Bulhões, de Arouca, séc. XVII

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Ajuda no Rio de Janeiro

#97871 | Carlos Silva | 13 ago 2005 17:10

Caros colegas,

Algum colega do Brasil me pode dar um ajuda, conseguindo os dados do obito do comendador Manuel Ferreira Machado, falecido no Rio de Janeiro a 17 de outubro de 1896?

Agradeço
Melhores cumprimentos

Carlos Silva

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Ajuda no Rio de Janeiro: sec. XVII-XVIII

#97874 | victorferreira | 13 ago 2005 18:37 | Em resposta a: #97871

Confrade Carlos Silva,
Peço a sua licença para acrescentar outro pedido neste tópico (para não estar a multiplicar tópicos ...):

A- informações acerca de um Ouvidor Geral, António Corrêa de Bulhões que foi O.G. do Rio de Janeiro (Chancelarias de DJoão IV, Liv. 13, fl. 186), que o autor da Pedatura Lusitana, Alão de Morais, diz ter ido para o Brasil com o seu irmão (Gaspar ou Gabriel) e ambos casado com duas irmãs
1. quem foi a sua esposa ( e a sua cunhada)?
2. terá tido descendência?
3. o Zacarias de Bulhões, citado numa genealogia madeirense de 'Andradas por fémea', casado com Jerónima da Cunha, e dito como 'filho de António Correia, de Viseu', será seu filho?

B- O irmão de António, Gaspar Corrêa, que com ele foi para o Brasil. Provavelmente sobre ele diz-se no Registo Geral de Mercês, num alvará de 20-10-1649 que, "estante no Brasil e filho de António Correia", prometia uma "pensão de 20$000rs em Comenda da Ordem de Cristo com o hábito dela para a pessoa que casar com uma sua filha", e logo a seguir, a 24-11-1649 "um ofício de justiça, fazenda ou guerra para quem casar com a sua filha". A pobre rapariga devia ter dificuldades em arranjar namoro ...
Mas também se diz sobre Gaspar/Gabriel que faleceu a 5.11.1639 em Viseu, deixando herdeira sua irmã Helena do Amaral. Ou não será 1639 e sim 1659 (não vi o original) ou há uma incompatibilidade de datas. Seriam coincidências a mais para não ser a mesma pessoa.

Algum confrade no Rio (ou em outro lugar qualquer) já teve a oportunidade de encontrar algum destes personagens nos documentos que pesquisou e queira partilhar alguma informação?

Os meus agradecimentos antecipados
VF

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Bulhões, de Arouca, séc. XVII

#97888 | amtf | 13 ago 2005 23:38 | Em resposta a: #97874

Caro Victor Ferreira,

Permita-me que o cumprimente pelas suas sempre bem humoradas e didácticas intervenções no Fórum.
Certamente o Santo dos genealogistas (se existe algum?) já lhe reservou um lugar no Céu pela sua paciência ecuménico-genealógica.

Escrevendo sobre o que interessa, nas "Habilitações para o Santo Ofício do Distrito de Aveiro" encontrei um António do Rego Correia, morador em Arouca, casado com Maria da Silveira e Vasconcelos, natural de Arouca, filha de Inácio de Almeida Cabral e de Isabel Mendes de Bulhões, neta materna de Cristovão Mendes de Vasconcelos e de Maria da Silveira de Bulhões, ambos de Arouca.
Ter-se-á habilitado em 1623 e a cota nas habilitações para o SO é: António, Maço 3, Dilig. 129.

Será este o António Correia que procura? Morador em Arouca mas natural de Viseu? Pai de António Correia de Bulhões e de Gaspar?
É muito especulativo mas quem sabe poderá ser uma pista...

Os melhores cumprimentos do,
António Maria Fevereiro

PS: Um grande abraço a Carlos Silva, iniciador do tópico, com votos de "boa colheita"

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RE: Bulhões, de Arouca, séc. XVII

#97889 | amtf | 13 ago 2005 23:39 | Em resposta a: #97888

fevereiro arroba gmail ponto com

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Bulhões da Beira séc. XV-XVIII

#97912 | victorferreira | 14 ago 2005 17:23 | Em resposta a: #97888

Caro António Maria,
[o meu recente ataque de paciência tem um nome. Mais precisamente, dois: férias e uma lesão muscular na perna (gostaria de me encontrar com o fulano que anda aí a espalhar que o desporto dá saúde ...), que me limita a mobilidade e acaba por empurrar-me para o computador. Mas adiante. Daqui a uns três anos de certeza que já nem me lembro]

Toda a minha gente parece ser de Viseu ou com Viseu fortemente relacionado. Até tenho sangue B rH+, veja lá.
Ando a tentar há uns tempos descobrir as origens de um ‘núcleo duro’ citado em Alão em dois ou três títulos, mas com pouco sucesso (os Correia Bulhões e os Montez). Sobre as pessoas citadas, elas próprias, tenho descoberto umas coisas interessantes que ajudam a compor o quadro de profissões, relações familiares, etc., mas sobre ‘ascendências’, viseenses ou não, pouco ou nada.
Bem sei que António Correia de Bulhões seria mais ‘Correia’ que ‘Bulhões’, daí perguntar por Correias. Há uns tempos andei à procura de outros Bulhões pelas Beiras por essa época. Saiu-me na rifa - mas no sentido literal e positivo de ‘sorte’ - uma descoberta: um núcleo que acabou por me ter sido revelado pelo nosso confrade Fernando Gautier Neto como relacionado com Esgueira, Aveiro, ‘Vilar’, ‘Mataduços’ que tem precisamente origem em Silveiras e Bulhões, e que se estende desde meados de quinhentos a inícios de setecentos.
Pelo menos um desses, Álvaro Egas de Bulhão (que já conhecia de Alão) esteve em Viseu onde foi Escrivão da Vereação em 1642 e Capitão de Auxiliares. Por curiosidade, é mandado apresentar-se na praça de Almeida (na quarta leva), “... devendo seguir à frente de 2 companhias de 120 homens cada uma e de gente rica que possa sustentar a si e à Praça”! Pode ter lá estado por ter ligações familiares a Viseu e aos seus Correia e Bulhões, mas ainda não conheço essa ligação.
Mas o Processo que me refere é uma nova acha para essa fogueira.
O nosso confrade Fernando Gautier Neto, como disse, pesquisa Bulhões/Bulhão de Aveiro/Esgueira e presumo que gostaria de conhecer este ‘novo’ dado. Não se importa que lhe chame a atenção para ele, pois não? Pode ser que isso venha a trazer mais luz a ambas as nossas pesquisas.
Os melhores cumprimentos e continuação de boas férias.
(... e cuidado pq, segundo o D.L. 625/05 de 11/07, “Ao contrário da imperial, o futebol e o volley de praia, bem como a corridinha de fim de tarde podem prejudicar seriamente a sua saúde” ...).
VF

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RE: Bulhões da Beira séc. XV-XVIII

#97914 | amtf | 14 ago 2005 18:26 | Em resposta a: #97912

Caro Victor,

Subscrevo, sem qualquer reserva, o texto do legislador!
Sobre os efeitos nocivos do exercício físico lembro-me que quando os americanos há umas décadas inventaram o jogging era ver sexagenários cidadãos, de fato de treino, ténis e fitinha a segurar o cabelo, a caírem como tordos nos parques e jardins das cidades estadunidenses.
Com esta canícula o exercício mais violento que me disponho a fazer é, justamente, levar aos beiços umas quantas imperiais, ou finos, por deferência com os confrades mais a Norte :-)

Também me interessam os Bulhões pois tenho um antepassado, de Esgueira, chamado Francisco José Barbosa de Novais Bacelar da Silveira Cardoso de Menezes e Bulhões, que com este extenso apelido me foi dado a conhecer neste fórum por gentileza do confrade Américo de Quadros, sobre cuja ascendência ainda pouco sei.

Não só não me importo mas até agradeço que passe a notícia da habilitação ao confrade Fernando Gautier Neto, cujas intervenções leio sempre com o maior interesse.

Retribuo votos de continuação de boas férias e rápidas melhoras da lesão muscular!
Os meus melhores cumprimentos,
António Maria

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RE: Bulhões da Beira séc. XV-XVIII

#145785 | mene | 27 fev 2007 20:24 | Em resposta a: #97912

Caro Vitor Ferreira (e restantes confrades desta sala)

A minha vida profissional continua um caos e o resultado é que é raro ter disposição para me conceder o gosto de intervir nestes foruns (já agora, se você, ou algum confrade, conhecer quem queira comprar uma escola cheia de alunos, é só dizer). Nem retribuí os seus votos de Boas Festas!
Na sequência da preciosa ajuda que me deu, estou prestes a concluir a história do ramo feminino dos últimos Bulhões de Esgueira. E que história!...
Mete enforcamentos, decepados, casamentos à força na cadeia (o noivo queria fugir com o rabo à seringa), viciação de registos paroquiais e roubo dos respectivos livros e "paletes" de cristãos novos de Aveiro. Em princípio virá a ser publicada no Boletim Cultural da câmara de Aveiro até ao final deste ano, mas você terá, como é obvio, conhecimento em primeira mão via mail assim que concluído.
Entretanto, penso que será novidade para os confrades que foi publicado em Aveiro um livro sobre D. Miguel de Bulhões e Sousa (que eu saiba o homem nunca usou Sousa!) que foi bispo de Leiria, da autoria de Amaro Neves. Presumo que será novidade, porque esse livro pertence àquele conjunto de publicações patrocinadas pelos dinheiros públicos dados às autarquias, que não são para o estômago do povinho. Em vão se procurará nas principais livrarias da cidade. Com sorte, talvez se consiga telefonando para a câmara de Aveiro ou para a biblioteca ou para a junta de freguesia de S. Pedro de Aradas. Claro que é de ignorar todo o exercício de imaginação (é, expressamente, considerado inútil investigar os registos paroquiais de Esgueira: a alta nobreza do bispo era de conhecimento inato!) acerca da ascendência de biografado, mas no restante é um livro que compila muita informação útil e nova (corrigindo alguns erros muito divulgados) sobre Miguel de Bulhões.
Quanto a António do Rego, a sua avó Maria da Silveira veio de Esgueira e tratava-se como parente de Mécia da Silveira, de Esgueira, que era a mãe de Nicolau da Silveira Bulhão (informação de Bento da Silveira Cabral, neto dessa Maria da Silveira, em 1662), o 1.º da saga Bulhões. Seriam, dada a coincidência cronológica, irmãs, ou mãe e filha. Também dá para saber que no início do séc. XVII os Bulhões de Esgueira eram o ramo rico da família. Aliás, os de Arouca abandonaram o apelido Bulhões, como exemplificam estes dois netos: Rego; Cabral.
Por agora é tudo.
Um abraço para si, caro Vitor Ferreira, e para todos os confrades.

Fernando Gautier Neto

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RE: Bulhões da Beira séc. XV-XVIII

#145796 | salen | 27 fev 2007 21:31 | Em resposta a: #145785

Caríssimo Fernando,
Por razões certamente alheias à sua vontade, a leitura desta mensagem fez-me oscilar entre me sentir um descodificador de Bletchley Park perante um fragmento de mensagem 'Enigma', e o nosso Bispo de Malaca a tentar conversar pela primeira vez com o seu rebanho em luso-malaio ... Custou, mas lá consegui.
Parabéns meu caro, fico muito feliz pela conclusão do seu trabalho.
A minha busca da história do António Teixeira de Macedo ascendente do nosso Bispo, tem progredido lentamente. Parece que houve pelo menos três com esse nome, contemporâneos e relacionadíssimos com o comércio marítimo e administração local, em Mangalore, Cochim, Mascate e São Tomé de Meliapor. É difícil destrinçá-los, mas é difícil serem o mesmo.
Isso tem-me feito entrar na leitura de textos inacreditavelmente reveladores da nossa memória colectiva, da nossa forma de estar capaz do melhor e do pior (já desde esse tempo! minha Santa Justa, como mudámos tão pouco!), de histórias absolutamente fantásticas de naufrágios, traições, casamentos que não lembram ao diabo, puxões-de-orelha d'EL Rei e mais mil e uma, tudo isso no meio da mais comum luta pela vida, no comércio, na diplomacia do dia-a-dia com poderes locais o mais das vezes hostis, eles próprios em constantes desequilíbrios e reajustamentos.
Uma história do arco da velha. E que por mais que seja publicada, faltar-lhe-ão sempre episódios inéditos
E já agora, o Boletim Cult. da Câm. de Aveiro, chega à BN?
Mais uma vez, cumprimentos.

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RE: Bulhões da Beira séc. XV-XVIII

#145835 | mene | 28 fev 2007 03:07 | Em resposta a: #145796

Caro Salen

A "enigma" era leal para com os seus utilizadores: o código era absolutamente fideligno e do conhecimento antecipado dos utilizadores finais. Mais. Uma vez descoberto pelos aliados, também em relação a eles manteve essas caracteristicas. Noutro pólo, a informática é o oposto: o código é errático e o seu conhecimento vedado ao utilizador. Se descoberto pelo "inimigo" este pode alterá-lo sem o sabermos. À parte isto, é o melhor sistema de comunicação actual.
Quanto à sua investigação, de certa forma ainda bem que a história de António Teixeira de Macedo progrediu lentamente, porque se assim não fosse teria sido tentado a privar-se do "gozo" de descobrir as peripécias que descreve (dele, só sei que existiu, por informação do confrade Victor Ferreira; faz parte do ramo de Viseu, que espera melhores dias para ser investigado).
O Boletim Cultural está disponível na BN? Sei lá! Quando as autarquias gastam milhares de contos na edição de obras que nunca chegam ao público porque só se destinam a alargar a lista de publicações do autor e a ofertas de "penacho", quem, fora os da "panelinha", poderá saber se se entende que os meros mortais são dignos da deferência e da subida honra de ter contacto físico com tão sacras realizações. Porém, se tiver a gentileza de me enviar o seu endereço de mail, terei muito gosto em enviar-lhe o meu artigo assim que esteja concluído. Segundo me foi dito, em Abril sairá um n.º que tem a leitura, de minha autoria, de duas ordenações inéditas de D. Fernando sobre as armadas das galés do reino.
Grato pela atenção que prestou, disponho-me desde já a retribuir com o que estiver ao alcance do meu conhecimento.

Fernando Gautier Neto

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RE: Bulhões da Beira séc. XV-XVIII

#145847 | salen | 28 fev 2007 08:58 | Em resposta a: #145835

Caro Fernando,
Só agora me dei conta de que não assinei a minha mensagem: ... Victor Ferreira.
É que mudei o username. Estava farto de escrever por extenso.
Renovados cumprimentos.
Victor Ferreira

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Correia de Bulhões, Viseu

#145904 | Nuno Oliveira | 28 fev 2007 15:57 | Em resposta a: #97874

Caro Victor Ferreira:

Por me ter deparado com este tópico, onde se faz referência à família Correia de Bulhões, oriundos de Viseu, venho trazer à colação o nome de António Correia de Bulhões e Vasconcelos.
Este de quem falo, era natural de Viseu e foi abade da freguesia de Carvalhais, concelho de S. Pedro do Sul, entre os anos de 1714 e 1749. Descendia duma antiga e nobre família — Correia de Bulhões — da cidade de Viseu. Um seu antepassado — António Correia de Bulhões — a 16-12-1640, diz-se, foi um dos fidalgos que com o Corregedor e a Câmara de Viseu proclamaram, naquela cidade, D. João IV.
Para melhor identificação, aqui fica o seu assento de óbito:
"Aos […] de Agosto de 1749, pelas 11 horas da manhã faleceu da vida presente o Pe. António Correia de Bulhões e Vasconcelos, abade que foi desta igreja, filho de João Correia de Bulhões, natural e morador que foi na cidade de Viseu e de sua mulher D. Bárbara de Vasconcelos Pereira, natural do lugar de Escouras, freguesia de Torredeita, foi sepultado na sua sepultura fora da porta principal. É por ele seu sobrinho o Pe. António da Silveira Pinho de Bulhões, cónego na Sé de Viseu de que fiz este termo em que me assinei. Dia, mês, era supra.
O encomendado — Manuel Rodrigues de Carvalho".

Esperando trazer algum acrescento às suas pesquisas, creia-me à sua disposição.
Cordialmente:
Eduardo Nuno Oliveira

P.S.: Com certeza já o fez, mas deixo-lhe a sugestão de consultar: pwp.netcabo.pt/soveral/AVerrata.htm

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Correia de Bulhões: o estado da arte

#145927 | salen | 28 fev 2007 17:55 | Em resposta a: #145904

Caro Eduardo Oliveira,
Foi um prazer receber notícias novas neste assunto. Muito obrigado pelo registo do óbito (aos quase 70 anos), que não possuía.
Sobre a errata do Ascendências do nosso confrade MAS, tive a oportunidade de colaborar numa pequena parte dos dados, entre eles sobre os filhos do Juiz João Correia, um dos quais o de que me fala.
Sobre o Pe. António, sabia que nasceu em 21/06/1679 [PP António de Mesquita do Amaral (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=382176) e Mª … Sebastiana (de Melo) http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=65175), ml de Gonçalo de Sousa Moniz (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=321854).
Oficia o cura da Sé Mel. de Almeida]; que em 27/05/1702 renunciara ao Ofício de Juiz dos Órfãos para abraçar o sacerdócio; que em 1714 foi feito Abade de Carvalhais; que por cerca de 1721 (25/07) está presente na inauguração da frontaria da igreja reconstruída de Carvalhais; e que em 25 de Julho de 1743 (dia de S. Tiago) o Pe. ACBV aos quase 64 anos está presente na visita Episcopal e Pontifical a Carvalhais. Isto e mais as inscrições epigráficas encontram-se no site da Freguesia.
O bisavô António Correia de Bulhões foi o primeiro que encontrei quando há uns anos ‘descobri’ o Alão de Morais, à procura de antepassados meus Bulhões em Viseu. A partir daí ando a reconstruir uma história interessante, em intercâmbio com MAS e mais um nosso confrade no Brasil (Pernambuco, presumo).
Mas o que me falta mesmo são os extremos:
- por um lado, de onde veio o António Correia de Bulhões (bisavô), que nasceu em 1550 não sei aonde, filho não sei de quem, foi ‘criado’ (o que quer que isso signifique) de D. Jorge de Ataíde (e sob a influência de quem deve ter recebido o Ofício de Juiz dos Órfãos de Viseu), era tido por ‘escudeiro fidalgo’, para além de cavaleiro professo da Ordem de Cristo (presumo que sem comenda);
- por outra, qual o destino do Ofício de Juiz dos Órfãos, que andou na família mais de cem anos, após a morte do pai do nosso Abade de Carvalhais, o Juiz João Correia de Bulhões, o último de que tenho o Alvará Régio de confirmação de Ofício.
Sobre este último ponto, O Juiz João Correia em 05/05/1679 nomeia o seu filho mais velho JOV. João Correia de Bulhões tinha por essa época 57 anos (casou tarde) e o seu filho mais velho (Manuel) tinha apenas 4. Mas este deve ter morrido jovem ou ter sido incapaz, porque como já disse, em 1701 já é o nosso Padre de Carvalhais que renuncia ao cargo no seu irmão mais novo, João (n. 26/07/1682) ou num dos filhos deste.
Se quem “é por ele” (Abade de Carvalhais) no assento de Óbito é o “seu sobrinho”, Pe. António da Silveira Pinto de Bulhões, este último ou era filho do seu irmão João ou de sua irmã Joana (n. 27/03/1677). Em ambos os casos, não terá sido o Cónego Pinto de Bulhões que herdou o cargo. Quem foi?
O irmão João do Abade de Carvalhais foi estudar para Coimbra. Matriculou-se entre 01/10/1704 e 01/10/1707, foi Bacharel em 27/05/1707 e Bacharel Formado em 22/05/1708. Mas nada sobre ele mesmo ou os seus filhos (cujos nomes também ainda não descobri) quanto ao desempenho do Ofício.
Tenho um hiato entre 1679 (quando João-pai renuncia num dos filhos) e 1747 (em que é concedida a mercê do cargo a um António dos Santos de Almeida) em que não sei o que se passou com as pessoas e o cargo.
É neste pé em que estou.
De qualquer maneira, mais uma vez obrigado por essa peça importante no puzzle dos Correia de Bulhões de Viseu, que lá vou tentando destrinçar.
E se depois deste relato sumário puder acrescentar mais qualquer coisa, eu só lhe agradeço.
Sinceros cumprimentos. Victor Ferreira

Resposta

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Correia de Bulhões: o estado da arte

#145928 | salen | 28 fev 2007 17:56 | Em resposta a: #145904

Caro Eduardo Oliveira,
Foi um prazer receber notícias novas neste assunto. Muito obrigado pelo registo do óbito (aos quase 70 anos), que não possuía.
Sobre a errata do Ascendências do nosso confrade MAS, tive a oportunidade de colaborar numa pequena parte dos dados, entre eles sobre os filhos do Juiz João Correia, um dos quais o de que me fala.
Sobre o Pe. António, sabia que nasceu em 21/06/1679 [PP António de Mesquita do Amaral (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=382176) e Mª … Sebastiana (de Melo) http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=65175), ml de Gonçalo de Sousa Moniz (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=321854).
Oficia o cura da Sé Mel. de Almeida]; que em 27/05/1702 renunciara ao Ofício de Juiz dos Órfãos para abraçar o sacerdócio; que em 1714 foi feito Abade de Carvalhais; que por cerca de 1721 (25/07) está presente na inauguração da frontaria da igreja reconstruída de Carvalhais; e que em 25 de Julho de 1743 (dia de S. Tiago) o Pe. ACBV aos quase 64 anos está presente na visita Episcopal e Pontifical a Carvalhais. Isto e mais as inscrições epigráficas encontram-se no site da Freguesia.
O bisavô António Correia de Bulhões foi o primeiro que encontrei quando há uns anos ‘descobri’ o Alão de Morais, à procura de antepassados meus Bulhões em Viseu. A partir daí ando a reconstruir uma história interessante, em intercâmbio com MAS e mais um nosso confrade no Brasil (Pernambuco, presumo).
Mas o que me falta mesmo são os extremos:
- por um lado, de onde veio o António Correia de Bulhões (bisavô), que nasceu em 1550 não sei aonde, filho não sei de quem, foi ‘criado’ (o que quer que isso signifique) de D. Jorge de Ataíde (e sob a influência de quem deve ter recebido o Ofício de Juiz dos Órfãos de Viseu), era tido por ‘escudeiro fidalgo’, para além de cavaleiro professo da Ordem de Cristo (presumo que sem comenda);
- por outra, qual o destino do Ofício de Juiz dos Órfãos, que andou na família mais de cem anos, após a morte do pai do nosso Abade de Carvalhais, o Juiz João Correia de Bulhões, o último de que tenho o Alvará Régio de confirmação de Ofício.
Sobre este último ponto, O Juiz João Correia em 05/05/1679 nomeia o seu filho mais velho JOV. João Correia de Bulhões tinha por essa época 57 anos (casou tarde) e o seu filho mais velho (Manuel) tinha apenas 4. Mas este deve ter morrido jovem ou ter sido incapaz, porque como já disse, em 1701 já é o nosso Padre de Carvalhais que renuncia ao cargo no seu irmão mais novo, João (n. 26/07/1682) ou num dos filhos deste.
Se quem “é por ele” (Abade de Carvalhais) no assento de Óbito é o “seu sobrinho”, Pe. António da Silveira Pinto de Bulhões, este último ou era filho do seu irmão João ou de sua irmã Joana (n. 27/03/1677). Em ambos os casos, não terá sido o Cónego Pinto de Bulhões que herdou o cargo. Quem foi?
O irmão João do Abade de Carvalhais foi estudar para Coimbra. Matriculou-se entre 01/10/1704 e 01/10/1707, foi Bacharel em 27/05/1707 e Bacharel Formado em 22/05/1708. Mas nada sobre ele mesmo ou os seus filhos (cujos nomes também ainda não descobri) quanto ao desempenho do Ofício.
Tenho um hiato entre 1679 (quando João-pai renuncia num dos filhos) e 1747 (em que é concedida a mercê do cargo a um António dos Santos de Almeida) em que não sei o que se passou com as pessoas e o cargo.
É neste pé em que estou.
De qualquer maneira, mais uma vez obrigado por essa peça importante no puzzle dos Correia de Bulhões de Viseu, que lá vou tentando destrinçar.
E se depois deste relato sumário puder acrescentar mais qualquer coisa, eu só lhe agradeço.
Sinceros cumprimentos. Victor Ferreira

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RE: Correia de Bulhões: o estado da arte

#145940 | Nuno Oliveira | 28 fev 2007 18:45 | Em resposta a: #145928

Confrade Victor Ferreira,
De momento acho que o não posso ajudar muito mais, porém vou ficar atento e se me deparar com mais algum acrescento, dir-lho-ei de imediato! As informações que lhe dei retirei-as de:
TAVARES, M. Correia, "Carvalhais: Elementos Para O Estudo Da Sua Freguesia", separata da revista "Beira Alta", Viseu, 1963.
Nesta publicação tem mais umas notas, creio, de cariz algo fantasioso e romanesco, sobre o tal Pe. António Correia de Bulhões e Vasconcelos, relacionando-o com certos acontecimentos ligados à reconstrução da Igreja de Carvalhais. É induvitável a sua íntima relação com a reconstrução - contra tudo e contra todos - da Igreja de Carvalhais, mas daí a ter sido ele, pelas horas mais escuras da noite, a ter andado, sozinho, a acarretar pedras, concertar carros de bois e ferramentas de construção para que na manhã seguinte as obras prosseguissem sem delongas, parece-me exajero da alta consideração que o povo de Carvalhais nutria pelo seu abade.
Mas, se tiver interesse para os seus estudos, posso transcrever-lhe as passagens do livro que falam dessas histórias.
Creia-me à disposição:
Eduardo Nuno Oliveira

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Correia de Bulhões: a pedra e a ferramenta

#145948 | salen | 28 fev 2007 19:13 | Em resposta a: #145940

Ora bem! É disso que o povo gosta. Ou pelo menos gostava.
Mas não é de excluir por completo: o homem tinha 39 anos quando as obras começaram, estava cheio de força, e mais valia gastar as energias noite a dentro a carregar pedras, que não as gastar.
Que história interessante. Vou à procura dela na Beira Alta, referência que desde já lhe agradeço.
Muitos cumprimentos.
Victor Ferreira

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RE: Correia de Bulhões: a pedra e a ferramenta

#145955 | Nuno Oliveira | 28 fev 2007 19:49 | Em resposta a: #145948

Caro Victor Ferreira:
Vai encontrar coisas interessantes! Imagine que, em Carvalhais, o bom do padre António até fama de santo tinha, constando-se que o seu corpo, depois de morto, mantivera-se incorruptível! Havendo alguém que, para verificar in loco o milagre, levantara as pedras da sua sepultura, encontrando apenas e só níveos ossos, quebrando-se aí a auréola de santidade...
Desejo-lhe boa sorte nas pesquisas!
Para o que precisar, disponha!
Eduardo Nuno Oliveira

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RE: Correia de Bulhões: a pedra e a ferramenta

#158198 | salen | 03 jun 2007 01:14 | Em resposta a: #145955

Caro Eduardo N. Oliveira,
Uma vez que se dispôs, vou por-lhe umas questões.
Na pesquisa desses Correias Bulhões de Viseu chaga-se aos bisavós e trisavós paternos do nosso Padre.
Trata-se de pessoas de quem mais não sei que umas referências em registos de baptismo de netos na referência de Alão de Morais.
Os Bisavós são Pero Fernandes de Torres e Isabel Montez da Costa. Dele não se sabe nada de ancestrais. Mas dela serão pais Marcos de Paiva Homem e Filipa Nunes da Costa. E daí?
Pero Fernandes e Isabel tiveram, para além de Jorge - avô do Padre - mais 5 filhos, dois deles foram Jesuítas. Estamos a falar de meados de quinhentos/princípios de seiscentos. Ora na bibliografia encontram-se dois padres na Índia precisamente com os nomes dos irmãos de Jorge (tios-avós do Padre), na descrição de um deles vem que era de Vouzela.
Isto pôs-me a relacionar uma possível origem para as bandas de S.Pedro do Sul e Vouzela para esses ancestrais, que uns anos mais tarde fariam mesmo o Padre ir fazer a sua vida religiosa para Carvalhais.
Refiro-me a Isabel Montez da Fonseca e os seus pais, Marcos e Filipa.
Os tios avós Jesuítas eram Manuel Ribeiro e Gaspar da Costa; os outros irmãos, para além do avô Jorge Montez da Fonseca, eram: Baltasar da Costa, Isabel Montez e Teodora da Costa (esta última diz Alão que morreu solteira).
Terão Baltasar e Isabel deixado rastos nos livros de Vouzela, terão casado e tido descendência por lá que comprove essa origem da sua mãe e avós? Haverá nesses eventuais registos alguma referência aos pais de Pero Fernandes, pai deles?
Não lhe peço para pesquisar por mim. Só estou a levantar as lebres para dar a entender as questões. Mas conhecerá por essa altura alguns Nunes da Costa ou Montezes em Vouzela ou S. Pedro do Sul? E não me pergunte de onde vem o Montez nem o Fonseca porque esse é outro mistério ...
Cumprimentos, bom resto de fim de semana, e vamos nos encontando nestas páginas.
VFerreira

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RE: Correia de Bulhões: a pedra e a ferramenta

#170833 | salen | 24 out 2007 16:18 | Em resposta a: #145955

Caro Eduardo Nuno Oliveira,
Volto a si para saber se porventura recebeu a minha mensagem anterior, em que falo de pessoas de Vouzela, e se teria algum comentário (se por acaso se deparou com elas nas suas pesquisas, naturalmente) acerca dos personagens que ali indico, a saber:
- os irmãos Baltazar da Costa e Isabel Montez, os jesuítas Manuel Ribeiro e Gaspar da Costa, e a celibatária Teodora da Costa (tios-avós do nosso padre), irmãos de Jorge Montez da Fonseca (avô paterno do padre),
- os pais deles, a saber, Pedro fernandes de Torres (mestre de obras d'el rei) e Isabel Montez da Costa (bisavós do padre),
- os pais de Isabel Montez da Costa, a saber: Marcos de Paiva Homem e Filipa Nunes da Costa (trisavós do padre).
Grato desde já. apresento-lhe os meus cumprimentos.
Victor Ferreira

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RE: Correia de Bulhões: a pedra e a ferramenta

#170838 | Nuno Oliveira | 24 out 2007 16:58 | Em resposta a: #170833

Caro Victor Ferreira,
Com efeito, sim, vi o seu tópico sobre aquela gente ligada a Lafões. Suscitou-me interesse, porém, por falta de conhecimento, não participei, porque, por enquanto, nada posso acrescentar. Se, entretanto, me deparar com tal estirpe, rapidamente lhe darei conta do achado.
No entanto, veja:
http://www.geneall.net/P/per_search.php?s=montez+da+fonseca&s_type=per_search.php
Provavelmente até terá sido o caro Victor a disponibilizar esta informação!
Aqui, seguindo o ramo materno de Bárbara de Almeida, casada com o filho do casal, ou muito me engano ou é gente de Lafões. De resto, não tenho como saber se têm ligação anterior aos Montês da Fonseca.
Grato pela consideração, disponha sempre!
Eduardo Nuno Oliveira

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RE: Correia de Bulhões: a pedra e a ferramenta

#170840 | Nuno Oliveira | 24 out 2007 17:02 | Em resposta a: #170833

Caro Victor,
desculpe, mas o link saiu trocado.
Veja:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=503623
Grato,
E. Nuno Oliveira

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RE: Correia de Bulhões: a pedra e a ferramenta

#170847 | salen | 24 out 2007 18:22 | Em resposta a: #170838

Eduardo Nuno Oliveira,
A informação que lá está é da Pedatura. Mas de facto já enviei mais ao Genea. Quando tiverem tempo lá aparecerá.
Grato à mesma e cumprimentos.
VF

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