Os nomes de família portugueses têm uma história muito própria. E a formação e a transmissão de apelidos em Portugal tem características únicas que justificam os estudos que têm sido feitos cada vez mais aprofundadamente.
Da Etnografia à Sociologia, da História das mentalidades ao Direito, são muitas as abordagens que podem alicerçar um estudo importante sobre este tema. Ele próprio é um ponto de partida para tantas outras conclusões novas e fundamentadas que interessam ao conhecimento e à cultura.
Investigador de longa data sobre o tema e genealogista, Carlos Bobone é o autor do mais recente ensaio sobre esta matéria: “Os apelidos portugueses – um panorama histórico” que acaba de ser dado à estampa.
Entre muitos outros temas que aí se abordam, percorre as influências anteriores às formações medievais de sobrenomes em Portugal, as normas primitivas e as regras - ou a inexistência delas - que acompanharam o uso de apelidos pelo tempo, a sua difusão na diáspora renascentista pelo novo mundo, a sua transformação na idade moderna e até as singularidades dos apelidos na época contemporânea.
São também estudadas as transformações que resultam dos contactos com outras culturas fora e dentro do território nacional. E igualmente se dá atenção aos critérios de normalização do seu uso a partir do Liberalismo até à República com o advento do Registo Civil, enriquecendo-o ainda com o levantamento da bibliografia e de legislação sobre o assunto.
“Os apelidos portugueses – um panorama histórico”, editado pela D. Quixote neste início de Verão, para além da componente pedagógica e profusamente informativa, proporciona uma leitura agradável que entreterá os leitores em geral e constitui leitura obrigatória para os que se interessam muito em particular pela História da Família e pela Genealogia.
Esta obra pode ser adquirida aqui pelo preço de 22 euros.
24 julho 2017