Ao longo de vários anos, o investigador António Forjó consultou todos os processos de casamento do século XVIII da Câmara Eclesiástica de Lisboa conhecidos por "Sumários Matrimoniais" de que elaborou índices alfabéticos que foram sendo paulatinamente disponibilizados em cadernos fotocopiados na biblioteca da sala de referência do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Tão inesperada quanto surpreendentemente, encontrámos em Novembro de 2018, no site da ASBRAP-Associação Brasileira de Pesquisadores de Genealogia e História, o índice completo deste trabalho da maior relevância para os investigadores portugueses, não só pela importância da informação que, em regra, contêm como, acima de tudo, por permitirem colmatar muita da informação que se perdeu nas igrejas que ruíram ou se incendiaram no dia 1 de Novembro de 1755, consequência do terrível terramoto que abalou todo o país e em Lisboa destruiu, entre outros, os cartórios das igrejas dos Mártires, São Julião, São Nicolau e São Paulo.

Com a devida vénia, transpusémos para o "Nós, Portugueses" esses índices que integram cerca de 65.000 casais e que, numa primeira fase, irão provocar alguma duplicação de registos, nomeadamente nos casos dos casamentos celebrados nas igrejas que escaparam à catástrofe. Mas que, progressivamente, irão sendo eliminados, depois de acrescentarmos a informação da existência do "Sumário Matrimonial" no respectivo registo já existente, mantendo-se apenas como originais os casais cujos assentos de casamento se perderam.

A este respeito, importa lembrar que este núcleo de sumários matrimoniais não se esgota no século XVIII a que estes índices correspondem. Existem processos a partir da segunda metade do século XVII, indexados em fichas elaboradas na Biblioteca Nacional (onde até há alguns anos atrás esteve guardado este núcleo arquivistico antes de ser transferido para a Torre do Tombo) e estão disponíveis para consulta na sala de referência do Arquivo Nacional como existem também, em menor quantidade, dos primeiros anos do século XIX. Os processos posteriores a 1818 estão conservados no Arquivo do Patriarcado de Lisboa.

01 março 2019