Familia Sande de Beja

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Familia Sande de Beja

#95048 | jflfl | 03 jul 2005 20:40

Procuro informação sobre D. Maria Antónia Sande, que terá nascido cerca de 1780-1785 em Beja e aí terá casado com o Doutor Plácido Francisco Pereira.
Esta senhora tinha uma irmã de nome D.Mariana.
Joaquim Falcão de Lima

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RE: Familia Sande de Beja

#95634 | josemariaferreira | 10 jul 2005 15:51 | Em resposta a: #95048

Caro Joaquim Falcão

Sobre D. Maria Antónia Sande não tenho qualquer informação,Mas no entanto não quero deixar de lhe enviar o que tenho sobre o Dr. Plácido Francisco Pereira.


No dia 11 de Novembro de 1776, o Doutor Plácido Francisco Pereira de Seixas foi – lhe dada uma provisão régia por sua majestade o Rei D. José, na qual o nomeava Juiz, para a feitura do Tombo dos Bens da Comenda de Panóias. O escrivão nomeado foi Caetano Félix Caetano da Silva, ilustre bejense que nasceu a 30 de Novembro de 1740 e que se notabilizou não só como tabelião da cidade, mas também como estudioso e investigador da história local, tendo pertencido ao grupo de estudiosos congregados em torno do Cenáculo.
Aqui vos deixo pela pena de Félix Caetano um termo de audiência na qual era Juiz o Doutor Plácido Pereira de Seixas, na medida em que várias pessoas citadas eram na altura possuidoras de terras no antigo concelho de Panoyas e que poderão ter interesse para o estudo genealógico dessas famílias.









Termo de audiência

Aos quatorze dias do mez de Abril de mil setesentos, nesta Vila de Panoyas e casas de Aposentoria do Doutor Plácido Francisco Pereira, Juiz deste Tombo e ali estando o mesmo provendo em couzas de seu cargo comigo escrivão mandou o Porteyro do juízo do Geral da mesma Villa, José Rodrigues apregoace que o ditto Ministro se achava fazendo Audiência deste Tombo para deferir a quaesquer partes que das dependências do mesmo tivessem que requerer alguma coisa. Ao que o ditto porteiro satisfez apregoando a ditta audiência na forma ordenada como tão bem apregoou por seu mandado todas as pessoas que teem propriedades confinantes com os referidos bens da Comenda eavião sido citadas para assistirem a esta diligencia do Tombo dos mesmos a saber: -O Mestre de Campo dos Auxiliares, José Joaquim morador na villa de Messejana por si e como Provedor da Santa da Misericórdia da mesma villa. – Maria Perpétua, Pedro Álvares tão bem nela moradores.- A Madre Abadeça do Convento da Conceição da cidade de Beja por cabeça da sua Comunidade.- Afonso de Matos morador no termo desta villa de Panoyas.- Caetano da Costa morador no mesmo.- o Procurador do concelho della. –O Reverendo Prior da Matriz da mesma villa. E Maria da Ressurreyção viúva de Sebastião Martins do Monte Serro termo dela, por si e por cabeça de seus filhos menores aos quais todos avia citado eu escriivão em suas próprias pessoas de que dou minha fé e assim tão bem foram apregoados os que avião sido citados por cartas precatórias que ao diante vão juntas com certidões de fé das vitacoiens e são a saber: O Desembargador Procurador da Coroa, Jacóme, digo Excelentíssimo Conde de S. Miguel que deram por citados em vista das suas Procuraçoins a adiante juntas.- Jacóme António Cordovil de Britto da cidade de Évora.- O Padre Ministro do Convento de Almodôvar Frey Manuel da Trindade Botelho.- E Donna Maria Barbara e Dona Francisca Jacinta erdeiras de Gil Vaz Ruivo da Villa de Castro Marim, os quais forão apregoados todos pelo ditto porteyro primeira e segunda vez e uma vez que não aparecião na ditta Audiência, nem outrem que em seus nomes falace nem que viesse por coisa alguma, Pelo que aa sua revelia de baixo de segundos pregões os ouve por citados para o referido e mandou se procedesse nesta diligencia do Tombamento, vestoria, medição e demarcação dos referidos bens da Comenda e suas dependências e de tudo para constar mandou fazer este termo ao que satisfiz eu Félix Caetano da Sylva, escrivão do Tombo que escrevi e asigney.




José Joaquim=http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=249283


Jacóme António Cordovil =http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=178511

Conde de S. Miguel=http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=23775

Afonso de Matos = Sargento-mór da 1ª Companhia de Auxiliares Afonso de Matos Sousa Palermo

Sebastião Martins = Alferes de Auxiliares da 1ª Companhia Sebastião Martins.

Frei Manuel da Trindade Botelho = Ministro do Convento de Almodôvar

Gil Vaz Ruivo- Capitão da guarnição da fortaleza de Castro Marim.

Caetano da Costa = Capitão de auxiliares da 1ª Companhia e também Capitão que foi das Ordenanças da Vila.

Madre Abadeça do Convento da Conceição=

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RE: Familia Sande de Beja

#95635 | josemariaferreira | 10 jul 2005 15:54 | Em resposta a: #95634

Desculpe, despeço-me
Com os meus melhores cumprimentos

Zé Maria

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RE: Familia Sande de Beja

#95673 | jflfl | 11 jul 2005 00:17 | Em resposta a: #95635

Caro José Maria
Os meu obrigado por mais esta repsota às minhas dúvidas e questões. Aliás ajudou a melhor enquadrar o Doutor Plácido Francisco Pereira de quem sei muito pouco.
Obrigado e cumprimentos
Joaquim Falcão de Lima
PS Sabendo-o um estudioso e conhecedor de Panoias deixe-me questioná-lo sobre a evolução da importância de Panoias no contexto politico e económico. Pelo que tenho vindo a perceber, no sec. XVII e XVIII Panoias era uma importante comarca. Qual era nessa época a definição do seu termo?

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RE: Familia Sande de Beja

#95877 | josemariaferreira | 13 jul 2005 20:25 | Em resposta a: #95673

Caro Joaquim Falcão e Lima

A Vila de Panoyas, na Idade Média, foi uma vila muito importante da Comarca do Campo de Ourique. Situada em pleno coração desta Comarca administrativa era então entroncamento de várias estradas, entre as quais, estavam a estrada real de Lisboa para Silves a então capital do Algarve, a estrada de Santiago/Sines para Mértola, desta vila também partia a estrada para Alcácer do Sal, devido à sua situação geográfica ganha importância em relação a Vila Nova de Ourique, que fora fundada com o intuito de ser a futura capital da Comarca. O seu poder económico parece também ter florido durante esta época, achando-se implantada na zona uma forte comunidade judaica, ligada ao comércio de gados, cereais e outros produtos agrícolas. Essa importância que adquiriu na Idade Média, fez com que Panoyas, estivesse representada nas cortes no banco 14, a mais importante da respectiva Comarca à frente das vilas de Ourique, Garvão, Santiago do Cacém e Mértola. Com a reforma administrativa da Ordem de Santiago no séc. XVI, é-lhe retirada alguma importância administrativa e incentivada novamente a administração da Comarca a partir da vila de Ourique. Mas Ourique de então não consegue ainda vingar como a tão desejada capital (cabeça de concelho), como o era a cidade de Beja na vizinha comarca de Alentejo, em meados do século XVIII, já tem uma nova rival, desta vez, é Messejana outra vila situada junto a Panoyas e na rota daquelas vias de comunicação. Messejana vila das mais nobres do Campo de Ourique, torna-se então o centro da administração da Comarca. Na rivalidade entre a posse da Comarca, a vila de Panóias situada entre Ourique e Messejana, foi também muitas vezes contemplada com a presença do Corregedor/Ouvidor.
A fundação do bispado de Beja, do qual as 15 vilas da Comarca passaram a integrar, assim como a extinção dos Regimentos de Auxiliares da Comarca de Ourique, e a sua integração no Regimento 17, foram os primeiros passos para a extinção da respectiva Comarca e integração na de Beja. (hoje Distrito de Beja)
No ano de 1836, com a reforma administrativa dos liberais a Vila de Panóias vê extinguido o seu concelho, Messejana lá persistiu como concelho até 1855. Estes versos populares recolhidos em 1890, por Leite de Vasconcelos, são bem elucidativos da importância que Messejana teve.

Messejana de algum dia
Tinhas tu, tanto brasão!
Agora estás desgraçada:
Sem relógio nem surjão

Quando tinhas o Convento
E as mais igrejas de pé
Então ainda havia fé
Em Deus e no Sacramento,
Ainda gozaste do tempo
Quando Cristandade havia,
Quando religião existia
Tinhas tudo em boa ordem:
Tinhas Câmara e Misericórdia,
Messejana de algum dia

Chegaste a ter corregedor
Juiz de Fora e escrivão
Tinhas muito figurão
Que adoravam o Senhor.
Iam todos a confissão,
Agora nem à missa vão:
Já têm a fé perdida.
Aqui há uma ou duas vidas
Tinhas tu tanto brasão!

Quando tinha o morgado
Tinhas pessoa real.
Na botica e hospital
Pobre e rico era curado.
Agora chegaste ao estado
De se não ouvirem horas na praça.
Não há quem cura faça!
Estás mais rasa que uma aldeia…
Ferram bestas na cadeia,
Aí chegou a tua desgraça

Agora vão ao moderno
Deixam prà trás o antigo
Estão vestidos no inferno,
Vendidos ao inimigo!
Lembrem-se do Padre Eterno
E da Virgem-Mãe de Assunção,
Vão todos à confissão,
Confessar os seus pecados,
Que se vêem desgraçados,
Sem relógio, sem surjão!

Hoje sem a importância que tiveram outrora e sem as vias de comunicação que as atravessavam, Panoyas e Messejana lá continuam plantadas no meio da planície como que adormecidas no tempo, mas orgulhosas do seu passado.
Ainda no século passado quando Brito Camacho, um político daquela região integrou o governo, a população de Messejana, orgulhosa do seu passado, faz insistentemente pressão e pedidos, enviando delegaões, junto deste político afim de conseguir certos melhoramentos para a Vila. A certa altura, aquele político, já farto da sua persistência, perguntou-lhes se eles também não queriam uma praia, ao que eles lhe responderam, para ele pôr lá a água que eles os Messejanenses punham a areia, a partir deste episódio ficou célebre a praia de Messejana.

Cumprimentos

Zé Maria

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RE: Familia Sande de Beja

#95993 | jflfl | 14 jul 2005 22:51 | Em resposta a: #95877

Caro José Maria
Que interessante apontamento este. Foi para mim um excelente e importante contributo pois permitiu-me enquadrar na época e no espaço, os movimentos da familia Pais de Matos (entre Santa Luzia, Messejana, ourique, Panoias, Moura, Beja). Quero visitar de novo estas terras para melhor as conhecer. Vamos ver se consigo voltar a Panoias e a Messejana num destes próximos fins-de-semana.
Bem haja e cumprimentos
Joaquim

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José Francisco Gomes, D. Josefa Maria - Messejana

#96068 | rmfrp | 16 jul 2005 15:22 | Em resposta a: #95877

Caro José Maria Ferreira:

Aproveitando o seu conhecimento de famílias do Baixo Alentejo, e em particular da Messejana, gostaria de lhe perguntar se acaso encontrou nas suas pesquisas José Francisco Gomes e sua esposa D. Josefa Maria, cristãos-novos que cerca de 1720 viviam na Messejana. Teriam provavelmente 40-50 anos de idade nesta época. Sei que em 1723 este casal tinha passado a morar em Beja, onde José Francisco foi administrador dos tabacos.

Desde já agradeço qualquer informação que me possa fornecer.

Com os melhores cumprimentos,

Rui Pereira

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RE: José Francisco Gomes, D. Josefa Maria - Messejana

#96091 | josemariaferreira | 16 jul 2005 22:51 | Em resposta a: #96068

Caro Rui Pereira

Salvo erro, já tenho esse casal referênciado, só que ainda não consta da minha BD.
No séc. XVII, um grupo de lavradores abastados da Vila de Panoyas, fundaram uma empresa de tabacos em Beja. No início do séc. XVIII, ainda encontro uma fiança de lavradores desta Vila, para essa empresa dentre os quais destaco Manuel de Brito Palma, casado com sua prima Maria da Palma de Alvelos. Estes serão ainda familiares muito próximos do Padre Bartolomeu Guerreiro Palma F.S.O.
Possilvelmente José Francisco até terá sido administrador desta empresa!

Cumprimentos

Zé Maria

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RE: José Francisco Gomes, D. Josefa Maria - Messejana

#96201 | rmfrp | 18 jul 2005 23:21 | Em resposta a: #96091

Caro José Maria Ferreira:

Muito obrigado pela sua resposta.

Será que passou pelo registo de baptismo de algum dos filhos do casal? Não sei onde nasceram, mas são os seguintes:
- Rafael, n. cerca de 1703
- Francisca, n. cerca de 1705
- Pedro, n. cerca de 1709
- Diogo, n. cerca de 1714
- João, n. cerca de 1716

Com os melhores cumprimentos,

Rui Pereira

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