Quinta das Hortas - Coimbra

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Quinta das Hortas - Coimbra

#296799 | Kalokas | 09 fev 2012 05:15

Proprietários?
Localização?
Quem viveu (épocas)
Se existia fonte?

Resposta

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RE: Quinta das Hortas - Coimbra

#296802 | alucas | 09 fev 2012 10:42 | Em resposta a: #296799

Localiza-se no vale da Arregaça, a poente da Quinta da Saudade (entre o campo de futebol do União, a nascente, e a antiga Fábrica de Porcelanas, a poente, e entre a Rua da Fonte do Castanheiro/Rua Nova do Loureiro, a sul, e a linha da Lousã, a norte). Na antiga mata, junto à Rua da Fonte do Castanheiro, existiu uma mina e uma fonte, que foi muito procurada pela qualidade das suas águas. As águas da fonte ficaram imprórias para consumo após a urbanização da zona envolvente a partir dos anos 1960 (bairro Marechal Carmona/actual Norton de Matos, etc) e a subsequente contaminação por esgotos domésticos da antiga Vala Real da Arregaça que atravessa a quinta. A Quinta das Hortas foi propriedade de Adriano Viegas da Cunha Lucas (1883/1950) que a adquiriu nos anos 1930/1940 a uma família Pires, que aí viveu anteriormente. Entre 1950 e 2011 foi propriedade de seu filho, Eng. Adriano Lucas (Adriano Mário da Cunha Lucas, 1925-2011), que também aí residiu, e continua na propriedade da família. Com o incremento da urbanização na envolvente e do consequente aumento da impermeabilização dos solos e, especialmente, devido à incúria das autoridades competentes (Câmara Municipal, Direcção de Hidráulica, etc) a antiga Vala Real continuou até aos anos 1990 como colector de esgotos domésticos, a céu aberto, com caudais muito aumentados em enxurrada, alagando todo o vale com águas sujas. Os terrenos deixaram de poder ser agricultados e a casa, construida em 1910, deixou de ser habitada no final dos anos 1970 por falta de condições de salubridade. Foi, a partir de então, assaltada várias vezes e, num acto de vandalismo de que a Polícia Judiciária não conseguiu identificar os responsáveis, foi incendiada e ardeu totalmente em 1982. Restaram as paredes exteriores, que ainda se vêem no local arruinadas. O proprietário, Adriano Lucas, ainda pretendeu reconstruir a casa mas, entretanto, o projecto do Metro Mondego, ao prever o alargamento da plataforma da ferrovia e da futura via adjacente, inviabilizou a reconstrução no mesmo local. A Quinta das Hortas, que era de uma grande beleza, foi pintada pelo grande pintor de Coimbra, José Contente, num óleo datado de 1950, onde figura o lago com as estátuas das quatro estações que, na onda de assaltos dos anos 1980, foram roubadas e perderam-se.

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RE: Quinta das Hortas - Coimbra

#297603 | milaseabra | 19 fev 2012 10:25 | Em resposta a: #296802

Caro Confrade

Esta Quinta das Hortas a que se refere alucas não é a que as pessoas em Coimbra conhecem por Quinta das Hortas. A verdadeira, que era habitada pelo Sr João das Hortas (João Marques), D. Emília e seus filhos Duarte, Fausto Glenn e 2 filhas, confrontava com a do Eng Adriano Lucas e chegava até à Rua da Fonte do Castanheiro até à Quinta do Sr Colandrino Simões e incluia umas pequenas casas, uma das quais habitada pela Família Homem.

Cumprimentos,

Emília Seabra

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RE: Quinta das Hortas - Coimbra

#299163 | alucas | 08 mar 2012 00:13 | Em resposta a: #297603

Cara Emília Seabra

Ambas as quintas são verdadeiras e confinantes. Provávelmente resultaram da divisão de uma propriedade original mais vasta, mantendo ambas a denominação Quinta das Hortas. A que anteriormente referi, que foi propriedade do Eng. Adriano Lucas, situada a nascente da que refere, mantem a denominação Quinta das Hortas pelo menos desde 1882. Esta data estava inscrita na Fonte da Quinta da Hortas, localizada no interior do vale junto ao antigo Lago com as estátuas das quatro estações, entretanto desaparecidas. Esta fonte, bem como o lago, figuram numa interessante fotografia da época que poderá ver em

http://encontrogeracoesbnm.blogspot.com/2011/05/fontanarios-de-coimbra.html

poderá encontrá-la no google em "Fontanarios de Coimbra Quinta das Hortas"

Esta fonte nada tem a ver com a Fonte do Castanheiro, a que fiz referência na mensagem anterior, situada no sopé da encosta do lado sul.

Cumprimentos

A. Lucas

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RE: Quinta das Hortas - Coimbra

#302828 | Kalokas | 14 abr 2012 04:28 | Em resposta a: #299163

Caro(a)s Confrades A. Lucas e Emília Seabra
Começo por agradecer os minuciosos esclarecimentos e justificar o razão do interesse que tive por conhecer a Quintas das Hortas. O postal ilustrado que A. Lucas refere, cuja cópia publicada no blog do Encontro de Gerações do BMC/BNM, foi justamente o embrião desta aventura. A fonte e o lago com as estátuas das quatro estações despertaram a curiosidade de poder encontrar vestígios naquele espaço. De máquinas em punho, eu e um amigo meu que também é um apaixonado por questões do passado, invadimos o vale. Percorremos os terrenos pantanosos que mais parecia um arrozal, espreitámos para dentro das ruinas da casa que A. Lucas refere, tentámos penetrar num magnífico bambuzal, passamos pela vala a céu aberto que agora sabemos que se chama “Vala Real” e conhecemos a responsabilidade de assim estar, tirámos algumas fotografias e até tivemos direito a quedas (sem gravidade); vestígios do que procurávamos, nada! Valeu-nos ao menos não sermos intercetados e proibidos de andar em propriedade alheia… 
Com objetivo principal não atingido, só agora com estas descrições ficámos a saber um bocadinho mais sobre aquele espaço. No momento, tentámos delimitar o espaço considerando os limites idênticos aos que são descritos por A. Lucas e isolamos a “Quinta da Saudade” desta epopeia. Tínhamos conhecimento por “ouvi dizer” que é da família do Senhor Eng. Adriano Lucas, mas desconhecíamos completamente esta junção com parte da “Quinta das Hortas”. Achamos que valeu a pena! Já agora, e não querendo abusar, gostaríamos de saber quatro coisas:
1- se depois da divisão as entradas passaram a ser uma por um portão com cantaria que está paralelo à linha de Comboio já próximo da rua que vai para o Campo da Arregaça e a outra pela viela que vem da “Quinta de D. João” num sítio chamado “Lameiro”. Se assim é confirma a delimitação que a Confrade Emília Seabra refere, uma vez que a quinta foi dividida por uma linha de Norte para Sul ;
2- Se a “Fonte do Castanheiro” pertence a alguma das quintas que continuamos a denominar de “Qtª. das Hortas”;
3- Se há alguma noção de poder datar o postal;
4- Se o figurante no postal está identificado pela família.
Peço imensa desculpa pelo incómodo e agradeço a vossa disponibilidade que foi decisiva para o nosso esclarecimento.
Os meus cumprimentos
Carlos (Kalokas)

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