D. Fernando Luis de Tavares e Távora

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D. Fernando Luis de Tavares e Távora

#99395 | mm81 | 05 set 2005 02:46

Venho por este meio prestar homenagem ao grande homem e arquitecto que foi D. Fernando Luis Cardoso de Menezes de Tavares e Távora, personagem impar da história da arquitectura portuguesa e mesmo mundial.

De certo que terá um contributo tão importante no céu assim como teve na terra.

Manuel Rombert Marques

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RE: D. Fernando Luis de Tavares e Távora

#102652 | rijo | 10 out 2005 03:54 | Em resposta a: #99395

Junto-me à homenagem, deixando este texto da sua autoria:



“Depoimento para uma aula na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 21 de Maio de 1980


Fernando Távora




Eu sei, eu sei

sim, eu sei. Sei-o agora e já há muito tempo o sabia.

Sim, sei, sei isso.

Mas eu sei isso e também sei o contrário.

E é tão difícil saber isso e saber o contrário.

Aceitar isso e não desprezar o contrário.

Sim, eu sei

eu sei que a Terra terá cinco mil milhões de anos

eu sei que a Vida terá mil milhões de anos

eu sei que a “pequena” distância da Terra à Lua anda aproximadamente pelos 400.000 kilómetros.

Eu sei, sim eu sei

eu sei

eu sei que tenho apenas 56 anos de idade, 1,65m de alto e um passo de 70 centímetros.

Sim eu sei,

eu sei

mas sei também

que a praia ficará diferente se eu lhe roubar um grão de areia

eu sei que o mar não será o mesmo se eu lhe chorar uma lágrima

eu sei

que o Universo se altera quando respiro ou mesmo quando penso.

Sei, eu sei, eu sei que venho de longe e vou para longe

sei que não estou apenas aqui mas em muito lado, sei que não vivo “apenas” o tempo que vivo.

Sei que o infinitamente grande é tão infinito como o infinitamente pequeno.

E sei e sei mais e muito mais.

Sei que não sou excepção.

Sei que sou como todos os homens

os que nasceram e morreram

os que hão-de nascer para morrer.

Eu sei que entre mim e os outros há uma eterna e indissolúvel união.

E que os outros precisam de mim, tanto quanto eu deles necessito.

E sei que é este saber-mo-nos infinitamente grandes por sermos infinitamente pequenos que constitui a paixão da Vida.

Eu sei, sim eu sei.

E é sobre esta Vida de paixão que tem sido a minha que vou falar.

Com ironia, com tristeza, por vezes com rancor, mas sempre, sempre com paixão.

Há uns anos pensei um pensamento para gravar numa porta que ofereci, simbolicamente, para a casa de uns amigos.

Esse pensamento pensava simplesmente: faz de cada momento uma Vida.

Ofereci a porta mas não gravei o pensamento.

Gravei-o na memória e procuro praticá-lo no quotidiano.

E é essa paixão pela Vida que quero apaixonadamente transmitir. Porque não vive quem não mergulha permanente
e apaixonadamente na paixão da Vida.

Eu sei, sim eu sei.

Eu sei.”

http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=121632

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