Morgado Velho de Benavente

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Morgado Velho de Benavente

#435968 | peninha | 30 ago 2021 11:32

Caros Confrades,

Procuro informação sobre o Morgado Velho de Benavente.

Com os meus cumprimentos,
António Pena Monteiro

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Morgado Velho de Benavente

#437857 | peninha | 30 nov 2021 14:05 | Em resposta a: #435968

Caros Confrades,

Nos registos paroquiais de Benavente apenas encontrei duas pessoas a que é atribuída a titularidade de um morgadio. São eles:

- DOMINGOS FERNANDES, morgado, ( + Benavente 14.12.1615, deixou testamento e por testamenteiro seu filho Miguel Vieira, M2 fols. 252), foi casado com HELENA VIEIRA (+, viúva, em 6.7.1620, na mesma vila, em casa de seu filho António Monteiro, M2 fols. 259).

- ANTÓNIO MONTEIRO, morgado, (+ Benavente 25.7.1622, M2 fols. 262), natural de Benavente, filho de Domingos Fernandes, morgado, e de Helena Vieira. Na vila de Benavente, em 3.6.1601, casou com MARGARIDA GOMES, também nomeada Margarida Gomes Preta (1) (+ Benavente 4.10.1619, M2 fols. 256).

António Monteiro, morgado, viúvo de Margarida Gomes, casou segunda vez com MARGARIDA TAGARRO (?) DA FONSECA. Com geração.

António Monteiro, tal como seu pai, Domingos Fernandes, no assento do seu óbito também é identificado como morgado.

Nos registos paroquiais da vila de Benavente (N. S. da Graça) não mais encontrei referência à titularidade desse morgadio.

Aliás, nestes registos paroquiais não encontrei mais nenhuma pessoa a que lhe fosse assinalada a titularidade de um morgadio.

Do casamento de António Monteiro (morgado) com Margarida Gomes, pelo menos, houve a geração seguinte:

I- MANUEL VAZ PRETO, baptizado a 21.3.1602, filho de António Monteiro e de Margarida Gomes, foram padrinhos Lourenço Vaz Preto, e Maria Salva, (M2 fols. 7 v.º). Faleceu em 17.3.1619, (M2 fols. 255 v.º);

II- (O Licenciado) LOURENÇO VAZ PRETO, baptizado a 12.8.1604, filho de António Monteiro e de Margarida Gomes, foram padrinhos Manuel Vaz, e Maria Barrosa, (M2 fols. 21 vº). No ano de 1628, formou-se em Leis na Universidade de Coimbra.

III- DOMINGOS, baptizado a 17.8.1606, filho de António Monteiro e de Margarida Gomes, foram padrinhos Manuel Vaz, e Maria Barrosa, (M2 fols. 30);

IV - ANTÓNIO MONTEIRO, também nomeado António Vaz Preto Monteiro (2), baptizado em 12.7.1608, filho de António Monteiro e de Margarida Gomes, foram padrinhos Miguel Vieira, e Maria Correia, (M2 fols. 40); casou com MARIA FRANCA (3), também nomeada Maria Franca da Cunha, baptizada em 20.4.1608, filha de Gaspar Lourenço, também nomeado Gaspar Lourenço Pestana, e de Margarida da Cunha, também nomeada Margarida da Cunha Franca, neta paterna de Lourenço Rodrigues e de Maria Pestana, neta materna de Gil Simões e de Maria Franca. (Deste casamento, pelo menos, houve uma filha e três 3 filhos, entre estes: MANUEL VAZ PRETO MONTEIRO que segue no § 1.

V - MARGARIDA GOMES, também nomeada Margarida Gomes Preta, baptizada em 19.8.1610, filha de António Monteiro e de Margarida Gomes, foram padrinhos Manuel Vaz Preto, e Joana Freire, (M2 fols. 49); Na vila de Benavente, em 17.6.1626 casou com SIMÃO CORREIA FRANCO** (+ 26.8.1637, M2 fols. 279), viúvo, também natural da vila de Benavente onde foi baptizado em em 9.11.1576, filho de Gil Simões e de Maria da Franca, (M1 fols. 48); [No assento deste casamento, M2 fols. 244 v.º, o nubente é nomeado Simão Correia da Cunha e a nubente Margarida Gomes]. Com geração.

VI - MARIA, baptizada em 25.3.1613, filha de António Monteiro e de Margarida Gomes, foram padrinhos Álvaro Caria, e Isabel Teixeira, (M2 fols. 61);

§ 1

MANUEL VAZ PRETO MONTEIRO, baptizado em 8.11.1633, filho de António Monteiro e de Maria Franca, (M2 fols.191), neto paterno de António Monteiro (morgado) e de Margarida Gomes, neto materno de Gaspar Lourenço Pestana e de Margarida da Cunha Franca; casou com D. CATARINA DE MELO, natural da vila de Alhandra, filha de Luís Rodrigues Evangelho e de Luísa da Costa de Melo, naturais da mesma vila de Alhandra, neta paterna de Brás Cordeiro e de Catarina do Monte, naturais e moradores em Lisboa, neta materna de António Tomé da Costa, também nomeado António Homem da Costa, e de Guiomar Rodrigues Barrosa, naturais e moradores em Alhandra.

Na ascendência de Manuel Vaz Preto Monteiro, pese embora os indícios apontem para que o “Vaz Preto “provenha da sua Avó Paterna, Margarida Gomes, até ao presente, não encontrei documento que me permita este entroncamento.

O programa Adobe instalado no meu computador não está a funcionar pelo que estou sem acesso à obra de Felgueiras Gaio.

Todavia, de memória, recordo que há lapsos em Felgueiras Gaio, afigurando-se-me a que não terão sido alheios a existência na vila de Benavente, num período temporal tão estreito, quanto longínquo, de dois Antónios Monteiro (pai e filho) e de alguns Manuéis Vaz Preto, bem como, Lourenços Vaz Preto.

No entanto, para que, querendo, se possa melhor avaliar as asserções de Felgueiras Gaio, no final, segue o ANEXO I em que consubstancio a minha pesquisa relativa aos Vaz Preto.

Mais sucede que, com base na obra de Felgueiras Gaio, há quem atribua a titularidade do Morgadio Velho de Benavente a MANUEL VAZ PRETO MONTEIRO.

As minhas pesquisas das gentes Quinhentistas de Benavente, em regra, fundam-se em fontes primárias e não em fontes secundárias. Daí, que venha a este Fórum em busca de informação, com o objectivo de tentar perceber se há notícia de documentação referente a este morgadio.

Procuro saber quem nele antecedeu a Domingos Fernandes, bem como, quem nele sucedeu ao seu filho António Monteiro. Na esperança de que a documentação referente ao morgadio traga alguma informação sobre os ascendentes de Domingos Fernandes, morgado, que é um quebra-cabeça. Desde logo, porque desconheço a sua filiação...

Todavia, no que respeita à sucessão na titularidade deste morgadio, a minha suspeita é que a António Monteiro (morgado) terá sucedido o seu filho: - O Licenciado LOURENÇO VAZ PRETO, baptizado a 12.8.1604.

Pese embora duvide que Manuel Vaz Preto Monteiro tenha sido titular do morgadio, por si só, ele é uma figura interessantíssima.

A Manuel Vaz Preto Monteiro, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, escrivão da câmara de S. Alteza e do despacho do Tribunal da Mesa de Consciência, sucedeu ter sido infamado de cristão-novo na sua habilitação a familiar do Santo Oficio, que teve o seu inicio no ano de 1675 e terminus em 1683, em que não obstante ter sido bem sucedido, teve consequências terríveis para os seus descendentes, ao ponto de um seu neto - Agostinho Correia de Melo - numa simples habilitação para ordens menores e sacras, ser confrontado com esta infamação (AD Évora, Requisitórias, Cx 32, nº829), bem como, pelas implicações que esta infamação acarretou para outros ramos da descendência do seus avós paternos Gaspar Lourenço Pestana e Margarida da Cunha Franca...

Por outro lado, quem hoje, com acesso franco ao processo de habilitação a familiar do Santo Oficio de Manuel Vaz Preto Monteiro e às fontes primárias, nomeadamente aos registos paroquiais Benavente, se disponha aprofundar a questão, quiçá venha a concluir fundamentadamente que - se os processos do Santo Ofício não fossem secretos - Manuel Vaz Preto Monteiro e os demais infamados teriam tido fortes probabilidades de demonstrar a urdidura da infamação.

Com os meus cumprimentos,

António Pena Monteiro



(1) No processo de habilitação no Santo Ofício de Manuel Vaz Preto Monteiro, no depoimento de Inácia Carreira de Bruges, do ano de 1678, é nomeada Margarida Gomes Preta, fols. 68 a 69 vº.

(2) Na requisitória, dos anos dos 1711-1714, do seu bisneto Agostinho Correia de Melo para se proceder a diligências de genere por parte do avô paterno do justificante, Manuel Vaz Preto Monteiro, para se ordenar de ordens menores e sacras. AD de Évora, Requisitórias, Cx. 32, nº 829.

(3) MARIA FRANCA, também nomeada Maria Franca da Cunha, viúva de António Monteiro, em 27.2.1645, em Salvaterra de Magos onde era moradora, casou com TOMÉ SEQUEIRA DE ARAÚJO ( + Salvaterra 9.10.1668), também nomeado Tomé de Figueira, de Vila Viçosa, viúvo de Mariana de Serpa.). Com geração deste casamento. Faleceu viúva, em 19.9.1679, em Salvaterra de Magos.

*Este António Monteiro (que foi morgado) foi Provedor da Misericórdia de Benavente no ano de 1617.

** Este SIMÃO CORREIA FRANCO, também nomeado Simão Correia da Franca, bem como, Simão Correia da Cunha, e ainda Simão Correia, foi Provedor da Misericórdia de Benavente nos anos de 1627 e de 1637. Nota : Este Simão Correia Franco é TIO MATERNO de outro do mesmo nome, baptizado em 20.2.1611, filho de Gaspar Lourenço, também nomeado Gaspar Lourenço Pestana, e de Margarida da Cunha, também nomeada Margarida da Cunha Franca, neto paterno de Lourenço Rodrigues e de Maria Pestana, neto materno de Gil Simões e de Maria Franca. Simão Correia Franco este que foi Provedor da Misericórdia de Benavente de 1650 a 1652.

ANEXO I

MANUEL VAZ PRETO (N1)

MANUEL VAZ PRETO (N1), também nomeado por Manuel Vaz, tabelião na vila de Benavente, mordomo do Hospital do Espírito Santo no ano de 1550, foi casado com MARGARIDA GOMES.

Manuel Vaz Preto, tabelião, faleceu em 20.6.1585, deixou testamento e por testamenteiros sua mulher e o seu genro Dinis da Costa, M1 fols. 239;

Deste casamento, pelo menos, houve a seguinte geração:

- MANUEL VAZ PRETO, baptizado em 19.9.1568, filho de Manuel Vaz Preto N1, neste assento nomeado por Manuel Vaz, e de Margarida Gomes, foram padrinhos Simão da Cunha, e Francisca Nunes, M1 fols. 14; segue no § 1

- GUIOMAR, baptizada em 1.3.1571, filha de Manuel Vaz Preto N1, neste assento nomeado por Manuel Vaz, e de Margarida Gomes, foram padrinhos Rui Viegas, e Violante de Meira, M1 fols. 21 v.º;

- LOURENÇO VAZ PRETO, baptizado em 17.8.1574, filho de Manuel Vaz Preto N1 e de Margarida Gomes, foram padrinhos Rui Viegas, e Maria Fernandes Pinta mulher de Francisco Fernandes Madeira, M1 fols. 38; segue no § 2

- JERÓNIMA, filha de Manuel Vaz Preto N1, nomeado no assento do óbito desta sua filha por Manuel Vaz, tabelião nesta vila, e de sua mulher Margarida Gomes, faleceu em 27.8.1574, M1 fols. 202;

Os registos paroquiais de Benavente registam ainda outra filha de Manuel Vaz Preto N1:
- ISABEL MANUEL, também nomeada Maria Manuel, filha de Manuel Vaz Preto N1 não mencionado contudo a sua filiação materna, que em aberto se deixa., foi casada com DINIS DA COSTA, onde segue.

§ 1

- MANUEL VAZ PRETO, baptizado em 19.9.1568, filho de Manuel Vaz Preto N1 e de Margarida Gomes, M1 fols. 14; escrivão na vila de Benavente; foi casado com MARIA SALVA.
Maria Salva faleceu em 14.1.1612, deixou testamento e por testamenteiro seu marido, M2 fols. 250;
Manuel Vaz Preto faleceu em 20.7.1615, M2 fols. 251 v.º;

§ 2

LOURENÇO VAZ PRETO, baptizado em 17.8.1574, filho de Manuel Vaz Preto N1 e de Margarida Gomes, M1 fols. 38; em 7.2.1600 casou com MARIA BARROSA VELHA, M1 fols. 162 v.º;

DINIS DA COSTA

DINIS DA COSTA, filho de Tomé Dinis, foi casado com ISABEL MANUEL , também nomeada Maria Manuel, filha de Manuel Vaz Preto N1.

Dinis da Costa faleceu em 26.1.1625, M2 fols. 265.

Deste casamento, pelo menos, houve a seguinte geração:

- MARIA baptizada em 16.6.1583, filha de Dinis da Costa e de Isabel Manoel, foram padrinhos Miguel Perdigão, e Madalena de Siqueira, M 1 fols. 59; de crisma foi seu padrinho Frei João Cordeiro, M1 fols. 98;

- ISABEL, baptizada em 12.4.1587, filha de Dinis da Costa e de Isabel Manoel, foram padrinhos Miguel Perdigão, e Madalena de Siqueira, M1 fols. 66 v.º;

- JERÓNIMO, baptizado em 19.5.1591, filho de Dinis da Costa e de Isabel Manoel, foram padrinhos Manuel Frade, e Margarida Gomes, M1 fols. 84;

- SIMÃO, baptizado em 4.11.1593, filho de Dinis da Costa e de Isabel Manoel, neste assento nomeada Maria Manuel, foram padrinhos…, M1 fols. 91 v.º;

- ANA DA COSTA, também nomeada Ana da Costa Manoel, filha de Dinis da Costa e de Isabel Manoel ; de crisma foi seu padrinho Frei João Cordeiro, M1 fols. 98; segue no § 3

-PAULA DA COSTA, filha de Dinis da Costa e de Isabel Manoel, de crisma foi seu padrinho Frei João Cordeiro, M1 fols. 98;

§ 3

-ANA DA COSTA, também nomeada Ana da Costa Manoel, filha de Dinis da Costa e de Isabel Manoel ; em 14.10.1615 casou com PEDRO BARBOSA DA CUNHA, filho de António da Cunha Cardoso, foram testemunhas Lourenço Vaz Preto, António da Cunha Cardoso, João de Almada Farinha, M2 fols. 223 v.º.

Deste casamento pelo menos houve:

- MARIA, baptizada 28.12.1616, filha de Pedro Barbosa da Cunha, neste assento nomeado Pedro Barbosa, e de Ana da Costa, foram padrinhos Dinis da Costa, e Paula da Costa;

-ANTÓNIO, baptizado em 27.9.1618, filho de Pedro Barbosa da Cunha e de Ana da Costa, neste assento nomeada Ana da Costa Manoel, foram padrinhos Lourenço Vaz Preto filho de Manuel Vaz Preto, e Paula da Costa filha de Dinis da Costa, M2 fols. 87 v.º;

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#437865 | peninha | 30 nov 2021 22:01 | Em resposta a: #437857

*Inácia Carreira, também nomeada Inácia Carreira de Bruges, natural da vila de Benavente onde foi baptizada em Agosto de 1607, filha de Miguel Vieira e de Isabel Teixeira, (M2 fols. 35), neta paterna do Domingos Fernandes, morgado, e de Helena Vieira, neta materna de Sebastião Teixeira e de Inácia de Bruges (que foram moradores no casal da Várzea da Meã, freguesia de S. João Baptista da vila de Coruche); na vila de Benavente, em 25.10.1626, casou com GREGÓRIO LEITÃO, também nomeado Gregório Leitão Baracho, viúvo, natural da mesma vila de Benavente, onde foi baptizado em 27.12.1594, filho de Luís Vaz, também nomeado Luís Vaz Pinheiro e de Isabel Leitoa. Com geração.

Rectificação: Na mensagem #437857 onde se lê “...pelas implicações que esta infamação acarretou para outros ramos da descendência do seus avós paternos Gaspar Lourenço Pestana e Margarida da Cunha Franca... “, deve ler-se “...pelas implicações que esta infamação acarretou para outros ramos da descendência do seus avós maternos Gaspar Lourenço Pestana e Margarida da Cunha Franca... “.

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