Júdice/IIICentenário
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Júdice/IIICentenário
No momento em que se aproxima o terceiro centenário da chegada, permanente, do primeiro Júdice a Portugal, seria interessante, de forma sistematizada, reunir as contribuições dispersas e fragmentadas dos que se têm interessado por esta família.
O ponto de partida que gostaria de partilhar, até porque considero património comum de todos os “Júdices” portugueses, não devendo ser guardado individualmente de forma egoísta, é a forma como os registos em Itália se referem ao nosso antepassado comum.
Por circunstâncias de um primo meu estar casado com uma italiana de Génova, amavelmente e através de uma amiga, esta diligenciou-se procurar os registos paroquiais relativos a Paulo André Judici. Através destes registos é possível, entre outras coisas, corrigir a sua data de nascimento de 6 de Maio para 8 de Maio e o apelido da mulher nem sempre na forma correcta de “Quaglia”, encontrados nalgumas investigações ou referências monográficas portuguesas.
Com os meus cumprimentos
João Paulo Esquível
I Intervenção:
Vicariato Forneo 10º
Arcipretura
S. Maria della Cella e S. Martino
San Pier d´Arena, 12 Gennaio 2004
Rispondiano com piacere alla richiesta ricevuta e, sulla base delle notizie anticipate, abbiamo trovato nell’Archivio della nostra parrocchia (S. Maria della Cella e San Martino) quanto di seguito trascriviamo.
Dal Libro dei Battesimi e dei Defunti del 1654 al 1686-Carta 239V.
Atto di Battesimo
“1675 die 8 Maij
Paulus Andrea f.. Joannis Judici et Rosoleae coniugum a Reverento Nicolao Granara curato Baptizatus fuit-Patrini Dominicius Boglianus quondam Dominici et Nicolosina Murta filia Simonis N. P.”
Dal Libro dei Matrimonii dal 1687 al 1714-carta 36 atto 10.
Atto di Matrimónio
“Anno Domini 1697 die Dominico 28 Aprilis. Paulus Andrea de Judicibus filius Joannis et Ângela Maria filia Sebastini Qualia ambo de hoc loco et parochia, denuntiationibus praemissis tribus festivis diebus continuis, primum die Festo Paschali, 2^die14 et 3^die21 dominicis currentis in missa parochiali habita est. Nulloque detecto impedimento viro ac muliere a r. Michaele Augustino Safioto curato domi sponte interrogatis eorumque mutuo consensu intellecto sponte per verba de presenti matrimónio uniti sunt. Praesentibus testibus Nicolao Daverio filio Stephani et j0. Bapta Murchio Antonij filio de nostra parochia. Postea eis ex ritu S. Matris Ecclesiae in missae celebratione R. Jacobus Reggius benedictionem nuptialem impertitus fuit.”
La ricerche estese prima-fra e dopo gli estremi cronologici sopra menzionati, hanno dato esito negativo.
(…)
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RE: Júdice/IIICentenário
II Intervenção
Assunto: Filhos e netos de Paulo André Júdice ( penso que são , respectivamente, 4 filhos e 20 netos).
9. Paulo André Júdice 00 Angela Maria Qualia (4 filhos)
Ramos genealógicos:
8.1 Maria Coletta Caetana Júdice (1698 ou 1699) 00 Francisco Xavier da Costa Fortinho (1 filha).
7.1.1 Ana Joaquina Angélica Xavier Fortinho 00 Florêncio António Teles Corte-Real (pelo menos uma filha).
6.1.1.1 Alexandre José Teles Corte-Real
6..1.1.2 Raimundo Inácio T. Corte-Real 00 Ana Maria do Carmo Bulhões.
(Ramo Júdice Teles Corte-Real, sem continuidade no uso do Apelido).
8.2 Maria Catarina Júdice (1700) 00 João Tomás Mazza (Jiovanni-Thomaso Mazza, Músico da Real Câmara de Dom João V, primo do Papa Clemente XIV)/(7 filhos).
7.2.1 Romão Mazza (Violinista).
7.2.2 Ana Francisca Mazza
7.2.3 Eugénia Violante
7.2.4 José Mazza
7.2.5 Luisa Clara Mazza
7.2.6 Clara Antónia Mazza 00 Tomás Allen.
6.2.6.1 Carlos Manuel Allen 00 6.2.7.4 Camila Guillermina Allen (Prima co/irmã).
5.2.6.1.1 Tomás Allen
5.2.6.1.2 Camila Allen (morreu aos 6 meses)
5.2.6.1.3 Ermelinda Allen 00 Edmunel Tobin
5.2.6.1.4 Carlos Allen
5.2.6.1.5 Duarte Joaquim Allen
5.2.6.1.6 José Allen
5.2.6.1.7 Camila Allen (em homenagem à irmã 5.2.6.1.2)
5.2.6.1.8 Maria Isabel Allen (2ª Baronesa da Regaleira).
7.2.7 Joana Josefa Allen ( morreu de parto no 12º filho) 00 Duarte Guilherme Allen
6.2.7.1 Joana Allen
6.2.7.2 Ermelinda Allen (1ª Baronesa e única Viscondessa da Regaleira) 00 José Monteiro de Almeida
6.2.7.3 Francisca Isabel Allen
6.2.7.4 Camila Guilhermina Allen 00 ver 6.2.6.1 (primo co/irmão).
6.2.7.5 Duarte Allen (Cónego da Sé do Funchal).
6.2.7.6 Teodoro Allen
6.2.7.7 Efigénia Allen
6.2.7.8 Fortunato Allen
6.2.7.9 Maria Felisberta Allen
6.2.7.10 Guiomar Allen
6.2.7.11 João Francisco Allen 00 Leonor Carolina Amsinck (tiveram 5 filhos, um deles, Alfredo, foi o 1º Visconde de Villar d´Allen).
6.2.7.12 Bárbara Inocência Felicidade Allen 00 José Ferreira Pinto Basto (Fundador da Vista Alegre).
(Ramo Júdice Allen, sem continuidade no uso do apelido).
8.3 Maria Nicoleta Júdice (1701) 00 Pedro António Pignali (2 filhos)
7.3.1 João António Júdice (No ano 1800 era Coronel do Real Corpo de Engenharia) 00 Maria Roberta
6.3.1.1 Ana Theodora
6.3.1.2 Anna Emília
6.3.1.3 Gertrudes Feliciana
6.3.1.4 Não consigo perceber o nome (é feminino).
T.T. (dados retirados em 1904):
-Registo do Conselho de Guerra nº 102 folha 6?; nº 109 folha 88, nº 118 folha 261.
-Livro ?? do Ministro do Reino nº 403, folha; 213; nº 213 folha 213; nº 404 folha 173.
7.3.2 Caetano Alberto Júdice (Tenente Coronel de Infantaria com exercício de engenharia, Agraciado com o Hábito de Cristo). Não conheço informação relativa a casamentos ou descendência.
T.T. (dados retirados em 1904):
-Registo de Mercês de Dom José, Livro 15 folha 199 e 480.
-R. de M. de Dona Maria Livro 19, folha 64.
-R. de M. de Dom João VI Livro 17 folha 200 e Livro 18, folha 148.
-Registo do Conselho de Guerra Livro 93 folha 212/213.
-Livro da Chancellaria de Dom José nº 27 folha 354; nº 31 folha 385, nº 75 folha 264.
(Ramo Júdice Pignali, sem continuidade no uso do apelido)
8.4 José Júdice (1702) que seguirá noutra intervenção. Responsável pela manutenção do apelido até aos nossos dias. Teve 10 filhos. Descendo desta linha.
Cordialmente me despeço, esperando intercâmbio de informações, comentários e correcções.
João Paulo Esquível
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RE: Júdice/IIICentenário
Correcção: Em 7.1.1 quero dizer pelo menos 2 filhos e não uma filha.
Obrigado
João Paulo Esquível
8.1 Maria Coletta Caetana Júdice (1698 ou 1699) 00 Francisco Xavier da Costa Fortinho (1 filha).
7.1.1 Ana Joaquina Angélica Xavier Fortinho 00 Florêncio António Teles Corte-Real (pelo menos uma filha).
6.1.1.1 Alexandre José Teles Corte-Real
6..1.1.2 Raimundo Inácio T. Corte-Real 00 Ana Maria do Carmo Bulhões.
(Ramo Júdice Teles Corte-Real, sem continuidade no uso do Apelido).
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RE: Júdice/IIICentenário
Meu Caro João Paulo:
Muito interessantes os elementos que para aqui trazes! Até agora só tinha encontrado uma referência com o apelido na forma “Qualia”, numa filha do nosso José Júdice (“D. Ângela Maria Qualia Júdice”, uma de entre os três filhos deste nosso avoengo de quem eu descendo) e sempre supus que fosse gralha do padre que redigiu o assento. Com efeito, nas outras referências que eu conhecia (leitura de bacharéis de José Judice, por exemplo), aparece sempre “Guaglia” e era esta a forma que eu supunha ser mais correcta para o nome da família materna de José Júdice. Tenho à minha frente fotocópias da referida leitura de bacharéis e a grafia sistematicamente utilizada para referir os avós maternos é “Sebastiaõ Guaglia e Maria Guaglia”; deste modo, enquanto o “Judice” já aparece aportuguesado, parece manter-se uma grafia italianizante para a família materna, a qual sempre supus ter sido comunicada pelo habilitando (senão quem a teria inventado?). É de notar que o pai de José Judice em 1712 (22 anos antes da leitura de bacharéis do filho) ainda assinava com a forma italiana do nome (“Giudici”) pois possuo um recibo dessa época com esta assinatura (apenas está assinado “Barduchi e Giudici”, mas não me parece haver grande dúvida de que se trata do nosso Paulo André Júdice; trata-se de um recibo passado ao Conde de Redondo, magnífico presente que recebi do meu amigo José Krohn da Silva). Seria Qualia de facto a forma italiana corrente do nome ou seria antes uma forma latinizada de “Guaglia”, utilizada apenas nos documentos escritos em latim? Acho que ainda temos de investigar esta questão, tentando encontrar um eventual elenco de famílias de Génova que nos dê pistas quanto à forma italiana deste nome.
Outra questão para a qual talvez tenhas resposta é a busca da representação genealógica do nosso José Judice (e portanto, julgo eu, dos Júdices em Portugal); através da Monografia de Estômbar, muito incompleta quanto a datas e outros elementos genealógicos, fico com a ideia de que talvez a linha primogénita (com as habituais regras da “sucessão regular”) seja José Judice – Joaquim Paulo Judice – António Joaquim Judice – Joaquim João Judice – José Judice dos Santos (nome do avô materno que também era Judice, mas pelo lado materno); daqui para a frente nunca vi as ligações genealógicas mas suspeito fortemente que este José Judice dos Santos fosse o pai de outro com o mesmo nome, aqui no Genea:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=33558
avô paterno do Dr. José Miguel Júdice, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, o qual seria assim o representante dos Júdices portugueses, para além de ser a sua e a de seu irmão as únicas linhas subsistentes de varonia legítma desta família em Portugal, tanto quanto pude apurar (tudo isto sujeito a confirmação, pois estas indicações baseiam-se em dados muito parciais). É uma hipótese “aliciante”, uma vez que, por coincidência, trata-se sem dúvida do Júdice mais “mediático” da actualidade! Uma das razões que me levam a suspeitar de que o bisavô do Dr. José Miguel Júdice seria filho do homónimo acima referido prende-se com o nome “António Libânio” que tinha o avô e que talvez seja inspirado no nome “Maria Libânia” que Ataíde Oliveira atribui à mulher do acima referido José Judice dos Santos, filho de Joaquim João Judice. Além disso Joaquim João é o nome do irmão do nosso ex-bastonário; tudo parece indicar que o bisavô por varonia destes dois irmãos fosse filho de quem conjecturo que portanto o trisavô por varonia fosse o irmão da minha trisavó que indico como “candidato a representante dos Judices”. Dado este parentesco com os meus Judices, caso esteja correcto, pode encontrar-se aqui no Genea uma extensa árvore de costados para este eventual “representante”, procurando o da sua irmã, a minha referida trisavó D. Maria Marta Judice:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=116947
Da minha parte podes contar com o apoio que puder prestar para uma comemoração condigna desse tricentenário!
Um abraço do primo
Tó Bivar
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RE: Júdice/IIICentenário
Meu Caro João Paulo:
Fazendo uma rápida busca na Internet e em algumas enciclopédias e dicionários, encontrei tanto os apelidos Guaglia como Quaglia em italianos contemporâneos; “guaglia” aparece associado a “codornizes” em alguns sites, mas a palavra actual italiana com esse significado parece ser mesmo “quaglia” (de acordo com um pequeno dicionário italiano–francês que tenho em casa). A origem latina de “codorniz” é “coturnix”, mas a do francês “caille” é “quaccula”; não tenho elementos para a etimologia de “guaglia, quaglia” nem do inglês “quail” que poderá ser o mesmo “quaccula” (onomatopeia), ou, quem sabe, mesmo o “nosso” “qualia”. Fica de pé a hipótese de “Qualia” ser utilizado para traduzir o apelido italiano “Guaglia” em documentos escritos em latim, como o que citas; custa-me muito a acreditar que o escrivão da leitura de bacharéis de José Judice tivesse inventado a forma claramente italiana “Guaglia” se o habilitando lhe tivesse transmitido um “Qualia” muito mais próximo de uma forma aportuguesada (e que, de facto, aparece no tal assento de uma filha de José Judice).
Mais um abraço,
Tó
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RE: Júdice/IIICentenário
Só mais uma achega: o apelido Qualia também parece existir em Itália e "qualia" é a tradução de codorniz ("quaglia" em italiano) numa língua internacional artificial("interlingua") baseada no latim e noutras raízes linguísticas (vi na "Wikipedia").
RespostaLink directo:
RE: Júdice/IIICentenário
Meu Caro João Paulo:
Já agora mais uns dados da Internet; segundo o “ARMORIAL DE LAS ANTIGUAS FAMILIAS PATRICIAS DE LA CIUDAD DE GENOVA HASTA LA REFORMA DE 1528 por D. Hernán Carlos LUX-WURM y CENTURIÓN, Laureado de la Confederación Internacional de Genealogía y Heráldica, Buenos Aires, República Argentina”, de acordo com Gian Francesco BERNABO' DI NEGRO, "L'ARALDICA A GENOVA" (1983), antes da “reforma de 1528” os Judices aparecem no grupo dos "I NOBILI NOVI" (chamados "Popolari"), no sub-grupo FAMILIAS de COMERCIANTES GUELFOS (partidários do Papado, na luta com o Império), com a entrada:
GIUDICE – “partito di rosso e d’azzurro, alla banda d’argento, sul tutto”,
o que é diferente das armas habitualmente atribuídas aos Judices portugueses (esquartelado de vermelho e negro com uma cruz de prata brocante sobre os traços do esquartelado), ainda que se mantenha um dos esmaltes e o metal da cruz corresponda ao da banda das armas referidas atrás, para além de serem armas com um grau de “simplicidade” semelhante.
Mais um abraço
Tó
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RE: Júdice/IIICentenário
Caro A Bivar
Ainda outra achega. Numas buscas que em tempos também fiz em sites italianos, encontrei em:
"COGNOMI dalla lettera P alla lettera R"
QUAGLIARELLA - Ha come varianti Quagliarello e Quaglia (al Nord). Era in origine un soprannome derivante da "quaglia". Documentato a Genova nel 1223.
Cumprimentos do
António Pimenta
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RE: Júdice/IIICentenário
Caro Tó,
Já que se trata de Júdices aproveito para te dar duas cotas que tinha tirado pensando em ti:
Reg. Par., Lisboa, St.ª Isabel, C.-18, fl. 83v.º
Casamento Júdice Samora / Damasceno Rosado
Reg. Par., Lisboa, Anjos, O.-9, fl. 65v.º
14-6-1823, f. Francisco José de Castro Guimarães, de 51 anos, com testamento, casado com D. Justina Angélica Ludovina Júdice.
Um abraço
Lourenço
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RE: Júdice/IIICentenário
Caro António (Tó)
Como tens passado. Fim-de-Semana sem “net” e uma Segunda-Feira com imensos afazeres só hoje permitem responder-te. As tuas intervenções são mais que pertinentes e reflectem o cuidado e concentração com que meditas nestes assuntos. De facto tens toda a razão ao levantar o problema do apelido da mulher de Paulo André Júdice. Da mesma forma que temos a forma “latina”, “italianada” e “aportuguesada” para o apelido Júdice, o mesmo se pode levantar para o apelido “Quaglia/Guaglia”. No Documento original está QUAGLIA e não QUALIA como em gralha reparei agora que escrevi, apesar de no início ter referenciado o apelido QUAGLIA por oposição a GUAGLIA. Só em conjunto a pessoa repara nas incorrecções que produz só no processo de transcrever.
III Intervenção:
O mais surpreendente para mim é constatar que o uso em Itália do apelido sofreu mudanças curiosas. Anteriormente prevalecia o Judice para depois ser substituído pelo Giudici/Giudice. Sirvo-me do trabalho, verdadeiramente fantástico, que Dário de Judicibus está a realizar e com quem penso deveríamos entrar em contacto (sugiro que na forma dejudicibus empreendas alguma “viagem informática”).
Lembro-me em La Valletta, na Nacional Malta Library, ter encontrado consultando a “Lista di Cavalieri, Cappelani e Serventi s´Arme Ricevuti nell´Ordine di S. Giovanni di Gerusalemme dat. 1555 al 1797”, o mais antigo com apelido Júdice e os mais recentes Giudice:
-Loduvice Judice (1591).
-? La Giudici Giudice (1626).
-Capitão Francisco Giudice (1789).
Entre o Século X e o XIV predominou o Iudex, Iudicis e Júdice. Apenas na última situação é possível citarem-se alguns.
Nota previa: As datas são relativas ao acontecimento descrito e não ao nascimento ou falecimento das pessoas citadas. Muitos destes dados têm como fonte
1090-Ugo Judice: “Console di Génova”.
1122-Otone Judice: “Ambosciatore di Génova presso l´Imperadore Frederico I Barbarossa”.
Nota: Tenha dúvidas nesta data, mas a propósito dos Júdices serem guelfos (apoiantes do Papado), como sugeres, nenhuma. A titulação eclesiástica é o que existe em abundância nesta família de Itália. Este Otone não pode ter sido preso nesta data com Frederico como Imperador, investidura que só ocorreu em 1152. A não ser que em 1122 nalgum confronto ou pilhagem o ainda não Imperador tenha participado, o que mais tarde todos os seus actos fosem nomeados como tendo sido praticados como Imperador. Responsável por retirar poder ao Papado, a sua morte em 1188, no decurso da III Cruzada e subsequente fragmentação do Sacro Império, diminuiu a facção Gibelina abrindo grandes perspectivas às famílias guelfas que no Norte de Itália tinham uma função “tampão” fundamental.
1138-Johannes Judice: “Console di Génova”.
1250-Pietro Judice: “ambasciatore di Génova presso il Papa ed il Re di Sicília”.
1355-Galeotto Judice: “Capitão Generale di Famagosta (Chipre)”.
Nota: Importante até para um “historial familiar” é que a forma Giudi/Giudice surge a primeira vez, de forma comprovada em 1327
1327-Bartolomeo de´Giudici: “Canónico della Basilica di Santa Maria Maggione in Roma, e li sepolta”.
1398-Pietro Giudice:
1398-Bartolomeo Giudice: Monsignor Vescovo della cittá di Ventimiglia”
Século XV: Morre a forma Júdice, Iudex e Iudicis. Surge em grande ambudância a forma Judicibus e mantem-se a Giudici e Giudice emergente no século passado como vimos.
Reparemos neste documento, relativo a Tommaso de Judicibus que em 1489 “Impalma Laura dei Principi di Morra, rampolla della primaria famiglia della cittá di Benevento, e fonda il ramo beneventano della famiglia”:
Dal manoscritto “Memorie di antiche casate beneventane” di Mons. Mário della Vipera, Biblioteca provinciale di Benevento, Collegemento dárchivo Mss IX-23.
Casa (di) Ventimiglia
Fu prima cognominata de Judicibus. Puiantó questa casa Tommaso de Judicibus, quale venne in Benevento com Monsignor Battista Vescovo di Ventimiglia, suo zio, mandato da Papa Sisto IV per Governatore.
Si casó costui com Laura di Morra, come si vede negli atti della Cúria Arcivescovile di Benevento fatti l´anno del Signore 1489 per la valitá di detto matrimónio, ove il detto Tomaso si coggnomina de Judicibus” (…).
O documento continua com a descrição de um seu filho, neto e bisneto que usaram mais o apelido materno di Morra, Lorenzo, Pompeo e César (servidores da Santa Sé a quem um Santo Padre lhes propõe mais uma titulação eclesiástica) e termina com a descrição das armas existentes na Residência desta a sua fundação:
“É di molto ornamento di questa Casa Cesare Ventimiglia, figlio di Pompeo e pervenuto a costumi riguardevoli, che perció nostro Paolo Papa V lo mando per Aud.e della Nunziatura di Spagna, quale dopo lo modesimo Papa lo prepose a Ves.o di Terracina, e Tuttavia esercita tal carica com vigilanza, prudenza e decoro della dignitá Vescovil.
Há questa Casa la sua Cappella nella Chiesa di San Domenico. Sono le sue insegna una banda scacchiata d´argento et azzurro in campo rosso, inquartata com un campo mezzo dóro e mezzo rosso”. (ESTES DADOS SERÃO IMPORTANTES PARA PRÓXIMA INTERVENÇÃO SOBRE HERÁLDICA).
Com o predomínio do Apelido Judicibus não quer dizer que no final do século XV não continuassem a existir quem o utilizasse na forma Giudici.
1467-Gaspare de´Giudici: “Muore, incardato in uma lápide sepolcrete nella chiesa principale di Caffa”. (Mar Negro, na costa da Crimeia).
Nota: A forma Judicibus deve ter-se popularizado com o feito de Martino de Judicibus. “Martino de Judicibus participo alla famosa spedizone di Fernando Magalleno, il portuguese Fernão de Magalhães, al servizio del Re di Espagna carlo I, che nel 1519 fu Imperatore del sri com il nome di Carlos V. Martino fu uno dei soli 18 sopravvissuti (…)”.
Séculos XVI e XVII
Torna-se mais comum o uso da Forma Giudici/Giudice e diminui a Judicibus.
1514-Niccolá de´Giudici: Senatore di Génova.
1531-Geronimo de´Giudici: Senatore di Génova.
1542/1561-Paulo Battista Júdice-Senatore di Génova dal 1542, viene nominato Doge della Reppublica Genovese (1561)
Nota: Existiu um outro Doge Giudici, mas vem referenciado habitualmente com o Apelido Materno Calvi.
1567-Battista Calvi de´Giudici: “Doge di Génova. Sitratta di un de´Giudici genovese assorbito nell´Albergo Calvi”.
Nesta listagem começam a surgir nomes que nos são familiares, imortalizados por Ataíde de Oliveira nas monografias do Algarve. Citados de forma solta e sem linhagem comprovada com o Ramo Júdice de Portugal, a verdade é que existiram e poderiam ter sido citados de forma mais científica. Será que os Ramos Júdice Mascarenhas e Júdice Magalhães Barros, que penso de quem saíram a maior parte das colaborações pedidas pelo Ataíde de Oliveira possuíam a seguinte obra editada ou reeditada em 1866 “Dictionnaire de la Noblesse”, Paris , 1866. Nela é indicada uma genealogia completa dos Giudice de Napoles entroncados com os de Génova de 1451/1733) relativa ao Ramo “Chellamare” (Árvore Genealógica nº1).
Em trabalho datado em 1904, com o título “Algumas bases para o estudo da família Júdice”, que não sei se foi alguma “encomenda” a um genealogista que o meu avô materno possuía são realizadas referências a esta Árvore genealógica mas de forma incompleta. Neste trabalho são apresentadas as seguintes obras, deficientemente citadas:
La Grande Encyclopédie, tome 12 pág. 1093.
Grand Dictionnaire Universell na palavra Giudice
Armorial Général, Giudici, Nápoles. “Segundo a mesma em Nápoles com origem Genovesa o “brasão d´esta família é esquartelado de vermelho e de negro com uma cruz de prata entreposta”. UTILIZAR EM NOVA INTERVENÇÃO.
Árvores Geneológicas genovesas nº I
1º
Paulo
2º
Paulo
(Ancião da cidade de Genova em 1522)
3º
Nicolau de Genova oo Marie de Montenegro
1514
(Senador de Genova em 1565)
4º
Marco António de Giudice
1557/??)
1º Marquês de Voghera (localidade a Este de Génova e Pavia)
5º
Nicolau Giudice
1587/1672)
1º Ducato Giovinazzo (1651)/1º Duque de Giovinazzo (Localidade a Oeste de Bari)
1º Principati Cellamare (1631)/1º Principe de Cellamare
2º Marquês de Voghera
6º
Domenico
(1637/1718)
2º Duque de Giovinazzo
2º Principe de Cellamare
3º Marquês de Voghera
Cav. Da Ordem de S. João.
Embaixador de Espanha juntodo Duquede Saboia,
dos Reis de França, Portugal e Santa Sé; Vice-Rei
e Capitão General de Aragão; nomeado Grande de
Espanha em 1697. Vem numerado no sepulcro de familia,
Situado na capela "dell' Assunta
della chiesa del Carmine a Napoli".
7º.1
António Giudice
(Nápoles 1657/Sevilha 1733) (76 anos)
3º Principe de Cellamare,
3º Duque de Giovenazzo
Marechal de Campo e Embaixador de Espanha em Paris; Grande de Espanha; Vice-Rei de Navarra; Cavaleiro do Espírito Santo. Promoveu um golpe palaciano, em Paris, no ano de 1717 (conhecido como "conspiração Cellamare"), descoberto antes de executado .
8º
D. Constança Eleonora Del Giudice
(1697/1770)
7º.2
Nicolau Giudice
(Nápoles 1661/Roma 1743)
(83 anos)
Creato de Benedeto XIII e Protonorato apostólico em 1725.
Sepultado em Nápoles na Igreja "de Carmelitani", no Panteão da Família, construído pelo seu irmão.
S.G.
7º.3
Francisco Giudice
(Nápoles 1663/Roma 1725)
(62 anos)
Creato de Alexandre VIII e Diácono do Sacro Colégio em 1690.
(Cardeal-Arcebispo e Monreale (Sul de Palermo) e Bispo de Aosta.
Foi Correio-Maior do Reino de Napoles; restaurou o mosteiro da Croce in Lucca. Ornamentou de mármore, restaurando a Tribuna da Igreja "del Carmine" em Napoles, reconstruindo a existente capela com sepulcro familiar, contendo a inscrição "Giudici/Dei Giudice".
A ele se deveu a construção do palácio Cellamare, ainda hoje existente em Napoles na via Chiaia,, Piazza Martini.
É indicado como tendo sido Ministro de Estado e grande inquisidor da Monarquia, nomeado por Espanha.
S.G.
É minha convicção que paralelamente a este ramo Júdice genovês que se caracterizou por fixar-se em Nápoles e muitos dos seus membros se integraram no Reino de Espanha, manteve-se um outro que no mesmo período ocupou diversos cargos ( é possível estabelecer a pequena árvore genealógica nº 2, ficando de fora outros Giudici´s dispersos ). Ambos são Ramos “Ventimíglia” genoveses (ver dejudicibus).
1º
Agostinho de´Giudici
(Membro do Magno Colégio dos 400 no ano de 1576)
2º
francisco
3º
Giovan Maria de´Giudici
(Membro do Magno Colégio dos 400 no ano de 1657)
“Dispersos” na árvore:
A
Gerónimo de´Giudici
(Senator de Génova em 1531)
B
Batista Calvi de´Giudi
(Doge de Génova em 1565)
No Século XVI existiam já vários remos familiares estruturados nos diversos Estados Italianos. Mesmo no caso do Sul de Itália é sugerido a existência de Giudici´s de Génova e outros provenientes de Amalfi : “Memorie delle Famiglie Nobili deele Province Meridionali d`Itália”.
Sobre Heráldica gostaria de trocar impressões contigo. Curiosa essa fonte publicada em 1983.
Um abraço
João Paulo
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RE: Júdice/IIICentenário
IV Intervenção
Caro António Pimenta de Aguiar
Em primeiro lugar não me esqueço da preciosa colaboração relativa à família Grade produzida neste Fórum.
Tem toda a razão em apresentar a descendência de António Silvestre Coelho Tavares Júdice como a que possui Varonia nesta Família. A propósito deste assunto é capaz de dizer se estas biografias estão correctas e sistematizar estes três Ramos Familiares que penso provirem deste “António”:
7. António Silvestre Coelho Tavares Júdice (1750 /1829) 00 D. Maria do Carmo Guerra.
-2º Capitão-Mor de Lagoa durante 17 anos (1793/1810) membro da Casa da Rainha.
Foi pai do 3º e último Capitão-Mor de Lagoa, assassinado no decurso da guerra civil que opôs Dom Pedro IV e Dom Miguel I, Joaquim José Júdice Guerra (1788/1833) , com a seguinte biografia:
-3º Capitão-Mor de Lagoa durante 23 anos (1810/1833). Foi o último a desempenhar estas funções dado a extinção das mesmas em 1834.
-Organizou e comandou o Batalhão Nacional Móvel constituído na Vila de Lagoa. Feito prisioneiro foi assassinado aos 45 anos, no dia 1 de Agosto de 1833, por um grupo de guerrilheiros afectos a José Joaquim de Sousa Reis (Remexido), natural de Alcantarilha, povoação do Concelho de Lagoa.
Os Ramos Geneológicos são:
-Júdice Guerra.
-Júdice Samora
-Júdice Rocha Dias
Atenciosamente
João Paulo Esquível
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RE: Júdice/IIICentenário
Caro João Paulo:
Vejo que tens trabalhado profundamente esta nossa ascendência comum! vou ter muito que assimilar só com esta tua intervenção, sem contar com as pistas que deixas para futuras buscas. Tenho também muita coisa do nosso outro parentesco (mais próximo) pelos Pereira de Mattos, mas já está quase tudo aqui na base de dados do Genea e não terás dificuldade em encontrar. Um dos "mistérios" por esse lado é a ascendência "Crispin" que, como deves saber, vem de um filho de pais incógnitos, Diogo Frederico Crispin, sendo a respectiva filha, nossa antepassada, D. Maria José Crispin, afilhada de um Crispin "verdadeiro" e citada no respectivo testamento de que tenho cópia. Seria Diogo Frederico algum filho natural de um dos Crispins ou teria o apelido sido adoptado apenas por influência do "compadre"? Não sei se alguma vez procuraste doumentação acerca deste "caso".
Um abraço,
Tó
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RE: Júdice/IIICentenário
Caro João Paulo Esquível
Estou entusiasmado com esta abundância de informações sobre os Júdice. Gostaria de colaborar também - embora os meus conhecimentos pouco vão além da descendência do casal JOÃO TOMAS MAZZA / CATARINA JUDICE.
E aproveitando a deixa, aqui ficam alguns pormenores:
Paróquia de S. Andrea, Novi LigureLivro nº VI pag 133:
"Mille sei cento ottanta otto ad ventidue Febº Gioº Tomazo figlio di Gio. Andrea Mazza e di Anna Ingali é stato Battezzato dà meindetto Rettore furono Padrini Tomazo Alignano il Bastero della (Chiesa ?) di S. Pietro. Nato la notte antecedente à hore quattro c.ª."
Livro IV de Casamentos da fregª de Sacramento, Lisboa, folha 136
"Aos 27 dias do mês de Junho de 1724 annos, nesta Igreja e freguezia do Santissimo Sacramento estando eu prezente o Padre Francisco Perez Paroco se receberão com palavras de prezente por marido e mulher como manda a Santa Madre Igreja de Roma na forma do Sagrado Concilio Tridentino Joam Thomas Massa viuvo que ficou de Maria Rosa que faleceu na freguezia de Sam Paulo aonde e morador e dezobrigado Baptisado na freguezia de Santo Andre de Nove Dominio de Genova filho de Joam Andre Massa, e de Anna Francisca com MARIA CATARINA JUDICI filha de PAULO JUDICI, e de ANGELA MARIA JUDICI natural da freguezia de S. Martinho de S.Pedro de Arene de Genova donde veio menor, e moradora nesta freguezia. Receberão muito de suas livres vontades tendo papeis correntes sem impedimento; sendo testemunhas Joam Baptista Rolandelle morador ao passo do Duque e Domingos Maria Baçaro morador em companhia do sobredito. E muitas mais. Por verdade fiz este assento que assiney, o Reytor Francisco Peres, Domingos Maria Bçacaro, Juam Baptista Rolandelle"
Quanto a ROMÃO MAZZA: O "Dicionário Biográfico de Músicos Portugueses", de autoria de um José Mazza (que não era o José Mazza, irmão de Romão e filho de João Tomás Mazza / Catarina Judice), dá-o como filho de João Tomás Mazza e Catarina Judice. Diz no fim duam pormenorizada biografia que Romão Mazza "faleceu em 1747, de 28 anos de idade".
Teria assim nascido em 1719, 5 anos antes do casamento de seus pais, e 29 anos antes da mais nova de suas irmãs , Joana Josefa Mazza, futura mulher de meu 4º avô Duarte Guilherme Allen, baptisada a 04-09-1748 (Encarnação , Lisboa, Livro B14, fls 182)
Se a data da morte e a idade de Romão Mazza estão correctas, parece-me que a mãe de Romão Mazza seria a 1ª mulher de Tomás Mazza, a tal Maria Rosa.
Cumprimentos do
José Alberto Allen
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RE: Júdice/IIICentenário
Caro João Paulo Esquivel
A hora a que escrevi o meu anterior post sobre os Mazza foi a razão de uma confusão: o autor do Dicionário Biographico de Musicos Portugueses não "um tal José Mazza", como escrevi, mas sim Ernesto Vieira. Este trabalho foi impresso em lisboa, em 1900, na Tipografia Mattos Moreira & Pinheiro.
Mas nele se faz menção a um manuscrito existente na Biblioteca Pública de Évora, da autoria de um José Mazza, com o título muito semelhante de Dicionário Biograhico de Musicos Portugueses e Noticias das suas Principaes Composições", e deste manuscrito diz Ernesto Vieira que "é uma serie informe de simples apontamentos sem interesse algum, muitos deles resumindo notícias dadas pela "Bibliotheca Lusitana", dele tendo retirado apenas a biografia de Romão Mazza
Ernesto Vieira diz que José Mazza era parente de Romão Mazza, e este filho de João Tomas Mazza e Catarina Judice.
Mas pelas razões apontadas no post anterior (Romão Mazza teria nascido 5 anos antes do casamento dos pais e 29 anos antes de sua irmã mais nova), inclino-me a crer que Romão Mazza seria filho do 1º casamento de João Tomas Mazza com uma tal Maria Rosa.
Não é de estranhar alguma confusão quanto à família Mazza : localizei em Lisboa 3 individuos com o nome de José Mazza entre 1719-1822, para além de duas dezenas de outras pessoas com o mesmo apelido e em todas as camadas sociais.
os meus cumprimentos
José Alberto Allen
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RE: Heráldica
Caro António (Tó)
Assunto: Relativamente a Heráldica o que consegui apurar, até ao momento, foi o seguinte:
V Intervenção
As Armas dos Júdice/Giudi/Giudice
Relativamente a Portugal a questão está simplificada uma vez que ninguém se habilitou a ser FCA com este apelido, preocupando-se em registar “Armas”.
Se é verdade que é habitual atribuir as armas familiares na forma “esquartelado de vermelho e negro com uma cruz de prata brocante sobre traços do esquartelado”, veja-se a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira vol. 14, pág 348 “esquartelado de vermelho e negro com uma cruz de prata sobreposta” ou D. Luiz de Lancastre e Távora “Dicionário das famílias portuguesas - usaram os Júdices do nosso País das seguintes armas: esquartelado de vermelho e negro, com a cruz de prata brocante sobre os traços esquartelados. Não sei se com timbre”, esta não é a única representação".
No Brasonário de Portugal de Armando de Matos, I volume, o Brasão 900 da pág 901, relativo à família Júdice, é descrito com “Terciado em Banda, de Azul, de prata e de vermelho que na forma francesa é “Tercié en Bande, d´Azur, d´Argent et de gueules”. Armando de Matos era além, de Vice-Presidente da Academia Portuguesa de Heráldica e Genealogia, Alto Comissário em Portugal de entre outras instituições do “collegio Araldico” com sede em Roma, quando elaborou este Brasonário.
Sobre as cores em termos europeus podemos dizer que o Azul e Vermelho são cores quase permanentes. Mais correctamente, até para se compararem brasões em termos internacionais quando eles possuem algum passado histórico, deveríamos falar respectivamente em “Azur” e “Gueule”. Como bem explica Gastão de Mello de Matos e Luís Saldanha Monteiro Bandeira na sua Herádica, ed. Verbo, na pág.75: “Parece que estas cores passaram a ter nomes depois do regresso dos Cruzados do Oriente. Por isso, vários deles são de origem árabe, persa ou turca. Goles, que, talvez, simplesmente derive do francês gueules, diz-se originado do turco giul ou ghiul, de uma planta aromática que tinha uma cor vermelha intensa, ou do persa ghul, que significa rosa; blau, é evidentemente derivado do alemão blau, através do francês bleu, mas o nome desta cor heráltica em francês è azur, derivado do árabe al-azurd ou do persa lachuard”.
O azul e negro foi usado em Itália pelo ramo Giudice di Napoli (CELLAMARE) e pelos Judicibus da “Nobilitá cittadina di Molfetta e Monopoli”. Será que em Portugal para demonstrar proximidade com este Ramo usaram-se estas cores, ao contrário do vermelho e Azul mais usuais nos diferentes ramos “Giudici”?
No que diz respeito a “armas utilizadas pelos Giudici em Itália impera a forma Terciada em Banda (ver colecção apresentada em dejudicibus ), mas eu já vi representadas na “Internet” e tenho impressas na forma esquartelada. Como curiosidade esses armas são acompanhadas de figura (águia) na forma de “majestade” (representadas de frente) e respeitando o principio das figuras que se “brasonam” sempre com a cabeça voltada à dextra. O nosso imprescindível “dejudicibus” tem um conjunto de armas, de forma minoritária, na forma mais usual “terciada”, mas com a figura descrita.
Últimas Notas:
a) Quando têm figura trata-se da águia presente na simbologia da cidade de Génova.
b) A flor de lis, ainda mais rara, tem a sua origem na marcação colectiva das famílias guelfas. António (Tó), já reparaste na obra que citaste “Armorial de las antiguas famílias patrícias de la ciudad de Génova hasta la reforma de 1528”, que “apanhei” na net e que diz o seguinte: “las famílias guelfas, partidárias del Papa eran llamadas en Génova: “neri” o “mascheratti”, y para distinguirse politicamente solían poner en sus escudos de armas, el llamado”capo guelfo (um jefe de azur, com tres flores de lis de oro)”.
c) Na obra citada anteriormente é explicado no que consistia a criação dos “Albergues” e a necessidade de as famílias se agruparem. Explica-se assim a importância de referir as ligações dos Giudice aos "Usodimare”, “Calvi” e “Vivaldi”, todos guelfos.
Araldica
LIGURIA/VENTIMIGLIA/GENOVA
Angelo SCORZA nella sua "Enciclopedia Araldica", Ed. Tolozzi, Genova, nei fascicoli 98 e 99, alla pag. 61, scrive:
DE JUDICIBUS - (nobiltà di Molfetta), vedi GIUDICE
GIUDICE - (Liguria), nobili di Genova, Napoli e Palermo,
detta anche famiglia Judice a Napoli.
1)
trinciato di rosso e d'azzurro,
alla banda sul tutto d'argento
questa insegna è stata blasonata anche come:
interzato, (nel I) di rosso,
(nel II) d'argento e (nel III) d'azzurro
ove i numerali tra parentesi che indicano
2)
partito di rosso e d'azzurro,
alla banda sul tutto d'argento,
al capo d'oro,
all'aquila nascente coronata di nero
Il RIESTAP riporta per i Giudici (de') genovesi anche:
3)
spaccato di rosso ed azzurro,
alla banda d'argento sul tutto
GIUDICI DI NIZZA
Consigliori di Castelnuovo
d'oro alla banda d'azzurro
caricata di tre gigli del campo,
nel verso di pezza
Angelo SCORZA, nel suo "Libro d'Oro della Nobiltà di Genova", riporta le insegne dei tre rami della famiglia GIUDICE che furono albergati presso altre famiglie nobili.
4)
GIUDICE
(CALVI)
5)
GIUDICE
(VIVALDI)
6)
GIUDICE DI DIANA
(USODIMARE).
MOLFETTA
Judicibus (de) - Nobiltà cittadina di Molfetta e Monopoli.
7)
inquartato di rosso e di nero,
alla croce patente martellata d'argento,
attraversante il tutto
8)
d'oro,
alla banda d'azzurro,
a tre gigli in sbarra del campo
9)
trinciato di rosso e d'azzurro
alla banda in divisa d'argento
RAMO DE NAPOLES
Il "Dictionnaire de la Noblesse" (Paris 1866) riporta una genealogia completa dei Giudice (Del Giudice) di Napoli dal 1451 al 1733. Per la famiglia in questione viene indicata come arma:
10)
tiercié en bande; d'azur, d'argent et de gueules.
11)
GIUDICE - di Napoli (Cellamare)
interzato in banda d'argento,
di rosso e di nero
Carlo PADIGLIONE, nel suo "Trenta centurie di armi gentilizie", alla voce.
Ainda LIGURIA/VENTIMIGLIA
12)
riferendosi alla famiglia beneventana olim di Morra, che si sa con certezza discendere dal vescovo governatore Giovanni Battista de Judicibus, riporta le seguenti insegne:
Nel I e IV di rosso alla banda d'argento scaccata in 2 file d'azzurro,
nel II e III troncato d'oro e di rosso
che è identica a quella blasonata dal Della Vipera nel suo manoscritto alla pagina della casata Ventimiglia (de Judicibus/di Morra). Il PADIGLIONE asserisce che la famiglia che portava quest'arma «... si estinse in quella dei Della Vipera». mentre noi sappiamo per certo che si estinse nella seconda metà del 1600 nella famiglia beneventana Roscio.
13)
Per la stessa famiglia il PADIGLIONE blasona anche un'altra insegna:
troncato,
nel 1 di azzurro alla banda scaccata d'argento e di rosso,
nel 2 di rosso al capo d'oro
Um Abraço do
João Paulo
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RE: Heráldica
Correcção
Onde se lê AZUL e NEGRO é para ser lido VERMELHO e NEGRO. O VERMELHO está sempre presente, entre o AZUL e NEGRO é que podem existir diferença.
" O AZUL e NEGRO foi usado em Itália pelo ramo Giudice di Napoli (CELLAMARE) e pelos Judicibus da “Nobilitá cittadina di Molfetta e Monopoli”(...)
Obrigado
João Paulo Esquível
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RE: Júdice/IIICentenário
Caro José Alberto Allen
É óptimo todo o tipo de informação, como a que apresentou sobre a descendência do ramo Júdice Mazza Allen, ainda por cima com tantas citações referenciadas.
A sua ideia de perguntar sobre “Mariana Catarina Júdice da Cunha” foi de facto uma forma de sairmos da preguiça de não trocarmos informações sobre a família Júdice. Assumiu de facto uma “trovoada de Maio: fez soltar as fontes”. É preciso não perder o entusiasmo
Cumprimentos
João Paulo Esquível
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RE: Heráldica
Meu Caro João Paulo:
Muito obrigado pelo manancial de dados! podes mandar-me o teu mail? o meu é abivar arroba sapo ponto pt, se quiseres mandar por mail.
Um abraço,
Tó
P.S.: Um pormenor técnico: quando pões aqui as tuas mensagens é melhor pores como resposta à pessoa a quem te diriges (opção "responder a esta mensagem", depois de se seleccionar a mensagem a que se responde), senão não avisam por mail e a mensagem pode passar despercebida a quem é dirigida...
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RE: Júdice/IIICentenário
Caros Confrades
Já repararam numa “coisa” interessante que nos poderá dar dados preciosos sobre datas e apelidos correctos:
a)
É “história” corrente que (IV) JOSÉ JUDICE, nat. de S. Pedro de Arena, tinha 7 anos quando seus pais vieram para Portugal e foi viver para a Ilha de S. Miguel, Açores, onde a esse tempo vivia um Nicolau Júdice, parente de seu pai, com quem viveu 14 anos e com quem aprendeu gramática latina, filosofia e teologia. Deveria ser eclesiástico.
B) Se repararem no Guauda-Mor do Genea, na monumental obra intitulada “As Genealogias das Ilha Terceira”, de Jorge Forjaz e António Ornelas Mendes, a publicar brevemente, consta o apelido Júdice, o que supõe que vai tratar destes dois familiares, dado desconhecer a ida, passagem ou fixação de quaisquer outros para o Arquipélago dos Açores.
Cumprimentos
João Paulo Esquível
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RE: Júdice/IIICentenário
Bom Dia
Antes de mais achei interessantíssimo este Forum onde por acaso ontem entrei e
saber que há pessoas que real/ se interessam realmente pelas suas raízes! Obgd a todos.
Sou descendente de José Júdice (1702) mais concretamente do ramo Júdice Samora.
Meu Trisavô: Comendador José Júdice de Sequeira Samora foi Governador da Praça-Mor de Albufeira e faleceu em 11.03.1789.
Seria neto de José Júdice acima referido, e filho de 1 filha deste que casou c/ o Major Severino José de Sequeira Samora.
M/ Avó prima portanto em 1º ou 2º grau do conhecido pintor José Júdice Samora Barros, já referido neste Forum, e das suas relações.
Desde ano passado que tento compilar toda a vida de m/Trisavô, mas tirando o
Arquivo da Torre do Tombo (do qual tenho algumas descrições de sua vida militar)
faltam ainda muitos elementos que por curioso que pareça não existem no Arquivo de Albufeira, onde fui informada ano passado que teria sido em gr parte destruído numa inundação há vários anos atrás...
Será que encontrarei alguma coisa em Faro, pois m/Trisavô encontra-se sepultado na Sé de Faro. Se tiver alguma info supl agradecia toda a ajuda possível. Obgd
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RE: Heráldica
ola o nome do meu avô era judicibus, alguem me sabe dizer onde posso pesquisar sobre este nome, pois naõ consigo encontrar informaçao.Obrigado.
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RE: Heráldica
Cara Sofia,
Para responder à sua questão seria útil saber datas, locais, nome completo. Senão só adivinhando.
Cumprimentos
Jliberato
Lisboa
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RE: Heráldica
Se escrever no motor de pesquisa Sapo Judicibus,encontra um site da Famiglie Judicibus e...
RespostaLink directo:
RE: Júdice/IIICentenário
sou claudia pinheiro montenegro e sei a minha ascendência direta, datada de 1634, como de Domingos San Thiago Montenegro - espanhol. Anteriormente a ela tenho informações que esta família montenegro pode ter vindo de Nápoles, gostaria de saber os imigrantes de Nápoles para Espanha, é possível, anterior a 1634.
obrigada,
Boa Pascoa.
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