Quintas em Montemor-o-Velho

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Quintas em Montemor-o-Velho

#64706 | Vasconcelosminas | 11 mai 2004 12:29

Caros confrades,

Busco informações de toda a sorte referente a pessoas e as quintas e prazos abaixo relacionados, tudo em Montemor-o-Velho, Distrito de Coimbra na primeira metade do século XIX, pertencentes ou a antepassados diretos ou a parentes próximos:

Quinta das Canas, “subúrbio da cidade de Coimbra”, em que viveram as “Ex.mas Srn.ªs Mellos, Mãe e três Filhas”;

Quinta de Val de Louro com o Prazo a ela unido, de que foi direto senhor o Cabido de Coimbra, cujo domínio pertenceu a Violante Eufrásia da Silva Carneiro, mulher de Francisco José Filipe Pires da Costa;

O supra citado Felipe Pires da Costa, teve o domínio do “Serrado da Terra chamado da Cruz, que deita até à Eira, dito à Cruz, no Couto de Verride”.

Dr. José Luís Carneiro de Morais, filho de Angélica da Conceição Marques da Silva, sucessor nos vínculos da Figueira e Tavarede e ainda de “todas as terras de lavoura das Carvalheiras e a fazenda de Vale de Godinho, Oliveiras e a sua costa”.

Os citações entre parênteses foram extraídos de um testamento de um meu parente falecido em 1841, em Lisboa.

Cordialmente,

José Roberto Vasconcelos
Três Rios – Rio de Janeiro - Brasil
os-vasconcelos@bol.com.br
"Não se questiona sobre o que é melhor fazer-se quando o aperto das
circunstâncias só nos faculta indagar o que se pode fazer." Bernardo Pereira
de Vasconcelos.
Pesquisando:
Pereira de Vasconcelos, de Minas Gerais e de Portugal;
Abreu Castelo Branco, de Viseu.
Cunha Sá e Castro, de Ouro Preto e Mariana-MG.
Cunha/Cunha França, de Marvila, Santarém-Portugal;
Cardoso Seara, de Verride, Portugal;
Fonseca e Silva, de Verride, Portugal;
Herédia, de Conceição do Mato Dentro e do Serro-MG;
Herédia de Sá, de Campos e Rio de Janeiro;
Andrade, de Paraíba do Sul-RJ e de S. Pedro do Cota, Viseu.

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Para o Zé Roberto

#64746 | Pedro França | 11 mai 2004 19:36 | Em resposta a: #64706

Caro Zé Roberto:

Achei curioso o seu tópico e resolvi abri-lo. Reparei nos seus assuntos de interesse e posso dizer-lhe algo a respeito.
Em primeiro lugar, o trabalho sobre a "Quinta das Canas" diz-me directamente respeito porque sou um dos co-autores (juntamente com o Dr. Mário Nunes), eu, na especialidade histórica (também há a parte literária por se tratar de um dos recantos bucólicos da cidade de Coimbra). Uma vez que lhe interessa só Montemor-o-Velho, que está localizada a 26 km a oeste de Coimbra, a quinta das Canas pertence a Coimbra, onde está instalada a Guarda Fiscal. É fregª de S.ta Clara/Coimbra, às Lages.
O couto de Verride é pertença do concelho de Montemor-o-Velho mas é freguesia autónoma; não é fregª da vila de Montemor-o-Velho.
Tavarede é fregª do concelho da Figueira da Foz, tal como Figueira da Foz é cidade, sede de concelho, limítrofe do concº de Montemor-o-Velho.
Pronto, com base nestes esclarecimentos e contornos, pode reformular o seu propósito.
Um abraço.
Sempre,
Pedro França

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RE: Para o Pedro França / Quinta das Canas

#64793 | Vasconcelosminas | 12 mai 2004 12:48 | Em resposta a: #64746

Meu caro Pedro,

Suas noticias sobre a referida Q. das Canas me despertaram grande interesse! Perdoa-me, mas parece eu ter confundido a dita quinta como em Montemor-o-Velho quando, conforme a extração do próprio texto denuncia fica nos subúrbios de Coimbra, como bem esclarece.

A referência a tal quinta e a essas Sras. Mello aparece no testamento, em 1838, de um parente Desembargador Fernando Luís Pereira de Souza Barradas, natural de Bresfemias/Coimbra. Destinava meu parente um legado em moedas de ouro em favor das ditas senhoras, o que me chamou a atenção.

Desconheço, para infelicidade minha, o seu trabalho sobre a Quinta das Canas, em Coimbra. Poderia dizer-me se traz alguma informação sobre essas Sras. Mello?

Por outro lado, desconhecer pormenores político-administrativos portugueses acaba, na maioria de nós brasileiros, a causar eventuais desencontros. Os esclarecimentos que gentilmente me traz me são úteis. Obrigado.

Cordialmente,

Zé Roberto Vascocnelos

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Para o Zé Roberto

#64840 | Pedro França | 12 mai 2004 23:13 | Em resposta a: #64793

Caro Zé Roberto:

Para as dúvidas que tiver a respeito das questões político-administrativas, disponha.
Quanto ao meu trabalho, ele está esgotado já faz tempo. Foi editado em Novembro de 1990, em co-autoria, e saiu uma separata em 2ª edição desse mesmo trabalho, em 1995, com o título "A Lapa dos Esteios", porque esse recanto, da quinta das Canas, é também conhecido por esse outro topónimo. A família Melo vem lá referida: é um ramo dos Melos de Arganil que veio a herdar a quinta numa dada altura da sua história. Agora, só fotocopiando..., digo eu...
Pode também contactar a sede do GAAC, responsável rela revista "Munda" onde publico os meus trabalhos:

URL:http://www.gaac.pt
ou ainda:
email: mail@gaac.pt

Bom, diga coisas.
Um abraço.
Sempre,
Pedro França

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Quinta das Canas

#65002 | Vasconcelosminas | 14 mai 2004 14:27 | Em resposta a: #64840

Caríssimo Pedro,

Obrigado pela orientação referente ao GAAC. Infelizmente, como bem diz, a referida publicação está esgotada. Enviei a dita instituição uma mensagem interpelando sobre a possibilidade de uma cópia ou eventual exemplar usado.

Aparentemente, não tenho qualquer ligação com esses Melo. Mas, a atenção dada pelo meu parente nos idos de 1840 as senhoras Melo, o meu parente era solteiro, me deixou com curioso...

Abraços do

Zé Roberto

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RE: Quinta das Canas

#65039 | JCALD | 15 mai 2004 03:14 | Em resposta a: #65002

Caro José Roberto de Vasconcelos:

Já recebeu notícia esclarecedora sobre a Quinta das Canas, da parte do nosso sábio confrade Pedro França.
Gostaria apenas de precisar quem eram as senhoras Melos, nela residentes.
A mãe era D. Teresa Rita Ferreira Freire de Sousa Castelo Branco, uma das filhas mais novas de José António Ferreira Ferrão Castelo Branco e de D. Isabel Rita Freire de Sousa Corte-Real, senhores da Casa dos Ferreiras Ferrões, em Santiago a par de Seia, em cuja Capela casou a 28 de Setembro de 1788 com seu múltiplo parente, o Doutor José Feliciano de Melo Godinho da Fonseca e Bulhões, que nascera em Arganil em 1735, mas apenas aos cinquenta anos sucedeu na grande Casa de seus maiores em Arganil, por morte do irmão primogénito, solteiro e sem geração. Como filho segundo, tinha-se dedicado aos estudos, frequentando a Universidade de Coimbra, onde se formou em Cânones em 1757 e se licenciou e doutorou em Leis no ano seguinte. Tiveram 7 filhos, dos quais 3 eram as referidas senhoras, nas quais, uma após outra, veio a recair, por morte dos irmãos, a sucessão da casa de Arganil.
A mais velha, D. Maria de Melo Freire de Bulhões, que vivia na companhia do irmão morgado, n. em Arganil a 26-3-1792 e aí f. solt.ª a 22-5-1853.
A seguinte, D. Maria José de Melo Freire de Bulhões, foi b. em Arganil a 2-6-1795 e + na quinta das Canas em Coimbra a 9-11-1854. Casou em Coimbra (depois da morte do irmão) a 16-5-1844 com o general Henrique da Silva da Fonseca Cerveira Leite, 1º Barão (1834) e 1º Visconde de Alcobaça (1841) com grandeza, par do Reino, do conselho de S. M., Comendador da Ordem de S. Bento de Avis, Oficial da Torre e Espada, Condecorado com a Cruz nº 1 das Campanhas da Guerra Peninsular e com as medalhas de Vitória e Campanha de 1813 por Sua Magestade Católica, Marechal de Campo Graduado e Vogal Suplente do Supremo Tribunal de Justiça Militar, Moço Fidalgo com Exercício no Paço, Senhor das Casas de Ramalde e das Taipas por sucessão de sua Mãe, etc., n. no Porto, na Quinta das Taipas, fregª da Vitória, a 30-7-1784 e + Coimbra, na Quinta das Canas, a 15 ou 16-1-1852, sendo sepultado na Sé. Era f.º primogénito de Pedro da Silva da Fonseca de Bourbon (fº 3º da Casa de Alcobaça) e de D. Ana Maria Francisca da Silveira Leite Pereira Pinto (Herdeira das Casas de Ramalde e das Taipas), neto paterno de Manuel Pedro da Silva da Fonseca (Superintendente das Coudelarias da Comarca de Alcobaça, onde nasceu) e de D. Antónia Rita de Bourbon (n. de Lisboa, fregª do Socorro) e neto materno de Henrique da Cerveira Leite Pereira (Morgado de Ramalde e Senhor de Grande Casa) e de D Antónia Joaquina da Silveira Pereira Coutinho de Vilhena (n. de Canelas). Sem geração.
Finalmente a mais nova das irmãs e última representante dos morgados de S. Pedro em Arganil, de São Carlos de Isna e da Serra dos Freitas em Aljubarrota, sucessora de toda a grande casa de seus maiores, foi D. Maria Isabel de Melo Freire de Bulhões, n. Arganil, b. a 21-7-1797 e + na Quinta das Canas em Coimbra (S.ta Clara), a 22-8-1879. Casou a 17-6-1855 (depois da morte da irmã antecedente) c. D. José Maria de Vasconcelos de Azevedo e Silva Carvajal, bacharel em Direito (U. C. 28-5-1845), moço fid. com exercício na C. R., deputado da Nação às Cortes de 1857, presidente do município de Coimbra no biénio de 1864 - 1865, visconde das Canas (1865), conde da Quinta das Canas (1870). O título foi no entanto usado sob a forma abreviada de Conde das Canas. O Conde foi baptizado em Elvas, freguesia do Salvador, a 20-10-1813 e f. na Quinta das Canas a 15-5-1879. Foram inumados no jazigo dos Mancelos Ferrazes (herdeiros da Condessa) no Cemitério da Conchada em Coimbra e depois solenemente trasladados para a Capela de São Pedro ou dos Melos na Matriz de Arganil, a 22-8-1924, por iniciativa da Santa Casa da Misericórdia, principal beneficiária do testamento da Condessa das Canas. O Hospital de Arganil tem o nome dessa titular e foi-lhe erguido um monumento no jardim.
Na época as ditas senhoras deviam habitar em permanência a Quinta das Canas, pois o solar de Arganil tinha sido completamente reduzido a cinzas durante as invasões napoleónicas e nunca foi reconstruído, erguendo-se hoje no seu lugar o referido Hospital.
A razão de as senhoras Melos serem contempladas no testamento de seu parente Fernando Luís Pereira de Sousa Barradas deve estar ligada ao facto de ele ter sido o 2.º Corregedor da enorme Comarca criada 1792 com sede em Arganil, após a extinção da Ouvidoria do Bispo-Conde.
Na época do testamento, ainda o Coronel José de Melo Freire de Bulhões vivia em Arganil. Só depois da sua morte é que as irmãs casaram e ambas com partidários do novo regime. É pois de supor que o irmão se opunha aos casamentos, talvez por motivos políticos. Como o seu parente também era afecto ao partido liberal, seria também ele um pretendente não aceite pelo Morgado?

A propósito da naturalidade do Desembargador, penso que seja Brasfemes, uma freguesia suburbana de Coimbra. E será naturalidade ou residência? As habituais obras de consulta dão-no como nascido em Minas Gerais.

Quanto a Francisco José Filipe Pires da Costa, penso que esteja aparentado com outro Corregedor de Arganil, o Doutor José Filipe Pires da Costa, n. de Coimbra, Doutor em Cânones (1806), Corregedor de Arganil por Carta de 10-11-1817 (D. João VI). Era filho de Bento Filipe, n. do Couto de Verride, farmacêutico e droguista em Coimbra e de D. Maria Angélica Gomes de Carvalho, n. de Eiras, subúrbio de Coimbra. Bento Filipe, era filho de António Rodrigues Coelho Filipe e de Mariana da Costa (segundo o seu processo de habilitação a partido boticário em 1761).

Cumprimentos,

José Caldeira

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Quinta das Canas/Pires da Costa

#67065 | Vasconcelosminas | 09 jun 2004 20:05 | Em resposta a: #65039

Caríssimo José Caldeira,

Perdoa-me, por favor, a demora em retornar sua colocação, aliás para mim extremamente (como sempre) rica em conteúdo.

Fernando Luís Pereira de Souza Barradas era natural e batizado sim de Brasfemes, e não em Minas Gerais, e assim aparece numa sentença de habilitação no Bispado de Mariana, expedida em 1779. Já a residência habitual de Fernando Luís era em Lisboa, em casas no Chiado, dispondo ainda de vários prazos de vida nos arredores de Lisboa e em Montemor-o-Velho que pouco freqüentava. Faleceu solteiro, sem sucessão e muito rico, apesar de ter perdido consideráveis somas durante o reinado de D. Miguel.

Comungo da sua especulação de que Fernando Luís ter sido um pretendente de uma Melo, pois estranho ter ele deixado em testamento legado em moedas de ouro a mãe e filhas Melo sem que, até onde se saiba, não havia nem mesmo uma simples ligação de compadrio entre a família dele e as tais senhoras.

Quanto aos dois Filipes Pires da Costa não me restam dúvidas tratarem-se de parentes muito próximos, talvez pai e filho. Uma minha parenta Violante Eufrásia da Silva foi casada com o Francisco Filipe e residiram numa quinta chamada Val de Louro em Montemor-o-Velho e desses, infelizmente, nada mais sei. Acaso teria algum elemento sobre a eventual sucessão do José Filipe? Verride é a terra natal de Jacinta Teresa da Silva, mãe de Fernando Luís acima referenciado. O fato do pai de Francisco Filipe, o Bento Filipe, ser natural da mesma freguesia me aguçou a curiosidade.

Cordialmente,

José Roberto

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RE: Quinta das Canas/Pires da Costa

#67426 | JCALD | 14 jun 2004 03:16 | Em resposta a: #67065

Caro José Roberto de Vasconcelos:
Agradeço a sua mensagem.
Não tenho conseguido enviar-lhe uma mensagem para nenhum dos seus e-mail.
Poderá, por favor, enviar-me uma mensagem para o meu (jcaldarrobavizzavipontopt), para lhe enviar a mensagem em resposta.
Trata-se do assunto exposto através do confrade João Cordovil Cardoso.
Antecipadamente grato,
José Caldeira

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Quintas em Montemor-o-Velho

#424657 | Vitália Santos | 02 jun 2020 22:13 | Em resposta a: #64706

Caro José Caldeira,

Tal como o seu parente, Fernando Luís Pereira de Souza Barradas, também eu sou natural de Brasfemes/Coimbra/Portugal.

Pode-me p.f. informar como posso aceder ao testamento dele de 1838?
Estará ele acessível online em algum dos acervos públicos?

Atenciosamente
Vitália Santos

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