parenta Catharina Calheiros Pitta, filha de Antônio Pita de Sá e de Isabel Lopes Calheiros: A - o primeiro, Cipriano Pitta Porto Carreiro [c.1595 - ?], Cap.-Mor do Rio Grande do Norte [1631], que deixou descendência do seu cas. com a cunhada de seu irmão, Isabel de Mello e Albuquerque, irmã de Catarina de Mello e Albuquerque (Borges da Fonseca, II, 389); e B - o segundo, Simão Pitta Porto Carreiro [c.1600, Portugal - ?], que teve mercê do Hábito da Ordem de Cristo [1645], por serviços prestados na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Deixou numerosa e ilustre descendência do seu cas. com Catarina de Mello e Albuquerque, neta de André de Albuquerque, patriarca de um dos ramos da antiga família Albuquerque e Melo (v.s.), de Pernambuco. Entre os descendentes daqueles patriarcas, registra-se: Tito Tavares Portocarreiro, “Yoyô” [31.08.1893, Rio, RJ -]. Oficial Médico do Exército. Praça [01.02.1928]. 2º-Tenente [11.07.1919]. 1º-Tenente [03.07.1922]. Capitão-Farmacêutico, do Corpo de Saúde do Exército [07.09.1937]. Especialista em toxicologia pelo Instituto-Médico-Legal. Filho do Coronel, Dr. Tito Augusto Portocarreiro e de (casado com sua prima) Luiza Leopoldina Veloso Tavares, nascida a 2 de Abril de 1863, em Mato Grosso. Neto paterno de outro Tito Augusto Portocarreiro e de Guilhermina. Foi casado, a 14.04.1915, no Rio, com Dinah de Niemeyer [14.04.1888, Rio, RJ -].
Nobreza Titular: Entre os seus descendentes, que parece ser quinto neto daqueles patriarcas, o marechal Hermenegildo de Albuquerque Porto Carreiro [13.04.1818, Recife, PE - 12.09.1893, Rio, RJ]. Sentou Praça a 28.01.1836. 2.º Tenente a 20.08.1838. 1.º Tenente a 02.12.1839. Capitão a 23.07.1944. Major a 20.04.1852. Tenente-Coronel a 02.12.1857. Coronel e Brigadeiro. Agraciado com o título de barão do Forte de Coimbra, por Decreto de 13.07.1889. Deixou geração do seu casamento, a 08.11.1838, no Rio de Janeiro, com Ana Ludovina Epiphania Alves de Oliveira [08.11.1825, Montevidéu, Uruguai - 07.10.1912, Rio, RJ].
Heráldica: um escudo em campo de ouro, bilhetado de azul, de 7 peças. Timbre: um cavalo sainte de ouro, com cabeçada de azul (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 83).
Carlos de Almeda Barata
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